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Os benefícios da educação financeira aplicados aos investimentos financeiros dos alunos da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo da Universidade Federal do Ceará

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Academic year: 2021

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FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUARIA E CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

DIEGO DE OLIVEIRA MOTA

OS BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA APLICADOS AOS INVESTIMENTOS FINANCEIROS DOS ALUNOS DA FACULDADE DE

ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FORTALEZA 2019

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OS BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA APLICADOS AOS INVESTIMENTOS FINANCEIROS DOS ALUNOS DA FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial da obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto

FORTALEZA 2019

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OS BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA APLICADOS AOS INVESTIMENTOS FINANCEIROS DOS ALUNOS DA FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO

DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial da obtenção do Título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________ Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto

Universidade Federal do Ceará (UFC)

______________________________________________________ Prof. Dr. Cláudio Bezerra Leopoldino

Universidade Federal do Ceará (UFC)

______________________________________________________ Prof. Me. João da Cunha Silva

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Aos meus pais,

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Agradeço ao meu professor-orientador Jocildo Figueiredo Correia Neto, pela confiança no meu empenho, em ter me dado orientações valiosas para o desenvolvimento deste trabalho. E aos professores participantes da banca examinadora pelo tempo, pelas valiosas colaborações e sugestões.

A minha família, minha irmã Andressa, e meus pais, Donato e Maria Rosinete, que desde sempre me deram total apoio, confiança, incentivo sem nunca desistir, para conquistar a meta de me formar na universidade. Que nos momentos mais difíceis estiveram presentes prestando todo o suporte e ajuda possível.

A meu amor e companheira de vida, Natália Lidia por ter sido fundamental desde o início deste trabalho, dando o incentivo inicial necessário e no decorrer do desenvolvimento da monografia me acompanhando de perto e incentivando, além da compreensão nos momentos mais difíceis das etapas da pesquisa, de todo o suporte dado para chegar até o fim.

A todos meus amigos, principalmente Poli, Hernani, Caio e Andrezza que estiveram mais próximos e acompanhando de perto meu esforço, incentivando e até dando dicas e sugestões ao meu trabalho.

À Universidade Federal do Ceará pela contribuição no conhecimento e experiências vividas, aos amigos e colegas que me foi proporcionado em todo este tempo, ao amigo Jaelson a quem compartilhamos muito conhecimento somando forças para concluir nossas pesquisas.

Aos estudantes da universidade que participaram da pesquisa de campo pela contribuição no enriquecimento do conhecimento e sucesso na conclusão do trabalho acadêmico.

Aos professores da universidade pelo conhecimento e troca de experiências, incentivo dado em todos estes anos e aos servidores e terceirizados pelas contribuições, conversas e boas lembranças que o ambiente universitário nos proporcionou.

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“Faça do dinheiro seu escravo, porque senão ele será seu mestre.” (Francis Bacon)

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A educação financeira ganha grande destaque no Brasil com o acesso cada vez mais fácil à informação, maior interesse do brasileiro em adquirir informações para equilibrar suas finanças, assim como investir em títulos de renda fixa e variável. Pesquisa-se sobre as possíveis vantagens concedidas que a educação financeira traz aos pequenos investidores em títulos de investimento, a fim de identificar se os alunos da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo da Universidade Federal do Ceará consideram que há benefícios da educação financeira aplicadas aos investimentos financeiros. Para tanto, é necessário verificar qual é a percepção da importância da educação financeira para os estudantes, identificar que instrumentos financeiros nos quais estes alunos investem e relacionar estes investimentos com os seus conhecimentos em educação financeira. Realiza-se, então, uma pesquisa de finalidade prática, com objetivo descritivo, sob o método hipotético-dedutivo, abordagem qualitativa, realizada com procedimentos de pesquisa bibliográfica e de campo. Diante disso, verifica-se que a maior parte dos estudantes já tiveram contato sobre o assunto e realizam planejamento financeiro. Entre a parcela dos que investem, os títulos de renda fixa são mais comuns e estão predominantemente presentes por possuir aplicações em cadernetas de poupança e títulos públicos pelo Tesouro Direto. Além disso, a maioria dos estudantes concordam que os seus conhecimentos de educação financeira auxiliam em boas escolhas nos investimentos, o que impõe a constatação de que uma melhor solidez no planejamento financeiro permitem a eles investirem e já compreender os conhecimentos que tem, na realização de estratégias nas decisões de seus investimentos, na busca de uma rentabilidade maior e melhor administração de risco.

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The financial education is becoming more prominent in Brazil with increasingly easy access to information, brazilians greater interest in acquiring information to balance their finances, as well as investing in fixed and variable income securities. Research on possible advantages that financial education brings to small investors in investment securities, in order to identify if students of the Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo of the Universidade Federal do Ceará consider that there are benefits of financial education applied to financial investments. Therefore, it is necessary to verify the perception of the importance of financial education for students, to identify which financial instruments in which these students invest and to relate these investments with their knowledge in financial education. Then, a practical research with a descriptive objective is carried out under the hypothetical-deductive method, a qualitative approach, performed with bibliographic and field research procedures. Given this, it appears that most students have had contact on the subject and carry out financial planning. Among the portion of those who invest, fixed income securities are more common and are predominantly present as they have applications in savings accounts and government bonds by the Tesouro Direto. In addition, most students agree that their knowledge of financial education helps them to make good investment choices, which means that better financial planning strengths allow them to invest and already understand their knowledge in achieving strategies in the decisions of their investments, in search of greater profitability and better risk management.

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1 INTRODUÇÃO ... 10

2 EDUCAÇÃO FINANCEIRA ... 12

2.1 Introdução ... 12

2.2 Conceito ... 13

2.3 A Importância Da Educação Financeira E Seus Benefícios ... 14

2.4 A Educação Financeira No Brasil ... 18

3 INSTRUMENTOS DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS ... 20

3.1 Introdução ... 20

3.2 Características, Classificações E Tipos De Investimento ... 21

3.3 Títulos De Renda Fixa ... 24

3.3.1 Cadernetas de Poupança ... 24

3.3.2 Títulos Públicos Federais (Tesouro Direto) ... 24

3.3.3 Certificados de Depósito Bancário – CDBs ... 25

3.3.4 Debêntures ... 25

3.3.5 Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito Agronegócio (LCA) ... 25

3.3.6 Letras de Câmbio – LC ... 25

3.4 Títulos De Renda Variável ... 26

3.4.1 Ações ... 26

3.4.2 Derivativos ... 26

3.5 Fundos De Investimento ... 27

3.6 Diversificação ... 28

3 METODOLOGIA ... 29

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 32

4.1 Identificação Dos Participantes ... 32

4.2 Planejamento Financeiro Dos Participantes ... 37

4.3 Investimentos Financeiros ... 47

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1 INTRODUÇÃO

A educação financeira ganha cada vez mais destaque no Brasil nos últimos anos. Com o acesso cada vez mais fácil à informação, o brasileiro se interessa em adquirir informações para equilibrar suas finanças, assim como investe, principalmente em títulos de renda fixa e renda variável.

Esta importância é vista na forma como é tratada pelo Ministério da Educação – MEC (2018), onde a educação financeira compõe a Base Nacional Curricular Comum – BNCC, que será implementada obrigatoriamente nas escolas.

No tocante aos investimentos, o Tesouro Nacional (2019) atingiu a marca de 1.539.936 investidores cadastrados na plataforma Tesouro Direto em julho de 2019, o que representa um crescimento de 73,9% acumulado nos últimos 12 meses. Outro dado é que as aplicações de até R$ 1 mil atingiram o recorde de 54,1% do total, maior percentual da série histórica. Já os investimentos de até R$ 5 mil corresponderam a 78,9% das vendas. Tais números sugerem o maior crescimento de pequenos investidores no programa.

Outro reflexo do interesse do brasileiro em investir está nos produtos de renda variável. De acordo com a B3 (2019), no mês de abril, o mercado de renda variável do órgão atingiu a marca de 1 milhão de investidores pessoa física. Um total de 1.046.244 investidores neste dado mês, sendo mais de 63 mil novos comparados ao mês anterior. Além disto, o principal índice, Ibovespa, atingiu a marca histórica de 100 mil pontos no primeiro semestre deste ano.

Diante deste contexto, o presente estudo trata de analisar as possíveis vantagens concedidas que a educação financeira traz aos pequenos investidores em títulos de investimento, resumido na seguinte questão-problema: Quais seriam as benesses que a educação financeira traria aos alunos da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo da Universidade Federal do Ceará (FEAAC/UFC) em seus investimentos na percepção deles?

Então, o objetivo geral da presente pesquisa, é identificar os benefícios percebidos da educação financeira aplicadas aos investimentos financeiros dos alunos da FEAAC/UFC.

Para tanto, foram delineados os seguintes objetivos específicos: verificar qual é a percepção da importância da educação financeira para os estudantes da FEAAC/UFC; identificar em quais instrumentos financeiros estes alunos investem e relacionar estes investimentos com os seus conhecimentos em educação financeira.

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Assim, realiza-se uma pesquisa de finalidade prática, objetivo descritivo, sob o método hipotético-dedutivo, abordagem qualitativa, realizada com procedimentos de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo.

Na primeira seção, são descritos a origem, o conceito da educação financeira, a importância que a literatura aborda sobre o tema, a abordagem a nível mundial, a abordagem no Brasil, além de ações e efeitos propostos e realizados no país.

Na segunda seção, realiza-se uma abordagem dos investimentos pessoais, em descrever o conceito, a classificação de títulos, aos tipos de perfil do investidor, aos principais produtos disponíveis no mercado em renda fixa e em renda variável.

Logo após as seções de referencial teórico mencionadas anteriormente, tem-se a seção de metodologia, análise de resultados e por fim, as considerações finais do estudo seguida das referências bibliográficas.

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2 EDUCAÇÃO FINANCEIRA

2.1 Introdução

Meneghetti Neto (2014) afirma que o raciocínio humano é provocado por alguns defeitos que seriam derivados de nossas emoções, apegos, normas sociais que nos provocam a tomar decisões irracionais. Além disto, uma grande parte dos brasileiros não tem os conhecimentos de juros, pois, gastam mais do que ganham.

Winograd (2009) frisa que o ponto central é que se o indivíduo ignorar situações com as que inevitavelmente se confrontará durante seu cotidiano (como realizar aplicações financeiras, abrir crediário e etc.), ficará dependente de outras pessoas levando-o a duas situações: a primeira que o indivíduo se tornar incapaz de julgar criticamente suas decisões financeiras, visto a ausência de conhecimento financeiro e segundo que não estará preparado ao se deparar com possíveis dificuldades econômico-financeiras.

De acordo com Meneghetti Neto (2014), uma pesquisa sobre orçamento realizada pelo IBGE apontou que o brasileiro, há 30 anos, conseguia poupar quase 17% do seu orçamento, enquanto hoje este número chega somente a 5%. Ou seja, a poupança está diminuindo entre os brasileiros nos últimos anos. Ele ainda afirma que 84% dos brasileiros não conseguem ter o hábito de poupar devido ao seu endividamento e essa maioria não domina os conhecimentos relacionados a juros e nem sequer tem perspectiva de futuro, visto que suas despesas superam suas receitas em seu orçamento doméstico.

Marques e Correia Neto (2016) expõem que as famílias geram cidadãos para a sociedade e que, para requerer este resultado, é necessário um ambiente com uma gestão financeira eficiente, da mesma forma que empresas se preocupam com sua gestão financeira para gerar seus resultados à sociedade.

Hoji (2014) complementa que famílias e empresas podem ter semelhanças em seu gerenciamento financeiro. As principais técnicas gerenciais e termos técnicos podem ser aplicados em ambas as ocasiões com suas devidas adaptações, visto também que tanto empresas quanto famílias são entidades formadas por pessoas, cada uma com suas respectivas atribuições. Porém, nestas unidades familiares, dois conceitos deveriam estar presentes no cotidiano, como menciona Marques e Correia Neto (2016, p. 19). O primeiro deles é planejar, que significa ter uma visão prospectiva do futuro, com ações a serem realizadas e previsões das movimentações financeiras que atendam essa expectativa. E o segundo é controlar, na qual

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vislumbra as ações já ocorridas, registrando as movimentações financeiras e analisando os ajustes a serem realizados que atendam as expectativas planejadas.

Meneghetti Neto (2014) complementa afirmando que o cidadão necessita ter boas práticas de finanças pessoais e sugerindo duas ações. A primeira é controlar as despesas com o auxílio de um instrumento como o orçamento doméstico. A segunda seria transformar uma parte do consumo em poupança, dando mais importância a este hábito. Tais ações ajudariam os brasileiros a se planejar melhor e assim investir em um futuro mais tranquilo.

Lucci (2006) afirma que educação financeira e alfabetização financeira são identificados como termos sinônimos, segundo o termo utilizado pelos autores norte-americanos definido como financial literacy. Desta forma, Jacob et al (2000) entendem que em financial literacy, o primeiro termo refere-se a amplas aplicações de atividades que ligam o dinheiro no cotidiano, enquanto que o segundo termo relaciona-se a termos, práticas, leis, direitos, normas sociais e atitudes para compreender e realizar tarefas financeiras essenciais, além da capacidade de interpretar habilidades matemáticas neste escopo, na realização de boas escolhas financeiras.

Falcetta (2014) completa que é bom observar os movimentos da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, “em relação ao tratamento dado à financial education, cuja nossa tradução se aproxima de educação financeira, mas, não se afastando de finanças pessoais, respeitando os respectivos usos e as devidas interpretações de seus significados”(FALCETTA, 2014, p.47).

2.2 Conceito

Fortuna (2013) explica que a OCDE é um órgão normativo internacional que trabalha com objetivos cooperativos entre seus membros. No documento “Recomendação sobre os Princípios e as Boas Práticas de Educação e Conscientização Financeira”, a OCDE (2005) define a educação financeira como:

[...] o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir de modo mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro (OCDE, 2005, p.13).

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Gallery et al. (2011) ressaltam que não existe um conceito único de educação financeira. Os autores definem que é a capacidade de realizar julgamentos inteligentes e decisões cabais em relação a gestão e uso do dinheiro. Ou seja, conclui-se que a educação financeira permite que indivíduos tenham acesso à informação do uso correto de seu dinheiro e planejamento adequado das finanças pessoais e das receitas e despesas familiares.

O Banco Central do Brasil – BACEN (2013) já aponta que a educação financeira, [..] é o meio de prover esses conhecimentos e informações sobre comportamentos básicos que contribuem para melhorar a qualidade de vida das pessoas e de suas comunidades. É, portanto, um instrumento para promover o desenvolvimento econômico. Afinal, a qualidade das decisões financeiras dos indivíduos influencia, no agregado, toda a economia, por estar intimamente ligada a problemas como os níveis de endividamento e de inadimplência das pessoas e a capacidade de investimento dos países. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013, p. 7)

Complementando, a educação financeira pode também ser entendida como um processo em que indivíduos e sociedades aprimoram seus conhecimentos dos conceitos e produtos financeiros, assim como, contribui de forma consciente para a formação de indivíduos e sociedades, comprometidos com o futuro (FALCETTA, 2014).

Porém, como Falcetta (2014) expôs, a existência de interligações conceituais entre educação financeira e finanças pessoais, é importante deixar claro que a definição de finanças pessoais seja, de acordo com Marques e Correia Neto (2016), finanças pessoais é o processo de gestão dos recursos financeiros, seja do próprio individuo ou familiar, com o objetivo de ter um bem-estar financeiro na fase de vida produtiva, assim como na aposentadoria.

Portanto, a educação financeira estimula o conhecimento financeiro, assim como as finanças pessoais complementa utilizando mecanismos que efetuem um processo de gestão eficiente.

2.3 A Importância Da Educação Financeira E Seus Benefícios

Falcetta (2014) explica que a associação entre OCDE e a educação financeira é dada pela presença da organização de forma direta ou indireta, juntos aos seus países membros e países convidados, entre outros fins, para difundir a conscientização dos consumidores no gerenciamento dos produtos financeiros de forma sustentável.

A justificativa para todo esse procedimento advém da maior importância de investidores e a família média equilibrar seu orçamento, o aumento da importância da educação e da sensibilidade financeira para assegurar um bem-estar financeiro, a complexidade cada vez maior dos mercados financeiros, a crescente responsabilidade e risco nas decisões financeiras, influenciando de forma determinante o futuro dos indivíduos, o aumento da expectativa de vida

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e alongamento do desfrute da aposentadoria, a ausência de um sólido conhecimento em questões financeiras, afim de poder ter boas escolhas em investimentos para evitar grandes riscos de perdas e, por fim, adquirindo este sólido conhecimento, os indivíduos tenham poder em incentivar os prestadores de serviços financeiros em desenvolver produtos que atendem exatamente suas necessidades, obtendo bons níveis de investimentos em crescimento econômico (FALCETTA, 2014, p. 48-49).

Braunstein e Welch (2002) reforçam ainda este último ponto em que um mercado com consumidores mais exigentes tornam os produtos mais consistentes, atendendo suas demandas, partindo do princípio que esta exigência seja fruto da informação e conhecimentos adquiridos destes consumidores.

A OCDE considera a educação financeira importante, pois com consumidores educados financeiramente, os países emergentes podem ganhar uma real contribuição ao seu crescimento econômico e combate à pobreza, enquanto em países desenvolvidos, a cultura financeira seja vital para a poupança dos indivíduos, com objetivo de assegurar uma aposentadoria digna sem endividamentos elevados, explica Falcetta (2014).

A OCDE tem como proposta, frente a disseminação da educação financeira, tanto nos países membros como os demais que manifestem interesse,

a necessidade de educar os consumidores para que seus gastos sejam organizados de forma que busquem alternativas para direcionar as poupanças. É plausível assinalar que as incertezas do futuro devem ser minimizadas como alternativa de garantir condições de vida e de bem-estar dentro dos padrões e exigências esperados, se afastando da precariedade ainda muito presente (FALCETTA, 2014, p.51).

Dessa maneira, a OCDE (2005) instituiu algumas recomendações de boas práticas, tais como: estimular o papel das instituições financeiras na disseminação da educação financeira, incentivar a cultura financeira na poupança para aposentadoria, fomentar a promoção de programas de educação financeira e prover ações públicas de fomento a educação financeira, como nas escolas.

Pinheiro (2008) ainda ressalta a importância que o tema tem em relação à educação de crianças na escola, no tocante ao valor do dinheiro e gestão do orçamento e poupança. Aos estudantes, propiciar uma vida independente desenvolvendo algumas competências. Aos adultos, conduzir um planejamento para os grandes acontecimentos de sua vida, como sustento da família, aquisição da casa própria ou investimentos para preparação de uma aposentadoria digna.

Martins (2004) já analisa que nos onze anos de educação básica, o aluno não aprende noções de comércio, economia, finanças ou impostos, ou seja, há uma ausência dos

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assuntos financeiros, visto a importância que a alfabetização financeira tem para a formação do indivíduo. E esta falha no sistema educacional ainda se perpetua no ensino superior nos cursos que não seja da área econômica.

Por outro lado, a educação financeira não é o único fator que influência a boa gestão com as finanças pessoais do indivíduo. Pois outras características psicométricas, riscos econômicos e sociais afetam no bem-estar financeiro e qualidade de vida do indivíduo (OLIVEIRA; SANTANA, 2019; SHIM et al, 2009; SILVA et al., 2017; FERNANDES et al, 2014).

Conforme Lucci (2006), a educação financeira pode ser vista pelos seus benefícios sob diversas perspectivas seja no bem estar pessoal, em tomar decisões financeiras que podem acarretar em consequências no seu futuro, como na perspectiva do bem estar social, onde em casos extremos, pode levar a uma sobrecarga dos sistemas públicos e aumento de gastos por parte do estado em sanar de forma compensatória este conjunto de consequências pessoais que foram tomadas de forma inoportunas.

Entretanto há um agente neste contexto que está em uma zona de conforto, pois tem feito pouco para a disseminação da educação financeira. É o que afirma, Meneghetti Neto (2014), pois, pesquisas realizadas por uma consultoria britânica apontaram que 95% dos colaboradores confiam nas empresas, quando elas recorrem a aconselhamentos sobre sua aposentadoria, visto que há pouca confiança nas instituições financeiras e em contrapartida, as empresas não dão olhos ao investimento de educação financeira dos seus colaboradores, pois não veem retorno nisso (MENEGHETTI NETO, 2014, p.17).

No entanto, algumas empresas tomaram ações de investimento em educação financeira para seus colaboradores como a Volvo do Brasil que investiu em treinamentos, resultado em uma premiação na categoria melhores empresas para se trabalhar no Brasil da Revista Exame. Enquanto o Grupo Santander investiu em ações de incentivo a educação financeira de seus colaboradores pelo sistema de intranet da organização, levando esta ação como estratégia da companhia (MENEGHETTI NETO, 2014).

Para Oliveira e Santana (2019), a educação financeira pode ser promovida pelas empresas de inúmeras formas como seminários, boletins explicativos, folhetos, reuniões de grupo, workshops, consultas de especialistas e ferramentas baseadas na Web. E ela não deve ser apenas vislumbrando a aposentadoria dos colaboradores, mas também auxiliando na resolução dos seus endividamentos, na formação de uma reserva de emergência, na prática do orçamento doméstico e portanto, a promoção da educação financeira desempenha um papel

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importante na atitude e comportamento dos indivíduos para melhor gerenciar seus recursos pessoais e obter um bem-estar financeiro.

Meneghetti Neto (2014) afirma que há uma vertente na economia denominada finanças comportamentais, que apoia a ideia de que a melhor compreensão de alguns fenômenos financeiros dos indivíduos pode ser mais bem compreendida, partindo do pressuposto que não seja comportamentos totalmente racionais. Ou seja, o comportamento irracional pode levar a atitudes equivocadas em relação a dois aspectos: taxas de juros e falta de poupança. Logo, em finanças pessoais, estes dois aspectos são explorados, levando a crer que um cidadão com bons conhecimentos nesta área, age de forma mais racional, equilibrada e obtendo uma melhor produtividade.

Desta forma, Meneghetti Neto (2014) complementa que o investimento em educação financeira de forma multidisciplinar nas empresas poderia levar ao melhor desempenho, podendo fazer que os colaboradores mais estressados por motivos de problemas financeiros, diminua seu absenteísmo, melhorando o grau de concentração e o bem-estar familiar. Além disto, medidas como esta devem ser levadas para vários ambientes pois, " a missão delas é prática: equipar o cidadão e a família com habilidades financeiras e produtivas." (MENEGHETTI NETO, 2014, p.29).

Ainda que sob um ambiente de forte concentração de renda no Brasil e um cenário de consumo imediato em face a incertezas futuras, Falcetta (2014) analisa que um dos desafios que os educadores financeiros têm que enfrentar, é o fato de haver alternativas atrativas para equilibrar o consumo e a poupança. Ou seja, levem os indivíduos a uma retenção presente de renda para possíveis gastos no futuro, em um contexto de consumo consciente.

Falcetta (2014) conclui que é importante entender a melhor forma de integrar a Educação Financeira no cotidiano da população, para que assim evite quaisquer possibilidades deste conhecimento não ficar restrito a grupos privilegiados, deixando de atingir a todas classes sociais da população.

No entanto, é importante observar a difusão da educação financeira no mundo. Pinheiro (2008) explica que estudos da OCDE identificaram que o nível de educação financeira ainda é escasso em vários países no mundo, inclusive desenvolvidos. Um exemplo é o Japão que 71% dos pesquisados não têm conhecimento de ações e títulos, enquanto nos Estados Unidos e Coréia do Sul, estudantes foram reprovados em testes que avaliavam as habilidades em administrar um cartão de crédito ou fazer poupança para aposentadoria. E houve resultados nestas pesquisas que registraram o quanto os consumidores superestimam o quanto, de fato, entendem sobre o assunto.

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Em vista disso, há uma grande preocupação relativo a Educação Financeira nos Estados Unidos. Devido ao risco de haver um aumento em inadimplências e falências no país devido à má administração das finanças domésticas, existe um constante estudo de implementação de programas educativos que incentivem a população a adquirir conhecimentos já nas escolas primárias (LUCCI et al, 2006, p. 5).

2.4 A Educação Financeira No Brasil

Araújo e Calife (2014) observam que o Brasil já vivenciou nos últimos anos, três momentos para a promoção da Educação Financeira. A primeira nos anos 90, onde haveria um foco nos investimentos direcionados a um público mais especifíco. A segunda em meados dos anos 2000, que o cenário econômico favorável do país, permitiu o acesso facilitado ao crédito e impulsionou o consumo no que acarretou endividamento maior da população. E a terceira, devido ao contexto, onde a grande oportunidade da educação financeira venha a ser promovida para a sua vocação, “promover, de forma proativa, uma relação saudável do brasileiro com o dinheiro” (ARAÚJO; CALIFE, 2014, p. 11).

E neste terceiro momento, diante das discussões implementadas pela OCDE em âmbito internacional (FERNANDES, 2019), é instituída a Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF, pelo Decreto nº 7.397 de 22 de dezembro de 2010, em que em seu art. 1º:

fica instituída a Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF com a finalidade de promover a educação financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento da cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes por parte dos consumidores (BRASIL, 2010, p.1).

Ou seja, não basta haver apenas empresas financeiramente saudáveis, mas unidades familiares ou indivíduos financeiramente equilibrados com a sua capacidade de consumo em relação aos recursos disponíveis tanto no presente quanto no futuro (MARQUES; CORREIA NETO, 2016, p. 4).

Ainda de acordo com o Decreto, o art. 3º estabelece que “ Com o objetivo de definir planos, programas, ações e coordenar a execução da ENEF, é instituído, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Comitê Nacional de Educação Financeira – CONEF ” (BRASIL, 2010, p.1), cuja composição compreende representantes de órgãos estratégicos como BACEN, Comissão de Valores Mobiliários - CVM, Ministério da Fazenda, Ministério da Educação, por exemplo, dentre outros.

Neste contexto, Falcetta (2014) destaca o BACEN como um agente destinado à implantação de um programa de educação financeira, cujo objetivos sigam os mesmos do

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ENEF. Desta forma, o BACEN conta com um programa voltado para clientes e usuários dos produtos e serviços financeiros, classificando a sociedade brasileira em diversos segmentos conforme o ciclo de vida e elencando conforme sua prioridade, onde incluem os estudantes universitários.

Conclui-se que todo o aparato que a educação financeira fornece aos indivíduos permite agirem de forma mais racional, sob suas finanças. Como Lucci (2006) conclui, a educação financeira é necessária para a população ter a consciência de todas as decisões e instrumentos envolvidos no exercício das boas escolhas do seu cotidiano financeiro.

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3 INSTRUMENTOS DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS

3.1 Introdução

De acordo com Falcetta (2014), um dos pontos fundamentais da prática da educação financeira é a relação entre consumo e poupança. Ou seja, o equilíbrio entre a necessidades básicas dos cidadãos com parte da renda retida para poupança, mesmo em cenários de incertezas. Entretanto, o Banco Mundial (2017) afirma que o Brasil tem um dos menores índices de poupança do mundo, pois, somente 28% da população alegou ter economizado alguma quantia nos últimos 12 meses, em 2016.

Segundo Lucci (2006), diante do grande leque de opções disponibilizadas de produtos financeiros, as pessoas necessitam estar munidas de conhecimento em utilizar estes instrumentos diante das diversas situações complexas do dia-a-dia em adquirir um bem ou serviço, assim como das opções de investimentos.

Marques e Correia Neto (2016), sustenta que a formação de um determinado nível de patrimônio é um dos principais objetivos de uma família. Um patrimônio devidamente bem formado, assegura uma fonte de renda futura obtendo um determinado nível de segurança financeira. E uma das formas de obter patrimônio é através de aquisição de ativos, elemento que gera retornos financeiros àquela família.

Poupança é o resultado da sobra orçamentária, é o que define Winograd (2009). Ou seja, só se pode poupar a partir do momento que todas as contas são pagas e caso queira poupar mais basta gastar menos, ganhar mais ou ambos. Já o BACEN (2019) designa poupar em acumular valores financeiros no presente para serem utilizados no futuro. Estes valores investidos por um, dois ou mais anos poderão fazer uma diferença significativa na qualidade de vida no futuro, pois, adquirindo hábitos de poupar, investir regularmente, verificar seu estilo de investimento, ler os prospectos das aplicações financeiras, observando com atenção características de cada tipo de investimento podem gerar uma satisfatória rentabilidade.

Conforme Hoji (2014), em linguagem financeira “investimento é definido de forma abrangente como aplicação de dinheiro em títulos, ações, imóveis, maquinários etc., com o propósito de obter ganho (lucro) (HOJI, 2014, p. 93).” Tais formas de aplicação de dinheiro são também em ativos financeiros conforme conceitua Marques e Correia Neto (2016), vários produtos financeiros oferecidos as famílias disponíveis para serem investidos com o objetivo de receber rendimentos periódicos.

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3.2 Características, Classificações E Tipos De Investimento

De acordo com Oliveira e Santana (2019), a crise financeira internacional de 2008 foi motivo para as instituições adotarem novos parâmetros de mercado para garantir produtos financeiros coerentes para cada perfil de investidor, levando em consideração suas decisões coerentes, riscos envolvidos diante de cada decisão.

Todavia, dentre os vários instrumentos financeiros disponíveis para investir, Martins (2004) aponta que as decisões de investimentos seguem três características:

• Segurança, ou seja, um conjunto de garantias reais que determinado ativo financeiro irá ter baseado em fatores como histórico do órgão emissor do título, produto conhecido, dentre outros com o objetivo de minimizar seus riscos;

• Rentabilidade, ou seja, os ganhos de capital adquiridos com o ativo para o investidor, como juros e dividendos;

• Liquidez, ou seja, a capacidade que o ativo tem em ser transformado em moeda. Marques e Correia Neto (2016) caracteriza além de sua rentabilidade, segurança e liquidez, mais duas configurações devem ser observadas:

• Tributação, ou seja, a sua incidência na compra, venda sob os rendimentos oriundos do ativo;

• Desembolsos acessórios, no caso, relativo ao pagamento de taxas de administração, por exemplo, no caso de ativos financeiros.

De acordo com Hoji (2014), os investimentos podem ser classificados, quanto a sua natureza como:

• Investimentos financeiros: aplicações de dinheiro em ativos financeiros que geralmente são de alta liquidez e podendo ser reinvestidos;

• Investimentos Operacionais: são aplicações de dinheiro em ativos que geram receitas como bens de capital, bens de consumo.

Os instrumentos financeiros de captação de poupança ainda podem ser classificados conforme sugere Ferreira (2010):

• Quanto ao órgão emissor: sendo assim títulos públicos, emitidos pelo governo e títulos privados, emitidos por instituições financeiras instituições não financeiras;

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• Quanto ao prazo: como títulos de prazo fixo que contratualmente tem uma data de término, mesmo podendo ser resgatados em um mercado secundário, antes deste vencimento. E títulos de prazo indeterminado quando não há data de vencimento. • Quanto à lucratividade: Onde os títulos podem ser de renda fixa que contém regras contratuais de remuneração determinadas, podendo ser com juros prefixado ou pós-fixado. E títulos de renda variável não contém tais regras contratuais sendo seus rendimentos gerados em função da oferta e demanda dos mesmos títulos ou dos bens e serviços que a representam.

De uma forma mais ampla, Marques e Correia Neto (2016) complementam que as aplicações financeiras podem ser divididas em títulos de renda fixa e de renda variável. As aplicações de renda fixa denominam desta forma pois seus retornos são relativamente previsíveis, sem grandes variações, emitidas pelo governo ou por empresas privadas, em que você empresta dinheiro a elas recebendo em troca juros periódicos, além do principal de volta. Por outro lado, as aplicações de renda variável têm retornos mais voláteis com fatores de risco mais intensos, sendo desta forma obtendo rendimentos positivos ou negativos em momentos distintos (MARQUES; CORREIA NETO, 2016).

Devido à Instrução nº 539 de 13 de novembro de 2013 da CVM, as instituições financeiras aptas a trabalhar no mercado financeiro nacional devem sempre recomendar produtos financeiros referentes ao seu perfil de investidor, conforme dito no documento: “Dispõe sobre o dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do cliente” (COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS, 2013, p.1).

É o que Fortuna (2013) chama de Suitability, conceito que se refere a adequação, adaptação ou compatibilidade, ou seja, as instituições financeiras só podem ofertar ou recomendar instrumentos financeiros de investimentos se estiver dentro do perfil de risco do investidor, identificado através de instrumentos como, questionário. Os clientes destas instituições financeiras periodicamente realizam obrigatoriamente o preenchimento de um questionário onde suas respostas identificaram que perfil tem o investidor, sendo por exemplo, conservador, moderado, arrojado e agressivo (FORTUNA, 2013, p. 930).

Na próxima subseção, apresenta-se os principais instrumentos financeiros em renda fixa, variável e os fundos de investimentos, conforme resumido no Quadro 1.

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Quadro 1 – Instrumentos Financeiros abordados na pesquisa.

Fontes: Do autor.

Tipos Investimentos

Cadernetas de Poupança Titulos Públicos (Tesouro Direto) CDB's

Debêntures

Letras de Crédito Imobiliário (LCI) Letras de Crédito Agronegócio (LCA) Letras de Câmbio (LC) Ações Derivativos: Mercado de Opções Mercado a Termo Mercado Futuro Renda Fixa Ações Multimercados Cambial Fundos de Investimentos Instrumentos Fínanceiros Renda Fixa Renda Variável

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3.3 Títulos De Renda Fixa

3.3.1 Cadernetas de Poupança

É considerado um dos tipos de investimento mais populares do Brasil que, segundo Hoji (2014, p. 95), todos os bancos pagam a mesma taxa de rendimento mensal de TR + 0,5%.

Nela, complementa Marques e Correia Neto (2016), o investidor pode abrir e mantê-la com qualquer valor financeiro, sem limite mínimo, de liquidez diária, isenta de imposto de renda – IR, imposto sob operações financeiras – IOF e considerada um investimento de baixo risco. Ou seja, o investimento é coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC. Este fundo assegura que cada pessoa física possa ter a garantia de até R$ 250 mil reais por instituição financeira, caso esta venha a solver (FORTUNA, 2013).

Importante salientar que conforme a legislação atual, se a taxa SELIC for abaixo de 8,5% ao ano, a remuneração da caderneta de poupança fica em TR + 70% da taxa SELIC ao mês (MARQUES; CORREIA NETO, 2013).

3.3.2 Títulos Públicos Federais (Tesouro Direto)

São títulos emitidos pelos governos, através do Tesouro Nacional ou Banco Central com o objetivo para financiar a dívida pública (HOJI, 2014). Conforme afirma Marques e Correia Neto (2016), as pessoas físicas podem adquirir os títulos pelo Tesouro Direto, um programa de compra e venda, via internet, vinculado ao Tesouro Nacional. Além do mais, para efetuar a compra e venda de um título é necessário um agente de custódia (banco ou corretora) como intermediador da operação financeira.

Os títulos públicos do Tesouro Direto são basicamente divididos em prefixados (Prefixados e Prefixados com Juros Semestrais) e pós-fixados (Tesouro SELIC, Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais). O investidor está sujeito a duas taxas nesta aplicação, a primeira é a de administração paga à instituição financeira e a segunda a de custódia, paga a B3 semestralmente de 0,3% ao ano sobre o valor dos títulos. Quanto a impostos, a incidência de IOF caso o resgate seja feito nos primeiros 30 dias e IR de acordo com alíquota da tabela regressiva. Os títulos públicos do Tesouro Direto têm garantia do FGC (MARQUES; CORREIA NETO, 2016).

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3.3.3 Certificados de Depósito Bancário – CDBs

O CDB é um título de investimento vendido pelas instituições financeiras que tem como objetivo captar recursos para organizações privadas, de forma análoga aos títulos públicos, como afirma Marques e Correia Neto (2016). Os CDBs também são divididos em prefixados e pós-fixados, têm sua remuneração, prazo acordada em contrato e tem garantia do FGC. Em relação a tributação, pode incidir sobre os lucros, IOF e IR sendo de acordo com tabela regressiva.

3.3.4 Debêntures

São títulos emitidos por empresas do tipo sociedade anônima, seja de capital aberto ou fechado com o intuito de captar recursos de investidores semelhante, a dinâmica dos CDBs. Estes recursos captados pelas empresas são destinados para financiar projetos de investimentos ou alongamento do perfil de passivo (FERREIRA, 2010; FORTUNA, 2013).

3.3.5 Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito Agronegócio (LCA)

Além da Caderneta de Poupança, as Letras de Crédito Imobiliário são outro instrumento de captação de recursos e lastro pelas instituições financeiras para financiamentos habitacionais. São isentas de IR, coberto pelo FGC e seus rendimentos pode ser prefixado ou pós-fixado. Quanto a liquidez, a LCI não pode ser resgatada a qualquer momento, mas podem ser negociadas em um mercado secundário. O prazo de vencimento varia conforme seu indexador (FORTUNA, 2013; MARQUES; CORREIA NETO, 2016).

Por outro lado, as Letras do Crédito Agronegócio são títulos vinculados a direitos creditórios como lastro referente a algum tipo de financiamento ou empréstimo agrícola, oriundos de produtores rurais, cooperativas e terceiros, além de também usufruir de isenção do IR e garantia do FGC, conforme explica Marques e Correia Neto (2016).

3.3.6 Letras de Câmbio – LC

As Letras de Câmbio, são títulos que as Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras) utilizam como instrumento para captação de poupança. São

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lastreadas por contratos de empréstimos a pessoas físicas e jurídicas e visam o lançamento destes títulos no mercado com o objetivo de arrecadar mais recursos para novos créditos e financiamentos. Em relação a impostos e taxas, elas têm o mesmo mecanismo dos CDBs, com IR sobre os ganhos de capital, IOF, depósito compulsório e garantia do FGC (FERREIRA, 2010; FORTUNA, 2013).

3.4 Títulos De Renda Variável

3.4.1 Ações

As ações são títulos de alto risco negociados na bolsa de valores que representam a menor parcela do capital próprio das companhias (sociedades anônimas) de capital aberto. Por ser de renda variável, seu preço ao longo do tempo tem uma certa variabilidade devido a vários fatores como situação econômica e financeira, cenários econômicos, político, entre outros. O investidor de uma ação pode ter seus rendimentos além da variação de preços, também nos dividendos recebidos, referente à distribuição de lucro da empresa (HOJI, 2014; FORTUNA, 2013).

Marques e Correia Neto (2016) ressalta que para investir em ações, o investidor necessita estar cadastrado em uma corretora de valores para ter a acesso ao Home Broker onde são realizadas as ordens de compra e venda de ações. Além disso, há duas taxas cobradas a este tipo de investimento, a primeira refere-se a taxa de corretagem cobrada pelas corretoras, e a taxa e custódia, cobrada mensalmente para guardar as ações. Quanto a impostos há a cobrança de IR em 20% quando a operação de compra e venda é efetuada no mesmo dia (day trade), enquanto fica em 15%, caso a operação seja realizada em um período posterior a um dia, porém somente se o volume de operações for maior que R$ 20.000,00.

3.4.2 Derivativos

De acordo com Fortuna (2013), um derivativo é um instrumento financeiro, cujo preço deriva de um ativo de referência ou subjacente, e que justifica a sua existência devido a finalidade de obter um ganho especulativo em si ou como hedge, ou seja, proteção contra eventuais perdas no ativo de referência. O mercado de derivativos é um mercado de liquidação

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futura que pode ser segmentado, dentre outros, por mercado de opções, mercado a termo e mercado futuro.

3.4.2.1 Mercado de Opções

No mercado de opções são negociados os diretos de compra ou venda de uma determinada quantia de ativos, a um preço prefixado até uma data determinada, ou seja, quem compra uma opção tem um direito, sendo opção de compra denomina-se de call e sendo venda, put (FORTUNA, 2013).

3.4.2.2 Mercado a Termo

No mercado a termo, o investidor e a instituição financeira entram em um acordo futuro de obrigações a um preço, taxa, quantidade e data definida entre as partes, em relação a um determinado ativo (FORTUNA, 2013).

3.4.2.2 Mercado Futuro

E no mercado futuro, que são realizados os contratos futuros padronizados de ativos, como commodities (soja, açúcar, café), boi gordo, dólar, índice Bovespa, ouro. O mecanismo é parecido com os demais derivativos onde investidores adquirem contratos futuro, mas difere em serem padronizados e terem ajustes diários nos preços à mercado. (FORTUNA, 2013).

3.5 Fundos De Investimento

Ferreira (2010) aponta que de todos os instrumentos de investimentos, os Fundos de Investimentos são as melhores opções para os pequenos, médios e grandes investidores em qualquer situação econômica. Marques e Correia Neto (2016) define que os Fundos de Investimento são um conjunto de investidores que se reúnem para aplicar recursos financeiros com uma estratégia comum, partilhando assim seus rendimentos e suas despesas.

A administração geralmente é feita por instituições financeiras que ficam responsáveis pelo gerenciamento das cotas dos membros, impostos, taxas gerenciando

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estrategicamente o fundo para maximizar os resultados e minimizar os riscos, dentre as restrições que a carteira do fundo segue nas suas regras de composição (MARQUES; CORREIRA NETO, 2016).

Dentre as vantagens de investir em um fundo de investimento, está a rentabilidade divulgada diariamente, a liquidez imediata, a minimização dos riscos devido a sua diversificação na carteira, reaplicação automática e assessoria especializada. Entretanto os fundos não contam com garantia do FGC e pagamento de taxa de administração pela instituição financeira, incidência de IOF no primeiro mês e IR (FERREIRA, 2010).

Os fundos de investimentos podem se classificar conforme a classe de ativos (Renda Fixa, Ações, Multimercados e Cambial), gestão de risco (Indexados, Ativos, Investimentos no exterior) e Estratégia (MARQUES; CORREIRA NETO, 2016).

3.6 Diversificação

Após a apresentação dos diversos instrumentos financeiros de investimentos, uma informação é importante, conforme Hoji (2014) apresenta. Para ele, quando mais jovem for o investidor, mais está à disposição para arriscar em uma carteira mais arrojada, pois caso haja perdas, há tempo de recuperar, o que seria diferente para um investidor que já esteja próxima de desfrutar de sua aposentadoria, sugerindo uma carteira com predominância de ativos mais conservadores.

Marques e Correia neto (2016) define diversificar como alocar seus recursos em diferentes ativos. Pois desta forma se um destes ativos obtiver um resultado inesperado, não prejudicará todos os demais recursos aplicados, minimizando os riscos de perdas.

Assim, concluímos que em face a toda gama de investimentos disponíveis, seja necessário o conhecimento de educação financeira envolvido nestas decisões para se chegar a um bem-estar financeiro e social. Na próxima seção será exposto toda a metodologia envolvida de pesquisa.

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3 METODOLOGIA

Nesta seção, é apresentada a metodologia utilizada no trabalho. Primeiramente, foi considerado que, de acordo com sua finalidade, a pesquisa tem caráter prático, que, conforme Trujillo (1974, p. 173,174 apud MARCONI, 2007, p.17), é quando são aplicadas com um intuito de praticidade.

Quanto aos seus objetivos, a pesquisa é descritiva. Conforme Vergara (2014), este tipo de pesquisa expõe características determinada população ou fenômeno, não havendo compromisso em explicar os fenômenos que descreve, apesar de, servir de base para tal explicação.

De abordagem qualitativa, visto que o critério para identificação dos resultados não é numérico, mas valorativo, o método mais adequado ao trabalho é o hipotético-dedutivo. Visto que,

Para Karl R. Popper, o método cientifico parte de um problema, ao qual se oferece uma espécie de solução provisória, uma teoria-tentativa, passando-se depois a criticar a solução, com vista à eliminação do erro e, [...], esse processo se renovaria a si mesmo, dando surgimento a novos problemas (MARCONI, 2012, p. 77).

Em outras palavras, a partir de um problema, é identificado pelo menos uma hipótese que será testada. Por fim, descarta-se todas as hipóteses reprovadas nos testes, obtendo a conclusão do problema.

Os procedimentos que foram utilizados na metodologia do trabalho em duas etapas foram uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa de campo. De acordo com Marconi (2007), pesquisa bibliográfica consiste em um estudo sistematizado desenvolvido em abranger toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo com o fim de colocar o pesquisador em contato direto com tudo que já foi registrado, dito ou filmado sobre o assunto.

Na segunda etapa, foi realizada a pesquisa empírica de campo. A população selecionada foi o corpo discente da Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo da Universidade Federal do Ceará que, baseado no semestre do ano de 2018.2, tinha um total de 2.664 alunos conforme Anuário Estatístico 2019 da universidade (UFC, 2019). Desta forma, como intervalo de confiança de 90% e um erro amostral de 5%, foi calculada uma amostra de 164 alunos de acordo com a fórmula da amostra aleatória simples mostrada na Figura 1.

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Figura 1: Fórmula de Amostragem Aleatória Simples (AAS)

Fonte: Stevenson (2001)

Onde as variáveis e seus respectivos valores calculados são conforme a Tabela 1.

Tabela 1 – Variáveis calculadas na fórmula de AAS Variáveis

(representação na fórmula)

Variáveis (definição) Valores

atribuídos

n Amostra calculada 164

N Tamanho da População 2.664

Z Variável normal padronizada associada ao nível de confiança

1,65

p Prevalência 0,80

e Erro amostral 0,05

Fonte: do autor

Uma vez realizada a amostragem, um questionário foi aplicado via internet, através da ferramenta Google Formulários, durante o período de uma semana, 19 a 26 de outubro de 2019. Os questionários também foram aplicados neste período presencialmente na FEAAC/UFC e em grupos, nas redes sociais, específicos de cada curso.

O questionário, disponível no Apêndice A, é dividido em três seções. A primeira seção aborda os dados que caracterizam o indivíduo respondente (como faixa etária, sexo, renda individual, dentre outros), grau de instrução (curso, semestre etc.) informações da unidade domiciliar, familiar ao longo de 10 questões. Na segunda seção, denominada de planejamento familiar, são abordadas questões sobre os conhecimentos do respondente em relação a educação financeira no grau de conhecimento, utilização de ferramentas do assunto, o interesse em ter uma disciplina sobre educação financeira na universidade e se aplica recursos em investimentos financeiros, ao longo de 13 questões.

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E, por fim, na última seção, denominada investimentos, onde o respondente declarando que investe, responde ao longo de 7 questões perguntas em objetivos de suas aplicações, quais aplicações investem, a frequência de aportes, quais critérios avaliam na escolha do investimento e em que grau avalia que a educação financeira foi eficaz para realizar seus investimentos. A tabulação de dados ocorreu logo após a coleta durante os três dias posteriores à data final de aplicação, no Google Formulários e em uma planilha de Excel.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Nesta seção, apresentam-se os dados da pesquisa empírica de campo realizada. Em um primeiro momento, abordam-se as estatísticas descritivas dos resultados mostrados em cada seção e por questão interpretando em gráficos e tabelas. Logo depois, foram realizados cruzamentos de questões relacionando os dados para assim atingir os três objetivos específicos do estudo: verificar qual é a percepção da importância da educação financeira para os estudantes da FEAAC/UFC; identificar que instrumentos financeiros nos quais estes alunos investem e relacionar estes investimentos com os seus conhecimentos em educação financeira.

4.1 Identificação Dos Participantes

Durante a coleta de dados, a amostra obtida e validada no período de aplicação foi de 168 respondentes. Durante a coleta, conforme visualizado na Tabela 2, a maior parte do público respondente foi da faixa etária dos 21 a 30 anos com 52,4% ou 88 alunos, seguido dos que tem até 20 anos com 37,5% ou 63 alunos. O público feminino foi o mais participante com 54,2% representando um total de 91 estudantes do sexo feminino contra 77 do sexo masculino ou 45,8% do sexo feminino.

Conforme dito anteriormente, os participantes da pesquisa são pertencentes à FEAAC/UFC, que compreende 9 cursos de graduação. Assim, durante a coleta, a amostra obteve um total de 36 alunos do curso de Administração Diurno, 32 de Administração Noturno, 22 de Contabilidade Diurno, 15 de Contabilidade Noturno, 19 de Economia Diurno, 8 de Economia Noturno, 7 de Atuária, 7 de Finanças e 22 de Secretariado Executivo.

Ainda foi identificado o semestre que estes alunos estão cursando e sua maioria compreende do 3º ou 4º semestre com 40 respondentes ou 23,8%, ao lado da faixa dos que cursam o 5º ou 6º semestre com 40 respondentes ou 23,8%. A maioria desses alunos estuda no turno da noite com 56,5% ou 96 alunos, sendo em segundo os alunos do turno Diurno 39,9% ou 67 participantes e por fim no vespertino com 3,6% ou 6 respondentes, conforme as informações visualizadas na tabela 2.

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Tabela 2 – Informações dos Dados Pessoais

Fonte: Do autor

Nas demais questões da seção informações pessoais, foi perguntado qual a principal fonte de renda dos participantes e a maioria compreende 33,3% ou 56 alunos, que tem renda através de auxílio familiar, seguido por estágio com 25,6% ou 43 alunos e emprego formal (CLT) com 25% ou 42 alunos, conforme pode ser visto no Gráfico 1.

Gráfico 1 – Principal Fonte de Renda dos alunos da FEAAC/UFC

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No questionamento seguinte, foi perguntada a quantidade de pessoas que dividem domicílio com o respondente e a maioria com 28,6% ou 48 alunos responderam que moram 4 pessoas, incluindo o respondente. Logo depois com 25,6% ou 43 respondentes, responderam 3 pessoas, seguido por 2 pessoas com um total de 36 respondentes ou 21,4%.

Em seguida, foi realizada duas perguntas sobre renda. A primeira sobre a renda pessoal do participante que, em sua maioria, declarou ter ganhos de até R$ 500,00 com 61 participantes ou percentual de 36,3%, seguido por quem declarou ganhar entre R$ 500,01 a R$ 1.000,00 com 46 alunos com percentual de 27,4%, conforme visto no Gráfico 2.

Gráfico 2 – Faixa de Renda Pessoal dos alunos da FEAAC

Fonte: Do autor

A segunda questão sobre renda envolvia a renda familiar. Foi questionado quanto seria a renda familiar dos alunos e a maioria respondeu como a renda sendo acima de R$ 4.000,00 com 31,0% ou 52 participantes, seguido pela faixa de R$ 2.001,00 a R$3.000,00 com 41 alunos ou percentual de 24,4%, conforme visto no Gráfico 3.

Gráfico 3 – Faixa de renda familiar dos alunos da FEAAC

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Por fim, a última questão da seção de informações pessoais perguntou o maior grau de escolaridade dos pais dos alunos participantes. A maioria respondeu ensino médio completo com 31,0% ou 52 alunos, seguido por Ensino Superior Incompleto com 13,1% ou 22 alunos e logo atrás, empatado, as faixas de Ensino Superior Incompleto e Pós-graduação com 12,50% ou 21 respondentes cada, conforme Tabela 3.

Tabela 3 – Informações dos dados pessoais da pesquisa II

Fonte: Do autor

Desta forma, o perfil pessoal encontrado na amostra descreve-se como aluno na faixa etária de 21 a 30 anos, é do sexo feminino, está entre o 3º a 6º semestre e estuda no turno noturno. Tem como principal fonte de renda o auxílio dos pais em até R$ 500,00 morando em

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uma residência de 4 pessoas. A renda familiar está acima de R$ 4.000,00 e, portanto, esta unidade familiar tem uma renda per capita de R$1.000,00, com grau de escolaridade ensino médio completo. Quanto ao nível de escolaridade dos pais, uma observação a ser feita é nas faixas de ensino superior completo, incompleto e pós-graduação. Somando, tem-se um total de 38,1% dos respondentes, percentual próximo daquele que possuem ensino médio completo e incompleto, com 41,7%.

Uma informação importante pode ser observada no cruzamento da renda pessoal do estudante com a sua principal fonte de renda. Verifica-se que na maior faixa de renda pessoal, até R$ 500,00, 72,1% recebem auxílio familiar, assim como na outra ponta onde 73,3% daqueles que declaram ter emprego formal como principal fonte de renda, ter rendimento mensal de R$ 2.500,01 ou mais e 83,3% ter de R$ 2.000,01 a R$ 2.500,00, conforme Tabela 4.

Tabela 4 – Renda pessoal por principal fonte de renda

Fonte: Do autor

Quando a relação da renda pessoal é feita por curso, vemos uma maior concentração de renda nos cursos de Administração Diurno e Noturno, principalmente a partir da faixa de R$ 2.000,01 a R$ 2.500,00 para cima, enquanto nos demais cursos a distribuição é mais equilibrada, conforme mostra a Tabela 5.

Tabela 5 – Renda pessoal por curso

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4.2 Planejamento Financeiro Dos Participantes

Sendo assim, a próxima seção do questionário aplicado abordou o planejamento financeiro, alinhando com o objetivo específico da pesquisa em verificar qual é a percepção da importância da educação financeira para os estudantes da FEAAC/UFC.

A primeira questão da seção perguntou se os alunos haviam tido algum conhecimento de educação financeira, seja ouvido ou visto em algum momento. A maioria respondeu que Sim com 93,45% ou 153 alunos, contra os 11 alunos que responderam Não com 6,55% (Gráfico 3). O aluno que respondesse não, avançaria mais três questões.

A questão seguinte quis saber aos que responderam Sim, onde tiveram qualquer conhecimento sobre educação financeira. A maioria respondeu que haviam visto na Internet com 86% ou 135 respondentes, seguido de Universidade com 64,3% ou 101 alunos e Mídia com 52,9% ou 83 participantes. Veja o gráfico 3.

Gráfico 3 - Onde você já leu /ouviu falar em Educação Financeira?

Fonte: Do autor

Foi perguntado também se em algum momento já foi debatido a educação financeira com a família e a maioria respondeu sim com 63,7% ou 100 alunos, contra 36,3% ou 57 alunos que responderam não (Gráfico 4).

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Gráfico 4 – Você já conversou com sua família ou com quem mora sobre educação financeira?

Fonte: Do Autor

Posteriormente, foi questionado ao participante qual nível ele consideraria o seu conhecimento de educação financeira numa escala de 0 onde não tem domínio do assunto, a 10, onde possui total domínio do assunto. A maioria avaliou que seu nível de conhecimento está entre 7 e 8, visto que cada grau obteve um percentual de 18,5% ou 29 estudantes cada, conforme pode ser visto no Gráfico 5.

Gráfico 5 – Como você considera seu nível de conhecimento em Educação Financeira?

Fonte: Do Autor

Na questão 15, todos os participantes são convidados a responder com que frequência costumam realizar o seu planejamento financeiro. A maioria dos estudantes, com 36,9% ou 62 alunos, disseram que não realizam seu planejamento seguido por 29,8% ou 50 participantes que responderam realizar com uma frequência mensal, 14,9% ou 25 estudantes em uma frequência esporádica, 8,9% ou 15 estudantes em uma frequência semanal, 5,4% ou 9

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estudantes em um frequência quinzenal e 4,2% ou 7 estudantes em uma frequência diária. (Gráfico 6).

Gráfico 6 - Em que frequência você costuma realizar o planejamento financeiro em sua casa?

Fonte: Do Autor

Aos que faziam algum tipo de planejamento em determinada frequência, mencionada na questão anterior, respondiam as duas próximas perguntas do questionário, na qual, a primeira deseja saber de que forma é realizado este planejamento. A maior parcela dos respondentes informou que realizam seu orçamento doméstico por planilha eletrônica com 45,3% ou 48 estudantes, seguido por caderno com 34,9% ou 37 estudantes e aplicativo com 15,1% ou 16 alunos. Os demais 4,7% estiveram distribuídos entre outras respostas como planilha e caderno, mentalmente, celular e outro não especificado, conforme visto no Gráfico 7.

A segunda pergunta já indagava sobre em que meios o estudante adquiriu conhecimento para gerenciar seu dinheiro. Mais da metade dos respondentes (61 alunos) disseram que foi adquirido por experiência prática com um percentual de 57,5%, seguido por 13,2% ou 14 estudantes que informaram a universidade, 13 estudantes ou 13,2% informaram revistas, livros, tv ou rádio, 7 estudantes ou 6,6% informaram a família. Os demais 11 ou 10,4% informaram outros meios como concurso, internet, canais do YouTube com conteúdo específico sobre o tema finanças pessoais (Gráfico 8).

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Gráfico 7 - De que forma você realiza seu planejamento financeiro?

Fonte: Do autor

Gráfico 8 - O conhecimento que você usa para gerenciar o seu dinheiro foi adquirido principalmente de:

Fonte: Do Autor

Na questão seguinte da seção, já para todos os participantes, foi perguntado quais as principais dificuldades que você encontra para gerenciar seus recursos financeiros pessoais, e 52,4% (88 estudantes) responderam que escassez de tempo é o principal empecilho, seguido de falta de conhecimento técnico com 34,5% ou 58 estudantes e com 33.3% ou 56 participantes, falta de orientação especializada, conforme visto no Gráfico 9.

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Gráfico 9 - Quais as principais dificuldades que você encontra para gerenciar seus recursos financeiros pessoais.

Fonte: Do autor

Na pergunta seguinte, o estudante era indagado sobre a sua relação com seus gastos e 38,1% (64 estudantes) declararam gastar menos do que ganham, 33,9% (57 estudantes) gastam igual ao que ganha e 28% (47 estudantes) gastam mais do que ganham (Gráfico 10). Em seguida questionamos se a família dos respondentes possuía alguém endividado e a maioria declarou que em parte, poucos estão com 47,6% (80 estudantes), seguido por 25% (42 estudantes) que responderam em parte, quase todos, 18,5% (31 estudantes) afirmaram que não há ninguém endividado na família e por fim 8,9% (15 estudantes) que declararam todos endividados (Gráfico 11).

Gráfico 10 - Com relação aos seus gastos, você diria que:

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Gráfico 11 - Na sua família, possui alguém endividado?

Fonte: Do autor

Pergunta-se ainda em relação ao próprio estudante se ele possui dívidas. Com 60,7% (102 estudantes) responderam que não possuem endividamento e 39,3% ou 66 estudantes declararam possuir algum endividamento (Gráfico 12).

Gráfico 12 - Você possui dívidas?

Fonte: Do autor

Já próximo de finalizar a seção de planejamento financeiro, foi perguntado sobre qual o interesse dos estudantes em haver uma disciplina ofertada pela universidade abordando a gestão dos recursos financeiros pessoais e educação financeira. Em uma escala de 0 a 10 onde 0 indica sem interesse e 10 máximo interesse, 59,5% (100 estudantes) dos alunos responderam interesse máximo em ter a disciplina ofertada, seguido de 12,5% (21 estudantes), terem um grau 8 na escala de interesse seguido de 20 estudantes ou 11,9% manifestarem interesse em grau 9, conforme pode ser visto no Gráfico 13.

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Gráfico 13 – Deveria existir uma disciplina ofertada pela universidade abordando a gestão dos recursos financeiros pessoais e educação financeira.

Fonte: Do autor

As duas últimas questões desta seção já introduzem para a próxima, sobre investimentos financeiros. Na primeira pergunta se o estudante reserva parte do seu dinheiro para investimentos. Com 54,8% (92 estudantes), declararam que não investem e 45,2% (76 estudantes), responderam que realizam alguma aplicação (Gráfico 14).

Gráfico 14 – Você costuma reservar parte de seu dinheiro para investimentos?

Fonte: Do autor

Na última pergunta da seção, era questionado a aqueles que responderam não sobre o principal motivo de não investir. 53,3% (49 estudantes) responderam não tenho dinheiro suficiente para aplicar, em seguida com 30,4% (28 estudantes) declararam não ter conhecimento sobre o assunto, 13% (12 estudantes) disseram ter medo de perder dinheiro e 3,3% (3 estudantes) justificaram com outros motivos conforme visto no gráfico 15.

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Gráfico 15 – Qual o principal motivo de não investir?

Fonte: Do autor

Nesta seção do questionário, verifica-se que o perfil predominante encontrado na pesquisa é de jovens que já tomaram algum conhecimento de educação financeira (93,5%) principalmente na Internet (86%) e já compartilharam este conhecimento com quem reside (63,7%). Em uma autoavaliação considera seu nível de educação financeira com uma média aproximada de 6 e realizam planejamento financeiro (63,1%), sendo a maioria mensalmente (29,8%), usando principalmente planilhas eletrônicas (45,3%) com o conhecimento que adquiriram por experiências práticas (57,5%).

Os estudantes apresentam como principal dificuldade do seu planejamento, a escassez de tempo (52,4%), gastam menos do que ganham (38,1%) ou até igual ao que ganham (33,9%), declara que em parte, poucos estão endividados na família (47,6%), sendo que ele próprio não costuma estar endividado (60,7%).

Os participantes concordam plenamente em ter uma disciplina na universidade que aborda a educação financeira e gestão de recursos pessoais (59,5%) e não tem o hábito de investir (54,8%) pois justifica não haver dinheiro suficiente em seu orçamento destinado a investimentos (53,3%).

Percebe-se que no cruzamento de algumas questões, enxerga-se como a educação financeira está presente no cotidiano dos alunos. Como visto na tabela 6, observa-se como há uma uniformidade na distribuição por curso, dos estudantes que tenham algum conhecimento da educação financeira, entre Administração Diurno e Noturno, Contabilidade e Economia Diurnos, além de Secretariado Executivo. Entretanto, aqueles que não possuem nenhum conhecimento, concentram-se entre Administração Diurno e Economia Diurno.

Referências

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