Actividade Formativa 2
Recomendac
¸˜
oes importantes:
• A resolu¸c˜ao correcta das quest˜oes envolve, al´em da ´obvia correc¸c˜ao do resultado final, a capacidade de escrever clara, objectiva e correctamente, de estruturar lo-gicamente as respostas e de desenvolver e de apresentar os c´alculos e os racioc´ınios matem´aticos utilizando nota¸c˜ao apropriada.
• Justifique cuidadosa e detalhadamente todos os c´alculos, racioc´ınios e afirma¸c˜oes que efectuar.
1. Determine os dom´ınios das seguintes fun¸c˜oes reais de vari´avel real e diga, justificando cuidadosamente, se s˜ao, ou n˜ao, cont´ınuas no seu dom´ınio
f(x) = x log log x2, g(x) = 10log| cos x|, h(x) = 1 x +
√ cos x,
2. Mostre, recorrendo directamente `a defini¸c˜ao de continuidade de uma fun¸c˜ao num ponto, que a fun¸c˜ao u(x) = 1
x2 ´e cont´ınua em todos os pontos do seu dom´ınio. Investigue
se esta fun¸c˜ao ´e, ou n˜ao, uniformemente cont´ınua. Calcule, recorrendo `a defini¸c˜ao, o valor de lim
x→0u(x), ou prove que este limite n˜ao existe.
3. Considere uma fun¸c˜ao cont´ınua ψ : [0, 1] → [0, 1]. Mostre que ψ tem um ponto fixo em [0, 1], ou seja, existe (pelo menos) um x0 ∈ [0, 1] tal que ψ(x0) = x0.
4. Para cada uma das fun¸c˜oes reais de vari´avel real seguintes, determine (caso exista) a sua fun¸c˜ao derivada, indicando, para cada caso, tamb´em o dom´ınio de diferenciabilidade
θ(x) = logxe, v(x) =p|x|, ℓ(x) = min{|x|, |x − 1|},
5. a) Considere uma fun¸c˜ao G cont´ınua em R e seja F a fun¸c˜ao definida em R pela igualdade F(x) = 1+xG(x). Prove que F ´e diferenci´avel no ponto 0 e determine uma equa¸c˜ao da recta tangente ao gr´afico de F no ponto de intersec¸c˜ao deste com o eixo das ordenadas. Mostre que, se G for estritamente mon´otona, o gr´afico de F e a tangente que determinou apenas se intersectam no ponto de tangencia.
b) Utilize o Teorema de Lagrange para concluir que √66 ∈8 + 1 9,8 +
1 8
c) Calcule os limites seguintes lim x→0 sin x − x x− tan x, limx→0 1 xsin x− 1 x2 , lim x→0 sin x x 1x . 6. Fa¸ca um estudo anal´ıtico da fun¸c˜ao definida pela express˜ao ξ(x) = x+8
π arctan 1
x tendo em aten¸c˜ao os seguintes aspectos: dom´ınio, continuidade, diferenciabilidade, intervalos de monotonia, extremos, assimptotas. Esboce o gr´afico de ξ tendo em conta a informa¸c˜ao fornecida pelo seu estudo.
resoluc¸˜ao da actividade formativa 2
1. Consideremos a fun¸c˜ao f e comecemos por observar que esta fun¸c˜ao ´e obtida pela multi-plica¸c˜ao de duas fun¸c˜oes: a fun¸c˜ao x 7→ x e a fun¸c˜ao x 7→ log log x2. O dom´ınio de f ´e o conjunto dos x para os quais as opera¸c˜oes indicadas na sua defini¸c˜ao fazem sentido e portanto ter˜ao de ser os x para os quais as duas fun¸c˜oes cuja multiplica¸c˜ao d´a f fazem sentido, ou seja, ter´a de ser a intersec¸c˜ao dos dom´ınios destas duas fun¸c oes. No caso da primeira fun¸c˜ao qualquer valor de x pode ser considerado j´a que a transforma¸c˜ao indicada por x 7→ x deixa tudo na mesma (´e, por isso, normalmente designada por fun¸c˜ao, ou aplica¸c˜ao, identidade). Consequentemente o seu dom´ınio ´e R. Quanto `a segunda fun¸c˜ao, x 7→ log log x2, observe-se que esta ´e obtida pela seguinte com-posi¸c˜ao de fun¸c˜oes: come¸cando com o “objecto” x, este ´e primeiro transformado no seu quadrado, x 7→ x2, ao qual depois se aplica o logaritmo (neperiano), x2 7→ log x2, e depois, ao resultado desta opera¸c˜ao, ´e novamente aplicado o logaritmo (neperiano) log x2 7→ log log x2. O resultado destas trˆes etapas sucessivas ´e a fun¸c˜ao composta x7→ log log x2:
Qual ´e o dom´ınio desta fun¸c˜ao: ser´a o conjunto dos x para os quais estas trˆes opera¸c˜oes fazem, todas elas, sentido, ou seja, simbolicamente,
D =x ∈ R : x ∈ Dquadrado∧ x2 ∈ Dlog∧ log x2 ∈ Dlog .
Como Dquadrado = R e Dlog = R+, a primeira condi¸c˜ao, x ∈ Dquadrado, ´e sempre satisfeita e a segunda, x2
∈ Dlog, for¸ca a que x 6= 0. A ´ultima restri¸c˜ao ´e, neste caso, a mais relevante, j´a que log x2 ∈ D
log significa que se tem de ter log x2 ∈ R+, ou seja, log x2 > 0. Para determinarmos ue valores de x respeitam esta restri¸c˜ao podemos aplicar a exponencial (de base e) a ambos os membros desta desigualdade (aten¸c˜ao: como a fun¸c˜ao exponencial ´e mon´otona crescente o sentido da desigualdade n˜ao se alterar´a). Fazendo isto tem-se
log x2 >
0 ⇔ elogx2
> e0 ⇔ x2 >1 ⇔ (x > 1 ∨ x < −1), e portanto o dom´ınio de x 7→ log log x2 ´e
D = {x ∈ R : x ∈ R ∧ x 6= 0 ∧ (x > 1 ∨ x < −1)} =] − ∞, −1[∪]1, +∞[
e portanto o dom´ınio de f ser´a Df = R ∩ (] − ∞, −1[∪]1, +∞[) =] − ∞, −1[∪]1, +∞[. Quanto `a continuidade de f podemos argumentar de modo an´alogo: a fun¸c˜ao x 7→ x ´e cont´ınua no seu dom´ınio. Quanto `a fun¸c˜ao x 7→ log log x2, ela ´e composta de fun¸c˜oes (quadrado e logaritmos) que tamb´em s˜ao cont´ınuas em todos os pontos dos seus dom´ınios e, portanto, ´e cont´ınua em todos os pontos do seu dom´ınio. Consequen-temente o produto destas duas fun¸c˜oes (ou seja, f ) ´e cont´ınua em todos os pontos do seu dom´ınio.
Consideremos agora a fun¸c˜ao g. O tipo de argumento ´e an´alogo ao utilizado ante-riormente: g ´e a composi¸c˜ao de v´arias fun¸c˜oes: do coseno, do m´odulo, do logaritmo
log|cos x|
log|cos x| cos x
x |cos x|
coseno modulo logaritmo exponencial de base 10
10
g
(neperiano) e da exponencial (de base 10), Portanto, para que a express˜ao que define g fa¸ca sentido, ´e necess´ario que os x sejam tais que qualquer das fun¸c˜oes indicadas no esquema acima fa¸ca sentido, ou seja, o dom´ınio de g ´e o conjunto
Dg =x ∈ R : x ∈ Dcos∧ cos x ∈ D|·|∧ | cos x| ∈ Dlog∧ log | cos x| ∈ D10(·) .
Relembrando que Dcos = R, D|·|= R, Dlog = R+ e D10(·) = R conclui-se que
Dg =x ∈ R : x ∈ R ∧ cos x ∈ R ∧ | cos x| ∈ R+∧ log | cos x| ∈ R .
Destas condi¸c˜oes, apenas | cos x| ∈ R+ ´e, de facto, uma restri¸c˜ao (as restantes s˜ao sempre satisfeitas) e equivale a dizer que cos x 6= 0, ou seja, x ∈ R \π2 + kπ, k ∈ Z . Consequentemente, o dom´ınio de g ´e
Dg = R \ nπ
2 + kπ, k ∈ Z o
A continuidade de g pode ser estudada de modo inteiramente an´alogo ao que foi feito para f : como todas as fun¸c˜oes que entram na constru¸c˜ao de g s˜ao cont´ınuas nos respectivos dom’inios, a fun¸c˜ao g tamb´em ´e cont´ınua em todo o seu dom´ınio.
Por ´ultimo considere-se o caso da fun¸c˜ao h. A fun¸c˜ao ´e obtida pela adi¸c˜ao de duas fun¸c˜oes parcelas: a fun¸c˜ao x 7→ 1
x e a fun¸c˜ao x 7→ √
cos x. A primeira destas est´a definida em todo o R \ {0}; a segunda ´e a composta do coseno com a ra´ız quadrada: e para que esta express˜ao fa¸ca sentido ´e necess´ario que cada uma das suas fun¸c˜oes
cos x
x cos x
coseno raiz quadrada
componentes fa¸cam sentido, ou seja, que x esteja no conjunto D =nx∈ R : x ∈ Dcos∧ cos x ∈ D√
o .
Como Dcos = R e D√ = [0, +∞[, o conjunto D pode ser escrito como D = {x ∈ R : x ∈ R ∧ cos x ∈ [0, +∞[} .
Atendendo ao que conhecemos da fun¸c˜ao coseno, a segunda restri¸c˜ao equivale a dizer que se tem de tomar o x em −π
2, π 2 , ou em 3π 2 , 5π 2 , ou em 7π 2 , 9π 2 , ou em. . . . Abreviando, h´a que se ter
x∈ [ k∈Z h (4k − 1)π2,(4k + 1)π 2 i
e, portanto, o dom´ınio de h ´e
Dh = (R \ {0}) ∩ [ k∈Z h (4k − 1)π2,(4k + 1)π 2 i ! = [ k∈Z h (4k − 1)π2,(4k + 1)π 2 i ! \ {0}
O estudo da continuidade ´e an´alogo ao feito nos dois casos anteriores e conclui-se, do mesmo modo, que a fun¸c˜ao h ´e cont´ınua em todos os pontos do seu dom´ınio Dh. 2. Para provar, recorrendo `a defini¸c˜ao, que a fun¸c˜ao u(x) = 1
x2 ´e cont´ınua em qualquer
ponto a do seu dom´ınio temos que provar que, se o x estiver muito pr´oximo de a, o u(x) estar´a muito pr´oximo de u(a), ou seja, um pouco mais rigorosamente, temos de conseguir satisfazer o seguinte: para cada a no dom´ınio de u (ou seja, para cada a 6= 0), se nos derem um δ > 0 arbitr´ario, temos de conseguir determinar um valor de ε (que depender´a, normalmente, do δ e do a considerados) de tal modo que se x estiver a uma distˆancia de a inferior a ε, ent˜ao temos a garantia de que u(x) distar´a de u(a) menos que o tal δ dado no in´ıcio, ou seja, simbolicamente,
∀δ > 0, ∃ε > 0 : |x − a| < ε ⇒ |u(x) − u(a)| < δ.
Para conseguirmos provar isto ´e conveniente come¸carmos por considerar a express˜ao |u(x) − u(a)| e tentarmos manipul´a-la (com igualdades ou majora¸c˜oes) de modo a obtermos algures um termo |x − a|, j´a que ´e a custa do que se passa com este termo que pretendemos concluir algo sobre |u(x) − u(a)|. Vejamos ent˜ao:
|u(x) − u(a)| = 1 x2 − 1 a2 = a2 − x2 x2a2 = (a − x)(a + x) x2a2 = |x − a| |a + x| x2a2 . Isto satisfaz, parcialmente, o nosso objectivo, uma vez que estamos a estimar (majorar) o valor de |u(x) − u(a)| `a custa de |x − a|. Infelizmente ainda n˜ao podemos dizer que concluimos a nossa tarefa, isto ´e: o que escrevemos ainda n˜ao nos permite concluir que |u(x) − u(a)| ser´a t˜ao pequeno quanto quizermos, desde que escolhamos |x − a| adequadamente pequeno. Reparemos porquˆe: o termo |x − a| est´a a multiplicar por
|a+x|
x2a2 e temos de garantir que este termo permanece limitado quando |x − a| se torna
t˜ao pequeno quanto necessitarmos (pois caso contr´ario o produto dos dois poderia ser ilimitado e, portanto, n˜ao seria inferior ao tal δ > 0 dado arbitrariamente no in´ıcio). Para garantir que, quando |x − a| < ε, a quantidade |a+x|x2a2 permanece limitada,
come-cemos por observar que, pela desigualdade triangular, temos |a + x| 6 |a| + |x|. Por outro lado, tem-se tamb´em1 |x − a| >
|x| − |a|
> |x| − |a|, donde se conclui que
1Esta vers˜ao da desigualdade triangular ´e f´acil de obter, a partir da vers˜ao usual, do seguinte modo: na
desigualdade triangular usual |u + v| 6 |u| + |v| considere-se u = x e v = y − x. Ent˜ao |y| = |x + (y − x)| 6 |x| + |y − x|, ou seja |y − x| > |y| − |x|. Repetindo estes c´alculos com u = y e v = x − y conclui-se que |x − y| > |x| − |y|. Conjugando estas duas desigualdades tem-se |y − x| >
|y| − |x| .
|x| 6 |x − a| + |a| e portanto |a + x| 6 |a| + |x| 6 2|a| + |x − a|. Como tamb´em se tem |x−a| > |x|−|a| = |a|−|x|
>|a|−|x|, obt´em-se a minora¸c˜ao |x| > |a|−|x−a|. Sendo |x − a| < ε tem-se, utilizando as desigualdades anteriores e assumindo que ε < |a|,
|a + x| x2a2 6 2|a| + ε (|a| − ε)2a2 < 3|a| (|a| − ε)2a2.
O problema que se coloca nesta altura ´e o de garantir que podemos escolher o ε de modo a que o denominador no membro direito da desigualdade acima n˜ao fique arbitrariamente pequeno (caso em que a fra¸c˜ao ficaria arbitrariamente grande). Para tal a restri¸c˜ao ε < |a| n˜ao ´e suficiente, mas podemos tentar majorar o ε de modo a que, digamos, 0 < ε < |a|2 ,caso em que |a| − ε > |a| −|a|2 = |a|2 (a frac¸c˜ao |a|2 que majora ε n˜ao ´e importante: poderia ser |a|3 , ou 910|a|, ou qualquer outra coisa entre 0 e |a| de modo a que tenhamos a garantia de que |a| − ε n˜ao pode aproximar-se de zero). Retome-se agora a estimativa inicial e considere-se que |x − a| < ε, com 0 < ε < |a|2 < |a|. Pelo que deduzimos acima pode-se escrever
|u(x) − u(a)| = |x − a||a + x|x2a2 < ε 3|a| (|a| − ε)2a2 < ε 3|a| |a| 2 2 a2 = ε 12 |a|3,
e, para que esta quantidade seja menor que δ, basta que seja poss´ıvel escolher ε de modo a que
ε 12
|a|3 < δ. (1)
Mas agora ´e imediato concluir que a desigualdade (1) ´e satisfeita sempre que ε < 1
12δ|a|
3 para o ε que fix´amos inicialmente em ]0,|a|
2 [. Deste modo conclu´ımos o que pretendiamos: dados a 6= 0 e um δ > 0 basta escolher ε < minn|a|2 ,
δ|a|3
12 o
para que |x − a| < ε nos garanta que |u(x) − u(a)| < δ. Ou seja, prov´amos que u ´e cont´ınua em a, qualquer que seja a no dom´ınio de u.
Repare-se que, como δ|a|123 → 0 quando a → 0, n˜ao ´e poss´ıvel escolher um valor de ε que sirva para todos os pontos a 6= 0, i.e., que sirva uniformemente para todos os pontos do dom´ınio de u. Isto n˜ao prova ainda que a fun¸c˜ao u n˜ao ´e uniformemente cont´ınua (porque poder´ıamos ter sido demasiado descuidados a fazer as majora¸c˜oes acima) mas ´e uma indica¸c˜ao que algo problem´atico poder´a ocorrer. Para ver que, de facto, a fun¸c˜ao n˜ao ´e uniformemente cont´ınua teremos de mostrar que
∃δ > 0 : ∀ε > 0, ∃x, a ∈ R \ {0} : |x − a| < ε ∧ 1 x2 − 1 a2 > δ.
Mas se fixarmos a 6= 0 e considerarmos x ∈]0, a[ suficientemente pequeno, teremos
x12 − a12
t˜ao grande quanto quizermos (e portanto tamb´em maior que δ). Isto permite-nos concluir que, como suspeit´avamos, a fun¸c˜ao n˜ao ´e uniformemente cont´ınua no seu dom´ınio.
Para calcular, pela defini¸c˜ao, o limite lim
x→0u(x) comecemos por observar que ´e natural esperar que, quanto menor for x em valor absoluto, tanto maior ser´a o seu inverso (e, obviamente, tamb´em o quadrado do seu inverso). Portanto, ´e natural esperar que
o limite em causa seja +∞. Para provar isto pela defini¸c˜ao teremos que conseguir concluir que, ∀K > 0, ∃ǫ : |x| < ǫ ⇒ 1 x2 > K.
Apesar do aspecto ser um pouco diferente do que acontecia com a continuidade, o tipo de argumento a usar ´e semelhante: com a hip´otese de |x| < ǫ tem-se 1x
> 1ǫ, e portanto 1 x2 = 1 x 2 > 1 ǫ2 > K, pelo que basta escolher ǫ < √1
K para que se conclua o pretendido.
3. Comecemos por reparar que podem exitir mais do que um ponto nas condi¸c˜oes do enun-ciado. De facto, podem at´e existir infinitos pontos nessas condi¸c˜oes, como o terceiro gr´afico da Figura 1 ilustra.
0 0 1 1 x0 x0 y= x y = ψ(x) 0 0 1 1 y = x y= ψ(x) 0 0 1 1 y= x y= ψ(x)
Figura 1: Exemplos de fun¸c˜oes ψ, nas condi¸c˜oes do enunciados, com um, quatro, e infinitos pontos fixos (indicados a tipo carregado).
Para provarmos a existˆencia de (pelo menos) um x0 ∈ [0, 1] tal que ψ(x0) = x0 repare-se que um ponto nestas condi¸c˜oes ter´a de satisfazer ψ(x0) − x0 = 0 e para concluirmos a existˆencia de um zero de uma fun¸c˜ao cont´ınua ´e natural considerarmos o corol´ario do teorema de Bolzano, o qual afirma que, se num intervalo [a, b], uma fun¸c˜ao cont´ınua tem sinais contr´arios em a e em b, ent˜ao ter´a de existir (pelo menos) um c ∈]a, b[ no qual a fun¸c˜ao seja nula.
Pela observa¸c˜ao anterior, ´e natural considerarmos a fun¸c˜ao ϕ definida pela express˜ao ϕ(x) = ψ(x) −x. Sendo ϕ a diferen¸ca de duas fun¸c˜oes cont´ınuas (a fun¸c˜ao ψ e a fun¸c˜ao identidade x 7→ x) conclui-se imediatamente que ψ ´e tamb´em cont´ınua em [0, 1]. Por outro lado, como o contradom´ınio de ϕ ´e [0, 1], tem-se que ψ(0) = 0 ou ψ(0) > 0. No primeiro caso nada mais temos a fazer (j´a que o ponto 0 ser´a, ent˜ao, um ponto fixo), pelo que consideraremos que ψ(0) > 0 o que significa que ϕ(0) = ψ(0) − 0 > 0. Analogamente, tem de se ter ψ(1) = 1 ou ψ(1) < 1 e considerando o segundo caso (no primeiro caso temos que 1 ´e um ponto fixo, pelo que nada mais h´a a provar) conclui-se que ϕ(1) = ψ(1) − 1 < 0. Ent˜ao, aplicando o corol´ario do Teorema de Bolzano,
conclui-se que existe pelo menos um x0 ∈]0, 1[ tal que ϕ(x0) = 0. Conjugando isto com os casos em que o ponto fixo era 0 ou 1 podemos concluir que existe sempre (pelo menos) um x0 ∈ [0, 1] tal que ψ(x0) = x0, como se pretendia.
4. Para a fun¸c˜ao θ observe que θ(x) = logxe= loglogex = 1
logx. Ent˜ao θ′(x) = 1 log x ′ = − 1 x (log x)2 = − 1 x(log x)2.
Pela express˜ao anterior conclui-se imediatamente que o dom´ınio de diferenciabilidade de θ (i.e., o conjunto dos x para os quais a derivada de θ existe e ´e finita) ´e o conjunto
Dθ′ = x∈ R : − 1 x(log x)2 ∈ R = {x ∈ R : x 6= 0 ∧ x ∈ Dlog} = x ∈ R : x 6= 0 ∧ x ∈ R+ = R+
Para o caso da fun¸c˜ao v ´e importante ter presente que a fun¸c˜ao | · | n˜ao ´e diferenci´avel em todo o R: a origem x = 0 ´e um ponto onde a fun¸c˜ao m´odulo, x 7→ |x|, n˜ao ´e diferenci´avel. Para trabalhar com fun¸c˜oes nestas condi¸c˜oes (n˜ao diferenci´aveis em algum ponto) utilizando as regras usuais de diferenciabilidade ´e conveniente re-escrever a express˜ao da fun¸c˜ao de modo a evidenciar os intervalos onde as fun¸c˜oes em causa sejam diferenci´aveis e depois analisar com cuidado o que se passa nas fronteiras desses intervalos. No presente caso tem-se, atendendo `a defini¸c˜ao da fun¸c˜ao m´odulo, a saber
|x| = ( x se x > 0 −x se x < 0, tem-se v(x) = (√ x se x > 0 √ −x se x < 0 e portanto v′(x) = ( 1 2√x se x > 0 − 1 2√−x se x < 0 = sgn(x) 2p|x| sendo “sgn” a fun¸c˜ao “sinal”, definida por
sgn(x) = (
+1 se x > 0 −1 se x < 0.
Para verificar o que acontece em x = 0 basta observar que derivada `a direita de zero n˜ao ´e finita,
lim x→0+ √x −√0 x− 0 = limx→0+ √x x = limx→0+ 1 √ x = +∞,
para concluir imediatamente que v n˜ao ´e diferenci´avel na origem. Consequentemente, o dom´ınio de diferenciabilidade de v ´e R \ {0}.
Recorrendo novamente `a defini¸c˜ao da fun¸c˜ao m´odulo e atendendo ao gr´afico da Figura 2 tem-se a seguinte express˜ao para a fun¸c˜ao ℓ
ℓ(x) = −x se x 6 0 x se 0 < x 6 1 2 1 − x se 1 2 < x 61 x− 1 se x > 1, e daqui conclui-se que
ℓ(x) = ( −1 se x < 0 ∨ 1 2 < x <1 1 se 0 < x < 1 2 ∨ x > 1. ´
E imediato observar que nos pontos x0 = 0, 12 e 1 a fun¸c˜ao n˜ao ´e diferenci´avel, visto que os limites laterais das respectivas raz˜oes incrementais lim
x→x0
ℓ(x) − ℓ(x0) x− x0
s˜ao diferentes `a esquerda e `a direita do ponto. Assim, o dom´ınio de diferenciabilidade ´e R \ {0,1
2,1}. 0 1 1 2 x y y= ℓ(x) y = |x| y= |x − 1|
Figura 2: Esbo¸co do gr´afico da fun¸c˜ao ℓ(x) = min{|x|, |x − 1|} (a vermelho).
5.a) Para provar que F (x) = 1 + xG(x) ´e diferenci´avel no ponto x = 0 basta observar que F′(0) = lim x→0 F(x) − F (0) x− 0 = limx→0 xG(x) x = limx→0G(x) = G(0) ∈ R, onde a ´ultima igualdade vem da condi¸c˜ao de continuidade de G.
O ponto onde F intersecta o eixo das ordenadas ´e (0, F (0)), ou seja (0, 1). O declive da recta tangente ao gr´afico de F nesse ponto ´e igual a F′(0), que observ´amos acima que ´e igual a G(0). Portanto, a express˜ao da recta tangente ao gr´afico de F em (0, 1) ´e y = 1 + G(0)x.
Suponha-se que G ´e estritamente crescente. Ent˜ao G(x) > G(0) para qualquer x > 0 e tamb´em G(x) < G(0) para qualquer x < 0. Portanto, se designarmos por ytan(x) a ordenada de um ponto da recta tangente com abcissa x, e sendo yF(x) a ordenada de um ponto do gr´afico de F com abcissa x, conclui-se que
e ainda
x <0 =⇒ yF(x) = 1 + xG(x) < 1 + xG(0) = ytan(x).
Mas isto significa que os gr´aficos da fun¸c˜ao F e da recta tangente apenas se intersectam no ponto de tangˆencia x = 0. Se G for estritamente decrescente tudo se passa do mesmo modo com a altera¸c˜ao ´obvia das desigualdades envolvidas.
5.b) Considere-se o teorema de Lagrange aplicado `a fun¸c˜ao√xno intervalo [a, b] ⊂ [0, +∞[. Sabemos, pelo teorema de lagrange, que existe um ponto ξ ∈]a, b[ tal que √b−b−a√a =
√ ξ′
= 1
2√ξ. Apliquemos esta estimativa `a fun¸c˜ao ra´ız quadrada no intervalo
2 [a, b] = [64, 66]: da express˜ao acima conclui-se que existe ξ ∈]64, 66[ tal que √66−8
2 =
1 2√ξ, ou seja √66 = 8 + √1
ξ. Como ξ > 64 conclui-se que √
66 < 8 + √1
64 = 8 + 1
8. Por outro lado, como ξ < 66 < 81 tem-se tamb´em √66 > 8 + √1
66 >8 + 1 √ 81 = 8 + 1 9, e portanto conclui-se que √66 ∈ 8 +1 9,8 + 1 8 , como se pretendia.
5.c) Consideremos o primeiro destes limites. Aplicando directamente as regras alg´ebricas sobre limites obter-se-ia o simbolo sem sentido 0
0. Aplicando a regra de Cauchy para o levantamento de indetermina¸c˜oes tem-se
lim x→0 (sin x − x)′ (x − tan x)′ = limx→0 cos x − 1 1 − 1 cos2x
Novamente, aplicando directamente as regras alg´ebricas dos limites `a expressa˜ao do membro direito, chega-se mais uma vez a 0
0. Aplicando novamente a regra de Cauchy vem lim x→0 (cos x − 1)′ 1 − 1 cos2x ′ = lim x→0 − sin x −2 sinx cos3x = lim x→0 1 2cos 3 x= 1 2
Como este limite existe, ent˜ao tamb´em o limite que pretendemos calcular existe e tem o mesmo valor.
Vejamos agora o caso do segundo limite. A aplica¸c˜ao directa das regras alg´ebricas sobre os limites resulta no s´ımbolo sem sentido ∞ − ∞. Para tentarmos investigar se o limite existe ou n˜ao ´e conveniente tentar transformar a express˜ao numa outra para a qual se possa aplicar regra de Cauchy. Observando que
1 xsin x − 1 x2 = x− sin x x2sin x
e tendo em conta que, quando x → 0 a express˜ao do membro direito resulta em 0 0, iremos aplicar a regra de cauchy a esta ´ultima express˜ao:
lim x→0 (x − sin x)′ (x2sin x)′ = limx→0 1 − cos x 2x sin x + x2cos x.
A aplica¸c˜ao directa das regras alg´ebricas dos limites ao limite do membro direito re-sultaria em 0
0 pelo que se aplica mais uma vez a regra de Cauchy para se obter lim
x→0
(1 − cos x)′
(2x sin x + x2cos x)′ = limx→0
sin x
2 sin x + 4x cos x − x2sin x.
2Como pretendemos estimar √66 ´e natural considerar 66 como um dos extremos do intervalo. Como a
estimativa pretendida envolve 8, que ´e a ra´ız quadrada de 64, ´e natural considerar 64 como o outro extremo do intervalo de estudo. Mesmo que n˜ao fosse dada qualquer indica¸c˜ao directa que nos sugerisse a utiliza¸c˜ao do n´umero 64, este seria sempre o mais ´obvio candidato para o outro extremo do intervalo, visto que ´e o n´umero (inteiro) mais pr´oximo de 66 para o qual se conhece a ra´ız quadrada exacta.
Aplicando directamente o limite x → 0 ao membro direito temos outra vez um simbolo de indetermina¸c˜ao 0
0. Para ultrapassarmos este problema podemos novamente aplicar a regra de Cauchy, ou ent˜ao, relembrando que sinx
x → 1 quando x → 0, podemos simplesmente dividir o numerador e o denominador da ´ultima express˜ao acima para obter
lim x→0
sin x
2 sin x + 4x cos x − x2sin x = limx→0
1 2 + 4sinxxcos x − x2 = 1 2 + 4 − 0 = 1 6. Daqui se conclui que todas os limites referidos acima existem e tˆem este valor e portanto o valor do limite que pretendiamos calcular ´e tamb´em igual a 1
6. Para calcular o valor do limite lim
x→0
sin x x
x1
comece-se por observar que a aplica¸c˜ao directa das regras alg´ebricas dos limites resulta num simbolo (sem sentido) 1∞. tal como nos casos anteriores comecemos por tentar transfor esta express˜ao numa outra em que n˜ao surjam simbolos de indetermina¸c˜ao, ou, se continuarem a surgir estes simbolos sem significado, que eles sejam do tipo 0
0 (ou ∞∞), para os quais ´e poss´ıvel aplicar a regra de Cauchy.
Note-se que, usando a express˜ao ab = elogab
= eb log a ´e poss´ıvel escrever da seguinte forma a express˜ao cujo limite pretendemos calcular:
sin x x 1x = ex1log( sin x x ) = e log(sin xx ) x .
Note-se que aplicando directamente as regras sobre limites (quando x → 0) a esta ´
ultima express˜ao resulta num simbolo 0
0 no expoente. Se conseguirmos levantar esta indetermina¸c˜ao resolvemos o problema. Recorrendo maios uma vez `a regra de Cauchy (apenas para o expoente!) tem-se
lim x→0
log sinxx ′
x′ = limx→0
(log sin x − log x)′
1 = limx→0 cos x sin x − 1 x = limx→0 xcos x − sin x xsin x
A aplica¸c˜ao das regras alg´ebricas sobre limites ao limite no membro direito desta express˜ao resulta ainda num simbolo sem sentido, 0
0. Aplicando novamente a regra de Cauchy tem-se lim x→0 (x cos x − sin x)′ (x sin x)′ = − limx→0 xsin x sin x + x cos x
Podemos tentar aplicar novamente a regra de Cauchy, mas ´e mais f´acil relembrar que sinx
x → 1 quando x → 0 e dividir o numerador e o denominador da ´ultima express˜ao por x para obter
lim x→0
xsin x
sin x + x cos x = limx→0
sin x sinx x + cos x = 0 1 + 1 = 0. Consequentemente tem-se lim x→0 log sinx x x = 0 e, por ´ultimo, lim x→0 sin x x 1x = lim x→0 exp " log sinx x x #! = exp " lim x→0 log sinx x x # = e0 = 1.
6. Considere-se a fun¸c˜ao ξ definida pela express˜ao ξ(x) = x + 8
π arctan 1
x.A fun¸c˜ao ´e obtida pela soma de duas fun¸c˜oes,a fun¸c˜ao identidade x 7→ x e a fun¸c˜ao x 7→ 8
π arctan 1 x, ela pr´opria obtida de x por invers˜ao alg´ebrica (x 7→ 1
x), seguida de aplica¸c˜ao da fun¸c˜ao arctan (1
x 7→ arctan 1
x) e posterior multiplica¸c˜ao do resultado pela constante 8
π. Conse-quentemente, o dom´ınio de ξ ´e
Dξ = x∈ R : x ∈ Dx7→x∧ x ∈ Dx7→1/x∧ 1 x ∈ Darctan = x∈ R : x 6= 0,1 x ∈ R = R \ {0}.
Como quaisquer das fun¸c˜oes que entram na constru¸c˜ao de ξ s˜ao cont´ınuas nos respec-tivos dom´ınios, conclui-se que ξ tamb´em ´e cont´ınua no seu dom´ınio, i.e., em todos os pontos de R \ {0}. O mesmo argumento vale para a diferenciabilidade: como quer x 7→ x, quer x 7→ 1x, quer a fun¸c˜ao arctan s˜ao diferenci´aveis nos respectivos dom´ınios, a fun¸c˜ao ξ tamb´em ´e diferenci´avel e todo o seu dom´ınio. A sua derivada pode ser calculada utilizando as regras usuais do c´alculo:
ξ′(x) = x+ 8 π arctan 1 x ′ = 1 + 8 π −1 x2 1 + 1 x 2 = 1 − 8 π 1 x2+ 1.
Observe-se que a certa altura no processo de obten¸c˜ao desta ´ultima express˜ao para ξ′(x) multiplic´amos ambos os termos de uma fra¸c˜ao por x2, o que s´o ´e v´alido porque estamos a trabalhar com x no dom´ınio de ξ, ou seja, com x ∈ R \ {0}. Utilizando a express˜ao obtida para ξ′ podemos estudar os intervalos de monotonia de ξ investigando quais os intervalos em que o sinal de ξ′ se mantem inalterado. Comecemos por estudar quando ´e que ξ′(x) > 0:
1 −π8x21+ 1 >0 ⇔ 8 π 1 x2+ 1 <1 ⇔ 8 π <1 + x 2 ⇔ x2 > 8 π − 1, pelo que se conclui que tem de se ter x ∈ i−∞, −q8
π − 1 h ∪iq8 π − 1, +∞ h Para o estudo dos conjuntos para os quais ξ′(x) < 0 procede-se do mesmo modo e obtem-se x ∈ i −q8 π − 1, q 8 π − 1 h \ {0} = i−q8 π − 1, 0 h ∪i0,q8 π − 1 h
. Conclui-se, portanto, que ξ ´e estritamente crescente em i−∞, −q8
π − 1 h e em iq8 π − 1, +∞ h e ´e estritamente decrescente em i−q8 π − 1, 0 h e em i0,q8 π − 1 h
. Conclui-se daqui que o ponto x = −q8
π − 1 ´e um ponto onde a fun¸c˜ao assume um m´aximo local (porque ´e crescente `a esquerda e decrescente `a direita desse ponto) e no ponto x =q8
π − 1 a fun¸c˜ao assume um m´ınimo local (porque decresce `a esquerda desse ponto e cresce `a sua direita). Para terminar o estudo, vejamos o que acontece `a fun¸c˜ao quando x se aproxima da fronteira do dom´ınio (i.e, quando x → 0 ou quando x → ±∞). Comecemos por considerar primeiro o caso em que x → 0 por valores `a direita de 0:
lim x→0+ξ(x) = limx→0+ x+ 8 πarctan 1 x = 0 + 8 π +π 2 = 4.
Agora se nos aproximarmos de 0 pela esquerda de 0 tem-se lim x→0−ξ(x) = limx→0− x+ 8 π arctan 1 x = 0 + 8 π −π2= −4.
Observe-se que se conclui daqui que n˜ao existe limite (os limites `a esquerda e `a direita s˜ao diferentes) e que tamb´em n˜ao existe ass´ımptota vertical em x = 0 (visto que para existir assimptota vertical os limites laterais teriam de ser ±∞).
Para verificar o que acontece quando x → +∞ observe-se que lim x→+∞ξ(x) = limx→+∞ x+ 8 π arctan 1 x = +∞
e portanto obt´em-se imediatamente que n˜ao existe ass´ımptota horizontal deste lado do dom´ınio (que existiria se e s´o se esse limite fosse um n´umero real). Para investigarmos se existe ass´ımptota obliqua vejamos primeiro se o declive da nossa fun¸c˜ao estabiliza (se esta quantidade n˜ao se aproximar de um valor fixo n˜ao h´a qualquer esperan¸ca que o gr´afico da nossa fun¸c˜ao se aproxime de uma recta, a qual tem, por defini¸c˜ao, um declive fixo): como
lim x→+∞ ξ(x) x = limx→+∞ 1 + 8 xπ arctan 1 x = 1.
Sabendo que o declive da nossa fun¸c˜ao converge para 1 quando x → +∞ (esta in-forma¸c˜ao tamb´em poderia ter sido obtida pelo limite da derivada ξ′) temos de verificar se, de facto, o gr´afico da fun¸c˜ao se aproxima, ou n˜ao, de uma recta com o declive acima determinado, 1, ou seja se ξ(x) se aproxima de x + b para algum parˆametro b (a ordenada na origem). Para tal basta investigar o que limite
lim x→+∞(ξ(x) − x) = limx→+∞ 8 πarctan 1 x = 0.
Este valor ´e o valor da ordenada na origem da recta que aproxima o gr´afico de ξ quando x→ +∞ e portanto a ass´ımptota obl´ıqua `a direita ´e a recta y = x.
Observando que ξ(−x) = (−x) + 8 π arctan 1 −x = −x + 8 πarctan −1x = −x −π8 arctan1 x = −ξ(x) conclui-se que o gr´afico de ξ ´e sim´etrico em rela¸c˜ao `a origem das coordenadas e, por-tanto, o limite de ξ(x) quando x → −∞ ´e igual a −∞ e o gr´afico possui uma ass´ımptota obl´ıqua `a esquerda que ´e a mesma (porquˆe?!) da ass´ımptota `a direita, i.e., tem equa¸c˜ao y = x.
Com todos estes ingredientes podemos agora esbo¸car o gr´afico de ξ, o qual se apresenta na Figura 3:
0 x y
y= x y= ξ(x)
Figura 3: Poss´ıvel esbo¸co (a verde) do gr´afico da fun¸c˜ao ξ(x) = x + 8
π arctan 1
x, compat´ıvel com as informa¸c˜oes obtidas pelo estudo anal´ıtico.