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A pesquisa Operacional e os Recursos Renováveis. 4 a 7 de novembro de 2003, Natal-RN

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A pesquisa Operacional e os Recursos Renováveis 4 a 7 de novembro de 2003, Natal-RN

AVALIAÇÃO DE OPÇÕES AMERICANAS EXÓTICAS PELO MÉTODO

DOS MÍNIMOS QUADRADOS

José Paulo Texeira

Departamento de Engenharia Industrial – PUC-Rio, e-mail: jpt@ind.puc-rio.br Tara Keshar Nanda Baidya

Departamento de Engenharia Industrial – PUC-Rio, e-mail: baidya@ind.puc-rio.br Alexandre Farias Frota

Departamento de Engenharia Industrial – PUC-Rio, e-mail: alex_frota@hotmail.com

Resumo

Embora a maioria das opções negociadas atualmente seja do estilo americano, sua avaliação continua sendo uma tarefa bastante difícil, particularmente quando existem vários fatores afetando o preço da opção. Isso ocorre basicamente porque métodos de avaliação tradicionais como árvores binomiais e diferenças finitas tornam-se impraticáveis na avaliação de opções com mais de três fatores de incerteza. Soluções analíticas para essas opções mais complexas não existem ou ainda não foram desenvolvidas. Dessa forma, as pesquisas atualmente desenvolvidas estão focadas, em sua maioria, no uso de procedimentos numéricos para avaliação de opções americanas com características mais complexas. Esse trabalho pretende estudar um modelo numérico desenvolvido recentemente, baseado em simulação de Monte Carlo, para a precificação de opções com características de exercício antecipado.

Palavras-chave: opções americanas; opções exóticas; métodos numéricos; simulação de Monte Carlo, Método dos Mínimos Quadrados.

Abstract

Though american options are the majority of tradable options their valuation is a very hard task, specially when in the presence of multiple factors affecting their price. This difficult is related to the impossibility of the traditional methods of valuation such as binomial trees and finite differences to deal more then three uncertainty factors. Analytical solutions for more complex options are not available or need further development. For this reason the most recent research in the area try to deal with the use of numerical procedures for the valuation of american options. The present paper intend to make use of recently developed model, based on Monte Carlo Simulation to value options with immediate exercise characteristics.

Keywords: american options; exotic options; numerical methods; Monte Carlo Simulation; Least Squares Method.

1. Introdução: conceitos básicos

A SMC é o modelo de precificação a ser escolhido quando uma ou mais das características abaixo estão presentes:

• processos estocásticos mais complexos que o movimento geométrico browniano; • opções dependentes de múltiplas variáveis de estado e processos estocásticos diversos;

(2)

• payoff’s dependentes da trajetória de preços do ativo (“path dependent”): opções asiáticas, lookback ... e em última instância qualquer tipo de opção do estilo americano.

A existência de processos estocásticos diversos podem ser exemplicados pela presença de taxas de juros, dividendos e volatilidade estocásticos. Além das variáveis citadas anteriormente podemos ter também opções envolvendo múltiplos ativos, geralmente seguindo um mesmo processo estocástico. No caso de opções com payoff’s dependentes do tempo, a história de preços do ativo objeto deve ser considerada quando na precificação da opção e não apenas o preço no instante final, como é o caso de opções européias.

A precificação de uma opção envolvendo apenas um ativo objeto pode ser resumido pelos passos abaixo:

1. simulação dos preços do ativo,

S

t

,

0

t

T

;

2. estimar

E

[

f

(

S

t

,

0

t

τ

)

.

e

rt

]

, onde: f é a função representativa do payoff e

[ ]

0,T

τ

representa o momento de exercício;

No caso de termos taxas de juros (r) e volatilidade (

σ

) estocásticas, estes valores devem também ser simulados. Uma opção envolvendo múltiplos ativos pode ser precificada pelas simulações dos preços dos diferentes ativos e determinação dos payoff’s de acordo com a função f dependente dos múltiplos ativos. Abaixo apresentamos algumas das funções f mais comuns: Européia:

(

S

T

− K

)

+ Americana:

(

St − K

)

+ Asiática: + −       −

S dt K T T t 0 1

Barreira dupla (knockout):

(

STK

)

+

{

L<St <UtT

}

0 , ,

Lookback (strike):

(

ST −min

{

St, 0≤tT

}

)

+

A precificação de uma call européia envolve apenas a simulação de preços no instante final T, onde o payoff é STKse ST > Ke 0 caso contrário. As simulações dos preços do ativo objeto são repetidas através da utilização de diferentes números aleatórios (NA) representativos de uma distribuição N ~

( )

0,1 . Assim, neste caso a SMC é dita unidimensional por envolver apenas a geração de uma sequência de NA. Já a precificação de uma opção americana é um problema mais complexo por envolver a possibilidade de exercício antecipado em qualquer instante ti até o vencimento da opção em T. Este problema será abordado de forma mais detalhada nos tópicos a seguir. Por hora, assumindo o conhecimento da política de exercício ótimo ao longo do tempo, o procedimento de precificação da opção americana será similar ao da opção européia. A diferença básica reside no fato de termos que simular os preços do ativo em cada instante ti de modo a checarmos a possibilidade de exercício antecipado (

t

i*). No caso da opção européia asiática, precisamos simular os preços do ativo ao longo do tempo de modo a calcularmos seu preço médio e compará-lo ao valor de exercício K no instante final

T. De maneira similar, numa opção lookback o valor de exercício no instante final depende do

preço mínimo atingido nas simulações do ativo ao longo do tempo. Essa simulação, por envolver a geração de diversas seqüências de NA (uma para cada instante ti), é conhecida como SMC em altas dimensões ou multi-dimensional.

(3)

A flexibilidade da SMC permite a utilização de qualquer processo estocástico. Se estivermos interessados na geração de apenas um preço simulado, como o valor ST no caso de opções européias, precisaremos gerar apenas um NA (Z) para cada simulação em T. No caso de optarmos pelo movimento geométrico browniano, o preço final do ativo pode ser simulado pela expressão abaixo:

(

)

[

r q T TZ

]

T S e S = − −σ /2 +σ 0 2

Z ~ N

( )

0,1

2. Modelo dos Mínimos Quadrados (LSM)

Este método de precificação de opções americanas, desenvolvido por Longstaff e Schwartz, fundamenta-se na estimação dos valores de manter a opção viva (valor de continuação) para cada instante de tempo ti. Esta aproximação baseia-se numa função de regressão (mínimos quadrados) para cada instante ti, representativa dos valores de continuação das simulações (V(w;ti)). Assim como no Modelo de GVW, o valor esperado da opção para cada ti é determinado recursivamente (backwards). A maior vantagem do Modelo LSM frente aos demais métodos de avaliação baseados em simulações, é o fato do valor esperado da opção só precisar ser calculado uma única vez, reduzindo consideravelmente o tempo computacional exigido.

A precificação de uma call americana pode ser representada como:

(

)

{

( )

}

        −         − =MaxE

r w S S t K A i t t CALL i i max . , exp 0 para tiT ; onde ti → instante de exercício: 0<t1 <t2 <L<tL−1 <tL =T ;

( )

ti

S → preço da ação no instante ti;

K

→ preço de exercício;

(

w S

)

r , → taxa de desconto associada a cada simulação (w) e preço da ação (S). No caso de uma opção americana simples, consideraremos essa taxa como sendo constante para todos os caminhos simulados de preços:

(

)

i

i t r t e S w r . 0 , exp = −       −

;

No instante final tL =T, temos a alternativa de exercer a opção caso ela esteja “in the

money” ou permitir sua expiração se estiver “out of the money”. No instante de exercício

antecipado ti (ti <T), o investidor deve decidir entre o exercício antecipado ou manter a opção viva e reavaliar novamente a possibilidade de exercício no instante posterior ti+1. No instante

i

t , sabemos que o valor da opção devido ao exercício antecipado é igual a S

( )

tiK. No caso de optarmos por mantê-la viva, o valor da opção em ti (V

( )

w,ti ) corresponderá ao valor esperado dos payoff’s gerados pelo exercício futuro nos instantes ti+1,ti+2,K,tL1,tL =T . Assim, considerando a hipótese de não arbitragem, o valor de continuação em ti corresponderá a:

(4)

( )

(

)

(

)

=

+ = i j i t i j L i j t t Q i

E

r

w

S

dS

C

w

t

t

T

F

t

w

V

,

exp

,

.

.

,

;

,

1

onde

C

(

w

,

t

j

;

t

i

,

T

)

são os payoff’s gerados pelo exercício da opção. Observamos que

i

t

F

indica que o valor de continuação no instante ti, esta condicionado às informações conhecidas na respectiva data (

i

t

F

);

Assim, a estratégia de exercício ótimo em cada instante de tempo ti se reduz à comparação dos valores de exercício imediato (S

( )

tiK ) e valores de continuação (V

( )

w,ti ). Bem como no modelo de GVW, exerceremos antecipadamente a opção (call) sempre que

( )

ti K V

(

wti

)

S − ≥ , .

O modelo LSM assume que o valor de continuação V

( )

w,ti em

1

,

,

2

,

1

,

i

=

L

L

K

t

i pode ser estimado por um modelo de regressão dos mínimos quadrados e uma combinação linear de um número determinado de bases (fin

( )

X ) representativas do conjunto de informações conhecidas em ti (

i

t

F

). Em seu artigo original, Longstaff e Schwartz usam como exemplo inicial as potências de uma variável de estado

X

como funções base (polinômio linear). Assim, temos

( )

, . . ... ˆ 2 2 1 0+ + + =a a X a X t w V i i i (Base:

f

in

( )

X

=

X

n,

n

=

1

,

2

,

3

...

)

onde Vˆ

( )

w,ti é uma função que estima os valores V

( )

w,ti para cada simulação w e instante i

t .

Figura 1- Reta de payoffs e curva de continuação no terceiro ano de uma put americana com quatro anos. Os payoffs devem ser comparados com a curva do valor de continuação, optando-se pelo exercício imediato caso o payoff seja maior.

Devemos salientar que outras funções como Laguerre, Legendre, Chebyshev e polinômios de Jacobi poderiam igualmente serem usadas como base.

Uma vez simulados os preços das ações para todos os instantes de exercício antecipado (t1,t2,L,tL1,tL =T), o modelo em questão pode ser dividido em duas partes principais correspondentes a cada instante ti: (1) estimar os coeficientes de Vˆ

( )

w,ti pela regressão de

i t

Y

sobre i t

X

(

=

i t

Y

vetor dos valores de continuação em ti,

=

i

t

(5)

the money” em ti); (2) determinar o exercício antecipado em ti pela comparação dos valores

( )

w ti

Vˆ , e S

( )

tiK para cada ação “in the money”.

Os passos (1) e (2) são então repetidos recursivamente (tL =T,tL1,K,t1) até que todas as decisões de exercício antecipado para todos os instantes de tempo e simulações (

w

=

1 K

,

2

,

,

N

, onde N =número total de simulações) tenham sido determinados. Finalmente o valor da call americana pode ser avaliado por

(

,

)

. max

{

( )

,0

}

exp 1 ˆ * 1 0 ) ( K t S dS S w r N A i i t w N k t CALL  −       − =

= onde

( )

* i t w t

S é o preço da ação para cada instante de exercício antecipado ótimo

t

i* para cada simulação w (trajetória).Caso não exista nenhum instante de exercício antecipado ótimo para a simulação w, então max

{

S

( )

t − K,0

}

=0

i

t

w .

15.000 simulações. 100.000 simulações

Grau do

polinômio PUTLSM Erro (%) PUTLSM Erro (%)

2 5.337 0.490 5.312 0.006

3 5.347 0.674 5.318 0.119

4 5.355 0.830 5.318 0.132

5 5.356 0.836 5.320 0.158

6 5.342 0.582 5.313 0.028

Tabela 1- Análise da precisão do Modelo LSM em função do número de simulações e grau do polinômio linear utilizado na regressão (DF = 5.311).

Simulações PUTLSM Erro (%) 25 intervalos de tempo 5.000 5.3176 0.1205 10.000 5.3334 0.4179 50.000 5.3001 0.2089 100.000 5.2917 0.3671 50 intervalos de tempo 5.000 5.3576 0.8736 10.000 5.3094 0.0338 50.000 5.3254 0.2673 100.000 5.3115 0.0056 * PUTB-S = 5.0596, PUTDF = 5.3112

Tabela 2- Precisão do Modelo LSM em função do número total de simulações quando comparado a um benchmark baseado no método de D.F. Crank-Nicholson .

(6)

3.1. Modelo Jump-to-Ruin

Merton (1976) propôs um processo estocástico onde o preço do ativo seguiria um movimento geométrico browniano adicionado de “jumps” aleatórios determinados por uma distribuição de Poisson. O fator adicional representado por esses “jumps” pode ser visto como um risco não sistemático não captado pelo mercado. Esse processo estocástico é interessante por permitir a representação de discontinuidades no preço do ativo, geradas pelo surgimento de novas informações.

Visando a simplificação de nossa ilustração, abordaremos uma versão simplificada do modelo desenvolvido por Merton, conhecido como “Jump-to-ruin Model”. Neste modelo a ação segue um processo geométrico browniano até que um evento (jump) ocorra, a partir do qual a ação perderia totalmente seu valor. Nesta ilustração, o jump representa o risco de falência da empresa emissora das ações. O processo em questão pode ser representado por

(

r

)

S

dt

S

dZ

S

dq

dS

=

+

λ

+

σ

onde q é um processo de Poisson independente com intensidade

λ

. Quando um evento de Poisson ocorre, o valor de q passa de zero a um (

dq

=

1

), e o preço da ação passa a ser zero daí em diante.

A seguir apresentaremos os resultados obtidos na avaliação de duas opções americanas com

λ

=0 e

λ

=0.05 respectivamente. Visando tornar a comparação de nossos resultados mais significativas, ajustaremos os parâmetros dos dois casos de modo que as duas distribuições de preços do ativo tenham médias e variâncias iguais. A variância do preço do ativo para um “Jump-Difusion process” é dada por

( )

0 ( )

(

(

2

)

1

)

2 2 e r e + T S λ σ λ = 0 λ = 0.05 PUTEUR 3.5575 3.1981 PUTAM 3.7915 3.4178

Tabela 3: Valores de duas opções put americanas e européias cujos preços das ações seguem dois processos estocásticos diversos. Caso base: S0 =40,

X

=

40

,

r

=

.

06

/

ano

,

,

/

0 ano

q

=

σ

=.2/ano(jump-to-ruin com

λ

=0.05),

σ

=30%(mov. geométrico browniano com

λ

=0) e

T

=

1

ano; Dados da simulação: Modelo LSM, N =24 e

000 . 30 =

(7)

Figura 2: Curvas de exercício médio das duas opções americanas apresentadas na tabela acima. No gráfico acima notamos que a estratégia de exercício antecipado é mais agressiva quando na presença de jumps.

3.2. Opções Barreira

A aplicação do modelo LSM na avaliação de opções do tipo barreira é relativamente simples. Basicamente devemos modificar a matriz inicial de preços utilizada na precificação de opções americanas tradicionais (vanilla) tornando os preços das ações que atingirem a barreira iguais a INF (valor infinitamente grande) para todos as trajetórias simuladas. O objetivo desta mudança é tornar as ações que atingirem a barreira “out of the money” para todos os instantes posteriores ao momento de corte da barreira.

σ = 0.2 0,3 0,4 0,5

SB

PUTLSM DF PUTLSM DF PUTLSM DF PUTLSM DF

50 5,4304 5,3851 6,3746 6,1451 7,1682 6,7053 7,8219 7,1056 55 5,5188 5,5261 6,7974 6,7286 7,9723 7,7511 8,9613 8,5329 60 5,5275 5,5377 6,8960 6,8847 8,2847 8,1939 9,5271 9,2895 65 5,5273 5,5393 6,9138 6,9199 8,3941 8,3650 9,7902 9,6709 PutAm 5,5371 PutAm 6,9284 PutAm 8,459 PutAm 10,0228

Tabela 4: Valores de opções do tipo bermuda put up-out precificadas pelo modelo LSM para diversos valores de σ (desvio padrão) e valores da barreira. Na tabela acima adotamos como

benchmark put up-out americanas cujos valores foram obtidos pelo método de DF (M =100 e

4000 =

N ). Podemos constatar que à medida que aumentamos o desvio padrão, a diferença entre os valores obtidos pelo modelo LSM e nosso benchmark tende a aumentar. Isso ocorre devido a alta dependência das opções do tipo barreira em relação ao número de instantes de exercício antecipado. À medida que aumentamos o desvio padrão essa depêndencia em relação ao número de intervalos de tempo usados na simulação torna-se cada vez maior. Essa última afirmação pode ser melhor entendida pela tabela abaixo. Caso base: Modelo LSM, S0 = 40,

,

45

=

X

r

=

.

0488

/

ano

,

q

=

0

,

T

=

1

ano; Dados da simulação: N =24, n=50.000

simulações e polinômio linear de 3˚ grau (regressão). PUTLSM

SB DF

(8)

50 7,1056 7,8219 7,6670 7,4752 55 8,5329 8,9613 8,8455 8,7706 60 9,2895 9,5271 9,4682 9,4290 65 9,6709 9,7902 9,7508 9,7290

Tabela 5: Valores de opções americanas put up-out do caso base da tabela acima para diversos intervalos de exercício antecipado (datas). Notamos que a medida que aumentamos o número de datas de exercício o valor estimado da put up-out pelo modelo LSM converge gradativamente para o valor real representado pelo benchmark (DF).

Figura 3: Curvas de exercício antecipado médio para uma put down-out e outra americana do tipo vanilla com parâmetros iguais. Conforme podemos constatar, a curva correspondente a opção down-out permanece sempre acima do valor de barreira. Caso base: Modelo LSM,

, 45

0 =

S SB =40 (barreira),

X

=

50

,

r

=

. ano

1

/

,

q

=

.

03

/

ano

,

T =3 meses; Dados da simulação: N =12, n=20.000 simulações e polinômio linear de 3˚ grau (regressão).

Figura 4: Estratégia de exercício antecipado para as opções barreira e americana do caso base da figura acima. Notamos uma diferença nítida nas estratégias das duas opções. Constatamos que na opção put down-out a maximização dos payoff’s resulta de uma maior concentração dos exercícios antecipados nas semanas iniciais.

(9)

3.3. Opções Asiáticas

A precificação de opções asiáticas do tipo americana ou bermuda apresentam-se como um desafio no campo das finanças computacionais. Essa opção é particularmente mais complexa que as abordadas anteriormente por apresentar a possibilidade de exercício antecipado associada a payoffs dependentes da trajetória de preços da ação durante determinada janela de tempo. Geralmente esses tipos de opções são de difícil avaliação pelos métodos tradicionais baseados em árvores binomiais e diferenças finitas.

Para uma opção asiática do tipo americano, a função do valor de continuação (manter a opção viva) e a decisão de exercício antecipado em cada instante de tempo ti, depende não mais da monitoração de apenas uma variável de estado (

i

t

S

= preço da ação) mas sim de duas (

i

t

S

e

i

t

S = preço médio da ação).

=

+

=

n i t tn

n

S

i

S

0

1

1

Dessa forma, as regressões utilizadas no modelo LSM, devem ser representadas não mais num espaço bi-dimensional (S×t) mas sim por uma superfície em três dimensões (S

× S ×

t). Longstaff e Schwartz sugere a utilização de oito bases e polinômios de Laguerre nas regressões a cada instante de exercício antecipado. De modo a acelerar o tempo computacional, optamos por utilizar um polinômio mais simples descrito por:

(

)

2 8 2 7 6 2 5 2 4 3 2 1

.

.

.

.

.

.

.

,

i t i t i i t i i i t i t i i i i

S

S

S

S

S

S

S

S

S

S

S

S

f

t t

=

α

+

α

t

+

α

t

+

α

+

α

+

α

t t

+

α

t

+

α

Notamos que em alguns tipos de opções exóticas a utilização de polinômios mais complexos, como os de Laguerre, Hermite e Legendre, podem conferir um maior grau de precisão aos resultados. No entanto, a escolha do polinômio acima satisfaz nossas expectativas a respeito da precisão do modelo quando comparado com um valor de Benchmark (Hull e White, 1993).

X = 40 X = 45 X = 50 X = 55

T = 0.5 T = 1 T = 0.5 T = 1 T = 0.5 T = 1 T = 0.5 T = 1 HW 12.1150 13.1530 7.2610 8.5510 3.2750 4.8920 1.1520 2.5360 LSM 12.1362 13.1792 7.2861 8.5584 3.2646 4.8856 1.1537 2.5365 Tabela 6: Valores de opções call asiáticas para diversos preços de exercício e vencimetos (6 meses e 1 ano). Notamos que o valor estimado pelo modelo LSM permace próximo do

benchmark (HW) tido como uma boa aproximaçãodo do valor real. Caso base: Call asiática

(média aritmética) estilo americano, S0 =50,

r

=

. ano

1

/

,

q

=

0 ano

/

,

; Dados da simulação: Modelo LSM, N =40, n=30.000 simulações e polinômio com oito bases descrito acima.

(10)

Figura 5: Estratégia de exercício antecipado para as opções asiática e americana do tipo vanilla. Notamos que uma call americana que não paga dividendos jamais será exercida antecipadamente. Nesse caso, a estratégia ótima é representada pelo exercício no momento do vencimento (semana 24), tornando seu valor igual ao de uma opção européia. Constatamos que o mesmo não vale para o caso de opções asiáticas, onde são observados exercícios em praticamente todas as semanas. Caso base: Call asiática (média aritmética) estilo americano,

, 50

0 =

S

X

=

50

,

r

=

.

15

/

ano

,

q

=

0 ano

/

,

σ

=

. ano

3

/

,

T =6 meses; Dados da simulação: Modelo LSM, N =24 (um exercício por semana), n=20.000 simulações e polinômio com oito bases descrito acima.

Figura 6: Representação dos payoff’s e curva de continuação esperada no terceiro ano de uma call asiática americana descrita abaixo. Observamos que diferentemente do gráfico da figura 8.1, essa curva é função de duas variáveis, devendo ser análisada num espaço tridimensional. Caso base: call asiática-americana,S0 =50, X =45,

T

=

4

anos, r =.10/ano,

ano

q

=

0

.

05

/

,

σ

=.30/ano. Dados da simulação: Modelo LSM, 4 intervalos de tempo e 50 simulações (Sobol).

3.4. Opções Dependentes de Múltiplos Ativos

Nesta seção estenderemos o algoritmo LSM para o caso de opções americanas dependentes de múltiplos ativos. Focaremos nossos resultados em opções baseadas no mínimo ou máximo de dois e três ativos correlacionados.

(11)

Observamos que os modelos baseados em ávores e DF podem ser aplicados na precificação de opções dependentes de no máximo três ativos. No entanto, acima de três dimensões, a aplicação destes métodos torna-se impraticável, restando unicamente os modelos baseados em simulação.

Assim como no caso de opções asiáticas e lookback, a função do valor de continuação nas opções do tipo máximo-mínimo depende de múltiplas variáveis. De modo a facilitarmos nossa abordagem, optamos pelas mesmas bases para a avaliação de opções sujeitas a dois e três ativos correlacionados. No caso de opções sujeitas aos preços de três ativos, os termos S1 e S2 correspondem aos dois maiores valores do grupo de ativos.

Strike PUTLSM Trinomial

X = 35 1.4218 1.4230 40 3.8807 3.8920 45 7.6799 7.6890

Tabela 7: Valores de opções put americanas baseadas no valor mínimo mínimo dentre dois ativos não correlacionados para diversos preços de exercício (35, 40 e 45). Notamos que o valor estimado pelo modelo LSM permace próximo do benchmark (árvore trinomial de Boyle). Caso base: opção americana decrita no item (2.b) acima, S1 = S2 =40,

σ

1 =.20/ano,

, / 30 .

2 = ano

σ

ρ

=

0

.

5

,

r

=

.

05

/

ano

,

q1 =q2 =0/ano, T =.583 anos (7 meses); Dados da simulação: Modelo LSM (Sobol), N =25, n=30.000 simulações e polinômio do quinto grau com as bases descritas acima.

Datas de exercício

CALL

10 15 30 LSM 17.8278 17.9389 18.0845 DF 17.8440 17.9690 18.0820

Tabela 8: Valores de opções call americanas baseadas no valor máximo dentre três ativos correlacionados para diversas datas de exercício antecipado. Caso base: opção americana decrita no item (1.a) acima, S1 = S2 = S3 =100, X =100,

σ

1 =

σ

2 =

σ

3 =.20/ano,

,

25

.

0

2 , 1

=

ρ

ρ

1,3

=

0

.

25

,

ρ

2,3

=

0

.

3

,

r

=

.

05

/

ano

,

q1 = q2 =q3 =.10/ano, T =3anos;

Dados da simulação: Modelo LSM (Sobol), n=30.000 simulações e e polinômio com as bases descritas acima.

Figura 7: Estratégia de exercício antecipado para o caso base descrito na tabela acima. Os gráficos representam a quantidade de exercícios de cada ativo em cada instante de exercício e o

(12)

percentual total de exercícios de cada ativo. Dados da simulação: Modelo LSM (Sobol),

15 =

N e n =20.000 simulações. 4. Conclusão

Neste trabalho apresentamos o Modelo dos Mínimos Quadrados como a solução mais adequada no tratamento de opções americanas complexas. De modo a fundamentar nosso trabalho abordamos aspectos relativos à precisão do modelo e flexibilidade do modelo. As diversas ilustrações ao longo do trabalho sugerem a possibilidade de obtermos diversas informações do processo de simulação, como: curvas de restrição livre, probalidade de exercício em cada instante e risco da opção expirar sem valor. Esses resultados são de grande valor quando na avaliação de opções reais, apresentando-se como ferramentas gerenciais par a tomada de decisões.

5. Referências Bibliográficas

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