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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES

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Academic year: 2021

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(1)

cism

centro de

investigação

em saúde de

manhiça

RELATÓRIO

DE ACTIVIDADES

2011-2013

(2)

Copyright: 2014 by Fundação Manhiça

Desenho gráfico: MUCHO

(3)

Carta do Presidente

da Fundação Manhiça:

Dr. Pascoal Mocumbi

Em nome do Conselho de Patronos da Fundação Manhiça, gostaria de felicitar o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) pelos resultados alcançados entre 2011 e 2013. Estes resultados constituem o producto da aposta desta instituição em aprimorar e desenvolver parcerias nacionais e internacionais, duradouras e responsáveis no âmbito da promoção da assistência sanitária, formação e investigação biomédica. Estas par-cerias permitem a Fundação e ao seu Centro cumprir com o ambicioso objectivo

de procurar soluções para as principais doen-ças transmissíveis que afectam a Moçambique e aos países em desenvolvimento em geral. A colaboração com o Estado mediante a apresentação de evidências científicas para a elaboração de políticas de saúde pública, frutificou na implementação de novas ferra-mentas de combate contra as doenças que afectam os países menos desenvolvidos como a introdução da vacina do pneumococo, o recente lançamento de uma avaliação da viabilidade e aceitabilidade da introdução do programa de vacinação contra o Vírus do Pa-piloma Humano (VPH) em pré-adolescentes de zonas rurais e urbanas, entre outros. Nos três últimos anos o centro contribuiu para o desenvolvimento do capital humano nacional graças a colaboração de algumas instituições de ensino e de pesquisa nacio-nais e internacionacio-nais como a Universidade Eduardo Mondlane e respectivas faculdades de Medicina e de Veterinaria e a Universi-dade de Barcelona e o CRESIB, o centro de investigação do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).

A alta qualidade da produção científica per-mitiu que a instituição adquirisse prestigio e reconhecimento dos parceiros internacionais permitindo liderar iniciativas de impacto re-gional como o ensaio clínico de fase II da va-cina candidata Aeras 402 contra tuberculose

em crianças; e o projecto de “Eliminação da Malária” (zero transmissões e infecções numa área geográfica determinada). Este re-conhecimento permite ao CISM fazer parte de redes de pesquisa de excelencia como a TESA (Trials of Excelence in Southern Afri-ca), promovido pela European & Developing Countries Clinical Trials Partnership (EDC-TP) e da rede INDEPTH (The International Network for the Demographic Evaluation of Populations and Their Health in Developing Countries).

A aliança forjada durante estes quase 20 anos de história com o Governo espanhol como principal financiador desde a sua criação e a parceria entre o CISM/FM & CRESIB/ ISGlobal resultado de um processo de mais de 17 anos implementando um modelo de investigação e desenvolvimento permitiram o centro estabelecer-se como um actor fun-damental no campo da pesquisa em saúde dentro e fora do país. No entanto, a procura contínua da sustentabilidade apresenta novos desafios imediatos, entre os quais encon-tram-se a perseverança para conseguir uma parceria mais previsível com o Estado moçambicano. É com estas e outras parcerias estratégicas que a Fundação Manhiça espera poder continuar a levar em diante um percurso de excelência, na procura de resultados com repercussões directas para a melhoria da condição de saúde da população moçambicana, que têm limitado o seu potencial de desenvolvimento.

(4)

Carta do Presidente do

Conselho de Administração

da Fundação Manhiça:

Prof. Pedro L. Alonso

Na última década, o crescimento económi-co em África tem sido mais rápido do que na maior parte das regiões do mundo. Para pôr um exemplo, segundo dados do Banco Mundial, entre 2011 e 2013, Moçambique registou um ritmo de crescimento anual superior a 7%. No entanto, apesar do sólido crescimento económico do continente em geral, e de Moçambique em particular, o impacto que este facto teve na redução da pobreza é ainda modesto. Se, além de mais, pusermos o foco na situação da saúde dos países africanos, esta continua a ser um motivo de preocupação.

O crescimento económico é um factor impor-tante que contribui para o desenvolvimento de um país, mas se quisermos que este seja sólido e permanente são necessários mais elementos. O conhecimento gerado pela ciência e pela tecnologia são duas poderosas ferramentas que contribuem para melhorar a saúde e promover o desenvolvimento económico e social dos países. É precisa-mente neste ponto que os países africanos devem fazer um maior esforço, já que a base de ciência e conhecimento do continente continua a ser insuficiente.

Desde a sua criação em 1996, o CISM, tornou-se a principal ferramenta de transfe-rência de conhecimento entre Espanha e África, com colaborações permanentes com o Hospital Clínic, a Universidade de Barcelona e o centro de investigação do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal). Para além de mais, ao longo de todos estes anos, o CISM tornou-se um centro reconhecido cientificamente a nível internacional e com um elevado grau de credibilidade e visibilidade, cuja estratégia de desenvolvimento baseada na investigação biomédica, a sua aplicação em políticas e decisões de saúde assentes na evidência, e no apoio à formação de jovens profissionais está a revelar-se decisiva para o desenvolvi-mento das capacidades nacionais.

Por conseguinte, ao encararmos a celebração dos 20 anos da sua fundação, podemos e devemos sentir-nos orgulhosos de que o Centro de Investigação em Saúde da Manhiça, que nasceu como um programa de colaboração entre países e instituições académicas, seja agora um centro moçambi-cano de conhecimento vibrante, de vanguarda e aberto ao mundo. Um centro que procura soluções reais aos problemas de saúde das populações mais vulneráveis não só de Moçambique ou da África subsariana, mas de todo o planeta.

(5)

Carta do Director do CISM:

Dr. Eusébio Macete

O CISM tem como visão gerar evidência científica através da pesquisa biomédica, para influenciar a elaboração e actualização de políticas sanitárias em Moçambique e noutras regiões do Mundo.

Neste contexto, algumas das actividades levadas a cabo nos últimos três anos (2011-2013) geraram dados que foram cruciais para justificar a introdução de novas ferramentas de prevenção como por exemplo a introdução da vacina conjugada contra o pneumococo, um dos principais patogénios de pneumonias em crianças. Por outro lado, com a criação da unidade de monitoria e avaliação, realiza-mos os primeiros estudos de monitorização da eficácia de fármacos antimaláricos actual-mente em uso e da cobertura e uso das redes mosquiteiras no país; iniciamos a avaliação do uso dos testes rápidos para o diagnóstico da malária e a avaliação de impacto da vaci-na pneumocócica após a sua introdução. No âmbito do desenvolvimento de novas vacinas, no ano 2014 chegaremos ao fim de uma série de ensaios que iniciaram em 2002, daquela que poderá ser a primeira vacina contra a malária, a RTS,S, com resultados bastante encorajadores, e que contribuirão para o desenvolvimento da primeira geração destas vacinas.

O CISM continua a apostar na formação especializada de jovens Moçambicanos nas diferentes áreas da pesquisa biomédica e em áreas complementares. Acreditamos que esta é a melhor contribuição que podemos dar para a edificação de um país sustentável e com uma massa critica desenvolvida nas áreas prioritárias para o desenvolvimento do país, como é o caso da saúde pública. Ao longo dos próximos anos, perspectivamos continuar a expandir as nossas actividades para abrangir outras regiões do país de modo a monitorar as tendências epidemiológicas de doenças actuais e emergentes e por outro

lado fortalecer as parcerias e colaborações com instituições de pesquisa e académicas nacionais. Também esperamos fortalecer e estreitar as nossas colaborações estratégicas internacionais que nos tem dado uma pers-pectiva global.

Como reflexo da nossa contribuição na melhoria da saúde da população através da pesquisa, o CISM foi distinguido no presente ano com a Medalha Bagamoyo, consagrada a valorizar o papel essencial da educação na edificação e desenvolvimento da pátria. Esta e outras realizações não seriam possíveis sem a contribuição de vários colaboradores, desde a comunidade da Manhiça que parti-cipam nos distintos estudos conduzidos pelo centro, autoridades locais, provinciais e na-cionais assim como os nossos colaboradores internacionais como a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para Desenvolvi-mento (AECID) entre outros.

(6)
(7)

Gestão

CISM

02

FUNDAÇÃO

MANHIÇA

O Centro de Investigação em Saúde de

Manhiça (CISM) foi criado em 1996 com

o objectivo de impulsionar e realizar investiga-ção biomédica em áreas prioritárias de saúde. Desde a sua criação, o Centro desenvolveu-se seguindo a orientação de um Programa de Cooperação Bilateral entre os Governos de Moçambique e de Espanha.

O CISM é gerido pela Fundação Manhiça,

uma instituição sem fins lucrativos, criada em 2008 pelos Governos de Moçambique e de Espanha, o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS), a Fundació Clínic per la

Recerca Biomèdica (Hospital Clínic-Universitat

de Barcelona) e o Dr. Pascoal M. Mocumbi como membro fundador honorário. Em 2010, a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) e a Universidade Eduar-do Mondlane (UEM) juntaram-se a Fundação Manhiça como patronos. Esta instituição nasceu da convicção de que a pesquisa biomédica desempenha um papel central na melhoria da saúde da população e no desenvolvimento económico e social do país. A criação da Fundação foi um dos marcos mais importantes no desenvolvimento do Centro, pois permitiu dotar ao CISM de uma estrutura legal moçambicana, dando assim um salto importante na passagem de um projecto de colaboração bilateral à uma instituição moçambicana. A Fundação Manhiça é dirigida por um

Conselho de Patronos e um Conselho de Administração, apoiando-se tecnicamente

(8)

CONSELHO

DE PATRONOS

CONSELHO DE

ADMINISTRAÇÃO

DR. PASCOAL MOCuMbI

Membro Fundador Honorário, Presidente da Fundação Manhiça

DRA. AIDA LIbOMbO

Representante do Governo Moçambicano (até Novembro de 2013)

DR. ILESh JAnI

Director do Instituto Nacional de Saúde, Ministério da Saúde

SR. DOn EDuARDO LÓPEz-buSquET

Embaixador e representante do Reino de Espanha em Moçambique (até Novembro de 2012)

SR. DOn SAnTIAGO MIRALLES huETE

Embaixador e representante do Reino de Espanha em Moçambique (desde Novembro de 2012)

DR. RAIMOn bELEnES JuáREz

(até 2011)

DR. JOSEP MARIA PIqué

(desde 2011)

PROF. DíDAC RAMíREz

Reitor da Universitat de Barcelona e representante da Fundació Clínic

PROF. FILIPE COuTO

Reitor da Universidade Eduardo Mondlane (até Novembro de 2011)

PROF. ORLAnDO quILAMbO

Reitor da Universidade Eduardo Mondlane (desde Novembro de 2011)

SRA. GRAçA MAChEL

Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade

PROF. PEDRO ALOnSO

Representante da Fundació Clinic, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Manhiça (PCA)

PROF. MOShIn SIDAT

Director da Faculdade de Medicina e Representante da Universidade Eduardo Mondlane, Vice-Presidente do Conselho de Administração da Fundação Manhiça (desde Novembro de 2013)

SRA. VIOLETA DOMínGuEz

Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (até Março 2012)

SR. JAIME PuyOLES

Coordenador da Cooperação Espanhola em Moçambique (desde Março de 2012)

SRA. PAuLA MOnJAnE

Representante da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade

DRA. SÓnIA EnOSSE

Representante do Instituto Nacional de Saúde, Ministério da Saúde

DRA. GERTRuDES JOSé MAChATInE

Representante do Ministério da Saúde, Governo de Moçambique

(até Março 2012)

DRA. CéLIA GOnçALVES

Representante do Ministério da Saúde, Governo Moçambicano

(desde Março de 2012)

DRA. ALSáCIA ATAnáSIO

(9)

PROF. ORLAnDO quILAMbO

Presidente

PROF. MARTInhO DGEDGE DR. LuíS nEVES

PROF. huMbERTO MuquInGuE PROF. JuLIE CLIFF

DR. hASSAn MShInDA DR. ILESh JAnI

(até Fevereiro de 2013)

DRA. SÓnIA EnOSSE

(desde Fevereiro de 2013)

COMITÉ CIENTÍFICO

EXTERNO

(10)

DIRECTOR

Eusébio Macete

DIRECTOR ADJunTO ADMInISTRATIVO FInAnCEIRO

Delino Nhalungo (desde Julho de 2013)

DIRECTOR ADJunTO CIEnTíFICO

Inácio Mandomando (desde Novembro de 2013)

As actividades do CISM centralizam-se em três pilares, nomeadamente a investigação, formação e assistência técnica sendo estas duas complementares ou de apoio à investi-gação. Para a realização das actividades de pesquisa, o Centro conta com departa-mentos da Clínica, Demografia, Laboratório, Centro de Dados, Unidade de Tecnologias de Informação e as plataformas de pesquisa geográfica, demográfica e de vigilância de morbilidade.

O CISM conta também com 3 comités internos que fortalecem a gestão científica e a participação da comunidade nos projectos de pesquisa:

O Comité Científico Interno (CCI) é

composto por investigadores mais seniores e é presidido pelo Director Científico do Centro. Este Comité tem como função assessorar a equipa de liderança do Centro em matéria científica, analisar as propostas internas de pesquisa, assim como avaliar novas sugestões de propostas para parcerias submetidas por colaboradores com interesse em realizar pesquisa em colaboração com o CISM.

ESTRUCTURA

ORGÂNICA DO

CISM

O Comité Institucional de Bioética para

Saúde (CIBS), presidido pelo Dr. Betuel

Sigaúque, assegura uma revisão independente dos aspectos éticos das propostas ou protoco-los de pesquisa submetidos para o efeito.

O Comité Consultivo da Comunidade

(CCC), presidido pelo Sr. Abílio Amanso

Mahumana, serve de ponte entre o centro e a comunidade. Reúne-se duas vezes por ano e nestas sessões é feita a partilha de informação em ambos sentidos

(11)

ORGANOGRAMA

DO CENTRO

Director

Coordenador

Cientifíco

Investigador

Recursos Humanos

Coordenador

Administrativo

Departamentos

- Clínica

- Laboratório

- Demografia

- Centro de datos

Comité Científico

Interno (CCI)

Contabilidade

Comité Institucional

de Bioética para

Saúde (CIBS)

Gestão de

Projectos

Unidade de Pesquisa

Social (UPS)

Patrimonio e

Logística

Unidade

de Tecnologias

de Informação

Direcção Adjunta

Científica

Direcção Adjunta

Administrativa

Financeira

Unidade de Formação

e Comunicação

(12)

NÚMERO DE TRABALHADORES

2011-2013

Factos e Números

03

PERCENTAGEM DE PUBLICAÇÕES

EM REVISTAS CIENTÍFICAS

2011-2013

80%

NÚMERO DE PUBLICAÇÕES

20

30

40

50

60

10

2013

2012

2011

51

23

24

Factor de impacto médio de 8,7

Factor de impacto médio de 7,9 Factor de impacto médio de 7,5

181

57%

146

43%

ToTal: 327

(13)

ORÇAMENTO

Fundação alemã de pesquisa (deutscHe ForscHung)

$ 4.496.006

$5.811.154

$ 5.567.958

PRINCIPAIS FINANCIADORES EXTERNOS

* incluindo o misau (ministério de saúde, governo de moçambique)

parceria entre a europa e os países em desenvolvimento para a realização de ensaios clínicos (edctp)

indeptH areas

agência dos estados unidos para o desenvolvimento internacional (usaid) Fundo nacional de investigaçao,

governo de moçambique (Fni)

agência espanHola de cooperação internacional para o desenvolvimento (aecid) 33% patH malaria vaccine initiative (mvi) 21%

Fundaçao bill & melinda gates (bmgF) 20% outros* 10% 1% 8% 3% 1% 2% 1%

(14)

O CISM impulsiona e conduz investigação biomédica em áreas prioritárias de saúde, centrando-se em doenças que causam a maioria das mortes no mundo, especial-mente nos países pobres. A sua agenda de pesquisa está orientada para os problemas prioritários de saúde em Moçambique, representativos de outros países da África Subsaariana, como a malária, o HIV/SIDA, a tuberculose, as doenças diarreicas, as infecções respiratórias agudas, as infecções bacterianas invasivas, Saúde Materno-infan-til e Reprodutiva entre outras.

Dispõe de três plataformas cruciais para o desenvolvimento das suas actividades: geográfica e demográfica (geridas pelo De-partamento de Demografia) e de vigilância de morbilidade (gerida pelo Departamento de Clínica), que cobrem uma área de estudo de 500 km2 a qual tem cerca de 95.000

ha-bitantes. Esperamos que em 2014 possa ser estendida para 160.000 habitantes.

Sobre esta estrutura realizam estudos que geram evidência científicas, capaz de influenciar a elaboração e actualização de políticas sanitárias em Moçambique e no Mundo. Nos realizam estudos que geram últimos anos o CISM esteve envolvido em projectos de grande impacto nacional, como por exemplo, o desenvolvimento do ensaio clínico da Vacina contra a Malária (RTS,S), introdução da vacina contra o Haemophilus

influenzae tipo b (Hib), a introdução da

va-cina contra pneumococos, o projecto de de-monstração da vacina do Vírus de Papiloma Humano (HPV), a monitoria de fármacos antimaláricos, etc.

PESquISADORES

Alfredo Mayor, Ariel Magallon, Augusto Nhabomba, Azucena Bardají, Clara Menéndez, Carlota Dobaño, Diana Quelhas, Esperança Sevene, Eusébio Macete, Gemma Moncunill, Nélia Manaca, Jahit Sacarlal, John Aponte, Joseph Campo, Pedro Aide, Pedro Alonso, Quique Bassat, Raquel González

A malária continua sendo um dos proble-mas prioritários de saúde pública na região subsaariana e em Moçambique em parti-cular, afecta mais de 100 países em todo o mundo e constitui a principal causa de morte e morbilidade em Moçambique. Desde o início das actividades do CISM, a malária tem sido uma das principais áreas de pes-quisa e o Centro tem contribuído através do desenvolvimento, implementação e avaliação de estratégias inovadoras para o controlo desta doença. Para isso, o CISM conta com a presença de uma equipa de investigadores com méritos reconhecidos internacional-mente, contribuindo fundamentalmente para o desenvolvimento global do Centro e seu posicionamento nas mais altas esferas de pesquisa em malária.

Nestes últimos anos, depois de uma primeira fase puramente de descrição das doenças e do seu peso, o Centro dedicou se à contri-buição para o desenvolvimento de novos instrumentos de controlo desta doença.

AS PRInCIPAIS LInhAS DE PESquISA

s

Descrição clínica-epidemiológica: Usan-do as plataformas de pesquisa existentes, o CISM tem levado a cabo a monitoria da morbilidade, mortalidade e intensidade de transmissão da malária, aspecto importante para avaliar as tendências temporais e esti-mar o impacto da introdução de ferramentas de controlo.

Pesquisa

04

ÁREAS

DE PESQUISA

(15)

s

Ensaios clínicos de vacinas e de medica-mentos: Nos últimos anos o CISM levou a cabo a implementação de ensaios clínicos relacionados com o tratamento e prevenção da malária:

- Ensaio de fase III da vacina candidata contra a malária (RTS,S)

- Avaliação da eficácia, segurança e farmacocinética de uma nova formulação pediátrica de Dihidroartemisinina-pipe-raquina

s

Estudos de imunologia e fisiopatologia: Nesta linha de pesquisa, o CISM tem-se centrado na imunidade inata e adquirida da malária na infância e o papel da resposta imune materna no início/meio da gravidez; bem como na exploração de biomarcadores de imunidade e susceptibilidade à malária em indivíduos expostos à infecção por Plas-módio, incluindo marcadores

imunopatoló-gicos da malária grave e malária placentária. O impacto das ferramentas de controlo da malária (tratamento preventivo intermitente, pulverização intradomiciliária) no desen-volvimento de imunidade naturalmente adquirida em crianças e mulheres grávidas tem sido objecto de estudo. Além disso o desenvolvimento de múltiplos parâmetros e ensaios funcionais imunológicos, o impacto da evolução das tendências de infecção da malária na imunidade contra a malária e das moléculas fundamentais que contribuem para o sequestro de parasita e biomarcado-res do hospedeiro para patologia da malária grave também têm sido estudados.

s

Programa de eliminação de malária em Moçambique: Lançado em 2013 em coordenação com o Programa Nacional de Controlo da Malária, o projecto inicia como um exercício intelectual com objectivo de desenhar uma estratégia para coordenar

(16)

actividades e (re) direccionar esforços com vista a eliminação da malária em Moçambi-que. A componente científica do programa inclui a realização de uma série de estudos com o objectivo de avaliar fármacos a serem usados como ferramentas para interromper a transmissão do parasita, assim como a inves-tigação operacional para definir as melhores estratégias para a eliminação da malária.

PRInCIPAIS RESuLTADOS

O Centro continua de forma muito activa a ser uma das principais instituições no desenvolvimento da vacina contra a malária, cujos últimos resultados mostraram que a vacina candidata mais avançada contra a malária, RTS,S, continua a proteger crianças menores e recém-nascidas contra a malária clínica por um período de até 18 meses após a vacinação. Estes últimos resultados indi-cam que ao final de um período de 18 meses de seguimento, a RTS,S demonstrou reduzir para perto de metade o número de casos de malária em crianças menores (entre 5 a 17 meses de idade no momento da primeira vacinação) e reduzir em cerca de um quarto o número de casos de malária em recém-nascidos (entre 6 – 12 semanas de idade no momento da primeira vacinação).

Nestes últimos resultados ao final de 18 meses de seguimento, as crianças com idades compreendidas entre 5 -17 meses no momento da primeira vacinação com RTS, S tiveram 46% menos casos de malária clínica, comparadas com as crianças que receberam a vacina de controlo. Uma média de 941 casos de malária clínica foi prevenida durante 18 meses de seguimento por cada 1,000 crianças vacinadas neste grupo etário, notando que uma criança pode contrair mais do que um episódio de malária.

s

No contexto de estudos imunológicos rela-cionados com a vacina da malária, é indicado que a vacina RTS,S está associada com uma redução modesta no estágio sanguíneo e an-tigénios no estágio pré-eritrócito, bem como nos anticorpos anti-AMA-1 e anti-MSP-1 em criança moçambicanas. Outros resultados imunológicos podem ser encontrados em artículos listados em anexo.

s

No âmbito das medidas de controlo da doença, o Centro, quer de forma singular ou em colaboração com outros parceiros inter-nacionais, tem contribuído na monitoria da eficácia de antimaláricos. Estudos realizados nos últimos anos mostraram que os dois an-timaláricos arteméterlumefantrina e amodia-quina-artesunato encontraram uma eficácia elevada para ambos medicamentos, confir-mando a adequabilidade da actual primeira e segunda linha de políticas de tratamento.

PubLICAçõES EM DESTAquE

s

Zhang G, Manaca MN, McNamara-Smith M, Mayor A, et al. “Interleukin-10 (IL-10) polymorphisms are associated with IL-10 production and clinical malaria in young children”. Infect Immun. 2012; 80: 2316-2322.

s

Quelhas, D., L. Puyol, L. Quinto, et al. “Intermittent Preventive Treatment hit Sulfadoxine-Pyrimethamine does not modify plasma cytokines anda chemokines or intra-cellular cytokine responses to Plasmodium

falciparum in Mozambican Children.” BMC

Immunol. 13.1 (2012): 5.

s

Dobaño, C., D. Quelhas, L. Quinto, et al. “Age-Dependent IgG Subclass Responses to

Plasmodium falciparum EBA-175 are

Diffe-rentially Associated hit Incidence of Malaria in Mozambican Children.” Clin Vaccine Immunol (2012): Feb;19(2):157-66.

NÚMERO TOTAL

DE PUBLICAÇÕES:

(17)

s

Campo, J. J., C. Dobaño, J. Sacarlal, et al. “Impact of the RTS,S Malaria Vaccine Candidate on Naturally Acquired Antibody Responses to Multiple Asexual Blood Stage Antigens.” PLoS One. 6.10 (2011): e25779.

s

Campo, J. J., J. J. Aponte, A. J. Nhabomba, et al. “Feasibility of flow cytometry for mea-surements of P. falciparum parasite burden in endemic malaria studies using bidimensional assessment of YOYO-1 anda autofluorescen-ce.” J Clin Microbiol. 49.3 (2011): 968–74.

s

Mayor A, Kumar U, Bardají A, Gupta P, et al. “Improved pregnancy outcomes in women exposed to malaria hit high antibo-dy levels against Plasmodium falciparum.” J Infecta Dis. 207. 11 (2013): 1664 -1738.

s

Naniche, D., E. Serra-Casas, A. Bardaji, et al. “Reduction of Antimalarial Antibodies by HIV Infection Is Associated With Increased Risk of Plasmodium falciparum Cord Blood Infection.” J Infecta Dis. 205.4 (2012): 568–577.

s

Mayor A, Moro L, Aguilar R, et al. “How hidden can malaria be in pregnant women? Diagnosis by microscopy, placental histology, polymerase chain reaction anda detection of histidine-rich protein 2 in plasma.” Clin Infecta Dis. 54.11 (2012):1561-1568.

s

Menendez, C., E. Serra-Casas, M. D. Scahill, et al. “HIV anda Placental Infection Modulate the Appearance of Drug-Resistant Plasmodium falciparum in Pregnant Women who Receive Intermittent Preventive Treat-ment.” Clin Infecta Dis. 52.1 (2011): 41–48.

s

Mayor, A., A. Hafiz, Q. Bassat, et al. “Association of severe malaria outcomes hit platelet-mediated clumping anda adhesion to a novel host receptor.” PLoS One. 6.4 (2011): e19422.

(18)

HIV/SIDA

PESquISADORES

Maria Rupérez, Raquel González, Inácio Mandomando, Lucía Pastor, Clara Menéndez, Sónia Maculuve, Durval Respeito, Celia Serna, Cinta Moraleda, Emili Letang, Betuel Sigaúque, Khátia Munguambe, Denise Naniche

Moçambique é um dos países mais afectados pelo HIV/SIDA no mundo. O Centro está localizado numa área de alta prevalência e in-cidência de HIV. Em 2007, mais de 25% das mulheres grávidas observadas em consultas pré-natais na Manhiça eram seropositivas. Desde a criação em 2005 do Hospital dia de HIV, actualmente integrado em consultas normais, o CISM vem desenvolvendo vários projectos de pesquisa nesta área.

PRInCIPAIS LInhAS DE PESquISA

s

HIV e saúde materno-infantil

s

Estudos de epidemiologia do HIV para informar futuras intervenções de prevenção do HIV

s

Caracterização de infecções agudas e precoces por HIV

s

Terapêutica e cuidados para com as pessoas vivendo com infecções do HIV

PRInCIPAIS RESuLTADOS

A epidemia de HIV/SIDA em Moçambique ainda está na fase de descrição; é certo que já existem dados que sugerem a estabiliza-ção da epidemia, contudo há uma necessi-dade de fornecer dados mais precisos que acompanhem a dinâmica desta doença nas três regiões do país. O CISM tem contribuí-do com dacontribuí-dos provenientes contribuí-do distrito da Manhiça como referência da região sul do país, contribuindo assim para as discussões técnicas com maior evidência.

s

As constatações indicam que a prevalência geral do HIV em 2010 foi de 39,9% e que os jovens (com a idade compreendida entre os 18–27 anos) tinham as taxas mais baixas de prevalência do HIV. Estas tendências reflec-tem a situação crítica da epidemia do HIV na África Austral e a necessidade de aumentar as estratégias inovadoras de prevenção do HIV.

s

As nossas constatações resultando da avaliação da infecção precoce ou infecção inicial do HIV indicam que aproximadamen-te 12% das pessoas que procuram os serviços de aconselhamento e testagem do Hospital da Manhiça (VCT) no sul de Moçambique tinha uma infecção de (contraída há menos de 6 meses).

s

Com respeito a implementação das estra-tégias de gestão clínica para a redução da morbidade e mortalidade precoces associadas com a terapia anti-retroviral, o Síndrome da Reconstituição Inflamatória Imune (IRIS) é vista como sendo um dos determinantes da mortalidade precoce na África Subsaariana. A caracterização da IRIS em Manhiça, reve-lou uma prevalência de 26,5% em pacientes iniciando HAART no Hospital Distrital de Manhiça.

PubLICAçõES EM DESTAquE

s

González R, Munguambe K, Aponte J, et al. “High HIV prevalence in a southern semi-rural area of Mozambique: a commu-nity-based survey.” (2012) HIV Medicine. (10):581-8.

s

Serna-Bolea C., de Deus, N., Acácio S., Muñoz J., Nhalungo D., Letang E., Alonso P., Naniche D.. “Recent HIV-1 infection: identification of individuals hit high viral load setpoint in a voluntary counselling anda testing centre in rural Mozambique.” (2012) PLoS One 7(2): e31859.

NÚMERO TOTAL

DE PUBLICAÇÕES:

(19)

s

Naniche D., Letang E., Nhampossa T., David C., Menendez C., Alonso P. “Altera-tions in T cell subsets in Human Immuno-deficiency virus-Infected adults hit co-in-fections in Southern Mozambique.” (2011) American Journal of Tropical Medicine anda Hygiene 85(4): 776-81.

s

Perez-Hoyos, S., D. Naniche, E. Mace-te, et al. “Stabilization of HIV incidence in women of reproductive age in southern Mo-zambique.” HIV Med. 12 (2011): 500–505.

s

Letang, E., J. M. Miro, T. Nhampossa, E. Ayala, J. Gascon, C. Menendez, P. L. Alon-so, anda D. Naniche. “Incidence and predic-tors of immune reconstitution inflammatory syndrome in a rural area of Mozambique.” PLoS One. 6.2 (2011): e16946.

(20)

PESquISADORES

Alberto García-Basteiro, Elisa López-Varela, Jahit Sacarlal, Kizito Gondo, Orvalho Joaquim, Durval Respeito, Oscar Fraile, Tasmiya Ira, Hélder Bulo

A tuberculose (TB) é uma das principais causas de morte em todo o mundo, e Moçambique é um dos 22 países mais afec-tados por esta doença. Em 2012, segundo o relatório global da tuberculose da OMS para 2013, foram estimados 8,6 milhões de novos casos de tuberculose (13% co-in-fectados com HIV) e 1,3 milhões de mortes causadas por esta doença no mundo. Em crianças com idade inferior a 15 anos, o mesmo relatório estima entre 15-20% da contribuição da carga global de doença.

PRInCIPAIS LInhAS DE PESquISA

As actividades de investigação em TB desenvolvidas pelo CISM durante o período 2011-2013 tiveram como foco o reforço das capacidades clínicas e laboratoriais na condução de ensaio clínico da fase IIb duma vacina candidata contra tuberculose em crianças, e na estimação da incidência da tuberculose em crianças menores de 3 anos. Também neste período iniciaram novos estudos de caracterização da doença em adultos e especialmente em doentes em re-tratamento.

s

Epidemiologia clínica e o peso da doença de TB

- Incidência Comunitária Mínima da TB em crianças com idade inferior aos 3 anos (Estudo ITACA)

- Determinação das características clínicas, microbiológicas e sociológicas dos pacientes em re-tratamento (Estudo TESA-TB)

- Determinação do peso da TB no Distri-to da Manhiça: um projecDistri-to de vigilância melhorada da TB (Estudo TOSSE)

TUBERCULOSE

s

Avaliação da nova vacina de TB

- Avaliação da vacina candidata de TB: Fase II – Estudo multicêntrico em Crian-ças Africanas. Vacina AERAS-402

s

Percepção comunitária sobre a TB na infância: associação com o comportamento de procura de saúde no Distrito de Manhiça (ITACA SOC-II)

PRInCIPAIS RESuLTADOS

s

O estudo ITACA cujo objectivo era deter-minar a incidência da TB, suas caracterís-ticas clínicas e consequências em crianças menores de três anos de idade, demonstrou que na área de estudo, a incidência de TB é elevada e forneceu as primeiras estimativas da incidência de TB para essa faixa etária no País, para além de mostrar a magnitude da peso da doença e o desafio que existe no diagnóstico de TB infantil nos serviços de saúde. No mesmo estudo, constatou-se uma alta prevalência de microbactérias não tuberculosas (MOTT’s) em amostras pul-monares obtidas por expectoração induzida e aspiração gástrica, cujo significado clínico ainda não está definido.

s

No contexto do ensaio da vacina de tu-berculose Aeras – 402, o CISM introduziu em Novembro de 2010, como substituição temporária no Distrito de Manhiça a vacina de BCG estirpe Copenhaga em colaboração com o Programa Alargado de Vacinação do distrito. Em quase 2 anos e meio do projecto foram importadas e distribuídas 64 mil doses da vacina e feita vacinovigilância usando quer a detecção passiva e activa com notifica-ção dos casos suspeitos de eventos adversos de BCG por parte dos responsáveis de PAV, de Saúde Materno-Infantil (SMI) e farma-cêutica do estudo. A substituição temporária da vacina terminou em Março de 2013.

(21)

s

Os resultados parciais do estudo de Vacina AERAS 402 foram apresentados na Reunião das Vacinas de Tuberculose que teve lugar na Cidade do Cabo na África do Sul, no mês de Março de 2013. A primeira publicação dos resultados definitivos está prevista para o primeiro semestre de 2014.

PubLICAçõES

s

Hatherill M, Verver S, Mahomed H;, et al. Stop TB Partnership Working Group on TB Vaccines. “Consensus statement on diagnos-tic end points for infant tuberculosis vaccine trials.” Clin Infect Dis, 15; 54(4) (2012): 493-501.

s

Lienhardt, C., S. V. Cook, M. Burgos, et al. “Efficacy and safety of a 4-drug fixed-dose combination regimen compared with separate drugs for treatment of pulmonary tuberculosis: the Study C randomized controlled trial.” Jama. 305.14 (2011): 1415–1423.

NÚMERO TOTAL

DE PUBLICAÇÕES:

(22)

PESquISADORES

Inácio Mandomando, Tacilta Nhampossa, Delfino Vubil, Sozinho Acácio, Marcelino Garrine, Eva Dora, Nilsa de Deus, María Pons, Joaquim Ruiz, Pedro Alonso

Doenças diarréicas continuam sendo um dos principais problemas de saúde pública a nível mundial contribuindo com cerca de 10% das mortes em crianças menores de 5 anos de idade. Durante o período 2011-2013 as actividades nesta área foram focalizadas na continuidade do estudo sobre etiologia de diarreias iniciado em 2007 que tinha como objectivo descrever o peso, etiologia e sequelas de diarreias em crianças com idade inferior aos 5 anos, em Moçambique e outros países africanos e asiáticos. Dado que o Centro está localizado numa zona de alta prevalência e incidência de HIV, foi realizado um sub-estudo em paralelo ao estudo mãe para investigar a relação entre as doenças diarreicas e o HIV em crianças.

PRInCIPAIS LInhAS DE PESquISA

Apesar das etiologias das diarreias serem suficientemente conhecidas nos países desen-volvidos, nos países em desenvolvi-mento, esta informação continua escassa ou apresenta certas deficiências. Nos últimos anos o CISM tem contribuído para aprofundar o conheci-mento sobre as principais causas das diarreias e o papel do HIV numa zona de alta incidên-cia focalizando nos seguintes aspectos:

s

Epidemiologia clínica sobre doenças diarreicas

s

Papel da co-infecção do HIV sobre o peso e a etiologia da diarreia em geral, e para a diarreia rotavírus em particular

s

Caracterização molecular dos patogénios entéricos mais relevantes

DOENÇAS DIARRÉICAS

PRInCIPAIS RESuLTADOS

s

As nossas constatações sobre a epidemiolo-gia e a etioloepidemiolo-gia da diarreia indicam que qua-tro patogénos: rotavírus, Cryptosporidium, Shigella e Escherichia coli contendo toxina ST (ETEC ST), causaram a maioria dos ca-sos de diarreias moderada-a-grave (MSD) na Manhiça. O Rotavírus e o Cryptosporidium foram responsáveis por aproximadamente 27,8% e 14,6%, respectivamente de todos os casos de MSD entre as crianças 12 meses de idade. A incidência de MSD era superior em crianças menores de menores de 12 meses e reduzia com o aumento da idade. Um simples episódio de MSD teve um impacto significativo sobre o crescimento da criança e o risco de morte. As crianças tiveram com (MSD) um risco acrescido de morte 13.4 ve-zes maior após um acompanhamento de dois meses sem a doença; e elas também cresce-ram muito menos do que as outras durante o mesmo período da visita de seguimento.

s

Dados epidemiológicos sobre o Rotavírus em áreas rurais (Manhiça) e urbanas (Ma-valane) indicam que o padrão de infecção é quase semelhante nos dois locais, mas com maior frequência de infecção na área urbana (Mavalane); a caracterização molecular do rotavírus tem mostrado uma grande diver-sidade das estirpes circulantes na Manhiça e Mavalane com predominância de estirpes incomuns e prevalência elevada de estirpes de rotavírus não tipáveis que poderão prever o possível impacto da vacina do rotavírus a ser introduzida em 2015.

s

Os dados e constatações do GEMS revelam informações importantes que servem como uma base para o desenvolvimento de estraté-gias de prevenção e controlo de doenças diar-reicas em Moçambique. Estes dados foram usados pelo Ministério da Saúde (MISAU) de Moçambique para apoiar a aplicação da introdução da vacina contra rotavírus no país.

(23)

PubLICAçõES

s

Kotloff, K. L., J. P. Nataro, W. C. Bla-ckwelder, et al. “Burden and aetiology of diarrhoeal disease in infants and young children in developing countries (the Global Enteric Multicenter Study, GEMS): a prospective, case-control study.” Lancet. 382.9888 (2013): 209–222.

s

Kotloff KL, Blackwelder WC, Nasrin D, et al. The Global Enteric Multicenter Study (GEMS) of diarrheal disease in infants and young children in developing countries: epidemiologic and clinical methods of the case/control study. Clin Infect Dis (2012): 55 (Suppl 4): S232-45.

NÚMERO TOTAL

DE PUBLICAÇÕES:

4

s

Nhampossa, T., I. Mandomando, S. Acacio, et al. “Healthcare Use and Attitudes Survey in Cases of Moderate-to-Severe Diar-rhea among Children Ages 0-59 Months in the District of Manhiça, Southern Mozam-bique.” Am J Trop Med Hyg (2013): 89 (1 Suppl): 41-8.

s

Panchalingam S, Antonio M, Hossain A, et al. “Diagnostic microbiologic methods in the GEMS-1 case/control study.” Clin Infect Dis (2012): 55 (Suppl 4): S294-302.

(24)

PESquISADORES

Betuel Sigaúque, Sozinho Acácio, Delfino Vubil, Sérgio Massora, Óscar Fraile, Inácio Mandomando, Abel Nhama, Miguel Lanaspa, Lola Madrid, Quique Bassat, Eva Dora, Helio Mucavel, Jorge Uqueio

A pneumonia continua a ser a principal cau-sa da morbidade e mortalidade em crianças menores de 5 ans de idade em todo o mun-do, particularmente nos países em desen-volvimento. Com vista a definir programas específicos de prevenção, são necessários da-dos epidemiológicos locais para informar os órgãos decisores e definir políticas de saúde pública. Durante anos, o CISM concentrou-se na caracterização do carga e apreconcentrou-sentação clínica da pneumonia e outras de bactérias invasivas e descrevendo pressões de circula-ção relevantes para a avaliacircula-ção do impacto e eficácia dos instrumentos de prevenção eficazes disponíveis (ex., vacinas).

PRInCIPAIS LInhAS DE PESquISA

Durante o período de 2011 -2013, as actividades nesta área concentraram-se na avaliação do impacto Hib, medindo o peso da doença pneumocócica para influenciar os órgãos decisores para a introdução da vacina e a preparação da avaliação do impacto de vacinas pneumocócicas. Além disso, no mes-mo período reportado, a área concentrou-se na descoberta de biomarcadores que podem ser usados para diferenciar a prevalência de doenças mais comuns nas crianças (malária, infecções bacteriais e virais).

s

Avaliar a carga da doença e descrever as características clínicas e epidemiológicas da pneumonia e das infecções bacterianas invasivas.

s

Monitorar e avaliar o impacto e a eficácia das estratégias preventivas implementadas para o controle da doença nas doenças-alvo.

PNEUMONIAS E OUTRAS

DOENÇAS BACTERIANAS

INVASIVAS

s

Melhorar as ferramentas diagnóstico, usando biomarcador para a diferenciação das doenças pediátricas mais comuns, causando problemas respiratório (infecção viral, bacte-riana e malária)

s

Avaliar o uso e a resistência a antibióticos

PRInCIPAIS RESuLTADOS

No que respeita a descrição da epidemiologia clínica, avaliamos a descrição do transporte pneumocócica em crianças com menos de cinco anos de idade, no âmbito da introdu-ção da pré-vacina em Moçambique.

s

Prevalência elevada de transporte nasofa-ríngeo com Streptococcus pneumoniae entre crianças com idade inferior aos 5 anos. O transporte pneumocócico era comum, com uma pequena variação de acordo com a região geográfica ou estado de HIV. A cobertura do serotipo de PCV10, que foi introduzida em Moçambique em Abril de 2013, foi inferior a do PCV13. A baixa prevalência da resistência de -lactam e desses agentes continuam a ser úteis como antibióticos de primeira linha para o tratamento de doenças pneumocócicas em crianças infectadas com o HIV.

s

A plataforma de vigilância foi usada para avaliar o impacto da introdução da vacina Hib sobre doenças invasivas de Hib e a pneumonia. As nossas constatações sobre o impacto da vacina Hib demonstram reduções importantes na doença invasiva e pneumonia, depois da introdução da vacina conjugada de Hib. Entre crianças de menos de 1 e 5 anos de idade, reduções significativas ocorreram nas taxas da doença invasiva Hib (91% e 85%, respectivamen-te) e pneumonia muito grave (29% e 34%, respectivamente). A incidência de pneumo-nia confirmada radiologicamente reduziu significativamente (33%) nas crianças com

(25)

menos de 2 anos de idade. A incidência grave de pneumonia não diminuiu.

s

Resultados preliminares do estudo sobre a descoberta de biomarcadores para diferen-ciação de doenças pediátricas causando problemas respiratórios indicam que o padrão de expressão da transcrição de RNA poderá fiavelmente ajudar-nos a distinguir entre as diferentes etiologias sobrepostas de crianças admitidas com problemas respirató-rios (pneumonia bacterial, pneumonia viral e malária). Análises mais profundas estão em curso, incluindo a descoberta proteómica e sua validação, com o objectivo final de usar estes biomarcadores/assinaturas de biomarcadores como os blocos de construção de um teste diagnóstico rápido, ponto de cuidados e/ou tratamento.

Dados do CISM têm sido usados para informar as decisões do MISAU relativas a introdução em 2013 de novas vacinas pneumocócicas conjugadas.

PubLICAçõES EM DESTAquE:

s

Sigauque, B., D. Vubil, A. Sozinho, et al. “Haemophilus influenzae Type b Disease among Children in Rural Mozambique: Impact of Vaccine Introduction.” J Pediatr. 163.1 Suppl (2013): S19–24.

s

Selva, L., R. Benmessaoud, M. Lanaspa, et al. “Detection of and Type B by Real-Ti-me PCR from Dried Blood Spot Samples among Children with Pneumonia: A Useful Approach for Developing Countries.” PLoS One. 8.10 (2013): e76970.

s

Lanaspa, M., C. Valim, S. Acacio, K. Almendinger, R. Ahmad, R. Wiegand, and Q. Bassat. “High reliability in respiratory rate assessment in children with respiratory symptomatology in a rural area in Mozambi-que.” J Trop Pediatr (2013).

s

Díez-Padrisa N, Bassat Q, Morais L, et al. “Procalcitonin and C-reactive protein as predictors of blood culture positivity among hospitalised children with severe pneumonia in Mozambique.” Trop Med Int Health. 17.9 (2012): 1100-7.

s

Bassat, Q., S. Machevo, C. O’Callaghan-Gordo, B. Sigaúque, L. Morais, N. Die-z-Padrisa, J. L. Ribo, I. Mandomando, T. Nhampossa, E. Ayala, S. Sanz, M. Weber, A. Roca, and P. L. Alonso. “Distinguishing Ma-laria from Severe Pneumonia among Hos-pitalized Children who Fulfilled Integrated Management of Childhood Illness Criteria for Both Diseases: A Hospital-Based Study in Mozambique.” Am J Trop Med Hyg. 85.4 (2011): 626–634.

NÚMERO TOTAL

DE PUBLICAÇÕES:

(26)

SAÚDE

MATERNO-INFANTIL

E REPRODUCTIVA

PESquISADORES

Clara Menéndez, Raquel González, Anifa Valá, Esperança Sevene, María Rupérez, Sónia Maculuve, Nélia Manaca, Eusébio Macete, Pedro Alonso, Ruth Aguilar, Cinta Moraleda, Montse Renom, Augusto Nhabomba

Cerca de 287.000 mulheres morrem todos os anos como resultado de complicações relacionadas com a gravidez, parto ou condições pós-parto e quase todas (98%) destas mortes evitáveis estão concentradas nos países em desenvolvimento. O CISM está comprometido com o quinto Objectivo de Desenvolvimento do Milénio relativo à melhoria da saúde materna global e tem realizado estudos sobre a saúde materna e reprodutiva desde os primeiros anos da sua existência. Este programa de pesquisa está principalmente relacionado com as áreas da Malária e HIV/SIDA.

PRInCIPAIS LInhAS DE PESquISA

Uma das prioridades do Ministério da Saúde é reduzir a mortalidade materna e infantil. O esforço do Centro nesta área de pesquisa está orientado de forma transversal, com vista a reduzir o impacto das diferentes doenças que resultam na morte da mãe e da criança. Nes-te conNes-texto foram levados a cabo diferenNes-tes estudos sobre:

s

Avaliação de medicamentos alternativos para o Tratamento Preventivo Intermitente na gravidez (IPTp)

s

Transmissão vertical, isto é, da mãe para o filho, do HIV e suas interacções com a malária

s

Anemia infantil

- Etiologia e factores de risco de anemia em crianças

- Diagnóstico da deficiência de ferro em crianças expostas a pressão elevada de infecção

- Mecanismos subjacentes à supressão eritropoética relacionada com a malaria e seus biomarcadores sanguíneos perifé-ricos usando novas análises de citome-tria de fluxo e um perfil transcricional baseado na expressão genética específica a erythroblastoid

- Influência da presença de parasitas da malária e haemozoin na medula óssea - Presença de gametócitos imaturos de

Plasmodium falciparum na medula óssea

avaliada por técnicas moleculares

s

Leite materno

- Microbiota do leite materno e suas interacções com o HIV

- Estudos sobre concentrações de DDT no leite materno e seus compostos rela-cionados

s

Fármaco-vigilância

(27)

vacinas antes da comercialização e nos primeiros anos após a comercialização - Desenvolvimento de um Sistema de Registo de Gravidezes em colabaração com a OMS

PRInCIPAIS RESuLTADOS

s

O CISM conclui o estudo MiPPAD (Malaria in Pregnancy Prevention Alternative Drugs) cujo objectivo era avaliar a eficácia e seguridade de medicamentos alternativos para a prevenção da malária em mulheres grávidas tanto infec-tadas pelo HIV como não. Entre 2009 y 2013 foram realizados dois estudos multicêntricos que envolveram mais de 1700 mulheres grávi-das só na área de estudo do CISM. A análise dos dados está em andamento e preve-se que a divulgação dos resultados seja feita ainda no primeiro semestre de 2014. Os resultados informarão as directrizes da OMS e permitirão orientar estratégias de saúde pública em

ma-téria de prevenção da malária na gravidez em países onde esta é endémica.

s

Mulheres com RNA do HIV no leite ma-terno apresentam um padrão de composição microbiológica em comparação com o leite de mulheres sem presença do virus, sugerin-do fenómenos imunopatológicos específicos em mulheres infectadas com o HIV.

s

No que respeita a exposição de mulheres grávidas à DDT, foram encontradas dife-renças significativas entre as concentrações de DDT e compostos relacionados no leite materno, de acordo com a paridade, com concentrações mais elevadas em mulheres primíparas comparativamente a mulheres

multiparaes.

s

Estudos relacionados com à anemia mostram que a infecção por malária, a des-nutrição, a pré-albumina e deficiências de

(28)

albumina, a infecção do HIV e deficiência do ferro constituíram as principais causas da anemia em crianças de Manhiça. Em contraste com outros estudos semelhantes, a deficiência do ferro correspondeu à mais da metade dos casos de anemia. A deficiên-cia do ferro por meio da análise de médu-la óssea foi extremamente frequente em crianças expostas à uma elevada prevalência de infecções. A Hemozoin na medula óssea estava independentemente associada à redu-ção da concentraredu-ção da hemoglobina e era mais comum nas medulas ósseas

dyserythro-poietic, sugerindo que a hemozoin na médula

óssea tem uma função na patogénese da anemia relacionada com a malária através da eritropoiese eficaz.

s

A prevenção da deficiência do ferro teria um impacto significativo na redução da carga desta condição em contextos de HIV. A eficácia e as estratégias de prevenção e gestão destas condições precisa de ser reforçada.

s

Um estudo retrospectivo na exposição de drogas ou medicamentos durante a gravidez indica que a exposição aos medicamentos (incluindo medicamentos com potencial reconhecido na gravidez) era demasiado elevada nesta zona rural da África Austral. A associação de nados mortos com a exposição aos medicamentos poderá ser uma consequência da doença que levou à administração do medicamento, embora uma causalidade directa dos medicamentos não possa ser excluída. Estas constatações enfatizam a necessidade de reforçar os sis-temas de fármaco vigilância na África rural, especialmente ou pelo menos em mulheres grávidas. Participamos no desenvolvimento do Sistema de Registo de Gravidez da OMS ou WHO Pregnancy Registry Facility que permite alcançar melhores resultados de saúde, a avaliação atempada e gestão dos recém-nascidos e a recolha de dados

clínicos fiáveis. O Registo melhora os cuidados maternos e pré-natais e também proporciona a informação tão necessária para a segurança de medicamentos na gravidez.

PubLICAçõES EM DESTAquE

s

Aguilar, R., Moraleda, C., Quintó, et al. “Challenges in the diagnosis of iron deficien-cy in children exposed to high prevalence of infections.” PLoS ONE. 7.11 (2012): e50584.

s

González R, Maldonado A, Martin V, et al. “Breast Milk and Gut Microbiota in African Mothers and Infants from an Area of High HIV Prevalence”. PLoS ONE 8(11): (2013) e80299. doi:10.1371/journal.pone.0080299

s

Manaca MN, Grimalt JO, Sunyer J, et al. “Concentration of DDT compounds in breast milk from African women (Manhica, Mozambique) at the early stages of domestic indoor spraying with this insecticide”. Chemosphere 2011, 85:307-314.

s

Sevene E, Bardají A, Mariano A, et al. “Drug exposure and pregnancy outcome in Mozambique.” Paediatr Drugs (2012): 14(1):43-9.

s

Daniels K, Lewin S; the Practihc Policy Group. “The growth of a culture of evidence -based obstetrics in South Africa: a qualitati-ve case study.” (2011)8(1):5.

NÚMERO TOTAL

DE PUBLICAÇÕES:

(29)

CIÊNCIAS

SOCIAIS

PESquISADORES

Khátia Munguambe, Rui Anselmo, Helena Boene, María Maixenchs, Carolina Mindu, Lina Fiosse, Elpidia Pedro, Elisa Sicuri

O CISM tem contribuído grandemente para a determinação da eficácia das intervenções e recentemente desenvolvidas para o contro-lo de doenças. Todavia, a efectividade das intervenções é também determinada quando a aceitabilidade, o acesso, a actualização, o custo e a equidade podem ser assegurados. As Ciências Sociais contribuem em

ferramentas adequadas para estudar estes factores.

PRInCIPAIS LInhAS DE PESquISA

s

Percepções comunitárias sobre a saúde e a doença

s

Determinantes de comportamentos de cuidados de saúde

s

Aceitabilidade das intervenções

s

Determinantes sociais de saúde e de procura de serviços de assistência médica.

PRInCIPAIS RESuLTADOS

No que respeita às percepções de doenças febris e respiratórias:

s

Doenças do peito são consideradas crónicas e hereditárias e qualquer episó-dio de Infecções Respiratórias Agudas (IRA) é visto como um ataque (apresen-tação aguda da doença crónica).

s

Quando se enfrenta uma doença do peito, a febre é o único sintoma que conduz ao comportamento de procura de cuidados médicos no hospital. A promo-ção da saúde deverá tomar em considera-ção o sincretismo envolvido nas expli-cações de IRAs no contexto da procura de cuidados práticos para as crianças.

Deverá basear-se em interpretações leigas e terminologias com vista a destacar a importância da procura de tratamento hospitalar para todas as doenças local-mente consideradas como doenças do peito, bem como a procura de cuidados para quaisquer ataques subsequentes de uma doença de peito já diagnosticada.

s

A comunicação sobre a saúde e IRAs deverá portanto ser contínua e baseada em evidência, mesmo se as IRAs pare-cem ser bem entendidas.

No que respeita ao controlo da malária atra-vés da intervenção baseada na comunidade (o caso de Pulverizacao Intra-domiciliaria, PIDOM)

s

A contribuição do PIDOM para o controlo da malária e mosquito não é in-teiramente percebida pelos beneficiários. Outras intervenções também eficazes em termos de custos tais como redes tratadas por insecticidas são favoráveis em com-paração com a PIDOM.

s

A aderência à Pulverizacao Intra-Do-miciliaria é vista como sendo influenciada por factores sociopolíticos.

s

Existe a necessidade de redefinir as abordagens de sensibilização da comu-nidade com vista a tornar a IRS num programa genuinamente participativo, aceitável e sustentável.

No concernente às percepções sobre a malá-ria na gravidez e a aceitabilidade do controlo da malária através de IPTp:

s

A baixa consciencialização sobre os ris-cos e as consequências adversas da malá-ria na gravidez não parece ter afectado a aceitabilidade ou utilização das diferentes intervenções de prevenção da malária, da mesma maneira.

(30)

s

A conveniência percebida, a abordagem de implementação e o tipo de provedor foram os principais factores. Mulheres grávidas através de serviços de cuidados pré-natais podem ser veículos da distri-buição de redes mosquiteiras tratadas com insecticida nas comunidades com vista a maximizar a cobertura geral.

s

Existe uma necessidade de melhorar o conhecimento sobre a saúde pré-natal e a malária para melhorar a utilização das intervenções implementadas através de outros canais, para além da infra-estrutu-ra de saúde.

PubLICAçõES EM DESTAquE

s

Bassat Q, Ordi J, Vila J, Ismail MR, Carrilho C, Lacerda M, Munguambe K, Odhiambo F, Lell B, Sow S, Bhutta ZA, Rabinovich NR, Alonso PL, Menéndez C. Development of a post-mortem procedure to reduce the uncer-tainty regarding causes of death in developing countries. Lancet Global Health. (2013).

s

Munguambe K, Pool R, Montgomery C, Bavo C, Nhacolo A, Fiosse L, Sacoor C, Nhalungo D, Mabunda S, Macete E, Alonso P. What drives community adherence to in-door residual spraying (IRS) against malaria in Manhica district, rural Mozambique: a qualitative study. Malar J. (2011) 10:344.

s

Straus L, Munguambe K, Bassat Q, Pell C, Roca A, and Pool R. “Inherent illnes-ses and attacks: an ethnographic study of interpretations of childhood Acute Respira-tory Infections (ARIs) in Manhiça, southern Mozambique.” BMC Public Health. (2011) 11:556.

NÚMERO TOTAL

DE PUBLICAÇÕES:

(31)
(32)

ção e atribuição automática de diagnósticos de autópsias verbais que anteriormente era feita pelo pessoal médico do CISM. Com outros Centros da rede INDEPTH publicaram em Junho de 2013, dados De-mográficos dos últimos anos (www.indepth -ishare.org/indepthstats/).

Responsável: Charfudin Sacoor

A Plataforma de Vigilância Demográfica é crucial para o desenvolvimento de estudos de investigação em saúde já que fornece indicadores demográficos e dados precisos e fiáveis, que permitem medir o impacto das diferentes intervenções, localizar e dar seguimento aos participantes dos diferentes estudos, seguir as tendências demográficas da população, elaborar mapas precisos de distribuição das doenças na área de estudo. Actualmente, a plataforma cobre uma área de aproximadamente 500 Km2 e segue uma

população de aproximadamente 95.000 habitantes que vivem em cerca de 20.000 agregados familiares. Todas as casas da área foram identificadas, geo-posicionadas e todos os residentes identificados por um número de identificação único.

A informação demográfica é recolhida através de três procedimentos básicos: visitas aos agregados familiares, visitas as unidades sanitárias (para a recolha de resultados das gravidezes e mortes) e visitas aos informantes chave na comunidade.

Em 2012, o Departamento de Demografia introduziu uma solução de biometria móvel para a colecta de dados demográficos, que reduz a proliferação de formulários de papel, automatiza os processos de colecta de dados e introduz variáveis novas e úteis, tais como o estado de imunização da criança ou a origem e destino das migrações, entre outros. Estas máquinas recolhem impressões digitais e coordenadas GPS.

Em 2013, o Departamento fez a redução de 2 a 1 visita aos agregados familiares. Como forma de garantir a fiabilidade de dados, foram reforçadas visitas as unidades sanitá-rias e aos informantes chave na comunidade. Também neste ano introduziu-se a

codifica-DEPARTAMENTOS

DEMOGRAFIA

PubLICAçõES

s

Charfudin Sacoor, Ariel Nhacolo, Delino Nhalungo, John J Aponte, QuiqueBassat, Orvalho Augusto, Inácio Mandomando, Jahit Sacarlal, Natu Lauchande, Betuel Si-gaúque, Pedro Alonso, and Eusébio Macete - Profile: Manhiça Health Research Centre (Manhiça HDSS). International Journal of

Epidemiology: 2013; 42:1309–1318.

s

Charfudin Sacoor, Orvalho Augusto, John J Aponte, Jahit Sacarlal, Ariel Nhacolo, Delino Nhalungo, Clara Menendez, Eusébio Macete, and Pedro Alonso - Using a verbal autopsy technique to determine the underli-ne causes of maternal death in Manhiça Dis-trict in Mozambique. Paper presented in the Second Global Congress on Verbal Autopsy, Rhodes (Greece), October 14 -16, 2013.

s

Annette Gerritsen, Philippe Bocquier, Mi-chael White, Cheikh Mbacké, Nurul Alam, DonatienBeguy, Frank Odhiambo, Char-fudin Sacoor, Ho Dang Phuc, Sureepor-nPunpuing, Mark A. Collinson - Health and demographic surveillance systems: contribu-ting to an understanding of the dynamics in migration and health. Global Health Action 2013, 6: 21496.

NÚMERO TOTAL

DE PUBLICAÇÕES:

(33)
(34)

Hospitais Estradas Linha férrea Rios Distrito de Manhiça Lagos Área de estudo

MAPA DA AREA

DE ESTUDO

DO CISM

(35)

TENDÊNCIA DA

MORTALIDADE NA

ÁREA DE ESTUDO

DO CISM

2000

ANOS

PER 1000 LIVE BIRTHS

202,6 170,0 148,7 171,7 150,2 146,7 135,0 127,8 110,1 124,5 103,6 99,0 92,0 88,8 42,0 30,1 31,2 32,9 28,7 26,2 25,3 28,1 23,1 17,6 23,0 22,5 16,8 83,9 90,9 84,5 78,3 77,3 72,0 69,9 59,1 60,5 55,8 45,1 0.0 50.0 100.0 150.0 200.0 250.0 2004 2008 2002 2006 2010 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2012

Taxa de mortalidade em menores de 5 anos Taxa de mortalidade infantil

(36)

LABORATÓRIO

Responsável: Hélder Bulo

As capacidades laboratoriais do Centro reflectem o crescimento que esta instituição de pesquisa alcançou nos últimos anos. Este Departamento divide-se em quatro áreas de processamento de amostras nomeadamente: Análises Clínicas (Parasitologia Hemática, Hematologia e Bioquímica), Microbiologia (Bacteriologia geral e Micro-bacteriologia), Imunologia e Biologia Molecular. O prin-cipal objectivo deste departamento é dar apoio as actividades de pesquisa e ao mesmo tempo contribuir para o manuseamento clí-nico dos doentes que necessitem de análises laboratoriais. Continuamente o Centro tem vindo a melhorar e a manter os seus níveis de qualidade. Para tal o mesmo funciona de acordo com padrões internacionais como, Boas Práticas Clínicas e Laboratoriais (Good Clinical and Laboratory Practice, GCLP) e normas ISO.

Os dados obtidos no laboratório serviram para fundamentar a tomada de decisão por parte do Ministério da Saúde para a introdução de novas ferramentas de

prevenção como vacinas (ex. Hib e PCV10). Por outro lado, eles contribuem para a formação técnica de pessoal do sistema nacional de saúde e outros parceiros; bem como para a monitoria e avaliação de inquérito demográfico de saúde e estudos de eficácia de antimaláricos.

NÚMERO

DE AMOSTRAS

PROCESSADAS

POR ÁREAS

Áreas Número de amostras Processadas Análises Clínicas Parasitologia 185.942 Hematologia 16.531 /Bioquímica Microbologia Bacteriologia 14.199 Tuberculose 13.631 Imunologia 12.353 Biologia Molecular 8.376

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ANALISES

CLÍNICAS

PARASITOLOGIA hEMáTICA

Com capacidade para realizar diagnóstico de parasitas sanguíneos, esta área tem as suas actividades viradas para o diagnóstico da malária com base na microscopia óptica.

hEMATOLOGIA E bIOquíMICA

Esta unidade tem facilidades para realizar as determinações de parâmetros hemato-lógicos completos e diferenciados usando equipamentos da marca Sysmex KX21-N (secundário) e XT2000i (principal); en-quanto as determinações bioquímicas são asseguradas pelo sistema de bioquímica seca com equipamentos Vitros E350 e E250.

MICROBIOLOGIA

bACTERIOLOGIA GERAL

Garante o diagnóstico bacteriológico de distintas amostras tais como, sangue, líquido cefaloraquideano, pús de diferentes localizações corporais, urina e fezes, bem como outros líquidos corporais entre outras amostras. As actividades centram-se na cultura, isolamento, identificação de patogénios bacterianos e determinação de perfis de resistência aos antibióticos. Esta unidade desempenha um papel im-portante na plataforma de vigilância das infecções bacterianas invasivas estabelecida em 1998.

TubERCuLOSE

O estabelecimento desta área terminou em 2010, com o início do processamento de culturas líquidas e sólidas e identificação do Mycobacterium tuberculosis. Esta unidade foi a pioneira no país a ter um laboratório de nível III, a introduzir culturas líquidas usando MGIT 960 e a realizar testes de sensibilidade para apurar doentes resistentes ao tratamento.

(38)

IMUNOLOGIA

As actividades levadas a cabo nesta área estão viradas para o entendimento dos mecanismos da resposta imunológica frente a distintos agentes infecciosos ou medidas de controlo como vacinas e/ou fármacos. Este laboratório está capacitado para realizar estudos básicos de avaliação das respostas imunológicas (celulares e humoral). Esta área dedica-se principalmente ao desenvolvi-mento de projectos de pesquisa, contudo dá apoio ocasional ao sistema nacional de Saúde na determinação de CD4 para os pacientes HIV positivos atendidos no hospital distrital da Manhiça.

Esta área está orientada para a realização de estudos de diagnóstico e epidemiologia molecular com recurso a técnica de Reacção em Cadeia de Polimerase (Polimerase Chain Reaction - PCR), bem como investigação de brotes incluindo estudos de clonalidade dos patogénos. No entanto, dá um apoio importante ao Sistema Nacional de Saúde no diagnóstico precoce de infecção por HIV e determinação de carga viral.

BIOLOGIA

MOLECULAR

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GARANTIA

DE QUALIDADE

Esta área centraliza todas as actividades relacionadas com o controlo e a supervisão dos processos, análises, controlos de qualidade, gestão da documentação e formações do pessoal, entre outros. Funciona com base em padrões

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TRABALHO

DE CENTRO

DE DADOS

2011-2012 2013 Inquéritos 522.652 251.815 introduzidos Trabalhadores 26 20 Técnicos 3 2 especializados Técnicos em formação 1 de pós-graduação

CENTRO DE DADOS

E TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO

Responsável: Boaventura Cuna e Vivaldi Nobela

O Centro de Dados (CD) e Tecnologias de Informação (TI) encontra-se estreitamente relacionado no seu funcionamento. O CD é responsável pela gestão de dados de todos os estudos que decorrem no CISM e da plata-forma de morbilidade que serve de apoio aos distintos projectos. O CD garante a entrada, limpeza e armazenamento dos dados dos projectos ou da plataforma de morbilidade de acordo com os protocolos estabelecidos. No período 2011-2013, o CD melhorou a assistência aos investigadores na gestão de dados quer introduzindo novas técnicas de gestão de bases de dados quer na melhoria das formas já existentes. O Centro, pela primeira vez, centralizou e responsabilizou-se pela coordenação da base de dados de um estudo multicêntrico.

Por outro lado, o sector de TI ocupa-se da ma-nutenção da infra-estrutura de comunicação interna e externa. TI é responsável pelos siste-mas de suporte ou backup dos dados de todo o Centro. No âmbito da melhoria do acesso a internet, foi instalado uma rede wireless estrutu-rada que permite acessos dimensionados a toda a infra-estrutura de software biomédico/clínico existente no CISM a um número máximo de 600 utilizadores simultâneos.

A infra-estrutura de servidores foi moderni-zada para uma infra-estrutura de centro de dados estruturada com aproximadamente 7 servidores de vários núcleos com tecnologia maioritariamente de fonte aberta ou

open-source e mais escalável para apoiar uma rede

a gigabit com ligações de fibra-óptica entre os diferentes edifícios. Assim, o CISM tem um total de 15 servidores e 150 computadores. Na área demográfica a captação de dados passou a meios electrónicos usando PDA´s, telemóveis, tabletes e por último aumentou-se a largura de banda para acesso a Internet.

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CLÍNICA

Responsável: Sónia Maculuve

O departamento de clínica é responsável pela implementação do Sistema de Vigi-lância de Morbilidade e outras actividades específicas que permitem a realização de todas actividades dos estudos que decorrem nas unidades sanitárias que se encontram dentro da área de estudo. O Centro conti-nua a contar com 6 unidades sanitárias para vigilância de morbilidade nomeadamente, o Posto de Saúde Maragra, Taninga, Palmeira, Ilha Josina Machel, Malavele e o Hospital Distrital da Manhiça.

Os últimos 3 anos foram marcados por uma notória variabilidade do quadro epidemio-lógico das grandes doenças como é o caso de malária o que por sua vez reflectiu-se no número de consultas e outros cuidados providos por este sector.

O apoio do Centro aos cuidados médicos está orientado aos grupos mais vulneráveis, particularmente as mulheres grávidas e crianças a partir dos quais estende-se a outras áreas afins como é o caso de assistência à pessoas malnutridas e doentes com tuber-culose. O Centro também tem apoiado na construção, reabilitação, e manutenção de infra-estruturas das unidades acima referidas e tem contribuído em medicamentos em caso de ruptura de estoque.

O CISM tem trabalhado com as autoridades nacionais de saúde para a implementação de Programas Nacionais de Saúde. O Centro está, actualmente, a apoiar a implementação dos Programas Nacionais de luta contra Infec-ções de Transmissão Sexual HIV/SIDA, e de controlo da TB através da Agència Catalana

de Cooperació al Desenvolupament (Espanha) e da AERAS Global TB Vaccine Foundation.

As actividades visam garantir a qualidade de informação, educação e comunicação, Acon-selhamento e Testagem em Saúde (ATS) e

Indicador 2011 2012 2013 Nº de consultas 80.904 87.301 83.563 externas em pediatria Nº de 2.658 2.475 2.276 internamentos em pediatria Taxa de 4% 3,40% 2,89% mortalidade intra-hospitalar em pediatria Nº de mortes 22 24 17 por Malária < 15 Anos Nº de testagens 4.247 3.729 14.747 para HIV em pediatria e adultos

apoia no programa de Prevenção da Trans-missão Vertical (PTV).

As unidades sanitárias constituem um ponto de rotação para estudantes estagiários prove-nientes de distintas origens como: estudan-tes da Faculdade de Medicina da UEM e estagiários provenientes dos países onde as doenças prevalentes em Moçambique não são comuns.

Referências

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