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Integração Lavoura Pecuária (ILP) na região central de Minas Gerias. Palavras-chave: sustentabilidade, pastagem, integração lavoura pecuária.

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2079

Integração Lavoura Pecuária (ILP) na região central de Minas Gerias

Leonardo H. Ferreira Calsavara1, Walfrido M. Albernaz2, Alexandre M. Brighenti3

1Extensionista Agropecuário, e-mail: leonardo.calsavara@emater.mg.gov.br, Emater, MG, Coronel Xavier Chaves, MG, 2Coordenador Técnico Regional, Emater, MG, Sete Lagoas, MG e 3Pesquisador, Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora, MG.

Palavras-chave: sustentabilidade, pastagem, integração lavoura pecuária.

1 – Introdução

O estado de Minas Gerais possui um dos maiores rebanhos bovinos do Brasil, fazendo com que a atividade pecuária esteja presente na maioria das propriedades rurais mineiras. Consequentemente, a área ocupada com pastagens no estado chega a quase dois terços de todo o seu território. Metade dos pastos ainda é nativo e a outra metade possui pastagem de capim-braquiária, formadas nos últimos 30 anos (Fundação João Pinheiro, 2001).

No entanto, o alto grau de degradação em que se encontram as pastagens da região Central de Minas, faz com que ocorra um aumento do custo e o uso desordenado de alimentos complementares, como a silagem de milho, rações balanceadas, cana-de-açúcar, entre outras. Com isso, observamos a menor rentabilidade da atividade leiteira.

A produção de pastagem ainda é o alimento mais importante e mais barato para a produção de leite e carne. No entanto, deve ser manejada de forma racional para gerar o retorno econômico esperado. Com a degradação das pastagens em Minas Gerais, tem-se verificado a redução da capacidade de suporte das áreas de pastejo. Esse “enfraquecimento” das pastagens ocorre lentamente, de forma cíclica, e chega ao ponto de exigir um alto investimento para sua recuperação (Melo et. al., 2005).

Desta forma, é necessário adotar técnicas de manejo e de recuperação dessas áreas, com o intuito de mantê-las em boas condições por maior tempo de serviço. Para isso, é importante determinar a capacidade suporte de cada pastagem com base na produtividade da forrageira, número e idade dos animais, período e intervalo de pastejo e manutenção da fertilidade da área. Tudo isso irá promover a preservação e a melhoria das propriedades químicas e físicas do solo. Assim, é imprescindível a adoção de práticas conservacionistas, para as quais a Integração Lavoura Pecuária, ILP, passa a ser uma alternativa viável, em complemento às demais tecnologias de manejo do solo e da água.

O objetivo deste trabalho é apresentar as tecnologias adotadas pela extensão rural na região Central de Minas Gerais, com ênfase no sistema de Integração Lavoura Pecuária, ILP, visando à sustentabilidade da agropecuária na região. Para isso, utilizamos dois estudos de caso para exemplificar a implantação do sistema de ILP de acordo com as peculiaridades de cada propriedade. Além dos fatores agronômicos, avaliamos o custo e a rentabilidade de cada modelo empregado.

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2 – Práticas conservacionistas de manejo do solo e da água

O manejo do solo dentro do limite da sua capacidade de uso é uma das premissas para a conservação deste recurso natural. As características inerentes a cada tipo de solo, como fertilidade, estruturação, permeabilidade, profundidade, relevo, agregação, entre outras, determinam práticas conservacionistas que visam a minimizar os efeitos da interferência antrópica.

Portanto, pode-se afirmar que a aptidão de uso do solo tem relação com as práticas conservacionistas que serão implantadas e com as características físico-químicas que limitam o uso deste solo. Desta forma, para cada tipo de ecossistema identificado na região Central de Minas, onde as atividades agrossilvopastoris são permitidas, devem ser adotadas práticas adequadas de manejo conservacionista do solo e da água:

a) Terraceamento

A implantação de terraços é uma prática adequada para solos com boa capacidade de infiltração, tanto em pastagens como em lavouras anuais ou perenes. Esta prática constitui uma alternativa essencial para reduzir o comprimento das rampas no terreno, diminuindo assim a velocidade e o volume de água em escorrimento superficial, aumentando sua infiltração e consequentemente minimizando o efeito erosivo das chuvas sobre o terreno.

b) Bacias de captação de enxurrada

Prática conservacionista indicada para retenção da água de enxurrada, as bacias de captação são indicadas para solos profundos e com uma razoável capacidade de infiltração. Devem ser implantadas em complementação às práticas de terraceamento, seguindo um criterioso dimensionamento, visando a conter os fluxos de maior vazão de água de escorrimento, geralmente ocasionados por estradas rurais, ravinas e terraços em desnível.

c) Plantio direto

A conservação do solo e da água passa por uma mudança nos sistemas produtivos, com a redução do impacto das operações de preparo do solo no sistema solo-água-planta. Sendo assim, o plantio direto vem a ser uma das alternativas mais adequadas para o cultivo do solo, com comprovados benefícios para a sustentabilidade deste sistema. A elevação do teor de matéria orgânica no solo, a maior disponibilidade de nutrientes, o aumento da população de microorganismos e as melhorias estruturais do solo são algumas das vantagens da adoção do plantio direto, em relação ao preparo convencional do solo.

No entanto, a adoção do plantio direto é condicionada pela disponibilidade de equipamentos e implementos agrícolas apropriados, além do manejo das plantas de cobertura, que deverão ser utilizadas como palhada para as lavouras implantadas. Consequentemente, a adoção deste sistema exige planejamento e acompanhamento técnico, para assessorar os agricultores na transição para esta tecnologia.

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d) Outras práticas conservacionistas

De forma complementar ou suplementar, outras práticas conservacionistas podem ser adotadas, tais como: adubação verde, cultivos intercalares, cultivo mínimo, adequação de estradas, controle de voçorocas, entre outras. Porém, a base para a conservação do solo e da água deve ser o planejamento de uso das propriedades rurais e das sub-bacias hidrográficas, dentro de critérios de sustentabilidade.

3– Sistema de Integração Lavoura Pecuária

O processo de degradação das pastagens está associado a diversos fatores, tais como o manejo inadequado com sobrepastoreio, a perda da fertilidade do solo, o estabelecimento de plantas daninhas, o ataque de pragas e doenças e a falta de adaptabilidade das espécies forrageiras (Ferreira, 2007). Assim, resultando em graves impactos ambientais, sociais e econômicos. Pensando nisso, é essencial adotar manejos adequados que minimizem o escorrimento de água superficial e aumentem a incorporação de matéria orgânica no solo.

Neste sentido, o sistema de Integração Lavoura Pecuária, ILP, torna-se fundamental para viabilizar a economia no meio rural. A ILP pode ser definida como a diversificação, rotação, consorciação e/ou sucessão de agricultura e de pecuária dentro da propriedade rural de forma harmônica, constituindo um mesmo sistema, de tal maneira que há benefícios para ambas as atividades. Possibilita, como uma das principais vantagens, que o solo seja explorado economicamente durante todo o ano ou, pelo menos, na maior parte dele, favorecendo o aumento na oferta de grãos, de carne e de leite a um custo mais baixo, devido ao sinergismo que se cria entre a lavoura e a pastagem.

A implantação do sistema de ILP pode ser feita nos modelos Barreirão ou Santa Fé. A escolha do sistema Barreirão será feita quando for necessário realizar arações profundas com o objetivo de descompactar o solo, incorporar corretivos de acidez e controlar as plantas daninhas. Este controle é feito através da incorporação do banco de sementes de plantas daninhas, assim, inibindo a germinação das mesmas (kluthcouski et. al., 2003). Já o Sistema Santa Fé será empregado quando o solo apresentar condições físicas e químicas favoravéis à implantação do Sistema de Plantio Direto, SPD. Por exemplo: para o plantio do milho em SPD é recomendado que o solo apresente as seguintes caracteristicas quimicas: pH, Ca, Mg, saturação por alumínio e saturação por bases em torno de 6,0, 2,2, 0,8, menor que 20% e 50-55%, respectivamente. (Alvarenga et. al., 2009).

A tecnologia de Integração Lavoura Pecuária tem sido amplamente difundida na região Central de Minas, através de uma parceria realizada entre a Emater-MG, Embrapa Milho e Sorgo e Epamig, além da participação das administrações municipais, cooperativas agropecuárias, instituições financeiras, empresas públicas e privadas, sindicatos e, principalmente, de produtores. Foram implantadas 18 unidades de ILP, na safra 2006/2007. Os resultados são promissores e a adoção desta tecnologia vem sendo acelerada pela necessidade de renovação de pastagens e de melhoria na eficiência produtiva que o mercado tem exigido dos pecuaristas.

Na safra 2006/2007, 18 propriedades da região foram acompanhadas por extensionistas e pesquisadores, onde a implantação do sistema de ILP ocorreu de diversas

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2082 formas, com resultados satisfatórios na grande maioria das unidades experimentais. Estas unidades experimentais foram utilizadas como unidades demonstrativas das tecnologias de manejo sustentável do solo e da água, servindo como referência para avaliação, discussão e difusão de tecnologias. Dentre elas,duas são apresentadas a seguir:

4- Estudos de Caso

4.1 – ILP – Fazenda Coqueiros do Buieié – São Brás do Suaçuí-MG

Na propriedade Fazenda Coqueiros do Buieié, no município de São Brás do Suaçuí-MG, foi implantada uma unidade demonstrativa de ILP, modelo Santa Fé. A produção da lavoura de milho para silagem foi consorciada com capim Brachiaria brizantha c.v. Marandu. A semeadura do milho e do capim foi realizada com uma semeadora mecanizada de plantio direto. A área apresentava-se inicialmente com pastagem degradada, instalada há quinze anos com Brachiaria decumbens. Realizou-se a amostragem da área para análise de fertilidade do solo, obtendo-se o seguinte resultado (quadro 1):

Quadro 1. Análise de fertilidade do solo – área de ILP (Fazenda Coqueiros do Buieié)

Ph

água P K Ca Mg Al H+Al CTC V % MO

6,2 6 47 3,5 1,2 0,1 3,1 7,9 61 2,9

AcF B M A A B M M A M

Os valores de P e K estão em mg/dm, e os de Ca, Mg, Al e H em cmol/dm; AcF: acidez fraca; B: baixo; M: médio; A: alto.

De acordo com o resultado da análise de fertilidade do solo, optou-se por não realizar calagem, uma vez que, os teores de cálcio e magnésio, assim como o percentual de saturação de bases, estavam adequados para a cultura do milho e à necessidade da pastagem.

A área de 3,0 ha foi dessecada com aplicação de glyphosate, 15 dias antes do plantio, o qual foi realizado no dia 26/10/2006. Foi utilizado um híbrido duplo, com espaçamento de 80 cm entrelinhas, com densidade de 60.000 plantas por hectare. As sementes de milho foram tratadas com inseticida. A adubação de plantio foi de 400 kg/ha da fórmula NPK 08-28-16 + 0,5% Zn. A semente de Brachiaria brizantha c.v. Marandu, com valor cultural de 32%, foi semeada na mesma linha do milho, misturada ao adubo de plantio, assim como em fileira única nas entrelinhas, com um gasto de 11 kg de semente de capim por hectare. Foi realizada a aplicação de herbicidas pós-emergentes, atrazine mais nicosulfuron, para o controle de plantas daninhas de folhas largas e inibir temporariamente o crescimento da forrageira. A adubação em cobertura com 500 kg/ha de sulfato de amônio foi realizadas 30 dias após a emergência do milho. Não foi necessário fazer pulverizações para controle químico de pragas, provavelmente em função do tratamento das sementes e das condições climáticas desfavoráveis ao ataque da lagarta do cartucho, principalmente. A colheita ocorreu 100 dias após a emergência da cultura e a produtividade foi de 55 toneladas de massa verde por hectare.

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2083 No quadro 2 estão representados os custos de produção do sistema utilizado nesta propriedade, considerando os valores pagos pelo produtor no comércio local.

Quadro 2. Custo de produção de 1 ha, no sistema Integração Lavoura Pecuária, adotado na

Fazenda Coqueiros do Buieié, em São Brás do Suaçuí, safra 2006/2007.

Itens Quantidades Custo Unitário Valor total(R$)

Semente de Milho 20 Kg 5,42 108,40 Semente de Capim 11 Kg 3,25 35,75 Adubo de plantio 400 Kg 0,76 304,00 Adubo de cobertura 500 Kg 0,54 270,00 Dessecante (Glifosate) 2,5KG 25,00 62,50 Capina Química(Nicossulfuron) 100 ml 78,00(1L) 7,80 Capina Química(Atrazina) 2,5 l 60,00( 5L) 30,00 Subtotal 1 818,45 Plantio Direto 0,75 ht 50,00 62,50 Aplicação de dessecante 0,30 ht 50,00 30,00 Adubação de cobertura 1,0 dh 15,00 15,00 Capina Química 1,0 dh 15,00 15,00 Colheita da silagem¹ 12 ht 50,00 600,00

Mão de obra para

ensilagem¹ 5 dh 15,00 75,00

Lona plástica¹ 70 m² 3,00 210,00

Subtotal 2 1.007,50

Total ( 1+ 2) 1.825,95

¹ Valores médios estimados

Considerando o custo de produção de R$ 1.825,95 e a produtividade de 55 toneladas de massa verde por hectare, o custo por tonelada produzida foi de R$ 33,19. Se considerarmos o preço médio de venda da silagem em R$ 60,00 por tonelada, obtemos um lucro bruto de R$ 26.81 por tonelada, ou seja, R$1.474,55 por hectare. Conclui-se, portanto, que o produtor teve retorno econômico com a produção de silagem e ainda reformou o pasto, sem custo adicional.

4.2 – ILP – Fazenda do Retiro – Onça do Pitangui

Na propriedade Fazenda do Retiro, no município de Onça do Pitangui, foi implantada uma lavoura de milho para silagem, consorciada com capim Brachiaria brizantha c.v. Marandu, no sistema Barreirão, utilizando uma semeadora tratorizada de plantio convencional. Esta área vinha sendo cultivada para produção de silagem, destinada à alimentação do rebanho leiteiro, e apresentava alta incidência de plantas daninhas de folhas largas, como trapoeraba (Commelina sp.), picão preto (Bidens pilosa ) e corda de viola ( Ipomoea sp.) .

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2084 Inicialmente, foi realizada a amostragem do solo para análise de fertilidade do solo, conforme quadro 2. E ainda, foi feita uma avaliação in loco a da área e observou-se a ocorrência de compactação e sinais de erosão do solo.

A análise de fertilidade apresentou os resultados contidos no quadro 3.

Quadro 3. Análise de fertilidade do solo – área de ILP (Fazenda do Retiro)

PH

água P K Ca Mg Al H+Al CTC V % MO

5,3 3 58 1,1 0,7 0,25 3,7 5,7 34,3 2,32

AcM B M B M B M M B M

Os valores de P e K estão em mg/dm, e os de Ca, Mg, Al e H em cmol/dm;AcM: acidez média; B: baixo; M: médio; A: alto

De acordo com o resultado da análise de fertilidade do solo, foi realizada calagem corretiva, objetivando elevar a saturação de bases para 60%, com aplicação de 1,6 toneladas de calcário dolomítico por hectare (PRNT 90%), com distribuição a lanço e incorporação através de aração. A área de 4,5 ha foi arada e gradeada, e a semeadura foi realizada no dia 25/11/2006. Semeou-se um híbrido triplo com espaçamento de 70 cm entrelinhas, com densidade de plantio de 70.000 sementes por hectare. As sementes de milho foram tratadas com inseticida, e utilizou-se 280 kg/ha da fórmula NPK 08-28-16 + 0,5% Zn como adubação de plantio do milho e 210 kg de superfosfato simples no plantio do capim nas entrelinhas do milho. A semente de Brachiaria brizantha cv. Marandu, com valor cultural de 34%, foi semeada na mesma linha do milho, misturada ao adubo de plantio, assim como em fileira única nas entrelinhas, com um gasto de 13 kg de semente de capim por hectare. Foi realizada a aplicação de herbicidas pós-emergentes, atrazine, para controle de plantas daninhas de folhas largas. Adubou-se com 220 kg/ha de NPK 30-00-20 em cobertura 30 dias após a emergência do milho. Não foi necessário fazer pulverizações para controle químico de pragas. A colheita ocorreu 100 dias após a emergência da cultura e a produtividade foi de 59 toneladas de massa verde por hectare.

No quadro 4 estão representados os custos de produção do sistema utilizado nesta propriedade, considerando os valores pagos pelo produtor no comércio local.

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Quadro 4. Custo de produção de 1 ha, no sistema integração lavoura pecuária, adotado na

Fazenda do Retiro, em Onça do Pitangui, safra 2006/2007.

Itens Quantidades Custo Unitário Valor total(R$)

Semente de Milho 20 Kg 4,66 93,20 Semente de Capim 13 Kg 4,25 55,25 Calcário Dolomítico 1,6 t 80,00 128,00 Adubo de plantio 280 Kg 0,80 224,00 Adubo superfosfato simples 210 Kg 0,50 105,00 Adubo de cobertura 220 Kg 0,80 176,00 Capina Química(Atrazina) 2,1 Ll 9,52 20,00 Inseticida (sementes) 0,8 L 90,00 72,00 Subtotal 1 873,45 Terraceamento 4 ht 45,00 180,00 Preparo convencional do solo 5 ht 45,00 225,00 Aplicação de herbicida 1,0 dh 25,00 25,00 Adubação de cobertura 1,0 dh 25,00 25,00 Tratamento de sementes 0,5 dh 25,00 12,50 Colheita da silagem¹ 12 ht 50,00 600,00

Mão de obra para

ensilagem¹ 5 dh 15,00 75,00

Lona plástica¹ 70 m² 3,00 210,00

Subtotal 2 1.352,50

Total ( 1+ 2) 2.225,95

¹ Valores médios estimados

Com o custo de produção de R$ 2.225,95 e a produtividade de 59 toneladas de massa verde por hectare, o custo por tonelada produzida foi de R$ 37,73. Com preço médio de venda da silagem de R$ 60,00/t , obtem-se R$ 22,27 de lucro por tonelada, e R$1.313,93 por hectare. Em relação ao custo do sistema Santa Fé, que utiliza o plantio direto para a implantação do sistema ILP, o sistema Barreirão, que adota o preparo convencional do solo, geralmente apresenta um custo mais elevado de serviços (aração, gradagem, terraceamento, etc), o que ficou evidenciado nos quadros 2 e 4. Mesmo assim, embora tenha um custo de produção acima daquele obtido pelo produtor que adotou o sistema Santa Fé (quadro 2), o produtor que adotou o Barreirão teve retorno econômico com a produção de silagem e ainda reformou a pastagem. Todavia, nem sempre é possível a implantação do sistema Santa Fé no primeiro ano de cultivo em ILP, pois, quando é

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XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2086 necessária a correção do solo e adequação da área, o Barreirão tem sido mais empregado para implantação do sistema ILP.

5- Considerações Finais

O sistema de Integração Lavoura Pecuária, ILP, é uma tecnologia que tem despertado interesse crescente entre os produtores rurais, especialmente os pecuaristas. Considerando a importância da pecuária para Minas Gerais, este sistema merece ser implementado e difundido em todas as regiões do estado, atendendo a necessidade de recuperação das pastagens em grandes, médias ou pequenas propredades rurais.

No entanto, esta tecnologia não deve ser adotada de forma isolada. Pelo contrário, deve fazer parte de um planejamento de uso sustentável do solo e da água, que inclui práticas de preservação e conservação dos recursos naturais, tais como: proteção de mananciais e áreas de recarga hídrica, aumento da retenção e infiltração de água no solo, através do plantio direto, de bacias de captação e terraceamento. A ILP visa à redução do escorrimento de água superficial, além do manejo adequado das pastagens, melhores rentabilidades da atividade leiteira, entre outras.

Desta forma, para que haja uma efetiva mudança no manejo nas propriedades, que venha a proporcionar benefícios econômicos, sociais e ambientais, é fundamental a parceria entre as instituições de pesquisa, ensino e extensão com os produtores e suas organizações. Isto porque os desafios são muitos e há uma demanda urgente da sociedade em geral: produzir com sustentabilidade.

6- Referências bibliográficas

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