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Ilustríssima Senhora Chefe do DEPES

BANCO CENTRAL DO BRASIL Brasília-DF

Cópia para a Diretoria de Administração

PEDIDO ADMINISTRATIVO

Assunto: Adequação do MSP à Lei Federal nº 9.504/97

O SINDICATO NACIONAL DOS SERVIDORES FEDERAIS AUTÁRQUICOS NOS ENTES DE FORMULAÇÃO, PROMOÇÃO E FISCALIZAÇÃO DA POLÍTICA DA MOEDA E DO CRÉDITO - SINAL, representado por seu presidente, Sérgio da Luz Belsito, vem à presença de Vossa Senhoria, na qualidade de representante dos servidores do Banco Central do Brasil, apresentar o presente PEDIDO ADMINISTRATIVO, conforme as razões de fato e de direito que passa a expor:

I. Objeto do pedido

Pretende o SINAL, em substituição aos servidores da Casa, seja procedida a imediata adequação do MSP - Manual de Serviço de Pessoal – item 4-5-8-V – à Lei Federal nº 9.504/97 que estabelece normas para as eleições e define os direitos dos servidores requisitados pela Justiça Eleitoral para auxiliar nos trabalhos eleitorais.

Trata-se de matéria relevante e urgente, considerando as recentes eleições realizadas no País e o segundo turno que se aproxima. Havendo servidores do Banco Central do Brasil requisitados pela Justiça Eleitoral, a eles se aplicam as regras estabelecidas na Lei Federal que, na matéria em análise, diverge, em parte, do MSP.

II – DA LEGITIMIDADE DO REQUERENTE

Trata o presente pedido administrativo sobre a

necessidade de alteração do MSP – Manual de Serviço de Pessoal de

modo à adequa-lo à legislação federal que trata da dispensa do

serviço pelo dobro dos dias prestados à Justiça Eleitoral.

(2)

Por se tratar de incontestável interesse da categoria representada pelo Requerente, está legitimado ao presente ato, nos termos do artigo 8º, III, da Constituição Federal e artigo 9º, III da Lei nº 9.784/99.

A Lei nº 8.112/90, no artigo 240, também assegura aos servidores civis federais representação através do Sindicato.

Destarte, tanto a ordem constitucional vigente quanto os fins institucionais da entidade legitimam a apresentação do presente pedido.

III. DAS RAZÕES QUE FUNDAMENTAM O PRESENTE PEDIDO

A Lei Federal nº 9.504/97 estabelece normas para as eleições e define os direitos dos eleitores requisitados pela Justiça Eleitoral para auxiliar nos trabalhos eleitorais na forma do artigo 98 que dispõe:

Art. 98. Os eleitores nomeados para compor as Mesas

Receptoras ou Juntas Eleitorais e os requisitados para

auxiliar seus trabalhos serão dispensados do serviço,

mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral, sem

prejuízo do salário, vencimento ou qualquer outra

vantagem,

pelo

dobro

dos

dias

de

convocação.

(destacamos)

Na esteira da lei mencionada o e. Tribunal Superior Eleitoral emitiu as Resoluções 22.424 e 22.747 que assim foram ementadas:

PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONVOCAÇÃO. MESÁRIOS.

MEMBROS DE JUNTA ELEITORAL. AUXILIARES. SERVIÇOS

ELEITORAIS.

PARTICIPAÇÃO.

TREINAMENTO.

PREPARAÇAO DE LOCAL DE VOTAÇÃO. CONCESSÃO.

BENEFICIO. GOZO EM DOBRO. DIAS A DISPOSIÇAO DA

JUSTIÇA ELEITORAL. OBSERVÂNCIA POR INSTITUIÇOES

PÚBLICAS E PRIVADAS.

Os integrantes de mesas receptoras, de juntas eleitorais e

os auxiliares dos trabalhos eleitorais têm direito ao gozo

em dobro pelos dias trabalhados, nos termos do art. 98 da

Lei nº 9.504/97, o mesmo se aplicando aos que tenham

atendido a convocações desta Justiça especializada para a

realização dos atos preparatórios do processo eleitoral, como

nas hipóteses de treinamentos e de preparação ou montagem

(3)

de locais de votação. Orientação a ser observada por

quaisquer instituições públicas ou privadas.

Resolução

TSE

22.424

de

26

de

setembro

de

2006.(destacamos)

Aprova instruções para aplicação do art. 98 da Lei n° 9.504/97,

que dispõe sobre dispensa do serviço pelo dobro dos dias

prestados à Justiça Eleitoral nos eventos relacionados à

realização das eleições.

Resolução TSE 22.747 de 27 de março de 2008. (destacamos)

Ambas as Resoluções, juntadas na íntegra ao presente pedido, possuem caráter obrigatório e devem ser observadas por todas as instituições públicas ou privadas.

Não obstante a clareza da letra da lei, o Manual de Serviço de Pessoal do BACEN, no item 4-5-8-V, assim estabelece:

Para efeito de registro e pagamento, equiparam-se às

concessões as ausências decorrentes dos serviços obrigatórios

por Lei:

(...)

V - prestação de serviços à Justiça Eleitoral quando convocado

para compor mesa receptora ou junta apuradora de votos nos

pleitos eleitorais, observado o seguinte: (NR)

a) o servidor, mediante declaração do respectivo Juiz,

terá abonada a falta ao serviço no dia a que se referir a

convocação para a solenidade da posse;

b) o servidor será dispensado do serviço, mediante

declaração expedida pela Justiça Eleitoral, sem prejuízo

da remuneração ou qualquer outra vantagem, pelo dobro

dos dias de convocação para treinamento e prestação

de serviços na condição de mesário ou escrutinador;

c) caso a convocação da Justiça Eleitoral recaia em dia útil, o servidor será dispensado do trabalho, descontando-se essa dispensa dos dias de folga decorrentes de serviços prestados à Justiça Eleitoral a que tem direito;

(4)

d) após prestar serviços à Justiça Eleitoral, o servidor

deverá encaminhar ao Depes/Dipar/Sucad, se lotado em

Brasília, ou à Gerência Administrativa Regional o ofício

do Juiz Eleitoral em que conste o período trabalhado;

e) mediante ofício do Juiz Eleitoral, o Depes/Dipar/Sucad

ou a Gerência Administrativa Regional registrará no

SIARH, por meio da transação PGRH300

– “08

Ocorrências”, o fato funcional 9400 – Folga Justiça

Eleitoral – Aquisição;

f) as folgas serão utilizadas na forma que vier a ser

acordada entre o servidor e a sua chefia imediata, desde

que atendido o interesse do serviço;

g)

as ausências ao serviço de que tratam as alíneas “a”,

“b” e “c” serão registradas pela chefia imediata do

servidor no Sistema SIARH, por meio da transação

PGRH500 – “06 Licenças e Afastamentos”, na ocorrência

“9440 – Folga Justiça Eleitoral - Utilização” do Módulo

Licenças e Afastamentos.

O que se observa do disposto na letra ‘c’ é uma flagrante contradição com o item anterior, letra b, que reprisa a regra do artigo 98 da Lei nº 9.504/97. Isso porque, se for descontado o dia de dispensa em caso de convocação em dia útil dos dias de folga decorrentes de serviços prestados à Justiça Eleitoral, se terá a anulação da regra estabelecida na letra ‘b’, isto é, “pelo dobro dos dias de convocação”.

A toda evidência que o disposto na letra ‘c’ do item 4-5-8-V do MSP acaba por impedir o cumprimento da ordem legal na medida em que autoriza o desconto de dispensa assegurada no caso de convocação em dia útil, dos dias de folga decorrentes de serviços prestados à Justiça Eleitoral.

Alguns aspectos devem ser observados pela Autoridade Administrativa no atendimento ao comando legal:

1. As requisições da Justiça Eleitoral são de atendimento obrigatório e não da conveniência do órgão ao qual o servidor está vinculado;

2. A lei não faz distinção entre dias úteis e não úteis quando assegura a dispensa pelo dobro dos dias de convocação;

3. As Resoluções do Superior Tribunal Eleitoral, acima mencionadas e a jurisprudência pátria, não deixam dúvidas acerca do direito do eleitor convocado de usufruir dois dias de folga para cada dia de convocação.

Ora, a regulamentação da norma legal está a esta adstrita, não se aceitando inovações que venham criar restrições ao direito quando assim o

(5)

legislador não o fez sob pena de violação ao princípio constitucional da legalidade insculpido no artigo 37 da Constituição da República1, segundo o qual, a

Administração somente pode agir segundo as determinações legais. Assim, a consonância com a lei constituiu requisito de eficácia do ato administrativo.

Significa que, detectada a falha na regulamentação de lei, cabe à própria Administração proceder a anulação do ato viciado. Trata-se do poder de autotutela administrativa de que trata a Súmula 473 do E. Supremo Tribunal Federal que assim dispõe:

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

No mesmo sentido é a Súmula 346 do E. STF ao ditar que “a Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”.

Sobre a matéria, o Poder Judiciário já se manifestou diversas vezes de modo a garantir aos eleitores convocados as folgas em dobro dos dias de convocação, conforme exemplificam os julgados abaixo:

Ementa: Processo:RMS 517 RS; Relator(a): Min. JOAQUIM

BENEDITO BARBOSA GOMES

Julgamento:25/04/2008; Publicação:DJ - Diário da Justiça, Data

29/04/2008, Página 5)

Mandado de segurança. Prestação de serviços auxiliares à

Justiça Eleitoral. Folgas. Conforma-se às disposições do

Art. 98 da Lei nº 9.504/97 e às do Código Eleitoral,

interpretação que defere folgas aos convocados para

realização de serviços auxiliares para a Justiça Eleitoral.

Precedentes do TSE. Recurso a que se nega seguimento.

Ementa (Processo: MS 380 PE; Relator(a): GERALDO OG

NÍCEAS MARQUES FERNANDES; Julgamento: 18/04/2006;

Publicação: DOE - , Data 18/04/2006, Página 02).

Mandado de Segurança. Dias de folga. Listisconsorte passivo.

Prestação de serviços. Justiça eleitoral. Referendo. Totalidade

de dias.

1. Conforme preceito normativo insculpido no art. 98 da Lei

nº 9.504/97, abre-se a possibilidade do eleitor ser nomeado

(6)

para auxiliar a Justiça Eleitoral por tantos dias quantos

forem necessários à realização do pleito, ficando a cargo

do magistrado requisitante a determinação dos serviços e

os

respectivos

treinamentos

adequados

ao

bom

desempenho dos trabalhos a serem executados;

2. Declaração da autoridade judiciária suficiente para

comprovar o tempo pelo qual o funcionário da Impetrante

esteve à disposição da Justiça Eleitoral, fazendo jus ao

benefício concedido pela norma em comento, ou seja, o

dobro de dias trabalhados.

No caso presente, trata-se de regulamentação que contraria texto de lei, portanto, a anulação da regra administrativa com a retirada do contido na letra ‘c’ do item 4-5-8-V do MSP deve se dar com efeitos ex tunc, isto é, com efeitos retroativos como se ela nunca tivesse existido, corrigindo-se os atos praticados sob a égide do dispositivo viciado.

IV. DO PEDIDO

Ante o exposto, requer a Vossa Senhoria seja dado o necessário acolhimento ao presente pedido administrativo a fim de serem tomadas as providências cabíveis para a adequação do Manual de Serviço de Pessoal – MPS à lei, suprimindo-se a letra ‘c’ do item 4-5-8-V, por contrariar a Lei Federal nº 9.504/97, nos termos da fundamentação.

Ante a relevância da matéria e a realização das

eleições/2012, requer seja o presente pedido apreciado em caráter de urgência. Nestes termos, Pede deferimento. Brasília, 18 de outubro de 2012.

Sérgio da Luz Belsito Presidente do SINAL

1Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do

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