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2021 by Editora e-Publicar Copyright © Editora e-Publicar Copyright do Texto © 2021 Os autores Copyright da Edição © 2021 Editora e-Publicar

Direitos para esta edição cedidos à Editora e-Publicar pelos autores.

Editora Chefe Patrícia Gonçalves de Freitas

Editor Roger Goulart Mello

Diagramação Roger Goulart Mello Projeto gráfico e Edição de Arte

Patrícia Gonçalves de Freitas Revisão

Os Autores

Todo o conteúdo dos artigos, dados, informações e correções são de responsabilidade exclusiva dos autores. O download e compartilhamento da obra são permitidos desde que os créditos sejam devidamente atribuídos aos autores. É vedada a realização de alterações na obra, assim como sua utilização para fins comerciais.

A Editora e-Publicar não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados nesta obra.

Conselho Editorial

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Cristiana Barcelos da Silva – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro Cristiane Elisa Ribas Batista – Universidade Federal de Santa Catarina

Daniel Ordane da Costa Vale – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Danyelle Andrade Mota – Universidade Tiradentes

Dayanne Tomaz Casimiro da Silva - UFPE - Universidade Federal de Pernambuco Diogo Luiz Lima Augusto – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Elis Regina Barbosa Angelo – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Ernane Rosa Martins - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás Fábio Pereira Cerdera – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Francisco Oricelio da Silva Brindeiro – Universidade Estadual do Ceará Glaucio Martins da Silva Bandeira – Universidade Federal Fluminense

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Helio Fernando Lobo Nogueira da Gama - Universidade Estadual De Santa Cruz João Paulo Hergesel - Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Jose Henrique de Lacerda Furtado – Instituto Federal do Rio de Janeiro Jucilene Oliveira de Sousa – Universidade Estadual de Campinas Luana Lima Guimarães – Universidade Federal do Ceará

Luma Mirely de Souza Brandão – Universidade Tiradentes Mateus Dias Antunes – Universidade de São Paulo

Milson dos Santos Barbosa – Universidade Tiradentes Naiola Paiva de Miranda - Universidade Federal do Ceará

Rafael Leal da Silva – Universidade Federal do Rio Grande do Norte Rita Rodrigues de Souza - Universidade Estadual Paulista

Willian Douglas Guilherme - Universidade Federal do Tocantins

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)

P438 Perfil da sífilis gestacional em Rondonópolis, MT [livro eletrônico] / Débora Aparecida da Silva Santos... [et al.]. – Rio de Janeiro, RJ: e-Publicar, 2020.

Formato: PDF

Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader Modo de acesso: World Wide Web

ISBN 978-65-89340-15-7

1. Sífilis. 2. Epidemiologia. 3. Saúde pública – Rondonópolis (MT) I. Santos, Débora Aparecida da Silva, 1982-. II. Santos, Salete Barbosa dos, 1997-. III. Ribeiro, Naira Rubia da Silva, 1987-.

IV.Goulart, Letícia Silveira, 1977-. V. Olinda, Ricardo Alves de, 1978-. CDD 616.95

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Editora e-Publicar Rio de Janeiro – RJ – Brasil contato@editorapublicar.com.br

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Apresentação

É com imensa satisfação que apresentamos a obra “Perfil da sífilis gestacional em Rondonópolis - MT” elaborada por Débora Aparecida da Silva Santos, Salete Barbosa dos Santos, Naira Rubia da Silva Ribeiro, Letícia Silveira Goulart e Ricardo Alves de Olinda.

Desejamos a todos uma excelente leitura!

Patrícia Gonçalves de Freitas Roger Goulart Mello Editora e-Publicar

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RESUMO

Introdução: A sífilis é uma infecção bacteriana sistêmica crônica exclusiva do ser humano e passível de cura. A transmissão é via sexual, sanguínea ou vertical sendo que pode transcorrer durante toda gestação, ocasionando graves danos ao feto ou à criança. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis gestacional em Rondonópolis (MT) entre 2009 a 2018. Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, descritivo, com dados de fonte secundária do Sistema de Informação de Agravos de Notificação dos casos de sífilis gestacional no período de dez anos. Foi utilizada estatística descritiva e teste Qui-quadrado para verificar possíveis associações entre as variáveis. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 54226316.1.0000.5541). Resultados: Durante o período de estudo foram notificados 485 casos de sífilis gestacional. O perfil foi mulheres de 20 a 29 anos (52,3%), pardas (55,4%), ensino médio completo (21%), dona de casa (62,2%), residentes em Rondonópolis (90,9%), fizeram pré-natal no município (86,6%), diagnosticadas no primeiro trimestre gestacional (33%), classificação sífilis primária (50,3%), tratamento Penicilina Benzatina 2.400.000UI (44,3%) e os parceiros tratados (44,1%). Além disso, não foram realizados os testes treponêmico (61%) e não treponêmico reagentes (83,0%) e titulação ≥ 1:8 (47%). Houve associação estatística com idade, raça, escolaridade, ocupação, testes não treponêmico e treponêmico reagentes, classificação clínica primária, penicilina G benzatina e parceiro não reagente. Conclusão: Os resultados do perfil epidemiológico e fatores associados aos casos de sífilis gestacional deste estudo sugerem que profissionais de saúde e a gestão municipal adotem medidas efetivas para o diagnóstico e tratamento precoces da doença.

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Sumário

INTRODUÇÃO ...9 METODOLOGIA ... 10 RESULTADOS ... 11 DISCUSSÃO ... 12 REFERÊNCIAS ... 17 SOBRE OS AUTORES………...44

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Editora e-Publicar – Perfil da sífilis gestacional em Rondonópolis - MT

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INTRODUÇÃO

Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma infecção sistêmica crônica, que quando não tratada pode apresentar uma longa progressão com o passar dos anos. Pode ser transmitida via sexual, vertical ou sanguínea, sendo que a vertical pode ocorrer durante todo período gestacional, podendo ocasionar graves danos ao feto ou à criança (BRASIL, 2017a).

De acordo com o Ministério da Saúde a definição de caso da sífilis na gestante possui três situações: a primeira, caracteriza-se pela mulher assintomática para a infecção, que no decorrer do pré-natal, parto ou puerpério apresente pelo menos um teste treponêmico e/ou não treponêmico reagente sem registro de tratamento preexistente; na segunda definição a mulher é sintomática para a sífilis, e no decurso do pré-natal, no parto ou puerpério manifesta pelo menos um teste reagente treponêmico ou não treponêmico com qualquer titulação; a terceira situação é a mulher que ao longo do pré-natal, parto ou puerpério apresente ambos os testes reagentes (teste não treponêmico independente da titulação e teste treponêmico (BRASIL, 2019a).

A sífilis gestacional é de notificação compulsória no Brasil desde 2005. Com a utilização de testes rápidos durante o pré-natal e a melhoria da vigilância epidemiológica é importante ressaltar que, nos últimos anos, houve um aumento na detecção destes casos (BRASIL, 2015).Elevadas taxas de prevalência e de transmissão vertical justificam a inserção da sífilis gestacional como infecção sexualmente transmissível de notificação(SES-SP,2008).

A sífilis possui um período de incubação de 10 a 90 dias, sendo que em gestantes, a transmissibilidade ocorre em qualquer período da gestação (BRASIL, 2019a). A probabilidade da ocorrência de sífilis congênita depende do estágio da sífilis na mãe. Observa-se que a transmissão é maior, cerca de 70 a 100%, quando a gestante apresenta sífilis primária ou secundária (BRASIL, 2017a; BRASIL, 2018). A transmissão vertical ocorre com maior frequência na vida intrauterina, contudo caso haja presença de lesões ativas, a criança pode ser infectada durante a passagem pelo canal do parto(BRASIL, 2018).

No Brasil em 2016 foram notificados 37.346 casos de sífilis gestacional, destes 7,5% eram residentes da Região Centro-oeste. A taxa de detecção no mesmo ano foi de 12,4 casos de sífilis gestacional/1.000 nascidos vivos, sendo que as regiões Sul e Sudeste superaram esta taxa (16,3 e 14,7 casos, respectivamente)(BRASIL, 2017b).

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No ano de 2018 no Estado do Mato Grosso foram notificados 782 casos de sífilis gestacional, apresentando taxa de detecção de 13,7 casos de sífilis em gestante para 1.000 nascidos vivos (BRASIL, 2019b). De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) em Rondonópolis (MT) no período de 2009 a 2013 foram notificados 181 casos de sífilis gestacional e no mesmo período foram notificados 59 casos de sífilis congênita (DATASUS, 2020).

Considerando que a sífilis na gestação pode acarretar graves consequências para o bebê como o aborto, natimortalidade, prematuridade e morte neonatal, conhecer o perfil destes casos possibilita um plano de ação específico e estará fazendo-se cumprir um dos objetivos do Programa Rede Cegonha que é a redução das mortalidades materna e infantil com ênfase na mortalidade neonatal (BRASIL, 2011). Alguns autores estudaram o perfil epidemiológico destes casos, reforçando a importância destes estudos (CAVALCANTE; PEREIRA; CASTRO, 2017; CAMPOS et al., 2010).

Diante deste contexto, este estudo tem como objetivo analisar o perfil epidemiológico dos casos de sífilis gestacional em Rondonópolis (MT), entre os anos de 2009 a 2018.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, descritivo. Os dados são de fonte secundária obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação dos casos de sífilis gestacional no período de dez anos. Foram inclusos todos os casos notificados de sífilis em gestantes de Rondonópolis-MT, entre janeiro de 2009 a dezembro de 2018, sendo excluídos da análise estatística os casos em brancos e/ou ignorados/vazios de todas as variáveis estudadas. Devido ao número elevado de variáveis em branco, as mesmas foram deixadas para visualização na tabela.

O local de estudo foi o município de Rondonópolis, Estado de Mato Grosso. Segundo dados de 2010, o município estava na terceira posição de cidade mais populosa do Estado, cuja população total era de 195.476 habitantes sendo que destes 50,2 % eram do sexo masculino e 49,8% eram do sexo feminino, já para o ano de 2018 a estimativa populacional de aproximadamente 228.857 habitantes (IBGE, 2019).

As variáveis estudadas foram variáveis sociodemográficas e clínicas: sociodemográficas (idade, raça/cor, escolaridade, ocupação, local de residência de realização

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de pré-natal) e clínicas (classificação clínica, esquema de tratamento prescrito à gestante, idade gestacional e parceiro tratado concomitante à gestante).

Quanto a classificação clínica considerou-se a utilizada de acordo com o Ministério da Saúde, cujos sinais e sintomas classificarão qual a fase clínica da doença, dividida em: sífilis primária, secundária, terciária e latente. Foi considerado esquema de tratamento prescrito a gestante o esquema com uso da penicilina benzatina, visto que é a única opção recomendada por não apresentar efeitos teratogênicos e sua eficácia para sífilis em gestantes (BRASIL, 2018).

As análises estatísticas foram realizadas no software estatístico R (SOFTWARE R, 2019). Foi utilizada a estatística descritiva e para verificar possíveis associações entre as variáveis (número de casos de sífilis e variáveis sociodemográficas e clínicas), foi utilizado o teste Qui-quadrado (χ2) de aderência com nível de significância estabelecido em 5% (p<0,05) e os dados dispostos em tabelas.

Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Júlio Muller com registro CAAE 54226316.1.0000.5541, respeitando, assim, os aspectos éticos de pesquisa com seres humanos, de acordo com a Resolução nº 466/2012 (BRASIL, 2012).

RESULTADOS

No período analisado foram notificados em Rondonópolis-MT 485 casos de sífilis gestacional. O ano de 2017 apresentou o maior número de casos (17,7%), já 2011 foram menores (5,7%); indicando assim que ao longo dos anos houve aumento significativo nos números de notificações (Tabela 1). Existe diferença estatística significativa (p=<0,001) entre os anos de estudo e o número de casos de sífilis gestacional.

Quanto às características sociodemográficas dos casos de sífilis gestacional, houve prevalência nas mulheres com idade de 20 a 29 anos (52,3%); que se autodeclaram pardas (55,4%); ensino médio completo (21%); ocupação dona de casa (62,2%); residentes em Rondonópolis (90,9%) e fizeram pré-natal no município (86,6%) (Tabela 2).

As variáveis sociodemográficas como idade, raça, escolaridade, ocupação, residir e realizar o pré-natal em Rondonópolis evidencia diferença estatística significativa (p=<0,001).

No que se refere as variáveis clínicas, a idade gestacional predominante foram as diagnosticadas no primeiro trimestre (33%), sem diferença estatística significativa.

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Em relação aos exames realizados para diagnóstico da doença durante o pré-natal, a maioria das mulheres (83%) apresentaram teste não treponêmico reagente com titulações ≥ 1:8 (47%), já o teste treponêmico foi reagente somente em (28,8%) das mulheres, sendo que o mesmo não foi realizado na maioria das gestantes (61%).

Em relação a classificação clínica houve predomínio da sífilis primária (50,3%); esquema de tratamento Penicilina Benzatina 2.400.000 UI (44,3%); e (44,1%) dos parceiros receberam tratamento predominando o mesmo esquema (27,4%); quanto ao motivo do não tratamento do parceiro a maioria dos parceiros não possuíam mais contato com a gestante (15,2%), ressaltando que houve uma grande quantidade de dados que não foram preenchidos (39,7%) (Tabela 3).

Com relação as variáveis clínicas verificam-se que houve diferença estatística significante (p=<0,001) entre as variáveis teste não treponêmico e teste treponêmico reagentes, titulação do teste treponêmico, classificação clínica primária, uso da penicilina G benzatina 2.400.000 UI e o parceiro com sorologia não reagente, já a variável parceiro tratado concomitantemente a gestante apresenta um valor estatístico moderadamente significante p=0,0423.

DISCUSSÃO

Nestes dez anos de estudo Rondonópolis-MT houve alta prevalência de notificações de casos de sífilis gestacional com predomínio no ano de 2017. Fato este que pode estar relacionado com a ampliação dos critérios de definição de casos para além do pré-natal (BRASIL,2019b). No período de 2005 a junho de 2019 foram notificados no Brasil 324.321 casos de sífilis gestacional, dos quais 8,9 % residiam na Região Centro-Oeste, sendo que no ano de 2018 dos 12.855 casos notificados na região Centro-Oeste, 782 foram registrados no Estado do Mato Grosso (BRASIL, 2019b).

Neste estudo as gestantes na grande maioria eram jovens, apresentando diferença estatística significativa (p=<0,001), estudos realizados no Peru de 2000 a 2010 apresentam resultados semelhantes com relação a idade de mulheres jovens, porém, sem diferença estatística (p= 0,063) (GONZALES; TAPIA; SERRUYA, 2014); outros estudos demonstram idade semelhantes como em Sobral (CE) entre 2004 a 2013 (SOARES et al., 2017) e em São Luiz (MA) de 2009 a 2011 (FURTADO et al., 2017). A maioria dos casos eram da raça parda,

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como em Palmas (TO) no período de 2007 a 2014 (CAVALCANTE; PEREIRA; CASTRO, 2017).

No que se refere a escolaridade, neste estudo as mulheres possuíam ensino médio completo (p= <0,001); resultados semelhantes foram notificados em Divinópolis (MG) de 2011 a 2016 (ANDRADE et al., 2019). Já no município de Francisco Beltrão (PA) a escolaridade foi de mulheres que cursaram até o ensino fundamental (TREVISAN ET AL., 2018).Nonato, Melo, Guimarães (2015) destacam que o baixo nível escolar está relacionado com a limitação de informações, tornando-se uma barreira para a compreensão da necessidade do autocuidado e controle da doença. Ressalta-se ainda que há um número elevado de registros ignorados ou em branco nesta variável não só no município do estudo, mas em todo o Brasil, limitando assim maiores esclarecimentos a respeito da relação entre o nível escolar destas mulheres com o fator de risco para sífilis gestacional (BRASIL, 2019b).

Quanto a ocupação, a maioria eram dona de casa/do lar; confirmando com achados no Paraná 2010 a 2016 e em Cascavel (PR) de 2008 a 2013 (LAGO, GOMES 2016; BERTUSO et al., 2018).

A maior prevalência da sífilis na gestação ocorre em mulheres com idade de 20 a 29 anos, cor de pele parda ou preta, baixo nível de escolaridade e com uma assistência de pré-natal inadequada. Tais populações mais suscetíveis a essa infecção necessitam tornar-se alvo de maior enfoque nos programas relacionados a vigilância da sífilis na gestação (BRASIL, 2017b; DOMINGUES et al., 2014).

No município do estudo grande parte das mulheres foram diagnosticadas no primeiro trimestre gestacional, diferindo assim de estudos realizados em Santa Maria (RS) entre 2007 a 201627e em Macaé (RJ) de 2013 a 2016, cuja prevalência foi no terceiro trimestre (SOUZA; RODRIGUES; GOMES, 2018). Por outro lado, dados nacionais de 2016 corroboram com os achados desta pesquisa, evidenciando que 37% das mulheres foram diagnosticadas no primeiro trimestre, no entanto, com o intuito de evitar e/ou reduzir as chances de transmissão vertical, o ideal seria que, todas as mulheres com sífilis gestacional fossem diagnosticadas e tratadas precocemente, ou seja, no primeiro trimestre da gestação, e para que isto aconteça é necessário que os profissionais de saúde estejam aptos para realizarem o manejo correto da infecção ( BRASIL, 2019c) .De acordo com o Ministério da Saúde recomenda-se a realização dos testes para o diagnóstico da sífilis no primeiro e terceiro trimestres da gestação, evidenciando, assim, que o município em estudo cumpre tal recomendação (BRASIL, 2018).

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Quanto ao diagnóstico da doença, a maioria das gestantes foram diagnosticadas através do teste não treponêmico,o que se assemelha aos resultados encontrados em estudos realizados no Piauí de 2010 a 2013 (BARBOSA et al., 2017). Quanto a titulação do teste não treponêmico verifica-se altos níveis de titulação sendo prevalente títulos maiores ou iguais 1:8 corroborando com estudo realizado em Belo horizonte (MG) de 2010 a 2013(NONATO; MELO; GUIMARÃES,2015). Sabe-se que a titulação dos testes não treponêmicos está relacionada ao estágio da doença, o predomínio de altos títulos indica doença recente, considerando a fase em que a maioria das gestantes são diagnosticadas, tais resultados podem ter sido subnotificados (BRASIL, 2016; BRASIL, 2019c).

Ainda cabe ressaltar que o teste treponêmico não foi realizado na maior parte dos casos (61%), assim como no Amazonas entre 2007 a 2012 (SARACENI et al., 2017). Considerando que o Ministério da Saúde disponibiliza este teste aos serviços de saúde, preconiza ainda que o mesmo deve ser realizado na primeira consulta pré-natal pois são os mais indicados para diagnóstico inicial, a não realização do mesmo prejudica o diagnóstico e o tratamento precoce da infecção(BRASIL, 2020). Por se tratar de dados secundários não é possível conhecer o motivo da não realização deste teste no município.

Quanto a classificação clínica, a sífilis primária foi a mais notificada; resultados semelhantes no Maranhão de 2009 a 2013 (55,4%) (GUIMARÃES et al., 2018)e divergindo de Fortaleza (CE) no ano de 2008 a 2010, cuja predominância foi sífilis terciária (CARDOSO et al., 2018). Em razão de que o diagnóstico da sífilis na gestação ocorre no estágio de latência da doença, tais classificações acima citadas podem ter sido realizadas de maneira equivocada (BRASIL, 2019c).

A penicilina G benzatina 2,4 milhões de UI foi o esquema mais utilizado, embora, houve pouca diferença do tratamento realizado com a Penicilina G benzatina 7.200.000 milhões de UI, em Belo Horizonte (MG) de 2010 a 2013 a prevalência foi penicilina G benzatina 7,2 milhões de UI (NONATO; MELO; GUIMARÃES, 2015). No município da pesquisa é possível observar que o tratamento das mulheres foi realizado de forma inadequada quando comparado a classificação clínica da infecção, visto que quando o período de infecção não é possível de ser identificado é necessário tratar o caso como sífilis latente tardia e consequentemente o tratamento correto será diferente (BRASIL, 2019c). Porém ao analisar o esquema de tratamento prescrito a gestante em 41,2% dos casos, mesmo sendo classificados de forma equívoca, o tratamento foi realizado de acordo com o recomendado para a sífilis latente, tais resultados

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sugerem que os profissionais de saúde tenham dúvidas a respeito do manejo adequado da sífilis na gestação sendo necessário melhores capacitações a respeito.

Vale ressaltar que 44,1% dos parceiros foram tratados concomitante a gestante com uso da penicilina G benzatina 2,4 milhões de UI, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 2018). O motivo do não tratamento do parceiro foi não ter mais contato com a gestante, resultados semelhantes em Cascavel (PR) de 2010 a 2013 (TREVISAN et al., 2018). Visto que houve uma grande quantidade de casos ignorada e/ou em branco desta variável, é de extrema importância que a gestão e os profissionais envolvidos na assistência entendam a necessidade do correto preenchimento das fichas de notificação (OLIVEIRA et al., 2019).

Cabe ressaltar que a associação dos casos de sífilis gestacional também foi significativa quanto as variáveis idade materna em menores de 20 anos; início tardio do pré-natal; não ter realizado o VDRL no primeiro trimestre e título do primeiro e último VDRL igual ou superior a 1:8 em Belo Horizonte entre 2011 e 2012 (NONATO; MELO; GUIMARÃES, 2015). Em Guarapuava (PR) entre 2015 e 2016 as variáveis trimestre gestacional de realização do exame positivo e tratamento do parceiro mostraram-se associadas (SOARES et al., 2017). Em um município do sudoeste baiano em 2017, casos de sífilis também foram associados estatisticamente a cor materna parda, assim como neste estudo (AZEVEDO; REIS; TELES, 2019).

Em Montes Claros (MG) entre 2007 a 2013 os casos de sífilis gestacional foram relacionados ao diagnóstico tardio e o tratamento inadequado das gestantes, divergindo assim dos achados deste estudo (LAFETÁ et al., 2016). Já estudos realizados em Maringá (PR) de 2011 a 2015 a ocorrência da sífilis gestacional teve associação estatisticamente significante com a raça não branca, grau de instrução menor do que oito anos de ensino, sem alguma atividade remunerada, multiparidade e histórico de perda fetal (PADOVANI; OLIVEIRA; PELLOSO, 2018).

A limitação deste estudo está relacionada aos dados secundários, que além de sugerirem possíveis casos de subnotificação, apresentaram quantidade significativa de variáveis em branco e/ou ignoradas, impossibilitando análises das mesmas. Sugere-se que haja educação permanente sobre a importância de notificação completa dos casos de sífilis.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O município de Rondonópolis apresenta um número elevado de casos notificados de sífilis gestacional no período estudado. O perfil epidemiológico e os fatores associados aos casos de sífilis na gestação corroboram com estudos realizados nas literaturas nacionais.

Para que haja o controle e redução de danos da sífilis na gestação, é imprescindível que os profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária a Saúde (APS) e nos serviços de maternidade, sejam aptos para realizarem o manejo clínico e a interpretação dos exames laboratoriais corretamente, visto que, o controle desta infecção está estritamente relacionado a qualidade da assistência.

Faz-se necessário ainda que os profissionais da APS intensifiquem as ações de educação em saúde e incentivem o pré-natal do parceiro com intuito de diagnóstico e tratamento precoces, evitando reinfecção da doença, visto que a mesma é considerada porta de entrada nos serviços de saúde.

A falta de capacitação e educação permanente aos profissionais de saúde, favorecem possíveis erros, sendo eles desde o preenchimento da ficha de notificação até mesmo a classificação, diagnóstico e tratamento correto da doença. Sendo assim faz-se necessário que haja treinamentos e capacitações continuamente aos profissionais de saúde do município e ainda que a gestão busque estratégias de incentivo e controle para evitar e/ou diminuir as subnotificações.

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REFERÊNCIAS

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BARBOSA, D.R.M.; ALMEIDA, M.G.; SILVA, A.O.; ARAÚJO, A.A.; SANTOS, A.G. Perfil epidemiológico dos casos de sífilis gestacional. Rev enferm UFPE, v.11, n.5, p.1867-1874, 2017.

BERTUSO, T.C.G.; OBREGÓN, P.L.; MORONI, J.G.; SILVA, E.B.; SILVA, T.A.A.L.; WAGNER, L.D.; PIAZZA, T. Características de gestantes com sífilis em um hospital universitário do Paraná. Rev. Saúde Pública, v.1, n.2, p.129-140, 2018.

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Tabela 1: Distribuição dos casos de sífilis gestacional de acordo com a série temporal no período de 2009 a 2018- Rondonópolis-MT.

* teste qui-quadrado de aderência Fonte: DATASUS, 2019.

Ano Diagnóstico Número de casos (N=485) % *Valor p 2009 33 6,81 <0,001 2010 33 6,81 2011 28 5,78 2012 43 8,87 2013 44 9,07 2014 47 9,69 2015 42 8,66 2016 46 9,49 2017 86 17,7 2018 83 17,12

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Tabela 2: Variáveis sociodemográficas das mulheres com sífilis gestacional de 2009 a 2018-Rondonópolis-MT.

Variáveis sociodemográficas N % *Valor p

Idade 10 a 19 133 27,42 <0,001 20 a 29 254 52,37 30 a 39 92 18,97 40 a 49 6 1,24 Raça/ Cor Branca 150 30,93 <0,001 Parda 269 55,46 Preta 37 7,63 Amarela 7 1,44 Indígena 4 0,83 Ignorado/Em branco** 18 3,71 - Escolaridade

1ª a 4ª incompleta do Ensino fundamental 20 4,12

<0,001 4ª série completa do ensino fundamental 9 1,86

5ª a 8ª incompleta do ensino fundamental 90 18,56

Ensino Fundamental Completo 44 9,07

Ensino Médio Completo 102 21,03

Ensino Médio Incompleto 94 19,38

Ensino Superior completo 4 0,83

Ensino Superior Incompleto 13 2,68

Analfabeto 4 0,82

Ignorado/Em Branco** 105 21,65 -

Ocupação

Autônomo 34 7,01

<0,001

Atuação em área administrativa 20 4,12

Atuação em área comercial 17 3,51

Dona de Casa/Do lar 302 62,27

Estudante/ professor/Téc. Enfermagem 54 11,13

Ignorado/Em branco** 58 11,96 - Residiam em Rondonópolis Sim 441 90,93 <0,001 Não 44 9,07 Pré-Natal Realizado em Rondonópolis Sim 420 86,6 <0,001 Não 65 13,4

* teste qui-quadrado de aderência

** os casos ignorados/em branco não fizeram parte do teste Fonte: DATASUS, 2019

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Tabela 3: Variáveis clínicas dos casos de sífilis na gestação em Rondonópolis-MT no período de 2009 a 2018.

* teste qui-quadrado de aderência

** os casos ignorados/em branco não fizeram parte dos testes Fonte: DATASUS

Variáveis Clínicas N % *Valor p

Idade Gestacional 1º Trimestre 160 32,99 0,759 2º Trimestre 147 30,31 3º trimestre 154 31,75 Ignorado** 24 4,95 - Resultado Teste não treponêmico Reagente 403 83,09 <0,001 Não Reagente 12 2,47 Não realizado 66 13,61 Ignorado** 4 0,83 - Resultado Teste Treponêmico Reagente 140 28,87 <0,001 Não Reagente 20 4,12 Não Realizado 296 61,03 Ignorado** 29 5,98 - Titulação Teste não treponêmico <1:8 175 36,08 0,008 ≥ 1:8 228 47,01 Em branco** 82 16,91 - Classificação Clínica Primária 244 50,31 <0,001 Secundária 21 4,33 Terciária 110 22,68 Latente 11 2,27 Ignorado/Em branco** 99 20,41 - Esquema de tratamento prescrito á gestante Penicilina G benzatina 2.400.000 UI 215 44,32 <0,001 Penicilina G benzatina 4.800.00 UI 8 1,65 Penicilina G benzatina 7.200.000 UI 200 41,24 Outros esquemas 19 3,92

Ignorado/ Não realizado** 43 8,87 -

Parceiro tratado concomitante a gestante Sim 214 44,12 0,0423 Não 174 35,88 Ignorado/Em branco** 97 19,91 Esquema de Tratamento prescrito ao parceiro Penicilina G benzatina 2.400.0000 UI 133 27,42 <0,001 Penicilina G benzatina 4.8000.0000 UI 7 1,44 Penicilina G benzatina 7.2000.000 UI 81 16,7 Em branco 49 10,11 Não realizado 154 31,75 Outros esquemas 7 1,44 Ignorado** 54 11,14 Motivo do Não tratamento do parceiro

Parceiro com sorologia não reagente 23 4,74

<0,001 Parceiro comunicado/ convocado mas não

compareceu a unidade 43 8,87

Parceiro não foi comunicado/convocado a

unidade 68 14,02

Parceiro não teve mais contato c/ a gestante 74 15,26 Parceiro foi comunicado/convocado mas

recusou o tratamento 4 0,83

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Débora Aparecida da Silva Santos

Possui graduação em Enfermagem e Obstetrícia pela Fundação Educacional de Fernandópolis (2002). Atualmente é professora Adjunto III do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). Mestre em Ciências Ambientais e da Saúde pela Universidade PUC de Goiás (2011). Doutora em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), área Saúde e Meio Ambiente (2015). Desenvolve pesquisa interdisciplinar epidemiológica com ênfase nas doenças tropicais negligenciadas na atenção primária à saúde.

Salete Barbosa dos Santos

Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de Rondonópolis. Durante a graduação participou de projetos de Iniciação Científica e de extensão como bolsista.

Naira Rúbia da Silva Ribeiro

Enfermeira Graduada pela Universidade Federal de Rondonópolis. Durante a graduação participou de projetos de Iniciação Científica e de extensão como voluntária e do PET como bolsista.

Letícia Silveira Goulart

Possui graduação em Farmácia Análises Clínicas pela Universidade Federal de Santa Maria (200), Mestrado em Ciência e Tecnologia Farmacêutica pela Universidade Federal de Santa Maria (2002), Doutorado em Biologia celular e Molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009). Atualmente é professora associada na Universidade Federal de Rondonópolis. Desenvolve estudos epidemiológicos interdisciplinares na Atenção Primária a Saúde.

Ricardo Alves de Olinda

Possui graduação em Estatística pela Universidade Estadual da Paraíba, mestrado em Estatística e Experimentação Agropecuária pela Universidade Federal de Lavras (2008) e doutorado em Estatística e Experimentação Agronômica pela Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (2012). Atualmente é professor adjunto do Departamento de Estatística, professor do quadro permanente do Mestrado em Saúde Pública da Universidade Estadual da Paraíba, professor do quadro permanente do Mestrado em Gestão e Tecnologia Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso-UFMT, Campus de Rondonópolis. Tem experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Estatística Aplicada, atuando principalmente nos temas de estatística espacial, extremos espaciais, teoria de valores extremos, planejamento e análise estatística de experimentos e estatística multivariada.

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Referências

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