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Rating BANCO BMG S/A. Bancos FUNDAMENTOS DO RATING

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Academic year: 2021

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Relatório Analítico

Rating

A+

O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado,

boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e

setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco.

O risco é muito baixo. Data: 06/mar/2009 Validade: 31/jan/2010 Sobre o Rating Perspectiva: Estável Observação: - Histórico:

Dez/08: Afirmação: A+ (Estável)

Afirmação: A-2 (CP)

Jun/08: Afirmação: A+ (Estável)

Afirmação: A-2 (CP)

Dez/07: Afirmação: A+ (Estável)

Atribuição: A-2 (CP)

Jun/07: Afirmação: A+ (Estável) Dez/06: Afirmação: A+ (Estável)

Analistas: Cátia Mota

Tel.: 55 11 3377 0718 catia.mota@austin.com.br Luis Miguel Santacreu Tel.: 55 11 3377 0703 luis.santacreu@austin.com.br Austin Rating Serviços Financeiros Rua Leopoldo Couto Magalhães, 110 – conj. 73 São Paulo – SP CEP 04542-000 Tel.: 55 11 3377 0707 Fax: 55 11 3377 0739 www.austin.com.br

FUNDAMENTOS DO RATING

O Comitê de Classificação de Risco da Austin Rating, em reunião realizada no dia 06 de março de 2009, afirmou o rating de crédito de longo prazo A+ e a classificação A-2 de curto prazo do Banco BMG S/A (BMG). A perspectiva do rating permanece estável.

A manutenção da classificação reflete a preservação da qualidade de seus ativos de crédito e pelos adequados indicadores de capitalização reportados pela instituição durante o período de monitoramento realizado pela Austin. Reflete, por outra parte, os adequados controles empregados, com vistas à mitigação dos riscos de mercado e operacionais, contribuindo para a solvência da instituição.

Devido ao cenário mundial, de crise no sistema financeiro acentuada no último trimestre de 2008, e conseqüente redução da liquidez, o BMG readequou sua estratégia. Entre as metas a serem seguidas, se espera a manutenção da posição de liderança no mercado de crédito consignado, com a retomada da concessão de crédito, após a retração entre setembro e dezembro de 2008. Entretanto, o crescimento das operações deve dar-se em ritmo menor que o observado nos anos precedentes. O foco de atuação será direcionado aos principais produtos que o banco detém expertise, considerando o objetivo de preservar seu market

share no mercado de crédito consignado que, tradicionalmente, apresenta elevada

concorrência. A rápida readequação da estratégia em uma conjuntura desfavorável é vista como positiva pela Austin, na medida em que visa à redução de sua exposição ao risco de crédito e de liquidez. No entanto, no longo prazo, o BMG mantém-se como um banco monoproduto, o que o vincula aos riscos inerentes ao mercado de crédito consignado que historicamente está sujeito à concorrência acirrada, medidas regulatórias, necessidade de

funding de longo prazo, entre outros fatores.

O patrimônio líquido expandiu-se em maior proporção que o total de ativos do BMG, perfazendo R$ 2.017,3 milhões em dez/08, o que representa uma variação de 51,9% em relação a dez/07. Esta ampliação se deu pela incorporação de resultados e do aporte de R$ 600 milhões por parte dos acionistas, com recursos captados em operação com o UBS Pactual pelo período de cinco anos. Com isso, o índice de adequação do capital (Basileia) foi impactado positivamente, expandindo-se de 12,3% em dez/07 para 15,6% em dez/08, possibilitando ao banco a maior conservação em seu balanço da produção de crédito, o que reflete positivamente em seus indicadores de rentabilidade, uma vez que o spread é totalmente apropriado pela instituição.

O banco reportou lucro de R$ 240,7 milhões em dez/08, com queda acentuada na comparação com o ano de 2007, quando o resultado perfez R$ 507,6 milhões. A queda está ligada: (i) à reversão de receitas por liquidação antecipadas de contratos; (ii) ao hedge cambial das captações externas; (iii) à rigidez da estrutura de custos ligados ao comissionamento dos correspondentes bancários; e (iv) ao encarecimento do funding. Dessa forma, o índice de rentabilidade sobre o PL foi afetado, passando de 38,2% em dez/07 para 11,9% em dez/08. O BMG redefiniu sua estrutura de custos para uma nova perspectiva de crescimento dos negócios, o que, apesar do impacto inicial de elevação de custos pelos encargos trabalhistas, deve se refletir na redução das despesas no médio prazo e, consequentemente, melhora do resultado.

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O rating incorpora as dificuldades inerentes a um banco de nicho sem rede de agências, com estrutura de funding mais concentrada e mais suscetível a momentos desfavoráveis, como o vivenciado atualmente. O banco tem risco concentrado em gestão de liquidez, uma vez que os ativos estão concentrados em operações consignadas que apresentam indicadores de inadimplência baixos, porém são de longo prazo. Com isso, tem como desafio gerenciar a sua estrutura de captação condizente com estes prazos e com a rigidez das taxas, já que estão sujeitas a regulamentação (operações de crédito consignado com o INSS).

O quarto trimestre de 2008 foi caracterizado pela redução do saldo de depósitos, principalmente os depósitos a prazo, que passaram de R$ 1.949,0 milhões em set/08 para R$ 1.228,0 milhões em dez/08. Com isto, o BMG restringiu o volume de produção de novas operações ajustado ao volume da captação. A captação se manteve concentrada em cessões de carteira de crédito consignado para outras instituições e FIDCs, além da emissão de

Short Term Notes (em agosto de 2008 foram emitidos US$ 50 milhões). Cumpre ponderar que a composição da

estrutura de funding concentrada em cessões tem algumas limitações, como o apetite do mercado por ativos das características que o BMG produz, como também, para que cessões sejam viáveis, as taxas de cessão têm de ser condizentes com as taxas cobradas no crédito consignado, para que o resultado do banco não seja comprometido. Por outro lado, as medidas tomadas pelos agentes oficiais brasileiros, com o objetivo de aumentar a liquidez no mercado, favorecem a captação. Como exemplo, a decisão do Banco Central do Brasil do limite de R$ 20 milhões de garantia do Fundo Garantidor de Crédito – FGC, para linhas de captação intituladas “Depósito a prazo com garantia especial do FGC”.

A abertura de informações por parte do BMG é boa. As suas demonstrações financeiras estão alinhadas ao tamanho e à diversidade de suas atividades, contendo bom número de notas explicativas. A instituição demonstra elevada transparência, disponibilizando uma quantidade relevante de informações adicionais, por meio de documentos gerenciais e reuniões com a administração, o que favorece a definição de seu perfil de risco.

Fatores Positivos

• Longo histórico de atuação no sistema bancário brasileiro;

• Administração formada por profissionais altamente qualificados e com larga experiência, incluindo a presença dos sócios no cotidiano das operações;

• Posição de liderança no seu segmento de atuação, com destacada base de originação de operações e plataforma tecnológica;

• Postura conservadora na tesouraria;

• Adequados instrumentos de análise, formalização, acompanhamento e controle do risco de crédito, contribuindo para a manutenção da boa qualidade da carteira produzida e cedida a terceiros;

• Ampliação de sua base patrimonial, expandindo sua margem para manutenção de sua produção de crédito sem desenquadramento no indicador da Basileia;

• Crescimento do mercado de crédito consignado no Sistema Financeiro Nacional;

• A capitalização vai ao encontro das novas exigências de mercado, mantendo a instituição preparada para as alterações de regras de adequação de capital (Basileia II).

Fatores em Observação

• Elevada concentração na modalidade do crédito consignado em folha de pagamento de entes públicos e INSS, expondo seu desempenho às mudanças de cunho regulatório e político;

• Maior acirramento da competição, com a entrada de grandes bancos de varejo e estrangeiros no crédito com consignação em folha de pagamento;

• Redução e/ou fixação de teto para taxas praticadas, bem como a elevação das comissões pagas a correspondentes, no crédito consignado aos beneficiários do INSS;

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• Tem como desafio gerenciar os prazos e taxas de captação de recursos, de acordo com a estrutura de seus ativos, os quais têm como característica serem de longo prazo;

• Apesar de fortalecer sua estrutura de capital, o aumento de seu patrimônio líquido, pela parceria com o Banco UBS Pactual, foi realizado antes da alteração da estratégia da instituição (conforme abordado abaixo). Portanto, as expectativas formuladas em um cenário diverso podem ser comprometidas, como crescimento da carteira de crédito, ampliação da atuação em segmentos mais rentáveis que o consignado e, consequentemente, a rentabilidade dos acionistas.

ESTRATÉGIA

Devido ao cenário mundial, de crise no sistema financeiro acentuada no último trimestre de 2008, e conseqüente redução da liquidez, o BMG readequou sua estratégia. Entre as metas a serem seguidas, ainda se espera a manutenção da posição de liderança no mercado de crédito consignado, com a retomada da concessão de crédito. Entretanto, o crescimento das operações deve dar-se em ritmo menor que o observado nos anos precedentes. O foco de atuação será direcionado aos principais produtos que o banco detém expertise, considerando o objetivo de preservar seu market share no mercado de crédito consignado que, tradicionalmente, apresenta elevada concorrência.

Portanto, o crédito consignado ao setor público será o principal objetivo de suas operações ativas, na qual detém expertise e posição de destaque no mercado, em detrimento de carteiras de financiamento de veículos (CDC auto) e o consignado privado, que apresentam histórico de maior inadimplência, caracterizando a política chamada de “Back to the Basics”. Em paralelo, a estrutura de cobrança será reforçada para manter o índice de inadimplência em níveis baixos.

Com a retração do volume de produção e originação de crédito, principalmente nos segmentos de consignado e veículos, a estrutura operacional foi reduzida, com o objetivo de se adequar à nova estratégia e reduzir a estrutura de custos fixos ligados à atividade do banco. Em paralelo, buscará qualificar a logística, melhorando a sua eficiência para que se reflita em menores volumes de despesas administrativas. A contratação de Diretor Executivo de TI vai de acordo com sua estratégia de busca de maior eficiência, com novos sistemas que proporcionarão oportunidades de prospecção de clientes (ex.: instalação de totens) e distribuição de produtos.

A capitalização via recursos adquiridos junto ao UBS Pactual e incorporação de resultados, fazendo com que o PL passasse de R$ 1.171 milhões em jun/07 para R$ 2.028 milhões em jun/08, conferiu à instituição maior capacidade de retenção de operações de crédito com menor necessidade de cessões para não se desenquadrar em termos do limite operacional de adequação de capital de 11%.

ANÁLISE ECONÔMICO–FINANCEIRA

Balanço

O forte ritmo de crescimento dos ativos totais, observado entre os anos de 2005 e 2008, foi afetado pela crise no sistema financeiro internacional, agravada em setembro de 2008. Com isso, houve queda no total de ativos de 9,1% entre setembro e dezembro de 2008, como um reflexo, principalmente, da retração na concessão de crédito.

Do lado passivo, observou-se forte redução na captação via depósitos, que somaram R$ 1.510,7 milhões em dez/08 frente a R$ 2.349,2 em set/08. A queda teve maior impacto no nível de depósitos a prazo, que representavam 83% dos depósitos totais em setembro, passando a representar 81,3% no encerramento de 2008. A captação se manteve concentrada em cessões de carteira de crédito consignado para outras instituições e FIDCs, além da emissão de

Short Term Notes (em agosto de 2008 foram emitidos US$ 50 milhões). O saldo de Short Term Notes e Medium Term Notes que passou de R$ 1.194,9 milhões em dez/07 para R$ 2.490,6 milhões em dez/08 foi fortemente

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totalidade de sua exposição cambial. No início de 2009, foram amortizados US$ 50 milhões de títulos emitidos no exterior, sendo que os próximos vencimentos estão previstos para 2010.

Ademais, o Banco manteve a realização de cessões de créditos que somaram R$ 8.675 milhões, sendo 76% com coobrigação e 24% sem coobrigação, no exercício de 2008, direcionados a instituições financeiras e fundos de recebíveis. Com estas, auferiu resultado de R$ 1.488,7 milhões, contabilizado em receitas da intermediação financeira – operações de crédito. Atualmente, mantém acordos operacionais de cessão de créditos com a Nossa Caixa S.A., Banco do Brasil S.A., Cetelem e Caixa Econômica Federal, além de parcerias com instituições como Itaú, Bradesco, Banco Santander, etc.

O aumento da base patrimonial efetuado no primeiro semestre de 2008, permite que o banco mantenha o crescimento da produção e retenção de créditos em seu balanço, sem que o índice mínimo de adequação de capital definido pelo Banco Central do Brasil, de 11%, seja atingido. Em dezembro passado, o patrimônio líquido perfez R$ 2.017,4 milhões, enquanto o índice da Basileia atingiu 15,6%.

Da carteira bancada no balanço, a modalidade de maior representatividade na carteira de crédito é o crédito pessoal consignado para funcionários do setor público, para aposentados e pensionistas do INSS e para o setor privado, com 41,5%, 32,9% e 3,4% de participação, respectivamente, no total da produção. O financiamento de veículos representava 16% da carteira, enquanto as operações de middle market 6,2%. De acordo com dados do DATAPREV, detinha 19,7% do mercado do consignado com o INSS e 13,5% do crédito consignado para funcionários públicos, mantendo sua posição de liderança entre os bancos privados atuantes neste segmento.

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R$ mil

dez/06

dez/07

set/08

dez/08

Ativo Circulante 2.817.886 3.826.719 4.324.127 3.855.191

Disponibilidades 56.270 87.492 59.883 64.681

Aplicações Interf. de liquidez 671.877 1.145.820 733.869 870.407 Títulos e Valores Mobiliários 352.849 318.419 543.953 264.853 Relações Interfinanceiras 4.565 33.998 14.779 36.810 Operações de Crédito 1.391.623 1.780.265 2.233.065 1.740.778 Operações de Arrendamento Mercantil 12.997 19.128 77.958 83.506

Outros Créditos 201.965 238.573 328.303 515.252

Outros Valores e Bens 125.740 203.024 332.317 278.904

Realizável a Longo Prazo 1.733.992 2.665.072 3.474.999 3.224.444

Aplicações Interf. de liquidez 0 0 0 2.084

Títulos e Valores Mobiliários 200.894 174.825 288.173 742.137 Operações de Crédito 1.323.644 2.179.659 2.721.707 2.005.528 Operações de Arrendamento Mercantil 11.687 23.644 132.066 141.301

Outros Créditos 151.985 172.743 214.365 244.785

Outros Valores e Bens 45.782 114.201 118.688 88.609

PERMANENTE 67.103 105.353 112.078 112.374

ATIVO TOTAL 4.618.981 6.597.144 7.911.204 7.192.009

Passivo Circulante 1.689.742 2.961.797 2.464.556 1.807.731

Depósitos 495.739 1.319.677 1.371.261 732.066

Captação no Mercado Aberto 125.487 120.928 199.351 74.615 Recursos de Aceites Emissão Títulos 147.027 26.088 133.349 171.911

Relações Interfinanceiras 210 0 1.248 285

Obrigações por Empréstimos 18.088 5.240 0 0

Repasses País - Inst. Oficiais 34.127 47.725 66.485 65.363 Instrumentos Financeiros Derivativos 204.391 141.190 45.486 0 Outras Obrigações 664.673 1.300.949 647.376 763.491

Exigível a Longo Prazo 1.925.347 2.306.864 3.449.069 3.366.846

Depósitos 394.100 600.154 977.964 778.625

Recursos de Aceites Emissão Títulos 1.410.958 1.168.866 1.899.194 2.318.733

Obrigações por Empréstimos 6.283 0 0 0

Repasses País - Inst. Oficiais 33.805 77.961 122.646 134.962 Instrumentos Financeiros Derivativos 2.757 283.830 378.436 56.115

Outras Obrigações 77.444 176.053 70.829 78.411

Participação Minoritária 53 55 58 58

Patrimônio Líquido 1.003.839 1.328.428 1.997.521 2.017.374

PASSIVO TOTAL 4.618.981 6.597.144 7.911.204 7.192.009

Resultado

O resultado sofreu retração de 52,6% entre 2007 e 2008, passando de R$ 507,6 milhões para R$ 240,7 milhões. A queda está ligada: (i) à reversão do resultado das carteiras cedidas; (ii) ao hedge cambial das captações externas; (iii) à rigidez da estrutura de custos ligados ao comissionamento dos correspondentes bancários; e (iv) ao encarecimento do funding. Dessa forma, o índice de rentabilidade sobre o PL foi afetado, passando de 43,3% em jun/07 para 14,9% em jun/08.

A receita da intermediação financeira teve aumento de 14,3%, na comparação entre 2007 e 2008, montando R$ 2.534,7 milhões, a despeito da queda de sua principal receita, a de operações de crédito, que apresentou decréscimo de 21,8% no mesmo período, impactado, principalmente, pela redução das taxas de cessão da carteira de crédito consignado. Em contrapartida, o banco obteve crescimento no resultado de títulos e valores mobiliários (58%) e no resultado de instrumentos financeiros derivativos, atrelado ao ganho de hedge de sua exposição cambial.

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Entre as modalidades que mais geram receita para o banco estão o crédito consignado, que era responsável por 39,3% das receitas de operações de crédito e o CDC veículos, que representava 13,2%. As receitas provenientes da carteira de títulos e valores mobiliários apresentaram expansão de 58,7%, perfazendo R$ 219,2 milhões. Entretanto, ainda se mantém pouco representativa entre as receitas da intermediação financeira (8,6% do total).

A despesa da intermediação financeira teve incremento de 406%, passando de R$ 291,1 milhões no encerramento de 2007 para R$ 1.060,2 milhões em 2008. Assim como em todo o setor financeiro nacional, foi observada a ampliação dos custos de operações de captação no mercado, sendo que o BMG reportou aumento expressivo na despesa com títulos e valores mobiliários no exterior, de oito vezes sobre 2007, chegando a R$ 796,9 milhões. Este aumento é explicado pelo impacto da variação cambial, intensificado no terceiro trimestre de 2008.

Com isso, o resultado bruto da intermediação financeira passou de R$ 1.926,9 milhões em dez/07 para R$ 1.060,2 milhões em dez/08 (queda de 45%). Também teve impacto nas despesas, a trajetória crescente da taxa de juros básica e as despesas com depósitos a prazo que tiveram ampliação, passando de R$ 131,7 milhões em dez/07 para R$ 217,1 milhões.

A elevação das despesas relativas a pessoal está relacionada aos custos iniciais do enxugamento da estrutura operacional, por conta da redefinição da estratégia do banco frente à crise internacional, passando de R$ 71,7 milhões no encerramento de 2007 para R$ 99,7 milhões no mesmo período do ano posterior.

R$ mil

dez/06 dez/07 set/08 dez/08

Receita da Intermediação Financeira 1.331.228 2.217.980 1.649.651 2.534.706

Operações de Crédito 1.437.595 2.433.583 1.540.620 1.903.922 Operações de Arrend. Mercantil 5.335 8.068 10.360 26.561 Títulos e Valores Mobiliários 228.503 138.135 152.598 219.168 Instrumentos Financeiros Derivativos -340.205 -361.806 -53.927 385.055

Despesa da Intermediação Financeira 370.049 291.116 812.323 1.474.526

Captação no Mercado 185.028 61.485 494.373 1.070.125 Empréstimos, Cessões e Repasses 14.190 9.038 8.989 12.473

PCLD 170.831 220.593 308.961 391.928

Resultado Bruto da Interm. Financeira 961.179 1.926.864 837.328 1.060.180

Outras Rec./Desp. Operacionais -583.914 -1.159.807 -606.463 -721.551

Receitas de Prestação de Serviços 25.989 58.721 56.203 63.039 Resultado Part. Coligada/Controlada 709 392 1.781 3.761

Despesas de Pessoal 48.736 71.708 71.167 99.683

Outras Despesas Administrativas 471.050 943.253 675.026 914.773

Despesas Tributárias 65.355 112.194 58.388 61.797

Outras Rec./Desp. Operacionais -25.471 -91.765 140.134 287.902

Resultado Operacional 377.265 767.057 230.865 338.629

Resultado não Operacional 629 2.222 385 407

Resultado antes IR 377.894 769.279 231.250 339.036

RESULTADO LÍQUIDO 263.236 507.588 163.274 240.748

AVALIAÇÃO DE RISCOS

Crédito

De acordo com a Resolução 2.682 do Banco Central, o perfil da carteira de crédito apresentou leve deterioração, uma vez que, em dezembro de 2008, 88,6% dos créditos estavam classificados entre as faixas A e C, enquanto em dezembro de 2007, nestes níveis, havia 94,0%.

Por ser um banco voltado ao crédito consignado, sua inadimplência histórica é baixa. O crédito consignado ao setor público, que representa 41,5% da carteira, apresentou inadimplência média de 1,0% durante 2008, enquanto o

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consignado INSS, que representa 32,9% da carteira produzida, teve inadimplência média de 1,1%. Entretanto, a participação de outras modalidades de crédito, como CDC veículos, que teve inadimplência de 5,5% em 2008, afetou o indicador de inadimplência da carteira total de crédito, que ficou em 2,5% em 2008. A Austin vê como positiva a estratégia do banco de reduzir a participação de modalidades de crédito com inadimplência maior em favor do crédito consignado, que apresenta histórico favorável de pontualidade. Entretanto, no longo prazo, se mantém como um banco concentrado em um único produto, vinculando seu perfil de risco ao desempenho do mercado de crédito consignado.

Do total de R$ 4.293,9 milhões de carteira mantida no balanço, em dezembro de 2008, cerca de 20% encontrava-se em atraso (levando em conta todo o contrato e não apenas a(s) parcela(s) vencida(s)). Houve elevação significativa em relação a junho do mesmo ano, quando esta relação era de aproximadamente 15%. O aumento do atraso foi observado em todo o sistema financeiro nacional, fruto do agravamento da crise econômica.

Com isso, o nível de provisão constituída atingiu R$ 322,9 milhões em dez/08, sendo que deste último 17,7% se referia à provisão adicional. O montante de provisão adicional de R$ 57,0 milhões é relativo, essencialmente, às parcelas de contratos cedidos com coobrigação, calculado a taxa de 0,5% sobre valor presente.

O banco exibe um grau elevado de pulverização na carteira de crédito em torno do número de tomadores de crédito, pessoas físicas vinculados a entes públicos e ao INSS, embora se observe uma ligeira concentração nas praças mineira, fluminense e paulista e junto aos servidores federais e estaduais lotados no Rio de Janeiro, nas três instâncias públicas, no município de São Paulo e junto às empresas privadas, locais com maior contingente de tomadores de crédito.

Mercado

Sua atuação é monitorada com o objetivo de controlar os riscos de descasamento de moeda, indexador e prazos entre suas operações ativas e passivas. O BMG adota como medida de risco a Circular nº 2.099 do Banco Central. Em dezembro de 2008, o volume protegido por meio de operações de hedge montava R$ 2.464,4 milhões, sendo R$ 2.401,7 milhões em swaps e R$ 62,7 milhões em contratos futuros. As operações de swap que não atendiam aos critérios de hedge perfizeram uma exposição líquida de R$ 248,9 milhões. Estes contratos visam neutralizar o descolamento entre suas captações em dólar e seus ativos de crédito em moeda brasileira, bem como atender à demanda de proteção de clientes do banco.

O ano de 2008 foi marcado pelo aumento dos custos de captação, com agravamento no último trimestre ligado elevação das taxas de cessão, sendo que os ativos não apresentaram reprecificação no mesmo período, particularmente as operações de consignado, que têm como características serem de longo prazo, além de limites máximos de taxas de juros para operações via INSS. Com isso, houve um processo de estreitamento de margens, o que impactou na rentabilidade do mercado como um todo e também no BMG. Para 2009, as perspectivas são de retomada na concessão do crédito, que havia sido reduzida no segundo semestre de 2008, e de declínio continuado das taxas básicas de juros, impactando diretamente nos custos do funding, portanto, a rentabilidade poderá ser favorecida por este cenário.

Liquidez

Ao final de 2008, a posição líquida montou R$ 783 milhões. A posição encontrava-se aplicada no mercado aberto, sendo esta basicamente sob a forma de aplicações bancadas no mercado aberto, montando R$ 732,6 milhões (LFTs) e R$ 198,1 milhões em LFTs classificados na categoria “para negociação” e contabilizados na carteira de títulos e valores mobiliários. A maior parte das cotas subordinadas de FIDCs foi classificada na categoria “mantido até o vencimento”, cujo valor montava R$ 472,1 milhões.

Em dezembro de 2008, a análise de ativos e passivos por faixas de prazo espelha uma cobertura satisfatória entre os créditos vincendos para cobrir seus depósitos e outras obrigações remuneradas (short-term notes, empréstimos e repasses). Para o prazo de até 3 meses, a cobertura dos ativos sobre os passivos era de 1,2x; entre 3 a 12 meses de

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2,5x; de 1 a 3 anos de 1,3x; de 3 a 5 anos de 0,3x, ou seja, a instituição mantém posição líquida adequada para a cobertura de seus passivos, sendo que os vencimentos de curto prazo são suficientes para o descasamento no longo prazo. Apesar de a crise ter impactado sua estrutura de liquidez, implicando na readequação dos níveis de produção de crédito para manutenção de caixa, o BMG conseguiu manter uma estrutura de vencimentos de ativos e passivos casada e os indicadores de liquidez em patamares adequados. Historicamente, o BMG mantinha indicadores de liquidez adequados e com o agravamento da crise financeira, apesar da redução de sua captação via depósitos, a estratégia de criação de um colchão de liquidez, com a manutenção dos fluxos de recebimento da carteira de crédito, foi bem sucedida, com índices de cobertura satisfatórios.

Por não possuir uma rede de captação pulverizada, o banco possui certa concentração em torno de grandes aplicadores de depósitos interfinanceiros e a prazo. A relação dos dez maiores depositantes sobre o saldo de depósitos, que vinha diminuindo ao longo dos anos, passando de 40,6% em dez/06 para 33,5% em dez/07, retornou para o patamar de 40% no encerramento de 2008, em decorrência da redução da captação via depósitos. O risco ligado a uma estrutura concentrada de captação é agravado pela presença de grandes investidores institucionais, aumentando sua vulnerabilidade no caso de resgate.

Operacional

O controle do risco operacional do BMG encontra-se devidamente monitorado, tendo pouca freqüência e impacto na solidez financeira da instituição. Os mecanismos de controles operacionais e compliance estão disseminados na instituição. Em conformidade com a Resolução 2554 do Bacen, as atividades de compliance dentro do BMG contam, atualmente, com a presença de um Comitê e um gerente voltados especificamente para a execução destas rotinas (Superintendente de Riscos).

Com o objetivo de se adequar às disposições da Resolução 3380 do Conselho Monetário Nacional, foi aprovada a instituição do Comitê Especial, composto por: Diretoria Responsável por Riscos Operacionais, Comitê de Gerenciamento de Riscos Operacionais, Grupo de Acompanhamento e Monitoramento dos Riscos Operacionais e Agentes de Acompanhamento e Risco.

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Classificação da Austin Rating

Solidez Financeira

AAA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excepcional. Normalmente trata-se de grandes instituições, dotadas de negócio seguro e valorizado, excelente situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, contudo, afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é quase nulo.

AA

O banco apresenta solidez financeira intrínseca excelente. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é irrisório.

A

O banco apresenta solidez financeira intrínseca boa. São instituições dotadas de negócio seguro e valorizado, boa situação financeira atual e histórica. O ambiente empresarial e setorial pode variar sem, porém, afetar as condições de funcionamento do banco. O risco é muito baixo.

BBB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca adequada. Normalmente são instituições com ativos dotados de cobertura. Tais bancos apresentam situação financeira razoável e estável. O ambiente empresarial e setorial pode ter uma variação mais acentuada do que nas categorias anteriores e apresenta algum risco nas condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é baixo

BB

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, mas vulneráveis às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

B

O banco apresenta solidez financeira intrínseca regular. Apresenta parâmetros de proteção adequados, tem uma vulnerabilidade grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que pode afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é médio.

CCC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é alto.

CC

O banco apresenta baixa solidez financeira, exigindo eventual assistência externa, apresenta uma vulnerabilidade muito grande às condições econômicas, gerais e setoriais, que podem afetar as condições intrínsecas de funcionamento do banco. O risco é muito alto.

C

O banco apresenta péssima solidez financeira, exigindo eventual assistência externa. Tais instituições estão limitadas por um ou mais dos seguintes elementos: negócio de questionável valor; condições financeiras deficientes; e um ambiente empresarial altamente desfavorável. O risco é altíssimo.

Sinais de (+) mais e (-) menos são utilizados para identificar uma melhor ou pior posição dentro de uma mesma escala de rating.

Rating é uma classificação de risco, por nota ou símbolo. Esta expressa a capacidade do emitente de título de dívida negociável ou

inegociável em honrar seus compromissos de juros e amortização do principal até o vencimento final. O rating pode ser do emitente, refletindo sua capacidade em honrar qualquer compromisso de uma maneira geral, ou de uma emissão específica, onde é considerada apenas a capacidade do emitente em honrar aquela obrigação financeira determinada.

As informações obtidas pela Austin Rating foram consideradas como adequadas e confiáveis. As opiniões e simulações realizadas neste relatório constituem-se no julgamento da Austin Rating acerca do emitente, não se configurando, no entanto, em recomendação de investimento para todos os efeitos.

Para conhecer nossas escalas de rating e metodologias, acesse: www.austin.com.br

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