Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Educação
Semana III
(...) devemos entender que a escola não é
um espaço natural – o segundo lugar
ocupado pela criança depois da casa.
Afinal, houve um longo processo de
transformações, escolhas e ideias
responsável pelo surgimento da escola.
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FONTE:
Rainer Gonçalves Sousa - Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás – UFG
A escola antiga e a medieval:
Nos primeiros tempos da Antiguidade grega
(...) a educação era ministrada pela
espaço da casa. Os valores e o
conhecimento eram diretamente
transmitidos dos pais para os filhos. Já
nessa época, percebemos que havia um
universo de saberes considerado
importante para criança e, ao mesmo
tempo, uma divisão daquilo que meninos
e meninas deveriam aprender para as
suas vidas.
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FONTE:
Rainer Gonçalves Sousa - Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás – UFG
complexas, dotadas de instituições
políticas e práticas econômicas
sofisticadas, a noção de que a educação
familiar era suficiente perde espaço.
A escola antiga e a medieval:
Quando se constituiu a aristocracia dos
senhores de terra, de formação guerreira,
os jovens da elite eram confiados a
preceptores.
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FONTE:
Filosofia da Educação (PLT) - Maria Lúcia de Arruda Aranha
A palavra preceptor é utilizada para designar a pessoa incumbida de acompanhar e orientar a educação de uma
criança ou de um adolescente, atualmente é mais comumente utilizado em referencias a internatos e
A escola antiga e a
medieval:
Apenas com o surgimento
das póleis apareceram
as primeiras escolas,
por volta do final do
século VI a.C., visando a
atender a demanda por
A escola antiga e a medieval:
Mesmo que essa ampliação da oferta escolar representasse uma
“democratização” da cultura, a educação ainda permanecia
elitizada, atendendo
principalmente os jovens das familias tradicionais da antiga
nobreza ou pertencentes a famílias de comerciantes
enriquecidos.
(p. 112)
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FONTE:
A escola antiga e a medieval:
Aliás, na sociedade escravagista grega, o chamado ócio digno significava a disponibilidade de
gozar do tempo livre, privilégio daqueles que não precisavam cuidar da prôpria subsistência. Esse tempo de ócio, porém, não se confunde com o “fazer nada”, mas significa o ocupar-se com as
funções nobres de pensar, governar, guerrear. (p. 112)
Já nessa época, percebemos que a
educação e o acesso aos professores
estiveram estritamente ligados à condição
econômica de uma família. Na Grécia
Antiga, a educação era encarada como
uma atividade para poucos, para aqueles
que podiam consumir o seu tempo livre
com o saber e não tinham a necessidade
de trabalhar para garantir a própria
sobrevivência.
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FONTE:
Rainer Gonçalves Sousa - Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás – UFG
Os colégios religiosos (Idade Moderna)
A escola institucionalizou-se de maneira mais complexa a partir do Renascimento e da Idade Moderna, quando passou a exigir o confinamento dos alunos em internatos, a separação por idades, a
graduação em séries, a organização de currículos e o recurso dos manuais didáticos. (p. 112)
Os colégios religiosos (Idade Moderna)
Essas mudanças levaram também a uma maior produção teórica de pedagogos, no sentido de
orientar a nova prática. Tratava-se de algo
absolutamente novo, que bem definia o nascimento da escola, como conheceríamos daí para a frente.
(p. 112)
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FONTE:
Os colégios religiosos (Idade Moderna)
Qual o motivo dessa institucionalização?
• Fortalecimento do Estado e das monarquias
nacionais;
• Urbanização crescente;
• Ascenção da burguesia;
• Revolução científica;
A pedagogia realista
No século XVII, vários teóricos se preocuparam com a questão metodológica, o que se reflete nas
indagações a respeito da pedagogia (...). (p. 114)
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FONTE:
A pedagogia realista
(...) João Amós Comênio (1592 – 1670), autor da obra
Didática magna, para quem o ponto de partida da
aprendizagem deve ser sempre o conhecido. Partir das próprias coisas, valorizar a experiência, educar
os sentidos são passos de uma educação que se faz pela ação e voltada para a ação: “Só fazendo aprendemos a fazer” é um dos lemas de Comênio.
A pedagogia realista
(...) Comênio inova quando defende a escola única,
universal e a cargo do Estado. (...) valoriza o papel do
professor como controlador do processo. (p. 114)
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FONTE:
A pedagogia realista
Na linha dos principais críticos da velha tradição
medieval, [o filósofo inglês John] Locke [1632-1704] lamentava a excessiva ênfase no ensino de latim e
o descaso com a língua vernácula e o cálculo. Como representante dos interesses burgueses, considerava importante o estudo de contabilidade e
de escrituração comercial, visando à preparação mais ampla para a vida prática. De acordo com a
sua pedagogia realista, recusava a retórica e os excessos da lógica, propondo o estudo da história,
O impacto da Revolução Industrial
A Revolução Industrial, iniciado no século XVIII,
alterou em alguns aspectos as exigências da escola burguesa: à formação acadêmica
predominantemente humanística contrapunha-se a necessidade de formação técnica especializada, além do estudo das ciências. Nos níveis superiores
de escolarização, sentia-se a necessidade de
transmissão dos conhecimentos das novas ciências, bem como o estímulo para as novas descobertas, a
fim de que a tecnologia se desenvolvesse ainda mais. (p. 115)
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FONTE:
O impacto da Revolução Industrial
Quanto ao ensino elementar, a exigência de ampliação da rede escolar tornou-se mais
premente, uma vez que o operário das fábricas, mais do que o camponês, precisava pelo menos
E escola em nossos dias
O século XX foi pródigo em teorias pedagógicas e projetos educacionais, na tentativa de superar a
escola tradicional excessivamente rígida,
magistrocêntrica e voltada para a memorização dos conteúdos. (p. 116)
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FONTE:
E escola em nossos dias
Na primeira metade do século XX, intensificou-se a relação entre a pedagogia e as demais ciências,
numa busca de métodos ativos e de educação integral, com especial atenção às necessidades do
educando. Um exemplo foi a Escola Nova, que, na sua perspectiva de “escola redentora”, esperava
alcançar a equalização das oportunidades pela democratização da educação.
E escola em nossos dias
(...) orientações de inspiração positivista que reforçaram a burocracia escola, mecanizando o processo educacional e minimizando o papel do professor, tal como ocorreu com as reformas de cunho tecnicista, cuja tendência ainda persiste na organização dos grandes conglomerados escolares
que recorrem ao ensino apostilado em que cada aula está de antemão determinada na sua duração
e no conteúdo a ser transmitido. (p. 117)
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FONTE:
E escola em nossos dias
Para outros, é importante que a escola incorpore modernos meios de comunicação de massa,
visando à exploração de alta tecnologia no ensino. (...) Novidade que nos faz perguntar sobre o papel a
ser exercido pelo professor de agora em diante. (...) Outra questão que se levanta a esse respeito é a do
“analfabetismo digital”, ou seja, a exclusão de grande parte da população do acesso a esses
equipamentos em um mundo cada vez mais digitalizado. (p. 118)