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BIOMASSA DE LEGUMINOSAS PERENES CONSORCIADAS COM A BANANEIRA CV PRATA ANÃ

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Academic year: 2021

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Graduando em Agronomia, Bolsista de Iniciação, CNPq, Departamento de Engenharia agrícola CCA/UFC– CE.

CEP 60455-760, (85) 96493554, jardelsonaur@hotmail.com.

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BIOMASSA DE LEGUMINOSAS PERENES

CONSORCIADAS COM A BANANEIRA CV PRATA ANÃ

F. J. Ferreira

1

; F. E. L. Barbosa

2

; F. L. Andrade Filho

1

; H. O. Feitosa

3

; G. C. Farías

4

; C. F. Lacerda

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RESUMO: O uso de leguminosas como fonte de nitrogênio em consórcio de fruteiras- leguminosas revela-se como uma estratégia para aumentar a sustentabilidade dos agroecossistemas, trazendo benefícios não só as culturas, mas ao solo e ao sistema como um todo. Nesse contexto, o conhecimento da biomassa das leguminosas usadas nesses sistemas de manejo se torna de grande importância. O presente trabalho teve por objetivo determinar a biomassa das leguminosas perenes: Calopogônio (Calopogonium muconoides L) e Kudzu tropical (Pueraria phaseoloides) consorciadas com a bananeira cv Prata Anã no primeiro e segundo cortes. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com 18 repetições. O corte da parte aérea das leguminosas foi realizado aos 106 e 201 dias após plantio (DAP), rente ao chão em uma área de 50 x 50 cm. O material foi pesado fresco e levado a estufa com 65 ºC até peso constante, sendo posteriormente pesado para a determinação da biomassa. Os resultados mostraram que houve diferença na produção de biomassa entre as espécies de leguminosas, apenas no segundo corte, com kudzu tropical atingindo maiores valores.

Palavras–Chave: adubo verde, nitrogênio, Musa sp.

BIOMASS OF PERENNIAL LEGUMES

INTERCROPPED WITH BANANA CV SILVER DWARF

ABSTRACT: The use of legumes as a nitrogen source in the consortium of fruit, legumes reveals itself as a strategy to increase the sustainability of agroecosystems, bringing benefitsnot only cultures, but the ground and the system as a whole. In this context, knowledge of the biomass of the legumes used in these management systems becomes very important. This study aimed to determine thebiomassof perennial legumes : Calopogônio (Calopogonium muconoides) and Kudzu tropical (Pueraria phaseoloides) intercropped with banana cv Silver-Dwarf in the first and second cuts. We used a completely randomized design with 18 replications.

The cut shoots of legumes was carried out at 106 and 201 days after planting

(DAP),close to the ground in an area of 50 x 50 cm. The fresh material was weighed and

taken to an incubator with 65 ° C until constant weight and subsequently weighed to

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determine biomass. The results showed that there were differences in biomass production among species of legumes, only the second cut, with highest values reaching tropical kudzu.

Key Words: green manure, nitrogen, Musa sp

INTRODUÇÃO

Estudos sobre nutrição mineral em bananeira têm demonstrado exigências nutricionais elevadas e destacam o potássio e o nitrogênio como os nutrientes requeridos em maiores quantidades (TEIXEIRA, 2000; MAHALAKSHMI et al., 2003; SILVA et al., 2003). A grande exigência pelo N está relacionada à sua vital importância em uma gama de funções fisiológicas e sua presença em compostos orgânicos como aminoácidos, proteínas, coenzimas, ácidos nucléicos, vitaminas, clorofila, entre outros. (EPSTEIN & BLOOM, 2006).

O nitrogênio de pomares convencionais é suprido basicamente por meio de adubos sintéticos como a uréia que geralmente apresenta alto custo e pode gerar impactos negativos ao ambiente.

O uso da adubação verde com leguminosas em sistema de consorcio pode ser considerado uma excelente alternativa em cultivos convencionais e principalmente em orgânicos. No primeiro caso, ajuda a reduzir o uso de fertilizantes sintéticos, além de melhorar as condições físico- químicas e biológicas do solo. Em cultivos orgânicos, onde o uso de sintéticos é proibido, representa uma fonte alternativa, de baixo custo e disponível em qualquer época do ano.

O sucesso do sistema de manejo descrito depende entre outros fatores da identificação das espécies mais adequadas para o consórcio, que deve considerar principalmente produção de matéria seca, capacidade de fixação de N, fatores edafoclimáticos e em casos mais específicos como o consorcio com fruteiras como a bananeira a competição com as plantas espontâneas e a tolerância ao sombreamento (BORGES et al., 1997; ESPINDOLA et al., 2001).

O calopogônio e kudzu tropical são plantas perenes, herbáceas, bastante tolerantes a solos ácidos. A primeira é originária de regiões tropicais, sendo amplamente conhecida pela grande adaptação a seca. O kudzu resiste ao sombreamento e a condições de muita umidade por períodos longos (PEREIRA, 2008).

O presente trabalho teve por objetivo determinar a biomassa das leguminosas perenes:

Calopogônio (Calopogonium muconoides L) e Kudzu tropical (Pueraria phaseoloides) consorciadas com a bananeira cv Prata Anã no primeiro e segundo cortes.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi conduzida na Fazenda Experimental do Vale do Curu, (FEVC) pertencente à

Universidade Federal do Ceará, localizada no município de Pentecoste - CE, entre os paralelos

3º45’ e 3º50’ Sul e 39º15’ e 39º30’ Oeste, a uma altitude de 47 m. O clima da região, de acordo

com a classificação de Koppen, é do tipo BSw’h’. O solo da área é classificado como um

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calopogônio e kudzu tropical foram plantadas entre as linhas de bananeiras distribuídas em sete fileiras, espaçadas 0,25 m, com uma densidade de 30 sementes por metro linear.

A determinação da biomassa foi realizada aos 106 e 121 DAP, promovendo-se o corte das leguminosas rente ao solo dentro de uma moldura de 50 x 50 cm de dimensões (ARMECIN et al., 2005). O peso fresco foi determinado imediatamente ao corte e o material levado para secagem em estufa com circulação forçada de ar, a 65 ◦ C até peso constante para obtenção do peso seco e determinação da biomassa.

Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o programa ASSISTAT.

Empregou-se o teste de comparação de TUKEY, para a análise da diferença entre médias dos tratamentos, quando o valor de F foi significativo.

RESULTADOS E DISCURSSÃO

Pela análise dos dados apresentados na tabela 1, verifica-se que houve diferença na produção de biomassa entre as espécies de leguminosas, apenas no segundo corte, com kudzu tropical atingindo maiores valores.

Tal fato pode ser reflexo de dois fatores principais: sensibilidade do calopogônio ao sombreamento e ao corte. No momento do 1º corte, a altura das bananeiras consorciadas com as leguminosas era inferior a 1,0 m (dados não mostrados) possibilitando elevada disponibilidade de luz para as leguminosas. No período do 2º corte a altura foi superior a 2,3 m (dados não mostrados) restringindo assim grande parte da luminosidade incidente sobre o calopogônio, que parece ser bastante sensível ao sombreamento. Rocha et al. (2005) verificando a tolerância de quatro leguminosas ao sombreamento, concluiu que o calopogônio teria necessidade de um maior aporte de luz (≈ 70%) para atingir sua maior produção de matéria seca (PMS) e o kudzu necessitaria de 50% de luz para ter sua PMS aumentada, reforçando a afirmação acima.

A sensibilidade do calopogônio ao corte foi observada nesse estudo, com a notória diferença na recuperação da parte aérea entre as espécies após o 2º corte (figura 1 e 2).

O mesmo comportamento foi descrito por Espíndola et al. (2007), em um estudo com leguminosas herbáceas perenes como plantas de cobertura do solo. O citado autor observa que as avaliações da biomassa do calopogônio não puderam ser realizadas após o segundo corte devido à grande sensibilidade da espécie ao corte e ao ataque de pragas.

Com relação aos valores de biomassa obtidos por hectare, estão coerentes com alguns estudos como os de Armecin et al. (2005), que em experimento por um período de seis anos consorciando calopogônio com ABACA (Musa textilis Nee) obteve biomassas variando 3 a 5 Mg ha

-1

. Um valor médio de 6,4 e 8,7 Mg ha

-1

para o kudzu tropical foi também encontrado por Padúa et al. (2004) quando o mesmo testou espaçamentos de plantio de 0,5 m e 1,0m,

respectivamente, o que pode explicar os menores valores nesse estudo possivelmente função

do maior adensamento.

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CONCLUSÃO

A produção de matéria fresca seguiu a mesma tendência dos dados de biomassa, refletindo a maior biomassa do kudzu no segundo corte e dando indícios do maior acúmulo de água nos tecidos dessa leguminosa.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao Banco do Nordeste (BNB) pelo apoio financeiro a esse trabalho.

BIBLIOGRAFIA

ARMECIN, R. B.; SECO, M. H. P.; CAINTIC, P. S.; MILLEZA, E. J. M. Effect of leguminous cover crops on the growth and yield of abaca (Musa textilis Nee). Industrial Crops and Products 21 (2005) 317–323.

BORGES, A.L.; OLIVEIRA, A.M.G.; SOUZA, L. da S. Solos, nutrição e adubação. In: ALVES, E.J.

(Org.). A cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e agroindustriais. Brasília: Embrapa-SPI;

Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, 1997. p.197- 260.

Desempenho de leguminosas tropicais perenes como plantas de cobertura do solo/ José Antônio A.

Espíndola, Adriano Perin, Marcelo G. Teixeira, Dejair L. de Almeida, Renato L. de Assis. Seropédica:

Embrapa Agrobiologia, 2007. 39p. (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, Embrapa Agrobiologia, ISSN 1676-6709;20).

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA — EMBRAPA. Manual de métodos de análises de solo. 2.ed. Rio de Janeiro, Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1997. 212p.

EPSTEIN, E.; BLOOM, A.J. Nutrição mineral de plantas: princípios e perspectivas. Londrina: Editora Planta, 2006. 403p.

ESPINDOLA, J.A.A. Avaliação de leguminosas herbáceas perenes usadas como cobertura viva do solo e sua influência sobre a produção da bananeira (Musa spp.). Seropédica, 2001. 144p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRJ.

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MAHALAKSHMI, M.; KUMAR, N.; SOORIANATHASUNDARAM, K. Effect of fertirrigation and irrigation on the yield of hight-density plantations of cv. "Robusta". InfoMusa, Montpellier, v.12, n.1, p.42-44, 2003.

PÁDUA, F. T.; ALMEIDA, J. C. de C.; MAGIEIRO, J. Q.; NEPOMUCENO, D. de D.; SILVA, T. O.;

ROCHA, N. S. Produção de matéria seca e de sementes de leguminosas forrageiras tropicais cultivadas em diferentes espaçamentos. Rev. Univ. Rural, Sér. Ci. Vida. Seropédica, RJ, EDUR, v. 24, n.2, Jul.- Dez., p. 67-71, 2004.

PEREIRA, A. R. Como selecionar plantas para áreas degradadas e controle de erosão. Belo horizonte, MG:Editora FAPI, 2008.

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TEIXEIRA, L.A.J. Adubação nitrogenada e potássica em bananeira "Nanicão" (Musa AAA subgrupo Cavendish) sob duas condições de irrigação. 2000. 132f. Tese (Doutorado em Agronomia)-Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2000.

Figura 1. Calopogônio 44 dias após 2º corte. Figura 2. Kudzu tropical 44 dias após 2º corte.

Tabela 1. Matéria fresca e biomassa das leguminosas calopogônio e kudzu tropical aos 106 e 121 dias após plantio (DAP).

Tratamento 1º corte (106 DAP)

Matéria fresca (Mg ha

-1

) Biomassa (Mg ha

-1

)

Calopogônio 22,36 a 4,09 a

Kudzu Tropical 22,94 a 4,03 a

Tratamento 2º corte (201 DAP)

Calopogônio 4,26 b 1,57 b

Kudzu 6,50 a 2,00 a

Médias seguidas da mesma letra minúscula não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a nível de probabilidade

de 0,05.

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