Relatório
Política Monetária
Economia global reforça trajectória de recuperação em 2010 (cresce 5%)
Trajectória de recuperação díspar:
países emergentes e em desenvolvimento crescem 7,1% países avançados crescem 3%
Zona Euro (maior parceiro comercial do país) cresce 1,7%
Desemprego continua em níveis historicamente elevados
(principalmente nos países avançados)Pressões inflacionistas
, relacionados com o aumento dos preços das matérias-primas,acentuam-se no 2º semestre de 2010
Dados do 1 Trimestre Apontam para manutenção dinâmica
recuperação
Principais riscos à manutenção da actual dinâmica de recuperação:
acentuar pressões inflacionistas (questões geopolíticas)
impacto da estratégia de phasing-out da política orçamental expansionista instabilidade financeira associada à crise da dívida soberana na Europa
Actividade económica muito condicionada à instabilidade nos mercados da dívida soberana
Resgates da Grécia, Irlanda e acordo firmado de resgate a Portugal Alargamento do apoio ou reestruturação da dívida grega?
Projecções do FMI (WEO de Abril de 2011)
Desaceleração da actividade económica (de 5% para 4,4%)
Área do Euro deverá crescer 1,6%
Portugal deverá contrair 1,5%
Inflação deverá permanecer contida em países avançados e
acelerar nas economias emergentes e em desenvolvimento
Melhorias ligeiras no mercado de trabalho
Actividade económica evoluiu favoravelmente em 2010
Crescimento real de 5,6% (estimativas do BCV)
Contributo principal da procura interna
Aumento do consumo privado e do investimento público
Contributo da procura externa ligeiramente negativo
Aumento das importações compensou o significativo crescimento das exportações de bens e serviços
-4,0 -2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 Fev -05 Jul -05 De z-05 Ma i-06 O ut -06 Ma r-07 Ag o-07 Ja n-08 Jun -08 N ov -08 Abr -09 Set -09 Fev -10 Jul -10 De z-10 em p er cen ta gem
Taxa de variação homóloga Taxa de variação média 12 meses Taxa de variação mensal
Inflação média anual situou-se nos 2,1% em 2010 (1% em 2009)
comportamento dos preços reflectiu a inflação internacional dos produtos alimentares e energéticos
Contas externas melhoraram em 2010
Défice da balança corrente reduziu de 16,7% para 13,5% do PIB
Receitas brutas de turismo aumentaram 6,3%
Exportação de serviços ligados aos transportes aéreos aumentam 32,2% Aceleração dos donativos (+20,9%)
Recuperação das remessas de emigrantes (+1,1%)
Fluxos de financiamento
IDE e activos externos líquidos dos bancos comerciais continuaram com perfil descendente
Situação orçamental deteriorou em 2010, reflectindo a política
anti-cíclica e marcadamente expansionista adoptada desde 2009
Saldo Total incl. Donativos 1.446,0 -2.091,0 -7.886,0 -14.902,0 Saldo Total Ajustado das Flutuações Cíclicas 643,5 -1.497,5 -7.399,3 -14.374,3 Saldo Corrente 5.663,0 7.258,0 2.916,0 2.354,0 Saldo Primário -1.986,0 -5.985,0 -13.561,0 -21.390,0 Saldo Total incl. Donativos 1,3 -1,8 -6,8 -12,0 Saldo Total Ajustado das Flutuações Cíclicas 0,6 -1,3 -6,4 -11,6
Saldo Corrente 5,3 6,3 2,5 1,9
Saldo Primário -1,9 -5,2 -11,7 -17,3
2007 2008 2009 2010
em % do PIB em milhões de escudos
Expansão monetária de 5,9% em 2010
(maior dinamismo da economia e aumento dos influxos externos)
Crédito à Economia aumentou 9,2% Dezembro
principal impulsionador do crescimento da liquidez Crédito Líquido ao SPA cresceu -6% em Dezembro
Aumento dos activos externos líquidos 5,9% Dezembro
RIL atingem 294 milhões de Euros
2008 2011 Dezembro Dezembro Março Junho Setembro Dezembro Março
M1 4,5 -5,5 -0,5 -2,4 -3,8 7,9 3,4
Circulação monetária 3,7 -4,0 0,1 0,5 -0,7 2,8 -1,2
Depósitos a ordem (Moeda Nacional) 4,8 -5,8 -0,6 -3,1 -4,4 9,2 4,5
Passivos quase-monetários 10,4 9,5 6,9 9,0 11,1 4,6 7,5
Depósitos a Prazo (Moeda Nacional) 33,3 12,9 9,8 6,4 14,0 3,5 1,1
Depósitos de Emigrantes 3,4 7,5 7,9 8,8 9,2 6,3 6,4
M2 7,9 3,3 4,0 4,4 5,1 5,9 5,9
2009 2010
Hipóteses de Enquadramento
ligeira desaceleração da economia global (FMI)
situação económica e financeira dos principais parceiros do país
evolução dos preços de petróleo e produtos alimentares
aumento das taxas de juro (euribor a 3 meses) que indexam cerca de 90%
da dívida externa privada por reembolsar
Preços
evolução do índice de preços no consumidor até Abril de 2011 (inclui as actualizações de preços de combustíveis, dos transportes urbanos de passageiros, das tarifas de electricidade e água)
assume-se que os efeitos de segunda ordem relacionados com o actual perfil da inflação será limitado (aumento moderado dos salários)
evolução do preço das matérias primas de acordo com o FMI evolução da inflação em Portugal (impacto na inflação importada) Incorporação de eventuais choques
IPC - Cabo Verde 1,0% 2,1% 4,5%-5,5% Preço das matérias primas
petróleo -36,3% 27,0% 35,6%
matérias não energéticas -15,8% 26,3% 25,1%
IHPC-Zona Euro 0,3% 1,6% 2,0%-2,6%
IHPC-Portugal -0,9% 1,4% 3,6%
variação média anual
Procura e contas externas
projecções de crescimento dos principais parceiros inflação
manutenção da actual orientação orçamental, mas com um cariz menos expansionista
Produto Interno Bruto variação real 4,0 5,6 [5,0 - 6,0 ]
Consumo Privado 0,4 4,0 4,0
Consumo Público 8,5 2,6 12,0
Formação Bruta de Capital Fixo -9,3 4,1 1,5
Procura Interna -2,2 3,9 4,1
Exportações -11,8 13,9 8,0
Importações -12,6 4,1 3,0
Balança Corrente e de Capital em % do PIB -13,4 -9,8 -9,7 Balança de Bens e Serviços em % do PIB -35,0 -30,7 -27,4 Índice de Preços no Consumidor taxa de variação média 1,0 2,1 [4,5 - 5,5]
variação real
consumo e o investimento público deverão evoluir, em termos relativos,
em linha com Orçamento
consumo público deverá crescer (12% em termos reais)
aumento das despesas com pessoal (14,5%) e com aquisição de bens e serviços (29,7%)
investimento público deverá desacelerar de 35% para 2,4% efeito de base
pressuposto de atraso de alguns desembolsos (Portugal e Japão), que poderão condicionar o ritmo de execução de alguns projectos
consumo das famílias deverá estabilizar-se
aumento esperado das transferências externas (remessas de emigrantes); das transferências internas (pensões 11,5%, de acordo com OE2011) poderão
compensar impacto aceleração de preços no rendimento disponível das famílias
investimento privado (residencial e empresarial) deverá crescer 1,2%,
recuperando de uma queda de 3,6%
arranque de alguns projectos de investidores internacionais já aprovados pela Cabo Verde Investimentos
Estabilização do contributo da procura externa líquida para o
crescimento do PIB
crescimento das exportações de bens e serviços (8% em termos reais) aumento nominal das receitas de turismo em cerca de 11%
aumento da oferta hoteleira
ganho na quota de mercado em resultado da instabilidade no Norte de África
manutenção da dinâmica das exportações de serviços ligados aos transportes aéreos
estabilização do crescimento das importações em termos nominais (crescimento real de 3%)
Estabilização das necessidades de financiamento da economia na ordem
dos 10% do PIB
riscos descendentes, relacionados principalmente com a conjuntura internacional
impactos da consolidação orçamental de Portugal, nos acordos de ajuda concedida ao Governo de Cabo Verde
agravamento da situação de instabilidade económica e financeira na Europa
evolução menos favorável das exportações de serviços; remessas de emigrantes e ajudas oficiais
agravamento das condições de financiamento na Europa poderá constituir risco à realização de IDE
manutenção do actual clima de instabilidade política nos produtores de petróleo poderá prolongar o ciclo ascendente dos preços internacionais » implicando
Cenário central
M2 cresce 9,7%, acompanhando o crescimento do PIB nominal
expansão monetária resultaria, sobretudo, da dinâmica prevista para o crédito à economia (8,5%)
aumento do crédito líquido ao Sector Público Administrativo na ordem dos 17%
estabilização das RIL em 4,2 meses de importação
Cenário alternativo (materialização dos riscos descendentes)
M2 cresce 9,5% e crédito à economia 8% (maior dinamismo do sector privado) aumento das necessidades de financiamento interno do Governo Central
Política do Banco de Cabo Verde mantêm-se focalizada na estabilização das reservas externas e reforço da estabilidade do sistema financeiro
gestão monetária orientada para o ajustamento do excesso de liquidez do sistema bancário nacional
O Orçamento do Estado para 2011 prevê a manutenção do ambicioso programa
pluri-anual de investimento público, mas marca o início de phasing-out da política expansionista dos últimos anos
DESAFIO
No quadro da desejável prossecução de uma política macroeconómica anti-cíclica, coloca-se a necessidade de reconstituição de um espaço orçamental compatível com os riscos decorrentes das reconhecidas vulnerabilidades do país