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(1)leitorado. “Quando esse fato tem um peso indiscutível de manchete, e o veículo não tem informação adicional ou diferente a dar sobre aquilo, como fugir do registro factual?”, questionou a jornalista. Outro detalhe da Primeira Página da edição de 10 de fevereiro de 2011 é a publicação, no alto da página, de extratos de três colunistas do jornal: Janio de Freitas, que comentava sobre decisões do TSE (Tribunal Superior Eleitoral); Eliane Cantanhêde, que falava sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; e Contardo Calligaris, sobre a relação da criança com ídolos. A estratégia de dar mais visibilidade aos articulistas, analistas, colunistas e especialistas em determinadas áreas vem sendo desenvolvida como uma forma de tentar diferenciar a plataforma impressa da internet, da TV e do rádio. Quando completou 90 anos de existência, em fevereiro de 2010, o jornal publicou um caderno cujo título foi: Meu caso com a Folha. Como subtítulo: José Simão, [Carlos Heitor] Cony, Ruy Castro, Tostão e mais 85 colunistas comentam a ligação do jornal e lembraram histórias da Redação. Somente o caderno Mercado, que trata de temas da economia e de negócios, abriga em suas páginas (de seis a oito, dependendo da quantidade de anúncios) 15 colunistas, dos mais diferentes matizes. Ao ser perguntada sobre como oferecer um diferencial em termos de enunciado para o leitor, Vera Guimarães reforçou a tese de que a exibição de extratos de colunistas do jornal na Primeira Página é um “plus”, um algo a mais a ser oferecido, apesar de afirmar ser uma “tentativa diária” a busca pelo diferente. Segundo ela, “a Folha aposta em diferenciais como colunistas e análises. É onde os jornais podem ser _e ainda são_ superiores aos on-lines”. Essa estratégia, por sua vez, é replicada pela Folha na Folha.com. Ou seja, o colunista que cativou seu leitorado passa a ser seguido também na versão on-line, ou pelo blog que ele mantém. Outra forma de ampliar a divulgação de seu diferencial é o próprio portal de comunicação. O UOL destaca em sua homepage alguns colunistas do jornal, dependendo do tema sobre o qual o profissional estiver escrevendo.. 101.

(2) A própria legitimação dos blogs, a partir do momento em que eles são abrigados no portal ou no site da Folha, funciona como uma forma de convergir o produto [no caso, articulistas e colunistas] em várias mídias. (anexo 13). 102.

(3) Reprodução da Primeira Página da Folha de S.Paulo - 10 fev 2011. 103.

(4) 3.12 Manchete velha em dia de fato novo (11/2/2011) A velocidade da história, muitas vezes, atropela até o veículo que trata de registrála. O exemplo mais escancarado da encruzilhada em que se encontra a mídia impressa, na comparação com outras plataformas de comunicação, em especial a internet, aconteceu no dia 11 de fevereiro de 2011 e teve como protagonista a crise egípcia, que vinha sendo destaque havia mais de duas semanas. No dia anterior (10 de fevereiro), todas as atenções se voltaram novamente para o Egito. Era o dia de o então presidente do país, Hosni Mubarak, realizar um pronunciamento pela TV, após 17 dias de intensas manifestações exigindo sua saída do poder. A expectativa era que, de fato, ele anunciasse sua renúncia ao cargo mantido por mais de 30 anos. Analistas internacionais, especialistas ou não em Oriente Médio, apostavam suas fichas na saída do ditador egípcio. No entanto, contrariando as previsões, Mubarak anunciou na TV que permaneceria à frente da Presidência do país até a realização de eleições, em setembro de 2011. A decisão do ditador egípcio e a surpresa que tomou conta da opinião pública estavam estampadas na principal foto da Primeira Página da edição desse dia. Uma imagem, publicada em quatro colunas, de autoria de Emilio Morenatti, da Associated Press, mostrava egípcios reunidos na praça Tahrir, local do epicentro das manifestações antigoverno, na região central do Cairo, para acompanhar o pronunciamento. Na foto, um egípcio leva as mãos ao rosto, insinuando que não acreditava no que estava ouvindo durante o pronunciamento de Mubarak. A manchete do jornal complementava essa imagem. “‘Fico’ do ditador egípcio causa revolta e impasse”. No texto que acompanhava essa manchete, constava a informação de que a recusa de Mubarak em deixar o poder contrariava até a previsão de um diretor da CIA (o serviço secreto norte-americano), de que havia “forte possibilidade” de ele deixar o poder. Essa edição circulou para assinantes e bancas no dia 11 de fevereiro. O último fechamento da Primeira Página, ou seja, a última vez em que esta página foi enviada para a gráfica, para ser rodada e impressa com o restante do jornal, foi às 23h24. A informação desse horário, aliás, faz parte das informações fixas que constam da Primeira Página. É um recurso para mostrar ao leitor o momento em que aquela edição foi “concluída”. 104.

(5) A versão on-line do jornal fica à disposição do assinante na internet a partir das 3h da manhã, quando o produto pode ser “folheado” eletronicamente, para quem assina a própria Folha ou o UOL. Conforme escrito anteriormente, a distribuição da Folha se dá por etapas. Uma primeira edição é concluída por volta de 20h30 e 21h. Esse reparte é destinado para outros Estados e para algumas bancas da região metropolitana e interior de São Paulo. É denominada de Edição Nacional. Por volta das 23h, é concluída a segunda edição do jornal, a Edição São Paulo, com reportagens atualizadas e a inclusão de novas informações, como a rodada noturna das partidas de futebol que, em sua maioria, começam por volta das 21h. Nesse esquema, os leitores, assinantes ou não, que moram em outros Estados podem conseguir o seu exemplar com várias horas de atraso. A partida do avião de carga atrasou. Chovia na região no momento da chegada. O caminhão quebrou a caminho do distribuidor. Enfim, uma série de fatores imponderáveis, que escapam à lógica montada para entregar o jornal, pode causar o atraso. Manaus, por exemplo, que fica distante a mais de 4.000 km de São Paulo, sede do jornal, pode receber os exemplares da Folha no início da tarde. Já houve casos em que o leitor encontrou um exemplar por volta das 17h. Numa situação como essa, no caso da manchete sobre o “fico” do ditador, era tarde demais para o leitor. No dia em que o jornal ainda circulava, por volta das 15h a manchete da Folha.com _a exemplo de outros sites e de portais de comunicação_ anunciava: “Ditador egípcio renuncia após 18 dias de protestos; militares assumem”. Questionada sobre essa situação, Guimarães concorda que uma manchete como a do “fico”, publicada justamente no dia em que o ditador egípcio renunciou, “envelhece” a Primeira Página. Mas a jornalista retoma o questionamento já feito anteriormente. “Como fugir disso?” E argumenta: “A situação no Egito era de uma escalada de protestos que apontava para um banho de sangue ou a queda do ditador _que aconteceu no dia seguinte, mas poderia ter acontecido até naquela mesma noite. É preciso fazer apostas”. No final da tarde da renúncia de Mubarak, cujo assunto ainda permanecia como manchete da Folha.com, havia um detalhe no site da Folha. Por volta das 17h50, a notícia 105.

(6) mais lida do site era o desmentido da morte do ator Lucio Mauro, feito pelo próprio filho, durante uma entrevista na GloboNews, ao comentar informação passada por uma jornalista, ao vivo, durante o programa. A queda de Mubarak estava em terceiro lugar no ranking das mais lidas, atrás até de informação sobre a dispensa do jogador de futebol Roberto Carlos do treino do Corinthians, em meio a rumores de que o atleta iria deixar o clube em razão de supostas ameaças que vinha recebendo.. 106.

(7) Reprodução da Primeira Página da Folha de S.Paulo - 11 fev 2011. 107.

(8) 3.13 A hipermanchete de “ontem” (12/2/2011) Ao consultar o livro Folha de S.Paulo – Primeira Página (Publifolha, 2011), que exibe 90 anos de história do jornal por meio das capas consideradas mais importantes no período, é fácil, até mesmo para o leigo, identificar aquelas que registraram um fato histórico com amplo destaque. Mesmo antes da era digital, da chegada da internet, numa rápida consulta, vê-se títulos como “Nixon renunciou”, de 9 de agosto de 1974, sobre a saída do então presidente dos EUA do cargo em razão do escândalo do Watergate. Quase dez anos depois, em 26 de janeiro de 1984, a Folha estampava na Primeira Página: “300 mil nas ruas pelas diretas”, numa referência à campanha pelas Diretas-Já, que, na comunicação, teve o jornal como ponta de lança do movimento da sociedade civil. Passados mais ou menos dez anos, um título em seis colunas e duas linhas trazia a informação que mudaria a situação econômica e até política do país. Em 30 de junho de 1994, a Folha grafou: “Real entra em circulação no país amanhã e vale CR$ 2.750”. Era o anúncio do Plano Real. Portanto a própria imagem da vitrine do jornal deixava explícita a importância daquilo que fora noticiado. Essa técnica, de ampliar o tamanho da fonte e do corpo da letra nos título, e usar mais de uma linha, também fora utilizada no dia 12 de fevereiro de 2011. “Em 18 dias de protestos, egípcios derrubam ditador de 3 décadas”. Manchete em seis colunas (largura total do jornal) e duas linhas. Registro histórico? Sim. Mas competindo com mídias que, desde o início da tarde do dia anterior, já mostravam ao cidadão o que havia acontecido: o fim do governo Mubarak. Detalhe técnico de 12 de fevereiro. A Primeira Página da Folha trazia uma sobrecapa de anúncio que “escondia” três das seis colunas dessa página. Apenas o texto que acompanhava a manchete ficou de fora desse papel publicitário. Mas o título ficou truncado, uma vez que a folha de propaganda cobria parte dele. A principal foto também era da epopeia egípcia, porém, também truncada pelo recurso do anúncio publicitário, que encobria mais de 60% da imagem. A manchete da Folha nesse dia reproduzia exatamente aquilo que, no dia anterior, por volta das 14h, já era divulgado amplamente na internet, nas rádios e nas emissoras de. 108.

(9) televisão. Numa tentativa de oferecer algo a mais para o leitorado, o jornal estampou o nome do jornalista e colunista Clóvis Rossi na Primeira Página. Acompanhado do nome de Rossi, um resumo do que tratava a coluna do jornalista em suas páginas internas. Além disso, foi produzido um infográfico em que constava a foto do chefe das Forças Armadas egípcias que assumiu interinamente o cargo de presidente, numa tentativa de fazer o país retornar à normalidade após a saída de Mubarak. Nesse dia, na Folha.com, o assunto não aparecia entre as dez notícias mais lidas, por volta das 15h. A mais acessada daquele momento era “Após ‘Cisne Negro’, Mila Kuns diz que nunca mais vai dançar”, ao tratar de declarações da atriz sobre sua participação como bailarina no filme. Informação e entretenimento. O site da Folha utiliza em sua “primeira página” um recurso em que mostra as dez notícias mais lidas e até mesmo aquelas que, supostamente, ainda não foram destacadas na homepage. Óbvio que o assunto Egito não figurava mais entre as mais lidas. Afinal, nenhum fato novo havia ocorrido desde a renúncia de Mubarak, no dia anterior. E, mesmo que houvesse, seria uma suíte de pouco caráter apelativo. A tiragem da Folha naquele sábado, 12 de fevereiro, foi de 336.654 exemplares, um número relativamente alto se comparado com a média da tiragem da semana, que foi de cerca de 290 mil jornais. Ou seja, quase 350 mil exemplares do maior jornal em circulação paga do país com uma manchete de “ontem”.. 109.

(10) Reprodução da Primeira Página da Folha de S.Paulo - 12 fev 2011. 110.

(11) CONSIDERAÇÕES FINAIS O jornalista, pesquisador e professor da Universidade da Carolina do Norte Philip Meyer, em seu livro Os Jornais podem desaparecer? – Como salvar o jornalismo na era da informação (Editora Contexto, 2007), estimou que nos Estados Unidos, no primeiro semestre de 2043, “não haverá mais leitores diários de jornais”. Meyer se baseia numa pesquisa sobre leitura diária de jornais, desenvolvida de 1967 a 2002 pela General Social Survey, que aponta um declínio ano a ano no número de leitores das publicações impressas diárias norte-americanas. Nesse contexto, é pertinente questionar: Será que essa previsão pode ser aplicada ao Brasil? Qual será afinal o destino do jornalismo impresso nos próximos anos, na próxima década e, numa indagação mais longínqua, no próximo século? A se manter o formato atual, com discretas modificações, mas sem mexer na essência, como sobreviver? E a primeira página? Como publicar o “ontem” sem o leitor ficar com a impressão de uma viagem para o passado, lendo sobre episódios e fatos que já aconteceram? Há alguns autores que arriscam um palpite. Gómez, por exemplo, acena para a sobrevivência dessa mídia: A chegada de um novo meio ou tecnologia não supõe necessariamente, nem tampouco imediatamente, a suplantação da anterior. E isto por várias razões. Primeiro, porque cada meio ou tecnologia é muito mais que isso. Sua transformação então envolve outros fatores, além dos estritamente técnicos ou instrumentais. (...) Segundo, porque cada tecnologia demanda um tempo de aprendizagem e apropriação por parte dos usuários. (GÓMEZ, APUD MORAES, 2006, p. 84). Mas essa colocação não resolve a equação. A tecnologia, por si só, facilita o aprendizado. A tal apropriação por parte do usuário se dá, muitas vezes, em questão de minutos. Isso não mexe numa questão nevrálgica: o conteúdo. Mesmo no que diz respeito à tiragem do jornal, que, aliás, não é o objeto central desta dissertação, o diário impresso vem passando por um processo de encolhimento. A Folha, por exemplo, vem sofrendo um processo de redução no número de exemplares desde o final da década de 90. Os números exibidos em algumas publicações dão até a sensação de involução do jornal. Paschoal (2006, p. 164), ao falar do crescimento da publicação na década de 60, 111.

(12) assinalou que “a Folha já tinha 75.873 assinantes, tornando-se o ‘jornal de maior circulação paga no Brasil’, como ela mesmo registrou em 4 de agosto de 1963”. Seis anos depois, o número de assinaturas rondava a casa dos 100 mil, de acordo com o autor (2006, p.166). A tiragem acompanhava essa evolução. Para Paschoal (2006, p. 166), “a tiragem chegou, em dias de semana, a 183.758 exemplares e, aos domingos, a 243.442 exemplares”. Um resumo dessa progressão geométrica pode ser encontrado no próprio Paschoal: A tecnologia ajudou a Folha a bater alguns recordes. Em janeiro de 1968, a tiragem atingiu 200 mil exemplares. Em fevereiro de 1969, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública (Ibope) registrou a Folha como o jornal mais lido no interior do Estado de São Paulo, com 14,8%, deixando o jornal O Estado de S. Paulo em segundo, com 10,4%. E em 12 de março de 1995, a Folha atingiu a tiragem de 1.613.872 exemplares, recorde histórico na imprensa brasileira. (PASCHOAL, 2006, p. 200). Mas a mídia brasileira também sofreu os reflexos da crise econômica mundial, cujo ápice foi em janeiro de 1999, com a primeira maxidesvalorização do real, mas que já apresentava os primeiros sintomas desde 1995, a conta-gotas. Após a reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para um segundo mandato à frente da Presidência da República, os idealizadores do Plano Real não tinham mais como manter a paridade oficial com o dólar em um por um. De um dia para outro (16 de janeiro daquele ano), o custo para se produzir jornalismo em papel aumentou em 30% (índice de desvalorização da moeda brasileira em relação à moeda norte-americana). A crise daquele período também obrigou as publicações brasileiras a uma espécie de dieta forçada. O tamanho das páginas foi reduzido. Em 20 de junho de 1999, a Folha anunciava, tanto na versão impressa como na plataforma online: “Jornais mudam largura a partir do dia 6”.8 De acordo com o texto, a largura da página seria reduzida em uma polegada (2,54 cm), passando de 34,29 cm para 31,75 cm. A altura, de 56 cm, foi mantida. Mas a largura impressa (no jargão jornalístico, chamada de mancha de texto) caiu de 33 cm para 29,7 cm. Ainda de acordo com a reportagem, a decisão fora tomada por 77 empresas jornalísticas das 96 filiadas da ANJ (Associação Nacional de Jornais), que trabalhavam no. 8. “Jornais mudam largura a partir do dia 6” em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc20069921.htm. Acesso em 13 de maio de 2011.. 112.

(13) formato “standard”. A principal justificativa para a mudança foi a “necessidade de as empresas jornalísticas reduzirem seus custos com o consumo de papel”. O texto, porém, apressava-se em mostrar que o leitor não sairia prejudicado com tal decisão. Assinalava: “O novo formato não implicará perda de conteúdo e tornará o manuseio do jornal mais prático e confortável”. Entretanto, na sequência da matéria, surgia a principal razão para a economia de papel: “No Brasil, o custo do papel importado foi pesadamente influenciado pela desvalorização do real. Como o produto é comprado em dólar, as empresas precisam gastar mais em real para adquiri-lo”. Era a maxidesvalorização cambial mais uma vez sufocando a mídia. Ora, se a tiragem reduzida ao longo dos anos não é objeto de estudo desta dissertação, o encolhimento do produto tem relação direta com o questionamento inicial, sobre o fato de se usar o “ontem” na Primeira Página da Folha. Se na versão papel há limitação de espaço, como oferecer internamente um produto mais bem acabado, mais analítico, interpretativo, que avance no serviço noticioso e dê para o leitor a capacidade de acessar um material mais rico, aprofundado, e que não fique apenas no relato factual da notícia? Mais: como refleti-lo na Primeira Página? A ombudsman da Folha em segundo mandato, Suzana Singer, retomou essa questão, na coluna que mantém no jornal aos domingos. Na edição de 6 de fevereiro de 2011, sob o título “A Arte de Fazer Títulos”9, Singer falou sobre a importante tarefa de se produzir títulos no jornalismo impresso diário. Segundo a ouvidora dos leitores, “um bom título ajuda a convencê-lo [o leitor] de que vale a pena gastar alguns minutos naquela notícia”. No quarto parágrafo de seu texto, Singer também citou um dos pontos centrais desta dissertação, sobre o uso de títulos informativos na Primeira Página acerca de fatos que aconteceram no dia anterior. A ombudsman escreveu: A Folha também não abre mão, pelo menos por enquanto, (grifo do autor), de informar seu leitor como se ele fosse ‘virgem’ no assunto. No dia seguinte à última eleição, a manchete, em letras garrafais, anunciava. 9. “A arte de fazer títulos” em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ombudsma/om0602201101.htm.. Acesso em 13 de maio de 2011.. 113.

(14) ‘Dilma é a eleita’, mesmo sendo difícil imaginar alguém que já na soubesse disso na manhã de 1º de novembro.. No parágrafo anterior de sua coluna, Singer já admitia não só a importância da confecção de títulos mais atraentes como também o fato de o leitor estar sendo avidamente disputado por outras mídias, sem citá-las. “Com a atenção cada vez mais disputada por outros meios de comunicação, o consumidor de informação só enfrenta _o melhor verbo é esse_ um texto até o fim se julgá-lo realmente interessante”. Resta saber por quanto tempo o jornal manterá essa estratégia. Se, até lá, haverá ainda algum leitor do veículo impresso para ver mudanças. O pesquisador Philip Meyer, ao falar da crise por que passa o jornalismo impresso nos Estados Unidos, elencou uma série de itens que podem ajudar a informação em átomo a permanecer no mercado. Meyer falou da “influência” como uma das chaves para a sobrevivência dos jornais. O autor citou o então vice-presidente da Knight Ridder, Hal Jurgensmeyer (1931-1995). Foi nessa empresa que Meyer atuou na área de pesquisa editorial. De acordo com Meyer (2007, p. 17 e 18), “no modelo de Jurgensmeyer, um jornal produz dois tipos de influência: influência social, que não está à venda, e influência comercial, ou influência sobre a decisão do consumidor de realizar a compra que está à venda”. Ainda conforme o raciocínio desenvolvido por Meyer, “a influência social de um meio de comunicação pode aumentar sua influência comercial. Se o modelo funcionar, um jornal influente terá leitores que confiam nele e, portanto, mais valor para os anunciantes”. O jornalista norte-americano também falou na importância da legibilidade, na exatidão da reportagem, na diferença que os editores podem fazer para tornar o produto mais acessível. As observações de Meyer não diferem muito das feitas pelo diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, sobre a qualidade do jornal diário impresso brasileiro. Em artigo publicado sob o título “7 vidas do jornalismo”10, em 23 de maio de 2010, por ocasião do lançamento do novo projeto gráfico e editorial da Folha, Frias Filho relacionou uma série de defeitos dos prestige papers brasileiros. 10. FRIAS FILHO, Otavio. 7 vidas do jornalismo. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj2305201025htm Acesso em 16 abril 2011.. 114.

(15) Já no subtítulo do artigo, o jornalista dava uma dica para a sobrevida do papel: “Imprensa morre e renasce a cada revolução tecnológica, mas precisa se tornar mais interessante e útil”. Porém Frias Filho reconheceu uma série de problemas da mídia impressa: Mas, para tanto, é preciso ter a humildade de aprender. Reconhecer que os jornais são muitas vezes cansativos, previsíveis, prolixos, distantes, redundantes, parciais – cifrados para o leigo e superficiais para o especialista. Será preciso, ao mesmo tempo, desejo sincero de melhorar, experimentar, arriscar. (FRIAS FILHO, 2011). Por tudo isso, avalio que o jornal precisa urgentemente repensar em como vai oferecer uma informação, mesmo que baseada no “ontem” para seu público-alvo. Não há, certamente, uma ou outra atitude que irá torná-lo mais atrativo ou então tirá-lo dessa “crise de identidade” apontada por ouvidores da própria Folha. Mas pode existir sim um vasto arsenal de medidas que ajude a publicação a repercutir na sociedade e ser ponto de referência. Ei-los: Furo de reportagem - A notícia exclusiva ainda é o grande objetivo a ser alcançado por qualquer mídia que tenha interesse em mostrar influência. Numa sociedade midiatizada, em que a velocidade da informação aumenta dia a dia, divulgar um fato, um escândalo, e até mesmo uma entrevista, em primeira mão, aumenta o prestígio do emissor. Torna-se um diferencial em relação à concorrência. Publicar o inédito, o impactante, deve ser um exercício diário nas redações, independentemente da plataforma midiática. Ainda mais no impresso. Antecipar uma informação também obriga os demais veículos a recuperar o furo tomado. E, além disso, o jornalismo sério e responsável acaba citando a origem da notícia, de onde partiu em primeiro lugar a versão sobre determinado episódio. A obsessão pelo furo jornalístico é tão grande que algumas mídias adotam controles de furos dados tomados. A própria Folha faz, diariamente, um controle rigoroso daquilo que publicou, e a concorrência não, pelo menos em nível nacional. Divulgar uma informação em primeira mão chega a ser critério para avaliar um repórter ou fotógrafo. Avanço na notícia - Ainda no leque de alternativas está a tentativa de se avançar na notícia. A manchete da primeira página de um jornal diário impresso poderia ir além do fato noticioso. Oferecer um detalhe, uma mínima informação que não deixasse o enunciado do título refém do fato em si. 115.

(16) O melhor exemplo, já citado anteriormente, foi a manchete de 12 de fevereiro de 2011, um dia após a renúncia do então presidente do Egito, Hosni Mubarak. O título principal da Primeira Página foi: “Em 18 dias de protestos, egípcios derrubam ditador de 3 décadas”. Logo abaixo desse título, havia um subtítulo, que no jargão da Redação chama-se linha fina. É uma espécie de complemento da manchete. Um detalhe a mais do principal fato noticioso, mas em corpo (tamanho) muito menor do que o usado na manchete. Nesse dia, o conteúdo da linha fina foi: “Mubarak renuncia; conselho militar chefiado por ministro da Defesa assume a transição e promete eleições livres”. Essa construção trouxe três informações. A primeira, anunciando a renúncia de Mubarak. Desnecessária. Repetitiva. Sem acrescentar nada ao que foi amplamente divulgado. A segunda, sobre a formação de um conselho militar que assumiu o país, chefiado pelo ministro da Defesa. E a terceira, que poderia representar esse algo mais, a respeito da promessa de eleições livres no país. Só que essas duas últimas informações estavam “escondidas” num subtítulo com corpo e fontes menores, enquanto o enunciado da manchete passou a preocupação de resumir o que ocorreu após 18 dias de protesto num país do Oriente Médio. É como informar o resultado do principal clássico de futebol que ocorreu no dia anterior, citando somente o placar e quem marcou os gols do jogo. Os bastidores de um evento esportivo, principalmente as repercussões pós-jogo, na maioria dos casos, deixam de ser contemplados na própria cobertura interna do caderno de esportes. E, claro, nem sequer são citados na primeira página da maioria das publicações impressas. Essa questão, aliás, teve na figura do então ombudsman da Folha, Carlos Eduardo Lins da Silva, seu maior crítico, quando relatou situações anteriores. Houve avanços, segundo o próprio Silva, em entrevista à Folha, por ocasião do aniversário de 90 anos do jornal, ao repórter Frederico Vasconcelos, sob o título “Para ombudsmans, jornal enfrenta crise de identidade”11.. 11. VASCONCELOS, Frederico. Para ombudsman, jornal enfrenta crise de identidade. Em. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj1902201130.htm. Acesso em 16 de abril 2011.. 116.

(17) De acordo com Silva, apesar de concordar com a crise de identidade do jornal, “ainda há muito a fazer, mas tem sido constante o leitor se surpreender com o assunto da manchete, que costumava ser repetição dos temas que a mídia eletrônica havia exaustivamente explorado na véspera”. Produto analítico – O que mais se ouve atualmente nas redações dos jornais impressos é a necessidade de se convidar analistas (jornalistas especializados ou técnicos e estudiosos) para escrever análises que acompanhem a divulgação de algum fato noticioso. A primeira página dos jornais, em especial a da Folha, e também seu concorrente direto, O Estado de S. Paulo, passaram a publicar com frequência extratos de colunistas, articulistas, e até convidados, comentando determinado tema, de política a entretenimento. No entanto, como oferecer um produto mais analítico, que traga, além da notícia, elementos que ajudem o leitorado a entender de uma forma mais precisa o que também está por trás da informação? Do ponto de vista físico, o espaço editorial foi reduzido. O jornal está mais enxuto. E, na mesma mancha editorial em que competem títulos, fotos, infográficos e a própria notícia, é preciso encontrar um canto para publicar uma análise. Quanto ao conteúdo da análise, o jornal pede que especialistas ou profissionais convidados a redigi-la evitem opinião. Análise, para a publicação, é uma espécie de roteiro histórico que ajudará o leitor a entender os bastidores de um fato. Ainda sobre a autoria de análises, não há especialistas em quantidade suficiente para escrever sobre os mais variados assuntos. Nesse caso, o jornal tem optado por se utilizar de repórter e/ou jornalistas que, em razão de atuar por muito tempo em determinado assunto, acabam ganhando a aura de alguém que possa, além de noticiar, analisar o fato. Desde o lançamento do último projeto gráfico e editorial, a Folha fez questão de reforçar esse gênero jornalístico, conforme consta do texto “Valorização de análises”, publicado na página 2 de Novíssima, caderno de 12 páginas que circulou no dia 23 de maio de 2010, início do novo projeto. Constava do texto: A Primeira Página também passa a destacar as análises na vitrine do jornal. Tudo ocorre na tentativa de fixar, seja nos hábitos de leitura, seja nos procedimentos da Redação, uma distinção significativa, embora nem sempre observada, entre análise de um lado, e opinião do outro. No terreno da opinião – em que o autor se coloca, manifesta preferências e. 117.

(18) apresenta argumentos que as sustentem-, a Folha cultiva um extenso, diversificado e qualificado elenco de colunistas. Passa agora a contar com um banco de 128 analistas, de dentro e de fora de seus quadros profissionais, incumbidos de ampliar a compreensão da notícia em seus diversos aspectos.. O resultado dessa política editorial foi inflar as páginas do jornal, já reduzidas (e ainda concorrendo com o anúncio publicitário) com vinhetas “Análise”, mas cujo autor é um jornalista, e não um acadêmico ou especialista que, de fato, venha estudando a questão a ser enfocada. Com isso, corre-se o risco de banalizar um recurso que, em princípio, poderia funcionar como uma espécie de guia para o leitor, que, aí sim, sentir-se-ia mais amparado no momento de se deparar com a notícia. O jornalista Caio Túlio Costa, que também passou por vários cargos na Redação da Folha e foi ombudsman do jornal, na mesma entrevista ao repórter Frederico Vasconcelos, apontou como positiva a inserção de mais colunistas na publicação. Por outro lado, detectou um defeito de conteúdo desses mesmos articulistas, que, segundo Costa, “escrevem por escrever, sem ter o que dizer”. Em tempo: o jornal abriga hoje quase cem colunistas em suas páginas, que escrevem semanalmente ou quinzenalmente. Jornalismo interpretativo – O texto da Folha é “quadrado”. Uso essa expressão para comentar a forma como são descritos os principais fatos noticiosos pelo jornal, à exceção do conteúdo de colunistas e articulistas. Desde a implantação do Manual da Redação, na década de 80, o texto publicado passou por um processo de uniformização. O jornalista foi orientado a escrever na ordem direta: artigo, sujeito, verbo e predicado. No início, era obrigatória a citação da idade do entrevistado. Com o passar do tempo, todos os textos do jornal, dia a dia, tinham o mesmo formato. Meramente relatoriais. Intensamente declaratórios. Isso, inclusive, reflete até hoje nos próprios títulos, em que “diz”, “afirma” e “declara” viraram uma espécie de regra, até nas manchetes e títulos da Primeira Página. Claro que essa uniformidade tem suas vantagens. Facilita o fechamento da edição. Impede o uso de nariz-de-cera ou de adjetivação que possam contaminar a informação. No 118.

(19) entanto, a meu ver, impede a produção de um jornalismo mais interpretativo, mais tenso até, que não fique apenas na exposição relatorial das causas de um fato. Algumas tentativas estão em andamento. Após a implantação do último projeto gráfico e editorial da Folha, em maio de 2010, os repórteres e editores foram orientados a trabalhar a narrativa de forma mais bem acabada. Estimulou-se a produção de páginas gráficas, com histórias humanas interessantes, com a aplicação de títulos “fantasia” acompanhados de textos mais densos, aprofundados. Certamente, com o objetivo de se diferenciar do jornalismo on-line, repleto de fato, mas pouco analítico e interpretativo. No entanto, essa iniciativa esbarra na falta de espaço editorial. Nem sempre também o repórter se depara com boas histórias, que possam ser contadas nesse formato. A narrativa, aliás, nunca foi uma tradição do jornalismo impresso. O que dirá da Folha. Marcelo Leite, ex-ombudsman do jornal, declarou a Vasconcelos: “O espaço diminuto desestimula o repórter a investir em pesquisa e apuração”. Ainda segundo esse jornalista, “a narrativa, que nunca foi o forte da Folha, se encontra em extinção, segregada ao caderno Ilustríssima ou prerrogativa de umas poucas grifes”. As grifes a que Leite se refere são os jornalistas considerados mais conceituados e conhecidos do leitorado que, em razão, de sua ascendência, conseguem ainda espaços mais generosos para desenvolver justamente essa narrativa. Já o repórter médio ou iniciante vê o espaço editorial cada vez menor, tendo que relatar sua história em poucas linhas. Em algumas situações, a própria Primeira Página remete para assuntos internos do jornal em que não havia mais de dois parágrafos escritos. Credibilidade – Esse aspecto, possivelmente, é o mais difícil de mensurar. No que está calcada a credibilidade de um veículo de comunicação? Como aferir isso e de que forma pode se transformar num atrativo para manter a fidelidade a um produto jornalístico? Meyer (2007, p.11) diz que “se o mercado for eficiente, produtos editoriais melhores e prestação de serviço à comunidade são outras formas de agregar valor a uma empresa jornalística”. Por mais que uma empresa de comunicação trate a notícia como uma mercadoria, ao longo do tempo um conglomerado ou mesmo um jornal de bairro tende a criar laços com a comunidade em que está envolvido. 119.

(20) A identificação com um veículo faz voltar à tese de influência, desenvolvida por Meyer, para falar sobre uma das estratégias que podem garantir a sobrevida dos jornalões norte-americanos. Segundo o autor, A forma de obter influência social é conquistar a confiança do público, tornando-se um fornecedor confiável de informações de alta qualidade, algo que frequentemente envolve o investimento de recursos na produção de notícias e no resultado editorial. A alta qualidade resultante conquista mais confiança do público para o jornal, e não apenas aumenta o número de leitores e a circulação, como também influencia os anunciantes a decidir a quem querem associar seu nome. (MEYER, 2007, p. 30). A Folha, ao longo de seus 90 anos, tornou-se um dos mais influentes veículos de comunicação no país. A sua marca registrada, de jornal crítico, pluralista e apartidário, foi endossada pela sociedade nos anos 80, quando a publicação encampou a reivindicação por eleição direta para presidente da República, que ficou conhecida como “Diretas Já”. Jogada de marketing para alguns, sensibilidade editorial para com o momento político que o país viva para outros, esse episódio serviu para ampliar a esfera de influência da Folha, acompanhada de uma agressiva campanha de marketing e de divulgação. É certo que as publicações impressas tradicionais, principalmente a Folha, ainda tateiam o terreno em busca de alternativas para manutenção de seus principais produtos editoriais. Promovem reformas gráficas, lançam novas seções, oferecem subprodutos que acompanham as publicações, como forma de atrair novos leitores, prestam serviço, agem como advogados de causas de consumidores e até dão dicas de como se portar em público. Como refletir isso na Primeira Página? Como transformá-la numa vitrine atraente, de modo a conquistar novos e a manter os atuais leitores? Talvez um primeiro caminho seja exatamente romper com alguns padrões exercidos há décadas. Romper com fórmulas prontas e realizar experimentações. Uma alternativa seria destacar na Primeira Página a informação ou assunto que esteja valorizado nas páginas internas. Que tenha recebido um tratamento gráfico diferenciado. Que denote investimento em imagem, apuração, texto e, sobretudo, edição. Por muitas vezes, ousar também em abrir mão da informação fácil, do factual, mesmo em se tratando de grandes assuntos, para dar oportunidades a temas diferenciados, 120.

(21) que possam, inclusive, se tornar centro de debate, justamente por ter sido lançado pelo veículo de comunicação. Para finalizar, é importante citar, mais uma vez, o pesquisador norte-americano que se preocupou com a possibilidade do fim de uma mídia que contribuiu com a história. Meyer (2007, p. 16), dá a senha para que os empresários do ramo, em plena era de revolução tecnológica, reflitam sobre seu produto: “A decadência dos jornais cria problemas não apenas para o setor, mas também para a sociedade. Um deles é básico: para a democracia funcionar, os cidadãos precisam de informação”.. 121.

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