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2. Características das WebQuests Actividade de grupo aprendizagem colaborativa Contêm elementos de motivação intrínseca

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Academic year: 2021

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1. Introdução

Nas páginas WWW encontram-se diversos tipos de actividades para os alunos concretizarem, tais como: histórias interactivas, excursões virtuais, caça ao tesouro, visitas ao passado, WebQuests.

Cada vez há mais escolas ligadas à Internet e há muitos tipos de actividades para os alunos desenvolverem. Com o objectivo de definir novos ambientes de aprendizagem, em 1995, Bernie Dodge, professor de Tecnologia Educacional na Universidade de San Diego, EU, desenvolveu um formato de actividades/lições na Wweb, a que chamou WebQuest (pesquisa na Web).

No artigo “Some Thoughts About WebQuests”, ele define uma WebQuest como: “... uma actividade orientada para a pesquisa em que alguma, ou toda, a informação com que os alunos interagem provém de recursos na Internet, opcionalmente suplementados por videoconferência.”

Em 95, Bernie Dodge e Tom March, ambos da Universidade de San Diego, desenvolveram um tipo de plano de lição – a que chamaram WebQuest - o qual continha links para, de e ao longo da Web. A tarefa era normalmente um problema a resolver ou um projecto a completar. Os alunos eram informados dos recursos e deveriam analisar e sintetizar as informações e apresentar soluções criativas.

Desde então, tem sido considerada uma estratégia bastante interessante de utilização da Internet na escola. Pretende-se que os alunos desenvolvam a capacidade de navegar na Internet com uma tarefa em mente. É uma maneira de utilizar sites seguros e de prender a atenção dos alunos. Sendo as WebQuests elaboradas/escolhidas de forma relevante em relação aos conteúdos educativos, para além de garantirem um uso responsável da Internet, tornam “as aulas” muito mais aliciantes. Uma boa WebQuest vai mais além da procura de informações: implica que os alunos analisem recursos e desenvolvam diversas capacidades, tais como: como espírito crítico e criatividade. Tem-se verificado que os alunos estão de tal modo motivados e interessados que não perdem tempo a navegar indescriminadamente na Web.

Esta estratégia tem sido bastante aplicada nos Estados Unidos. Muitos professores têm construído e divulgado as suas WebQuests, encontrando-se inúmeros exemplos, em inglês. Também se encontram alguns exemplos em português.

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2. Características das WebQuests

Ø Actividade de grupo – aprendizagem colaborativa Ø Contêm elementos de motivação intrínseca

o Os alunos são colocados perante um desafio/problema o Atribuição de um papel a cada interveniente

o Estabelecimento de um cenário

o Simulação de uma entrevista a um personagem o ...

Ø Podem ser disciplinares, interdisciplinares ou multidisciplinares Têm várias vantagens:

Ø Desenvolvem capacidades cognitivas Ø Promovem a aprendizagem colaborativa Ø Permitem a integração de recursos Ø Orientam a navegação na Internet 3. Estrutura das WebQuest

Para que uma WebQuest seja eficiente e clara no seu propósito, deverá conter, pelo menos, as seguintes partes: 3.1. Introdução 3.2. Tarefa 3.3. Processo 3.4. Recursos 3.5. Avaliação 3.6. Conclusão 3.1. Introdução

A introdução deve definir o cenário e ter algumas informações básicas. Será mais motivadora se indicar os objectivos e levantar um problema. Deve ser:

• relevante para as experiências anteriores do aluno;

• relevante em relação aos objectivos do aluno;

• importante pelas suas implicações;

• curta, pela necessidade de obter uma solução em pouco espaço de tempo;

• divertida, pelo papel que o aluno pode ter que desempenhar ou pelo produto a criar;

• visualmente atraente. 3.2. Tarefa

A tarefa consiste no que o aluno deverá ter feito no fim do trabalho. Deverá ser exequível e interessante. Do ponto de vista cognitivo será tanto melhor quando exija que os alunos não tenham apenas que dar respostas, mas que tenham que efectuar uma síntese a partir da

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informação consultada, tomar uma posição, fazer uma generalização, criar um produto. Pode, portanto, consistir em:

• resolução de um problema; • simulação de papéis; • criação de um produto; • participação em debates; • avaliação histórica; • ....

A sua apresentação pode ir desde a simples resposta verbal ou escrita a uma apresentação exigindo a utilização de software, por exemplo, uma criação em PowerPoint.

3.3. Processo

No processo estão descritos os passos que levarão à execução da tarefa. Pode incluir:

• estratégias que levem a divisão da tarefa em sub-tarefas;

• descrição dos papéis a serem desempenhados;

• descrição das perspectivas a serem desenvolvidas;

• indicações sobre a forma de organizar a informação, por exemplo, com a forma de questões orientadas ou indicações para a gestão do tempo.

Por vezes, estas indicações aparecem na estrutura, como mais outro passo e com a designação Orientações, a fim de não sobrecarregar o processo, cuja descrição deve ser curta e simples. Aliás, do 1º artigo do próprio Dodge constam as Orientações e não aparece a Avaliação. Num outro seu artigo, posterior, adoptou a nomenclatura indicada acima.

3.4. Recursos

Um conjunto de recursos deverão ser sites da Web. Isso implica uma análise prévia de inúmeros sites da parte do professor antes de efectuar uma escolha criteriosa. Com alunos mais crescidos até poderão ser escolhidos sites com informações incompletas ou contraditórias, mas não com alunos pequenos.

É importante ter em conta que os recursos não terão que estar exclusivamente na Internet. Podem ser livros, textos, vídeos, etc. Além disso, os alunos podem entrevistar pessoas, pedir esclarecimentos por mail, fazer visitas de estudo, etc.

Muitas vezes, é preferível dividir a lista de recursos, de modo a uns serem analisados por todos os alunos e outros analisados por parte dos alunos, conforme o papel ou a tarefa/sub-tarefa que cada aluno está a desempenhar.

3.5. Avaliação

Não existia, inicialmente, este bloco na estrutura da WebQuest. Mas, se queremos justificar o tempo dispendido com a Web para aprendizagem, é necessário avaliarmos os resultados. A maior parte das WebQuest acaba com um produto que pode ser um trabalho escrito ou oral,

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do tipo de tarefa que o aluno executou. É de ter em conta a capacidade de pesquisa, organização da informação, o formato do produto, etc.

Existem, na Internet, diversas fichas, com critérios e níveis, para avaliar cada categoria. 3.6. Conclusão

A conclusão deverá constituir uma oportunidade para:

• resumir o projecto;

• recordar o que o aluno aprendeu;

• encorajar a continuar a reflectir e/ou explorar esse tema Também pode ser um bom momento para o professor obter o feedback dos alunos. 4. Tipo das WebQuest

Há, pelo menos, dois tipos de WebQuest que devem ser distintos: 4.1. Curta duração – 1 a 3 aulas

Com estas WebQuest pretende-se a aquisição e integração do conhecimento. No fim, o aluno deverá ter tomado contacto com um número significativo de informações, às quais dará sentido.

4.2. Longa duração – 1 semana a 1 mês

Com uma WebQuest deste tipo pretende-se uma análise mais profunda dos conhecimentos, a criação de algo novo. Uma WebQuest de longa duração pode ter inúmeros formatos:

• uma base de dados com recursos de procura na qual as categorias em cada campo são criadas pelos alunos;

• uma história interactiva ou um estudo de caso criados pelos alunos;

• um documento que descreva uma análise de uma situação controversa, convidando o aluno a tomar posição;

• uma entrevista on-line com a simulação de uma personagem (as perguntas e respostas seriam dadas pelos alunos que, previamente, teriam estudado a personagem).

5. Como desenvolver uma WebQuest

Ø Procurar os recursos disponíveis na Internet e familiarizar-se com eles Ø Organizar os recursos em categorias

Ø Identificar tópicos/conteúdos curriculares para os quais há materiais adequados

Ø Construir a WebQuest Ø Aplicar a WebQuest Ø Avaliar a WebQuest

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6. Taxonomia das tarefas

A tarefa é a parte mais importante da WebQuest. Desde 95 que os professores têm adaptado diversas WebQuest às suas necessidades e destas experiências têm emergido alguns formatos de tarefas. A taxonomia que se segue descreve esses formatos e dá sugestões de como optimizá-los. É de também ter em conta que há tarefas que combinam várias categorias.

De acrescentar ainda que esta taxonomia não é um produto acabado. As categorias que se seguem não obedecem a nenhuma ordem; no entanto, a primeira, reconto, é na realidade, a primeira devido à sua simplicidade.

6.1. Reconto

Deverá recontar o que os alunos aprenderam, podendo ser apresentada sob a forma de um pequeno relatório, um poster ou uma apresentação em PowerPoint. São as WebQuests mais comuns, apesar de menos desafiantes e interessantes. Uma modesta WebQuest é baseada no reconto se:

• é significativamente diferente do que foi apresentado, tanto no conteúdo como na forma, isto é, o produto não resulta de uma operação de “corta e cola”;

• aos alunos foi dada oportunidade de organizar a informação e de decidir sobre a sua nova apresentação;

• implica desenvolvimento das capacidades de análise (distinguir o que é fundamental) e de síntese.

É importante salientar que uma tarefa de reconto pode ser utilizada como um passo intermédio para desenvolver conhecimentos acerca de um tópico, combinando-a com uma ou mais tarefas de outro tipo.

6.2. Compilação

Uma tarefa simples para os alunos é recolher informação de diferentes fontes ou mesmo de diferentes tipos de fontes e dar-lhe um formato comum. Esta compilação de resultados pode ser ou não publicada na Web ou pode ter a forma de um produto não multimedia.

Uma WebQuest é uma compilação se:

• há uma transformação da informação compilada. Capacidades desenvolvidas numa tarefa de compilação:

• utiliza recursos com diferentes formatos e é necessário que sejam reescritos ou reformatados;

• desenvolve os seus próprios critérios para seleccionar os items que deve articular.

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6.3. Mistério

Todos gostam de mistérios. Por vezes, uma boa maneira de atrair os alunos para um tema, é disfarçá-lo num puzzle ou numa história de detectives. Isto resulta para alunos muito pequenos, mas também com mais velhos, desde que adaptado ao seu nível etário.

Uma tarefa mistério requer síntese da informação recolhida em diversas fontes. Um puzzle, por exemplo, não pode ser resolvido simplesmente pela resposta encontrada numa página.

Na realidade uma tarefa mistério requer:

• síntese da informação de múltiplas fontes;

• obtenção de informação através de inferências ou generalizações cruzando informação de diferentes fontes;

• eliminação de falsas pistas. 6.4. Jornalísticas

No caso de haver um acontecimento sobre o qual os alunos se deveriam debruçar, uma das maneiras de criar uma WebQuest é pedir aos alunos que façam uma reportagem cobrindo o acontecimento. O importante a avaliar é a exactidão dos factos e não a criatividade.

Uma tarefa jornalística bem desenhada requer que os alunos:

• optimizem a exactidão recorrendo a múltiplas abordagens do acontecimento;

• alarguem os seus conhecimentos incorporando opiniões divergentes da sua;

• aprofundem os seus conhecimentos utilizando informação de segundo plano;

• se consciencializem dos seus próprios preconceitos e minimizem o seu impacto no que escreverem.

6.5. Design

Este tipo de tarefa requer que os alunos criem um produto ou um plano de acção. O importante é que a tarefa seja construída tendo em conta determinadas condições. Se a tarefa for muito livre, os alunos terão a ilusão de que “qualquer coisa serve” e isso não tem a ver com a atitude necessário no dia a dia.

Para ser bem construída requer que:

• seja necessário a criação de um produto com determinada finalidade;

• existam recursos e condições não idênticas aos observados;

• encoraja a criatividade dentro das condições que foram previamente dadas. 6.6. Produtos criativos

Este tipo de tarefas deve levar à criação de um produto realizado com determinado formato, mas muito mais imprevisível que o da tarefa de design. Nos produtos criativos é enfatizada, evidentemente, a criatividade.

Tal como nas tarefas de design, o fundamental são as condições impostas e distinguem-se pelo modo como o produto é trabalhado e pela criatividade.

Essas diferenças podem ter em conta:

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• aderência a um estilo artístico particular;

• utilização de um formato particular;

• limitação no comprimento, tamanho, extensão. 6.7. Consenso

Uma tarefa de consenso bem construída deve:

• implicar que os alunos se apercebam das diferentes perspectivas, a partir dos diferentes recursos estudados;

• basear-se em diferentes opiniões e factos e não apenas em factos;

• dar origem a um produto com o formato normalmente utilizado na vida extra-escolar;

• dar origem a um relatório dirigido a uma audiência específica (real ou virtual) e ter um formato análogo ao que é usado, normalmente, na vida real (por exemplo, recomendação a alguém do governo, um memorando, etc)

6.8. Persuasão

Há pessoas que não estão de acordo connosco. Estão certamente erradas, portanto, é necessário desenvolver capacidades de persuasão para as convencer. Uma tarefa de persuasão ultrapassa o simples reconto, requerendo que os alunos desenvolvam um caso convincente baseados no que aprenderam. Pode incluir uma simulação de um comício, a escrita de uma carta, editorial ou notícia, ou a produção de um poster, ou de um vídeo construídos de modo a influenciar opiniões.

As tarefas de persuasão estão muitas vezes combinadas com as de consenso. A principal diferença é que nas tarefas de persuasão os alunos trabalham no sentido de convencer uma audiência externa de um certo ponto de vista, enquanto que nas de consenso, a tarefa passa apenas pela tomada de consciência das diferentes perspectivas.

Para termos uma boa tarefa de persuasão é necessário que:

• uma audiência plausível, em relação à mensagem a tratar, tenha sido identificada com determinado ponto de vista, diferente ou pelo menos, neutro.

6.9. Auto-conhecimento

Por vezes, o objectivo de uma WebQuest é uma melhor compreensão de si próprio e a compreensão do que se pode desenvolver a partir de diversos recursos. Como o auto-conhecimento não é muito representado nos actuais currículos, há poucas tarefas deste tipo. Uma boa tarefa de auto-conhecimento implica que o aluno responda, não laconicamente, a questões que ele coloca a si próprio.

Estas tarefas podem ser desenvolvidas em torno de:

• objectivos a longo prazo;

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• opiniões pessoais sobre arte e literatura. 6.10. Analíticas

Um dos aspectos do conhecimento é perceber como as coisas funcionam em conjunto e como, num determinado assunto, as coisas se relacionam. Uma tarefa analítica vai ao encontro do desenvolvimento desta capacidade.

Uma tarefa analítica ultrapassa uma simples análise, para encontrar implicações naquilo que encontrou. Por exemplo, enquanto que criar um diagrama Venn comparando Itália com Inglaterra é uma tarefa simples, uma tarefa mais complexa incluirá especulação ou inferência sobre semelhanças e diferenças entre os dois países.

6.11. Julgamento

Para se avaliar alguma coisa é preciso um grau de compreensão assim como de julgamento. As tarefas de julgamento apresentam aos alunos um número de questões, que eles devem ordenar, eliminar ou tomar decisões com um número limitado de escolhas.

É natural, mas não obrigatório, que os alunos desempenhem um papel, enquanto desenvolvem uma tarefa deste tipo. Têm sido desenvolvidas muito boas WebQuests deste tipo, com o formato de simulações.

Para estar bem construída deve, por um lado:

• existir uma ficha ou um conjunto de critérios para efectuar o julgamento;

• auxiliar e apoiar os alunos na criação dos seus próprios critérios de avaliação.

Por outro lado, é importante levar os alunos a explicitar e defender o seu sistema de avaliação.

6.12. Científicas

A Web faculta muitos tipos de dados e alguns deles podem levar a “fazer ciência”. Uma tarefa científica deve:

• formular hipóteses baseadas no conhecimento de informação proveniente de recursos on-line ou não;

• testar as hipóteses reunindo dados a partir dos recursos previamente escolhidos;

• determinar quais as hipóteses que são válidas;

• descrever os resultados e suas implicações no formato de relatório científico. Para uma WebQuest deste tipo ter sucesso é fundamental encontrar questões que possam resultar de vários tipos de dados on-line.

Referências

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