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DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS ANALÍTICOS PARA DETERMINAÇÃO CORANTES EM AMOSTRAS DE SUCOS E GELATINAS

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Academic year: 2021

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1. INTRODUÇÃO

As cores sempre exerceram fascínio sobre a humanidade. Por toda a história, corantes e pigmentos foram objetos de atividades comerciais. Hoje, são mais de oito mil compostos diferentes sendo vendidos, tais substâncias podem ser tanto orgânicas como inorgânicas. São elas as responsáveis pela grande variedade de cor em vários utensílios domésticos, roupas, alimentos, papéis, casas, carros, e cosméticos1. Os corantes sintéticos são amplamente utilizados pela indústria alimentícia, principalmente para conferir, restaurar ou intensificar a cor dos alimentos, garantindo um aspecto padronizado frente aos consumidores, que usualmente associam a cor com a qualidade do alimento2. Em função destes aspectos, e do potencial toxicológico que alguns corantes podem apresentar, o controle de qualidade e quantidade destes compostos é de fundamental importância.

A relação entre os corantes alimentícios e a saúde humana também é de interesse para a saúde pública, pois se utilizados em níveis superiores aos permitidos

nas legislações podem ser tóxicos e as conseqüências vão desde alergias até riscos de câncer3. Estudos demonstram que as evidências toxicológicas para corantes sintéticos são consideravelmente maiores que para corantes naturais devidos sua complexidade química4. Por este motivo, os aditivos utilizados na alimentação devem estar sujeitos a um controle rigoroso para provar sua inocuidade.

O controle de qualidade e/ou toxicológico dos corantes tem sido usualmente realizado por métodos cromatográficos ou espectrofotométricos. No primeiro, características como alto custo e o envolvimento de várias etapas de extração dificultam a obtenção de uma análise rápida. No caso dos métodos espectrofotométricos, embora apresente uma limitada seletividade, eles são mais acessíveis.

A deficiência de seletividade do método espectrofotométrico é decorrente das interferências espectrais que resultam em faixas de absorção amplamente sobrepostas5 pode ser contornada com a utilização de métodos de calibração multivariada através da obtenção de um modelo matemático que DESENVOLVIMENTO DE MÉTODOS ANALÍTICOS PARA DETERMINAÇÃO CORANTES EM

AMOSTRAS DE SUCOS E GELATINAS

Adriana de Paula Cardoso Siqueira Anderson Assis de Faria Arnaldo Alves Cardoso Mauro Afonso da Silva

RESUMO

Coloração é a primeira qualidade sensorial pelos quais os alimentos são avaliados e amplamente utilizados na indústria alimentícia para atender as expectativas dos consumidores, que usualmente associam cor ao sabor, cheiro ou qualidade do produto. O uso de corantes como aditivo alimentício tem sido altamente explorado em alimentos tais como sucos, balas, gelatinas e refrigerantes, com a função de torná-los atrativos aos olhos do consumidor. Conseqüentemente, tem aumentado à preocupação quanto aos riscos toxicológicos desses produtos e/ou seus metabólitos no organismo humano. O objetivo desse trabalho é desenvolver um método para extração e determinação dos corantes amarelo tartrazina e índigo carmim pelo método espectrofotométrico UV-VIS. A determinação por espectrofotometria UV-VIS demonstrou uma eficiência de 100% de adsorção e dessorção do corante amarelo tartrazina, sendo seu comprimento de onda máximo de 428,5 nm, e para o índigo carmim a eficiência é também cerca de 100% se considerarmos o comprimento de onda de 608 nm. A mistura dos corantes apresentou uma a eficiência de 83% se considerarmos o comprimento de onda de 428,5 nm e cerca de 89% se considerarmos o comprimento de onda de 608 nm.

Palavras chave: Corantes; Tartrazina; Indigo carmim; Espectrofotometria UV-VIS. ABSTRACT

Coloring is the first sensory quality by which foods are evaluated and used extensively in the food industry to meet consumer expectations, which are usually associate the color taste, smell or product quality. The use of dyes as a food additive has been highly exploited in foods such as juices, candies, jellies and soft drinks, with the function of making them attractive in the eyes of the consumer. As a result, has increased concern about the toxicological risks of these products and / or its metabolites in humans. The aim of this work is to develop a method for extraction and determination of tartrazine yellow dyes and indigo carmine by UV-VIS spectrophotometric method. The determination by UV-VIS spectrophotometry showed an efficiency of 100% adsorptionand desorption of the yellow dye tartrazine, and its peak wavelength of 428.5 nm, and indigo carmine efficiency is also about 100% if we consider the wavelength of 608 nm. The mixture of the dyes showed an efficiency of 83% if we consider the wavelength of 428.5 nm and approximately 89% if we consider the wavelength of 608 nm.

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descreva a relação entre as respostas (absorbâncias) e as concentrações dos componentes das amostras (corantes), minimizando custo e tempo da análise. Porém essa calibração multivariada requer modelos matemáticos complexos nem sempre acessível à maioria dos analistas químicos6.

As indústrias têxteis requerem grandes quantidades de água, corantes e produtos químicos ao longo de uma complexa cadeia produtiva. Isto torna o processamento têxtil gerador de uma significativa quantidade de despejos aquosos altamente poluidores do meio ambiente, contendo elevada carga orgânica, cor acentuada e compostos tóxicos.

A legislação ambiental, cada vez mais rigorosa, está obrigando que os efluentes industriais sejam tratados antes do descarte, para evitar problemas ecológicos e toxicológicos sérios7-9.

A remoção de corantes de efluentes industriais é uma tarefa estafante e desafiadora, porque, em geral, eles são estáveis e de difícil degradação10-12. Uma forte coloração é a característica mais notória no efluente têxtil e está associada aos corantes empregados no tingimento. Apesar de sua coloração bem visível, a concentração do corante no efluente é baixa13, afetando não só a estética, mas a transparência das águas e a solubilização de gases em lagos, rios e outros corpos aquáticos, causando danos à flora e à fauna14. A remoção ou a descoloração de corantes de águas residuárias constitui-se em uma grande preocupação da indústria têxtil, antes do descarte, devido à rigorosa legislação vigente15-16.

Umas das principais utilizações dos corantes é o tingimento de tecidos. A forma de fixação da molécula do corante às fibras geralmente são feitas em solução aquosa através de interações iônicas, covalentes, de hidrogênio ou de Van der Waals. Interações iônicas - São tingimentos baseados em interações mútuas entre o centro positivo dos grupos amino e carboxilatos presentes na fibra e a carga iônica da molécula do corante ou vice-versa. Exemplos característicos deste tipo de interação são encontrados na tintura da lã, seda e poliamida. Interações de Van der Waals - São tingimentos baseados na interação proveniente da aproximação máxima entre orbitais p do corante e da molécula da fibra, de tal modo que as moléculas do corante são "ancoradas" firmemente sobre a fibra por um processo de afinidade, sem formar uma ligação propriamente dita. Esta atração é especialmente efetiva quando a molécula do corante é linear/longa e/ou achatada e pode assim se aproximar o máximo possível da molécula da fibra. Exemplos característicos deste tipo de interação são encontrados na tintura de lã e poliéster com corantes com alta afinidade por celulose. Interações de Hidrogênio - São tinturas provenientes da ligação entre átomos de hidrogênio covalentemente ligados no corante e pares de elétrons livres de átomos doadores em centros presentes na fibra. Exemplos característicos deste tipo de interação são encontradas na tintura de lã, seda e fibras sintéticas como acetato de celulose. Interações Covalentes - São provenientes da formação de uma ligação covalente entre a molécula do corante contendo

grupo reativo (grupo eletrofílico) e resíduos nucleofílicos da fibra. Exemplos característicos deste tipo de interação são tinturas de fibra de algodão. Os corantes podem ser usados em uma grande variedade de produtos alimentícios, incluindo biscoitos, cereais, sorvetes, bebidas, queijos, produtos de confeitaria, entre outros, com o objetivo de:

- Compensar a perda de cor decorrente da exposição à luz, ar, temperaturas extremas, umidade e armazenamento do produto;

- corrigir variações naturais da cor (alimentos sem cor são associados, geralmente, e de forma incorreta, à baixa qualidade);

- Intensificar as cores, o que ocorre naturalmente, porém em níveis mais baixos; estabelecer uma identidade de cor entre o produto final, que a princípio seria descolorido, e o alimento que o origina (exemplo: a adição de corantes vermelhos a sorvetes de sabor morango); proteger o sabor e o valor nutritivo de alimentos que poderiam ser afetados pela incidência de luz durante o armazenamento. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é desenvolver um método para extração e determinação dos corantes amarelo tartrazina e índigo carmim pelo método espectrofotométrico UV-VIS para sua determinação em meio aquoso e fazer a determinação quantitativa de adsorção do corante amarelo tartrazina e índigo carmim na matriz de alumina.

2. METODOLOGIA

Na primeira etapa desse trabalho foi feito uma busca de um material que tenha propriedade de adsorver o corante presente em uma solução aquosa e após um tratamento físico ou químico dessorver o corante em uma nova solução. Esta troca de matriz tem o objetivo de preconcentrar o corante e também eliminar possíveis interferentes presente na matriz original e que impedem a determinação analítica do corante. Para testar a capacidade de um material de adsorver e dessorver convenientemente o corante, foram feitos experimentos controlados para medir a eficiência do processo utilizando o corante e suas medidas de absorbância durante a adsorção e dessorção.

Foi utilizada a espuma de poliuretana e tecido de tergal verão cuja composição é 67% poliéster e 33% algodão.

Os espectros de UV-VIS foram obtidos em triplicata no espectrofotômetro Hitachi U-2000. O estudo espectrofotométrico do corante foi realizado para confirmar informações da literatura sobre a absorbância do corante amarelo tartrazina.

As determinações quantitativas foram realizadas com radiação incidente monocromática, sendo aplicada a Lei de Beer, Equação 1.

A = ebc Eq. 1

Onde a absorbância (A) é diretamente proporcional ao comprimento do caminho óptico (b), (geralmente constante) e a concentração da espécie absorvedora (c), e e é a constante de absortividade.

(3)

Na segunda etapa trabalhou-se com soluções de corantes, materiais sorventes e método para determinação quantitativa dos corantes (espectrofotômetro UV – VIS). Foi utilizada uma coluna com alumina tipo SEP-PAK devidamente empacotada. Os espectros de UV-VIS foram obtidos no espectrofotômetro Hitachi U-2000. O estudo espectrofotométrico do corante foi realizado para confirmar informações da literatura sobre a absorbância do corante amarelo tartrazina e do corante índigo. 2.1 Reagentes e Soluções

2.1.1 Preparação da solução estoque do corante amarelo tartrazina.

Foi pesado uma massa de 0,0053 g do corante amarelo de tartrazina para um volume de 50,00 mL de água deionizada. Sua concentração foi calculada como sendo 1,98x10-4 mol.L-1e absorbância medida foi 2,095 lida no comprimento de onda de 428,5 nm. Devido à alta concentração do corante, foi necessário fazer uma diluição e a nova concentração é de 3,96x10-6 mol.L-1 e absorbância medida foi 0,091 lida no comprimento de onda de 428,5nm.

2.1.2 Preparação da solução de CH3COOH 2,0 mol L-1

Foi pipetado 14,47 mL de CH3COOH 99,7% (V/V) em um balão volumétrico de 100,00 mL e completado com água deionizada até o menisco.

2.1.3 Preparação da solução de NaOH 1,0 mol L-1 Foram dissolvidos 2,0115 g de NaOH para um volume de 50,00 mL de água deionizada.

2.1.4 Preparação da solução para análise

espectrofotométrica na primeira etapa

Uma alíquota de 20 mL da solução estoque do corante amarelo tartrazina 0,106 g L-1, foi misturado com 20 mL de ácido acético 2,0 mol L-1, sendo o pH ajustado a 3,0 com NaOH 1,0 mol L-1. Foi misturado 12 mL desta solução com 24 mL água deionizada e 24 mL ácido acético 2,0 mol L-1. A solução resultante foi medida em triplicata pelo espectrofotômetro de UV-VIS.

2.1.5 Análise quantitativa do corante amarelo tartrazina (pH= 3,0) com tecido teste tergal verão

Foi pipetado 10 mL da solução de corante analisado espectrometricamente, 428 nm e A = 0,123 Å, e misturados em um béquer com 250 mg de tecido tergal verão deixando agitar por 30 minutos. Foi escoada a solução corante para leitura no UV-VIS e colocado o tecido tergal verão em estufa (60 ºC) por 1h e 20 minutos. Foi colocada a solução escoada, depois de realizada a leitura, em um béquer com outros 250 mg de tecido turgal verão deixando agitar por 20 minutos. Foi escoada a solução corante para leitura no UV-VIS e colocado o tecido tergal verão em estufa (60 ºC) por 1h e 20 minutos. Foram recolhidos os dois tecidos deixados na estufa (60 ºC) por 1h e 20 minutos, em béquer sendo adicionado 10 mL de

N,N-dimetilformamida e deixando agitar por 20 minutos. Foi escoada a solução para posterior leitura no UV-VIS.

2.1.6 Preparação da solução estoque do corante índigo para análise espectofotométrica na segunda etapa

Foi pesado uma massa de 0,0051g do corante índigo para um volume de 50 mL de água deionizada. Sua concentração calculada como sendo 2,19x10--4 mol.L-1e absorbância medida foi 1,750 lida no comprimento de onde de 608 nm. Devido à alta concentração do corante, foi necessário fazer uma diluição obtendo uma nova concentração de 4,38x10-6 mol.L-1 e absorbância media foi 0,180 no comprimento de onde de 608 nm. 2.1.7 Preparação da solução de NH4OH 0,05 mol L-1

Para se preparar uma solução de NH4OH, foi pipetado 0,332 mL de NH4OH 29% (V/V) para um volume de 50,00 mL de água deionizada.

2.1.8 Preparação da solução NH4OH 0,05 mol L-1 (pH=4)

Para se preparar uma solução de NH4OH 0,05 mol L-1, foi pipetado 0,332 mL de NH4OH 29% (V/V) para um volume de 50,00 mL de água deionizada. Foi utilizado acido clorídrico diluído para o ajuste em torno do pH 4. 2.1.9 Preparação da solução de acetato pH = 4 Foi preparado uma solução de ácido acético 0,40 mol L-1 pela diluição direta de 2,50 mL de ácido acético glacial (100%, da Merck), para um volume de 100 mL. A solução de acetato de sódio foi preparada pela pesagem de 0,82 g de acetato de sódio anidro (P.A. da Reagen) e sua posterior solubilização em água destilada. Foi preparada uma solução 0,10 mol.L-1 em balão volumétrico de 100 mL. A solução de acetato teve seu pH ajustado para 4 pela adição da solução de ácido acético 0,40 mol.L-1.

2.1.10 Preparação da solução de KNO3 0,100 mol L-1

A solução de nitrato de potássio 0,100 mol.L-1 foi preparada pela pesagem de 50,5g de nitrato de potássio dissolvido e diluído em um balão de 500mL. 3. RESULTADOS E DISCUSÕES

Os corantes foram identificados por espectrofotometria na região do visível. O corante amarelo tartrazina apresenta alta solubilidade em meio aquoso, podendo ser identificado e quantificado por espectrofotometria UV-VIS, cujo máximo de absorção localiza-se no comprimento de onda próximo a 428 nm. Na figura 1, a ABS máxima medida é de 0,123 e comprimento de onda 428 nm.

Figura 1: Espectro de absorbância da solução do corante amarelo tartrazina.

(4)

Foram realizados testes qualitativos para avaliar a capacidade de reter ou sorver o corante com a sílica em gel, lã de acrílico, disco de resina, algodão, coluna C18, espuma de poliuretana e tecido tergal verão. Destes testes os que apresentaram os melhores resultados foram: o tecido e a espuma de poliuretana.

Foi medido a absorbância da solução do corante amarelo tartrazina (0,106g.L-1) no início do experimento (ABS1). Em seguida colocou-se em um béquer 10,00 mL da solução de corante e pedaços de tecidos (tergal verão) com área próxima de 1 cm2 com massa total de 250g. Agitou-se por trinta minutos o corante com o tecido e realizou-se a nova medida de absorbância (ABS 2). Como restou ainda corante na solução, repetiu-se o processo com uma nova amostra de tecido de mesma massa e realizou-se uma nova medida (ABS 3). O tecido contendo o corante sorvido foi colocado em estufa por cerca de uma hora e meia (600C) até a secagem do material. Adicionou-se 20,00mL N-N Dimetilformamida no béquer contendo o tecido já seco para dessorver o corante do tecido e efetuou-se a medida novamente (ABS 4). Os resultados obtidos estão na tabela 1.

Tabela 1. Resultados obtidos das medidas de absorbância do corante amarelo tartrazina com tecido tergal verão.

Experiment

o ABS1 ABS2 ABS3 ABS4

1º 0,123 0,035 0,018 0,080 2º 0,123 0,044 0,014 0,092 3º 0,124 0,081 0,018 0,048

Repetiu-se o mesmo procedimento para a espuma de poliuretana e obtiveram-se os seguintes resultados apresentados na Tabela 2.

Tabela 2: Resultados obtidos das medidas de absorbância do corante amarelo tartrazina com espuma de poliuretana

Experimen to

ABS1 ABS2 ABS3 ABS4

1º 0,123 0,063 0,031 0,018

2º 0,120 0,029 0,015 0,200

3º 0,102 0,069 0,023 0,068

Os resultados iniciais sugerem que os dois materiais avaliados possuem potencial para coletar corantes de meio aquoso e que podem posteriormente serem desorvidos em solventes orgânicos.

3.1 Avaliação quantitativa da sorção dos corantes amarelo tartrazina e índigo sobre alumina

Uma alíquota de 5,00 mL do corante diluído amarelo tartrazina cuja concentração é 3,96x10-6 mol.L-1 foi passado pelo cartucho com alumina. A solução recolhida não apresentava coloração e estava aparentemente límpida. Para confirmar a ausência do corante foi feita uma medida da solução no espectrofotômetro. O resultado mostrou que não foi possível detectar a presença do corante nesta solução.

Com o objetivo de dessorver o corante retido na alumina foi passado uma outra alíquota de 5,00 mL de solução de NH4OH 0,05 mol L-1. Os valores de absorbância do corante amarelo tartrazina estão apresentados na Tabela 3. Os espectros obtidos estão representados na Figura 2. O mesmo procedimento descrito aqui foi também utilizado para o corante índigo com a concentração 4,38x10-6 mol.L-1 . A retenção do corante índigo também foi quantitativa verificada pela medida de absorbância da solução resultante passada pelo cartucho que foi praticamente igual a zero. Para a dessorção do corante índigo retido na alumina foi utilizado também uma solução de 5,00 mL de NH4OH 0,05 mol L-1. Os valores de absorbância do corante indigo estão apresentados na Tabela 4 e os espectros obtidos estão representados na Figura 3.

Tabela 3: Absorbância do corante amarelo tartrazina.

λ (nm) A1 A2 A3 300 0,039 0,011 0,0036 340 0,039 0,016 0,0038 365 0,049 0,038 0,0049 390 0,066 0,068 0,069 402 0,069 0,080 0,071 428,5 0,059 0,091 0,064 450 0,043 0,063 0,050 470 0,024 0,047 0,029 496 0,007 0,007 0,007 500 0,006 0,004 0,006 526 0,001 0,000 0,001

A1: padrão (1,00 mL de solução do corante estoque diluído em 50,00 mL de NH4OH ); A2: padrão (1,00 mL de solução do corante estoque diluído em 50,00 mL de água deionizada); A3: sorção do corante diluido com NH4OH.

(5)

Figura 2: Espectro do corante amarelo tartrazina.

Tabela 4: absorvância do corante índigo

λ (nm) A1 A2 A3 500 0,020 0,019 0,019 520 0,032 0,030 0,030 540 0,056 0,052 0,053 560 0,094 0,088 0,088 580 0,136 0,127 0,128 585 0,147 0,139 0,139 590 0,159 0,149 0,150 595 0,169 0,159 0,160 600 0,179 0,168 0,169 602 0,184 0,175 0,176 604 0,187 0,177 0,179 606 0,189 0,179 0,181 608 0,190 0,180 0,182 613,5 0,189 0,179 0,181 616 0,187 0,177 0,179 620 0,178 0,170 0,172 640 0,107 0,102 0,103 650 0,067 0,064 0,065 660 0,039 0,038 0,039 680 0,012 0,014 0,016 700 0,006 0,008 0,007

A1: padrão (1,00 mL de solução do corante estoque diluído em 50,00 mL de NH4OH ); A2: padrão (1,00 mL de solução do corante estoque diluído em 50,00 mL de água deionizada); A3: sorção do corante diluido com NH4OH.

Figura 3: Espectro do corante índigo carmim.

3.2 Cálculo da eficiência do método de sorção e posterior dessorção.

Para se calcular a eficiência do procedimento de sorção e posterior dessorção foi necessário preparar o corante em solução de NH4OH, isto porque o corante em solução aquosa apresenta um espectro diferente daquele apresentado pelo corante em solução aquosa e NH4OH ( Tabela 3 e 4 e Figura 2 e 3). A eficiência do processo foi, portanto calculada usando sempre o corante em uma mesma solução aquosa contendo a mesma quantidade da base NH4OH. Como pode ser observada nos dados da Tabelas 3 a eficiência para o corante amarelo tartrazina é cerca de 100% se considerarmos o comprimento de onda de 428,5 nm e os valores lidos para o corante são: 0,059 antes do tratamento e 0,064 após o tratamento. Para o índigo (Tabela 4) a eficiência é também cerca de 100% se considerarmos o comprimento de onda de 608 nm e os valores lidos para o corante são: 0,190 antes do tratamento e 0,192 após o tratamento. Esses resultados mostram que o procedimento aqui proposto possui alta eficiência para retenção e dessorção dos corantes. 3.3 Avaliação quantitativa da sorção da mistura dos corantes amarelo tartrazina e índigo carmim sobre alumina.

Como resultado dos testes de sorção e dessorção dos corantes trabalhados isoladamente foi bastante produtivo passamos a uma segunda etapa que é trabalhar com a mistura dos corantes. Foi feita uma diluição a partir da solução estoque de cada corante. Para cada corante pegou-se uma alíquota de 2,00 mL do corante e diluiu-se em um balão de 50,00 mL e completou-se com água deionizada. Esta solução possui concentração de 7,92x10-6 mol.L-1 para o corante amarelo tartrazina e concentração de 8,76x10-6 mol.L-1 para o corante índigo. Estas soluções foram utilizadas para prepara uma nova solução contendo ambos os corantes. Para isso misturou-se os corantes amarelo tartrazina (5,00 mL) e índigo (5,00 mL) produzindo-se uma nova solução onde cada um dos corantes apresenta metade da concentração original.

300 350 400 450 500 550 -0,01 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 0,10 A1 A2 A3 A  / nm 500 550 600 650 700 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 A1 A2 A3 A  / nm

(6)

Para testar o procedimento na mistura utilizou-se uma alíquota de 5,00 mL da solução contendo ambos os corantes. Esta alíquota foi passada pelo cartucho com alumina segundo o procedimento descrito anteriormente. A solução recolhida após a passagem no cartucho não apresentava coloração, estava límpida. Para confirmar a ausência do corante foi feito nesta solução uma medida utilizando o espectrofotômetro e observou-se através do espectro que o corante foi totalmente retido na alumina.

Para a dessorção do corante foi utilizado uma alíquota de 5,00 mL de solução de NH4OH 0,05 mol L-1. Para se conhecer a eficiência do processo foi necessário fazer uma comparação dos espectros contendo a mesma diluição dos corantes em solução aquosa de NH4OH 0,05 mol L-1 . Os valores de absorbância da mistura dos corantes amarelo tartrazina e índigo carmim estão apresentados na Tabela 5. O espectro obtido está representado na Figura 4.

Tabela 5: Absorbância da mistura dos corantes amarelo tartrazina e índigo.

λ (nm) A1 A2 370 0,061 0,077 400 0,069 0,075 410 0,072 0,071 420 0,075 0,067 425 0,076 0,065 428,5 0,076 0,063 430 0,075 0,062 445 0,069 0,053 450 0,064 0,049 460 0,052 0,040 470 0,039 0,031 480 0,025 0,022 490 0,012 0,016 500 0,007 0,013 520 0,010 0,015 540 0,023 0,024 560 0,044 0,041 580 0,067 0,060 590 0,080 0,071 595 0,087 0,077 600 0,093 0,083 601 0,098 0,087 602 0,110 0,098 606 0,112 0,100 608 0,113 0,100 615 0,112 0,099 620 0,108 0,096 627 0,097 0,086 640 0,069 0,063 650 0,048 0,045 660 0,033 0,033 680 0,021 0,023 700 0,014 0,016

Figura 4: Espectro da absorbância da mistura dos corantes amarelo tartrazina e índigo. A1 é o espectro dos corantes diluídos em solução aquosa de NH4OH e A2 é o espectro dos corantes após o tratamento.

3.4 Cálculo da eficiência do método de sorção e posterior dessorção para a mistura dos corantes. A eficiência do processo foi, portanto calculada usando sempre a mistura dos corantes em uma mesma solução aquosa contendo a mesma quantidade da base NH4OH. Como pode ser observada nos dados da Tabelas 5 a eficiência para a mistura dos corantes é cerca de 83% se considerarmos o comprimento de onda de 428,5 nm e cerca de 89% se considerarmos o comprimento de onda de 608 nm. Esses resultados mostram que o procedimento possui alta eficiência para retenção e dessorção também da mistura dos corantes.

4. CONCLUSÃO

As análises espectrofotométricas obtiveram resultados satisfatórios com uma eficiência para o corante amarelo tartrazina e índigo carmim cerca de 100% e para a mistura foi de 89% para o amarelo tartrazina e 83% para o índigo carmim.

5. REFERÊNCIAS

QUADROS, Silvana Stefanel de. Tratamento e reutilização de efluentes têxteis gerados nos tingimentos de tecidos de algodão. 2005.105 f, il.

350 400 450 500 550 600 650 700 750 0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 A (nm) A1 A2

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Dissertação (Mestrado) - Universidade Regional de Blumenau, Centro de Ciências Exatas e Naturais, Programa de Pós-Graduação em Química, Blumenau,

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Referências

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