MIGUEL
GARCIA QUEIROZ
A-A' É . . “gif Y 1 -› fr ~ »› z \ 1 / .*, ~ ^ - 'zé / w,J .. _ uz-Í 1 *Í-~-M* _.. ` -. a 7,11% ". "43 _' _ ' .' .-1 z .¬,'*r. , .ff .~,,¿_'A
ATIVIDADE
MADEIREIRA
EM
RONDÔNIA
-EFEITOS
ECONÔMICOS
E
AMBIENTAIS
Dissertação apresentada como requisito à obtenção
'
do grau de Mestre. «
C_urso de Pós-Graduação
em
Engenharia deProdução e Sistemas.
Universidade Federal de Santa Catarina.
Professor Orientador: Robert Wayne Samohyl,
PhD
Florianópolis
ATIVIDADE MADEIREIRA
EM
RONDÔNIA
-EFEITOS
ECONÔMICOS
E
AMBIENTAIS
MIGUEL GARCIA DE QUEIROZ
Esta dissertação foi julgada
adequada
para obtençãodo
Título de Mestreem
Engenhariade
Produção, área de concentração
em
Engenharia de Avaliação e de Inovação Tecnológica, aprovadaem
suaforma
final peloPrograma
dePós-Graduação
em
Engenharia de Produção.Prof.
Ricardo
Mi
da
B
cia,Ph.D.
Coordenador do
rsd
os-GraduaçãoBANCA
EXAMINADORA
/
f .
Prof. 'obert
Wayne
S
. ohyl, Pl1.D.(Orientador)
/
Prof.
Rog‹7›
stos, Dr.~
UNIVERSIDADE
ITEDERAL
DE SANTA CATARINA
_PROGRAMA DE
POS-GRADUAÇAO
EM
ENGENHARIA
DE
PRODUÇAO
E SISTEMAS
A
ATIVIDADE
MADEIREIRA
EM
RONDÔNIA
-EFEITOS
ECONÔMICOS
E
AMBIENTAIS
Dissertação submetida à Universidade Federal de Santa Catarina, para obtenção de grau de Mestre
em
Engenharia deProdução
e Sistemas ,Miguel Garcia
deQueiroz
Porto
Velho/RO
Outubro/2000
¡" .
EXPERIÊNCIA
DE
RONDÔNIA
AVALIAÇÃO
DA
ATIVIDADE
MADEIRA
soE
A
ÓTICA
Do
DESENVQLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Mestrando:
Miguel Garcia de Queiroz
miguel@ronet.com.br
Professor Orientador: Robert
Wayne
Samohyl,
PhD
Porto Velho, outubro de 2000.
MIGUEL GARCIA
DE QUEIROZ
AVALIAÇÃO
DAS
PERDAS
TRIBUTÁRIAS
E
AMBIENTAIS SOB
A
ÓTICA
DO
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTAVEL:
A
EXPERIÊNCIA
DE RONDONIA
Esta dissertação foi julgadaadequada
para obtenção de título de “Mestreem
Engenharia”,especialidade Engenharia de Produção e Sistemasve aprovada
em
sua forma final peloPrograma
de Pós-graduação lnterinstitucionalem
Engenharia de Produção e Sistemas,entre a Universidade Federal de
Rondônia
e a Universidade Federal de Santa Catarina.. Professor Álvaro Guillermo Lezana.
Dr
¢
"Não
é dos astros, caro Brutus,a culpa,
mas
de nós mesmos”.
.~.,..
Dedicatória
Em
memória
a todos os pioneiros quededicaram
suas vidasno desbravamento
e construçaodo
Estado deRondônia
e,em
especial, ameu
pai FranciscoTeófilo de
SUMÁRIO
CAPÍTULO
1 -INTRoDUCÁo
... ...9 1.1-
Exposição doTema'
... ..9 1.2-
Organização do Estudo ... .. 11 1.3-
Definição do Problema ... .. 121.4
-
Definição dos Objetivos ... .. 131.4.1
-
Objetivo Geral ... .. 131.4.2
-
Objetivos Específicos ... ... .. .. ... ._ 14 1.5-
Metodologia Aplicada ... .. 141.6
-
Relevância e Delimitação do Estudo ... ..16CAPÍTULO
2 -ESTRATÉGIA
PARA O
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DE
RONDÓNIA
... .._. ... _. 18 2.1 -DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
EMEIO
AMBIENTE
-CONCEITOS
E DEFINIÇOES
....l8 2.2-
O
Paradoxo do Desenvolvimento Sustentável na Globalização ... .. 192.3 - Precedentes Históricos -
Os
Ciclos Econômicos do Estado ... ... 2.3.1 -O
Princípio - Ciclo do Ouro ... 2.3.2 -O
Ciclo da Borracha ... ... 2.3.3-
O
Ciclo da Cassiterita ... ., ... .. 212.4 - Experiência de Políticas Públicas
em
Projetos Financiados pelo Banco Mundial ... ..222.4.1 - Polonoroeste ... .. 22
2.4.2 - Planafloro ... ... ... ..24
2.4.3 - Projeto
Úmidas
... ..26CAPÍTULO
3 -A
QUESTÃO AMBIENTAL
EM
RONDÔNIA..
... ..293.1 - Sistemas Naturais - Aspectos Físicos-Geográficos ... ..29
3.1.1 - Geologia ... ..29
3.1.2 - Geomorfologia ... ..30
3.1.3 -I-Iidrografia ... ... ..37
3.1.4 - Clima ... ..39
3.1.4.1 - Principais Sistemas de Circulação Atmosférica na
Amazônia
... .. 39 3.1.4.2 - Classificação Climática ... ..41 3.1.5 - Cobertura Edafológica ... ..42 3.2 - Aspectos Bióticos ... ..45 3.2.1 - Vegetação ... ..45 3.2.2 - Fauna ... ..51 3.3 -O
Desflorestamentoem
Rondônia ... ..53 3.3.1 - Aspectos Gerais ... ..53 3.3.2 -O
Cerco da Floresta ... ..54CAPÍTULO
4 -A
ATIVIDADE MADEIREIRA
... ..564.1 - Relação entre a Atividade Madeireira e o Desflorestamento .... ... 4.2 - Aspectos Econômicos ... ..57
4.3 - Relação Custo-Benefício entre a Receita da Atividade Madeireira e o Desmatamento ... ..59
4.3.1 - Valoração Econômica do Meio Ambiente ... ..59
4.3.2 -
Da
Metodologia do Cálculo ... ..614.3.3 - Análise da Relação Custo-Benefício ... ..63
4.4 -
O
Modelo Extrativista-Exportador -A
Ameaça Que
Vem
da Ásia ... ..64CAPÍTULO
5 ... .... ..ó7 5.1 -CoNCLusoEs
.¿ ... .. .... ..ó7 5.2 -RECOMENDACOES
... ..ó8BIBLIOGRAFIA
EREFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..71LISTÀ
DE
ANEXOS
Anexos
I. Indicadores Econômicos e Sociais de Rondônia
-
População (I) e População (II) ... .. 73II. Indicadores Econômicos e Sociais de Rondônia
-
População (III) e População (IV) ... .. 74III. Indicadores Econômicos e Sociais de Rondônia
-
Produto Interno Bruto e Urbanização ... .. 75IV. Comparativo de Receitas
-
Madeiras(toras) X Receita Total (tributária) ... .. 76V. Lei de Crimes Ambientais ... ... ... ... .. 77
VI. Decreto n° 3.179, de 21.09.99 ... .. i
... ..94
VII. Lei Complementar n° 52, de 20.12.91 ... ., ... ..106
VIII.
Desmatamento
no Estado deRondônia
... .. 110IX. Áreas Indígenas de
Rondônia
... ... .. 111X. População de
Rondônia
... .. ... _.112
XI.Desmatamento
deRondônia
por Município ... .. 113XII. Estado de
Rondônia
-
Divisão ... .. 114LISTA
DE
SIGLAS
Siglas
oo\1:›¬u1_4>o›g×››-F
.
CMMAD
-' Comissão Mundial sobre oMeio
Ambiente e Desenvolvimento.FIDER
- Fundo de Planejamento de Desenvolvimento Industrial de Rondônia.FINAN
~ Fundo de Investimento da Amazônia.FNO
-
Fundo Constitucional de Financiamento do Norte..
FUNDAGRO
-
Fundo de Desenvolvimento Agroflorestal do Estado de Rondônia..
IBAMA
-
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis._
INCRA
- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária._
INPE
-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.1
9.
PNUD
- Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.10.
PMRFS
-
Plano de Manejo Florestal de Rendimento Sustentável.11.
PLANAFLORO
~
Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia12.
POLAMAZÔNIA
~
Programa de Pólos Agrominerais da Amazônia.13.
POLONOROESTE
-
Programa de Desenvolvimento Rural do Noroeste do Brasil.14.
SEDAM/RO
-
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia.15.
SUDAM
- Superitendência do_ Desenvolvimento da Amazônia.16.
UNCED
-
Conferência das Nações Unidas sobre oMeio
Ambiente.LISTA
DE
QUADROS
Quadros
1 2 3 4 5 6 7Definição Sintética das
Zonas
... ..Participação
do
Brasil noMercado Mundial
de MadeirasDuras
... ..Cálculo da Relação Custo-Benefício
-
Receita PúblicaX
Madeira
ExtraídaDesmatamento
em
Rondônia
... ..Composição do Segmento
Madeireiro-
1994
a1997
... ._Indústria Madeireira
-
Receita deICMS
1994
a1998
... ..AGRADECIMENTOS
A
idéiado
tema desta dissertação "A Atividade Madeireiraem
Rondônia: EfeitosEconômicos
e Ambientais", foi concebida muito antes de ingressarno
Curso deMestrado
em
Engenharia de Produção e Sistemas,mais
precisamenteno Curso
deGraduação
deEconomia, no
início dos anos 80quando
freqüentava a residência deum
colega situada na Vila dos Funcionários da Portobrás.De
lá era possível ver os tratorescom
suas garras mecânicasembarcarem
toras e toras de madeiras. Erauma
atividade diuturna e barulhenta quechegava
a perturbar as nossas conversas.Aquelas
cenasnunca
saíram daminha
cabeça.
Desde
aquela época muito tenhome
defrontadocom
a problemáticadesenvolvimentista
de
Rondônia, não apenasno
cotidiano particular mas. principalmente, por força dasminhas
atividades profissionaiscomo
Técnico do Tribunal de Contas,que
me
permitiram forjar
uma
visão crítica sobre a situação sócio-econômica do Estado e dos Municípios de Rondônia.Com
o advento da Constituição Federal de 1988, a açãofiscalizatória das Cortes de Contas, que antes se limitavam ao
exame
daconformação da
legalidade,
foram
ampliadas passando a abranger o aspecto operacional trazendonovas
dimensões
de análise, dentre as quais a auditoria ambiental.A
presente dissertação e, pois, a oportunidade de responder osmeus
antigos questionamentos sobre os efeitoseconômicos
e ambientais daqueles tratores barulhentosque
embarcavam
toras de madeira bruta nas balsas que, certamente, as levariam para asmadeireiras asiáticas instaladas no
Amazonas
e no Pará.Tais questionamentos não teriam sido respondidos
sem
o apoio do Dr.Amadeu
Machado.
Presidente do Tribunal de Contas de Rondônia, que na sua proposta de capacitaçãodo Corpo
Técnico financiou oCurso
de Mestrado, ao qual consigno aminha
gratidão pela oportunidade e, de igual
modo.
ao Conselheiro HélioMáximo,
quecom
suaexperiência e sabedoria tem
me
ensinado a superar os obstáculos dos percursos e percalçosda vida. .
Compartilho a conquista lograda,
em
especial.com
minha
mãe
Marina, emeus
irmãos Lédio. Nélio, Clece e Cleine, pelo apoio
nunca
faltado;com
osamigos Antônio
pesquisador da cultura e da qualidade de vida
do
homem
amazônida;Nanci Maria
Rodrigues da Silva, pesquisadora ambiental
do
Ibama; Janilene Mello,Davi
Dantas eValdivino Crispim, colegas de trabalho e mestrandos, pela
companhia
das noites e fins desemana
quededicamos
aos estudos; aomeu
Orientador, Professor RobertWayne
Samohyl,
pelo suporte técnico,
esmero
e estima pessoal cultivada; a todos, enfim, manifestomeus
agradecimentos pela inestimável parcela de colaboração, apoio e solidariedade 'na consecução desta conquista, que, certamente, contribuirá para a reflexão e o debate da questão socioeconômica e ambiental de Rondônia.
RESUMO
O
objetivo desta dissertação é analisar omodelo
da atividade madeiraem
Rondônia
e os 'efeitos
econômicos
e ambientais, sob os aspectos do desafiodo
desenvolvimentosustentável. Neste contexto, são analisados o gerenciamento e o
implemento
das políticaspúblicas implementadas
em
Rondônia
através dos programas financiados peloBanco
Mundial, enfatizando os diversos fatores culturais e político-institucionais
que têm
sido decisivos nos resultados negativos dessas experiências.No
capítulo final são apresentadas conclusões sobre a atividade madeireiraem
Rondônia, de forma a ser utilizada tanto
como
contribuição acadêmica quantocomo
valioso apoio para discussãodo
ProjetoÚmidas.
'.,_
ABSTRACT
The
goal of the dissertation is to analyse themodel
ofwooden
activity inRondônia
and its
economic
and environmental effects inview
of the challengesfrom
sustainabledevelopment. ln this context the
management
and development of the public policiespromoted
inRondônia
viaprograms
financed by theWorld
Bank
are describedemphasing
the
many
factors that are cultural and political-institutional that have been decisive to thenegative effects of these experiences.
In the final chapter conclusions are presented regarding
wooden
activity inRondônia
to be used as a contribuition toacademic
research and as a helpful support to theINTRODUÇÃO
-Capítulo l
1.1
-
Exposição do
Tema
Na
medida
em
que ohomem
vai diversificando seumodo
deprodução
com
aintrodução de novos insumos e tecnologia,
emerge
um
dilema sobre os limites dessa evoluçãoe a capacidade de suprimento dos fatores básicos de produção: terra, capital e trabalho.
Alcançar
um
equilibrio entre esses fatorestem
sido o desafio danova
ordem
desenvolvimentista mundial, que
tem
como
pressupostos fundamentais a melhoria da qualidade de vida da população e a proteçãodo
meio
ambiente.A
ruptura davantiga ortodoxia deordem
eminentemente econômica
que sustentavam omodelo
de desenvolvimento até o início dos anos 70, decorreu da necessidade urgente de preservar os recursos naturais que freneticamente se exauriam, colocandoem
“xeque”
o futuro da humanidade. uAs
novas dimensões sobre a problemática mundial não se basearam apenas na visão ecológica relativa à degradação do ambiente físico e biológico. Outros fatores deordem
social, político e cultural
também
foram inseridos no contexto,numa
tentativa de buscar resposta à pobreza e exclusão socialendêmicas
dos países subdesenvolvidos da Ásia, África eAmérica
Latina. Delineava-se, assim, os principios básicos deum
novo
tipo de desenvolvimento, que inicialmentechamou-se
de ecodesenv‹)lviment‹› e, posteriormente,desenvolvimento sustentável. .
Tais princípios não se constituem empecilho à política de desenvolvimento
que tem
sido praticada; ao contrário visa apropriar ao
modelo
contribuições das populações locais demodo
que os ativos ambientais sejam preservados para as gerações futuras.Na
visão de lgnacy Sach,em
sua obra “Estratégiasde
transiçãopara
0 seculoXXI:
desenvolvimento emeio
ambiente”, o desenvolvimento sustentável se apoia nos seguintes pilares:deve
serendógeno: deve basear-se
em
suas próprias forças; deve tercomo
ponto de partida a lógica das necessidades; deve se dedicar apromover
a simbiose entre a sociedadehumana
e anatureza; e por fim, deve estar aberto às
mudanças
institucionais.'
A
partir destas proposições norteadoras do desenvolvimento sustentável. analisa-se otomando
impulso na década de70
com
aimplementação do
ProjetoPOLAMAZÔNIA,
que
secaracterizou por intenso fluxo migratório para
ocupação
de terras, tendocomo
conseqüenciaum
processo contínuo de degradação dos recursos naturais.Os
descaminhos da colonização do Estadosem nenhuma
preocupaçãocom
a variável ambiental, teve na atividade madeireira e na pecuária bovina o fator mais pernicioso de degradaçãoem
termos sócio-econômico-ecológicos,em
razão da naturezacomo
concentradora de renda edo
desflorestamento decorrente da capacidade expansiva deambos
os segmentos.
A
Como
resposta aos problemas gerados,em
1980
o governo brasileiro criou oPrograma
de
Desenvolvimento
Ruraldo
Noroestedo
Brasil -POLONOROESTE,
_cujos principais objetivos consistiam em: integração nacional através da conclusão e asfaltamento daBR-364,
trecho
compreendido
entre PortoVelho
(Rondônia) eCuiabá (Mato
Grosso); e crescimento daprodução
em
harmoniacom
a preservaçãodo
sistema ecológico e proteção ascomunidades
indígenas. ' ~«
Não
obstante os resultados satisfatóriosem
alguns setorescomo
o asfaltamento daBR
364
e a criação de núcleos urbanos, sob os aspectos social e ecológico os resultadosnão
corresponderam às expectativas e não atingiram aos objetivos
do
programa, tantoassim que
uma
Avaliação deMeio
Termo
realizadaem
1984, revelou que a taxa de desflorestamento deRondônia
era elevada e a exploração desordenada,com
média
estimada de 2.300km/ano,
ocorrida
no
período 1978-1988.Para corrigir as distorções das atividades
que
vinham
ocorrendo, especialmente quantoaos setores
econômicos
e ecológicos, oGoverno
de Rondônia, financiado peloGoverno
Federal e
Banco
Mundial,implementou
no período 1.986-l997 o PlanoAgropecuário
eFlorestal de
Rondônia -
PLANAFLORO,
num
esforço conjunto para dotar o Estado deRondônia
deum
modelo
de desenvolvimentopróximo
da sustentabilidade, tendocomo
ferramenta básica ozoneamento
e planificação zonal que definia a política deordenamento
ambiental para ocupação racional das terras.
Nesse processo visando dotar o Estado de
Rondônia
deuma
estratégia de desenvolvimento sustentável, desenvolve-seem
fase preliminar o ProjetoÚmidas, que
trazem
seubojo
a concepção filosófica e metodológicado Prqjem
Áridas realizado no Nordestebrasileiro. Trata-se de
uma
ação conjuntado
Governo
Federal,Governo
Estadual edo
Programa
dasNações
Unidas para oDesenvolvimento
-
PNUD.
formulada no princípiodo
legitimidade sócio-política que permita o desenvolvimento consistente e durável ao longo
do
tempo. .
__
Na
trajetória desenvolvimentista de Rondônia,um
fator crucial quetem
obstado oêxito dos programas implantados:
É
a exploração das florestas nativas efetuada sob ajustificativa de dar suporte à
economia
do Estado, tantocomo
matéria-prima para exportação quanto para dar lugar à agropecuária.Embora
outros fatores deordem
ambientaltenham
prejudicado aconsecução
dosprogramas de desenvolvimento sustentável,
como
porexemplo
o crescimento demográfico e apoluição dos rios pelos garimpos de ouro e cassiterita, o desflorestamento é,
sem
dúvida, ofato gerador da cadeia de degradação do ecossistema, a
quem
se atribui a responsabilidadepelos graves problemas globais tais
como
o efeito estufacom
repercussão direta namudança
do
clima,bem como
a destruição dos rios e dospovos
indígenas. Assim, não é necessáriomuito esforço para concluir que ao ritmo cada vez mais veloz, a destruição das florestas
em
Rondônia
émera
questão de tempo.As
recentesmedidas do Governo
Federal de contenção ã exploração de madeiratem
provocado reações dos setores atingidos,
com
o apoio da classe política, sob oargumento
deque
aeconomia
deRondônia
seria prejudicada face aonúmero
deempregos
gerados e àparticipação na Receita
do
Estado dos impostos oriundos desse setor.Diante do cenário expendido, o presente trabalho
tem
como
escopo a análiseeconômico-ambiental da atividade madeireira, focalizando a relação entre o desenvolvimento
e o desflorestamento praticado no Estado de Rondônia. excluindo-se as visões simplistas e
imediatistas, refletindo criticamente sobre o seu significado e inserindo a discussão
num
contexto
em
que as implicações sobre o futuro são ressaltadas.1.2
-
Organização
do
Estudo
O
presente estudo está estruturadoem
capítulos, que são subdivididosem
tópicos de acordocom
a abrangência daabordagem
dos assuntos.Dessa
forma, os assuntos voltados aotema
central estão coligidos nos seguintes capítulos: `No
primeiro capítulo. são abordados os aspectos gerais introdutórios ao tema, aorganização metodológica
do
estudo,com
ênfase na definição dos problemas e dos objetivos,além
da relevância e delimitação do estudo.Quanto
a este aspecto, sobre a relevância edelimitação do estudo.
convém
esclarecer que ante acomplexidade
e da amplitudedo tema
O
segundo
'capítulo aborda aspectos teóricos sobre os
fundamentos do
Desenvolvimento Sustentável e sua relação simbiótica
com
oMeio
Ambiente.
Em
seguida procede-seuma
abordagem
histórica sobre o início da colonização de Rondônia, a partir desuas origens
como
parte integrante dos Estadosdo
Amazonas
e doMato
Grosso,que
viria sero antigo Território Federal do Guaporé, depois Território Federal de Rondônia, até ao atual
status federativo de Estado, criado
em
1981.Ainda
nesta primeira parte é destacada fatosmarcantes na colonização de Rondônia,
como
os Ciclos da Borracha e da Cassiterita, e ofluxo
migratório
em
duas diversas fases, desde os barbadianos, os nordestinos (arigós e soldados da borracha) e, finalmente, os sulistas após a criaçãodo
Estado.Por derradeiro são enfocados os
programas
de desenvolvimentoimplementados
em
Rondônia
-
POLONOROESTE,
PLANAFLORO
ePROJETO
ÚMIDAS,
os resultados alcançados, as contradições havidas e as perspectivasdo
futuro. _O
terceiro capítulotambém
é descritivo sobre os aspectos físicos e biótipos de Rondônia,com
ênfase para a atual situaçãodo
desflorestamento de Rondônia.O
quarto
capítulotem
importância nucleardada
a correlaçãocom otema
do
estudo. Assim, por considerar que o desflorestamento deforma
desordenada constitui o epicentro da problemática estudada, tanto nomeio
ambientecomo
na economia, analisa-se os respectivosefeitos nessasiduas áreas. Por fim, efetua-se o cálculo da relação custo-benefício entre os
impostos decorrentes da atividade madeireira e o desmatamento, concluindo o capítulo
com
uma
abordagem
crítica sobre omodelo
da atividade madeireiraem
Rondônia.No
quinto capítuloconstam
as conclusões e recomendações,onde
estãoenumerados
os principais tópicos que polarizam o tema, extraindo-se daí as bases para
um
modelo
alternativo de exploração da atividade madeireira, tendo
como
premissa fundamental. aharmonia
com
omeio
ambiente.sem
contudo abdicar da vocação desenvolvimentistado
Estado.
1.3
-
Definiçãodo
Problema
O
Fundo
Mundial para aVida
Silvestre(WWF),
em
seu relatório intitulado “Relatório do PlanetaVivo
1999”, alerta para a escalada mundial noconsumo
de madeira, tendo o Brasilpassado a ocupar o 2()“ lugar. enquanto que no ano passado ocupava o 21° lugar.
A
situação setorna mais grave
em
relação as exportações mundiais de madeiras duras tropicais,em
queparticipação absoluta e relativa do Brasil no ano passado foi de 14,77%.
ocupando
o 3° lugarEssa avalanche mundial
vem
atingindo o Estado deRondônia
devido a sua posiçãogeográfica de
Rondônia
naAmazônia
brasileira, que torna o seu futuro vulnerável senão
forem adotadas
medidas
concretas capazes de sustentar 0 seu desenvolvimento. Trata-se,portanto, de
uma
vertente exógena a concorrer para o desflorestamento do Estado.Igualmente,
do
lado endógeno, o fluxo migratório iniciado na década de oitenta trouxe omodelo
de colonização das regiões sul e sudeste, baseado na atividade agropecuáriaque
deigual
forma tem
contribuído na exaustão das florestas nativas.Como
o foco do estudo está voltado para a variável exógena, relativa a atividademadeireira, a segunda variável é abordada apenas de maneira consectária, contudo,
sem
que
isso lhe atribua importância secundária.
É
tudouma
questão de enfoque, faz-se misteresclarecer.
'
A
percepção da problemática primeira evoca dos seguimentos da sociedadeuma
inquietação sobre omodus
operandi da atividade madeireira:QUAL
A'
RELAÇÃO
CUSTO/BENEFÍCIO, NO.
ASPECTO
AMBIENTAL
E
ECONÔMICO,
DA
ATIVIDADE
MADEIREIRA
EM
RONDÔNIA?
1.4
-
Definição dos Objetivos1.4.1
-
ObjetivoGeral
O
presente estudotem
por escopo analisar a atividade madeireira, e sua repercussãotanto na
economia
quanto nomeio
ambientedo
Estado de Rondônia. Para tanto. a análiseconsubstanciou-se nos preceitos do desenvolvimento sustentável. estabelecendo parâmetros
quantitativos para efeito do cálculo da relação custo-benefício, partindo do pressuposto
que
omodelo
atual da atividade madeireira praticadaem
Rondônia
é negativo (hipótese verdadeira). Dessa forma,com
base na área desmatada anualmente, inferiu-se desta ovolume
das madeirasextraídas e o respectivo valor de
mercado
e.em
seguida, cotejou-se a receita tributáriaestadual efetivada e a devida decorrentes das madeiras extraídas. Por fim, mediante o cálculo da relação custo/benefício entre os fatores apontados (área desmatada,
volume
das madeirasextraídas. receita efetiva e receita devida). conclui-se de forma irretorquível
que
omodelo
vigente é negativo para o Estado de Rondônia. face aos danos ambientais e as exorbitantes perdas de receitas.
1.4.2
-
Objetivos EspecíficosOs
objetivos específicos ressaltam as variáveis definidoras da problemáticaenfocada
de
modo
que,quando
analisada sob o aspecto sistemático,complemente
o principal objetivodo estudo, qual seja, apontar os reflexos da atividade madeireira,
que
deve ser desenvolvidaem
harmoniacom
os ativos da natureza, aliado ao aspectoeconômico
(tributação)que deve
constituir
um
fator inibidor àforma
predatóriacomo
é praticada.Assim
sendo, os objetivosespecíficos consistem na análise dos seguintes pontos:
° Apresentar
uma
abordagem
com
base na literatura especializada sobre os conceitos,debates e desafios relacionados às políticas públicas e a
implementação
práticado
desenvolvimento sustentável'9
° Analisar os resultados (eficiência e eficácia) dos programas financiados pelo
Banco
Mundial
em
Rondônia;° Analisar a participação dos
segmentos
quetêm
contribuído para a inviabilizaçãodos
objetivos e metas dos programas de preservação ambiental:
' Políticos; e
' Empresários;
'Analisar a operacionalidade dos
Órgãos comprometidos
com
a preservação ambientalno
Estado;° Analisar a cultura ambientalista da população nativa e migrante de Rondônia;
1.5
-
Metodologia Aplicada
No
desenvolvimentodo
presente estudo, utilizou-secomo
metodologia para coleta de informações a pesquisa na literatura especializada e nos relatórios dosÓrgãos
implementadores das Políticas Ambientais e da
Economia
do Estado de Rondônia; aparticipação
em
seminários e entrevistas a pessoascomprometidas
com
a questão ambiental,cujas perguntas
foram
delineadas demodo
a permitiruma
interface clara e objetiva sobre aproblemática abordada. Assim, elaborou-se questões das quais foi possível traçar o perfil da
Da
pesquisa literáriaA
pesquisa literária tevecomo
fonte os títulos constantes da bibliografia e dareferência bibliográfica constantes no capítulo próprio.
Método
de Coleta de Informações: Entrevista1 - Entrevistados:
Com
relação às entrevista, selecionou-se pessoascom
realconhecimento do
assunto eque, consequentemente, tinham condições de prestar as informações necessárias ao
desenvolvimento
do
estudo.2
-
Plano da entrevista:Com
base nas informações necessitadas, preparou-secom
antecedência as perguntas edefiniu-se a
ordem
dasmesmas,
de forma concatenada e complementar.3
~
Pré-teste:Antecedendo
à entrevista contatou-se preliminarmentecom
as pessoas envolvidas napesquisa, discorrendo sobre os objetivos
do
trabalho e a importância da participação dasmesmas.
4
-
Diantedo
entrevistado: 'Estabeleceu-se
uma
relação amistosa, interativa,sem
partir para a imposição de idéias;As
questõesforam
formuladas naturalmente, evitando, assim, que tivesseum
caráterinquisitório ou policial;
Buscou-se a objetividade, de
modo
que a entrevista não se tornasse cansativa para oentrevistado;
5
- Órgãos
Pesquisados:Foram
pesquisados os seguintesÓrgãos
Oficiais eNão
Governamentais
envolvidoscom
implementação de políticaseconômicas
e questões ambientais no Estado de Rondônia:' Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Ambiental
deRondônia -
SEDAM;
° Secretaria de Estado do Planejamento de Rondônia:
° Secretaria de Estado da Fazenda do Acre;
° Secretaria de Estado da Fazenda
do
Amapa;
° Secretaria de Estado da Fazenda
do Amazonas;
' Secretaria de Estado da
Fazenda do
Pará;° Federação das Indústrias
do
Estado de Rondônia;' Instituto Brasileiro
do
Meio Ambiente
e Recursos Naturais-
IBAMA;
' Plano Agropecuário e Florestal deRondônia ~
PLANAFLORO;
° AssociaçãoPrograma
Amazônia
-
Amigos
da Terra Internacional;° Associação de Preservação
Ambiental
e Recuperação de Áreas Indígenas; ° Instituto de Pré-História, Antropologia e Ecologia;° Associação de Defesa Etno-Ambiental; ° Universidade Federal de
Rondônia
~ UNIR;
° Superintendência de
Desenvolvimento
daAmazônia.
1.6
-
Relevância e Delimitaçãodo Estudo
No
Estado `de'Rondônia, localizadonuma
região situada no epicentro da problemática ambientalista mundial, a questãodo
desenvolvimento sustentáveltem
sidoamplamente
debatida no âmbito político-institucional, 0 quetem
resultado no aporte de recursos oriundos dos organismos internacionais destinados àimplementação
dos diversosprogramas
desde acriação
do
Estadono
início dos anos 80.Ao
contrário das formulações, o que setem
verificado na prática éuma
avassaladoradepauperação dos recursos naturais, especialmente das florestas nativas, decorrente da exploração madeireira para fins comerciais e para dar lugar as atividades agropecuárias. Essa discrepãncia entre a política de
implementação
dosprograma
e os resultados práticosefetivamente alcançados coloca
em
'“xeque" o futuro de Rondônia, conquanto amédio
e longo prazos o ônus dessedescaminho
deverá ser pago, tanto sob o aspecto econômico, pelo resgate dos financiamentos e pela ausência deuma
atividade consolidada, quanto sob o aspecto ambiental, face a exaustão dos ativos naturais.como
0 assoreamento e contaminação dos rios,a dizimação dos povos indígenas e a devastação das florestas. Q
Analisar criticamente e apresentar alternativas que
possam
contribuir para corrigir asdistorções apontadas exige
uma
abordagem
maisampla
ecomplexa
abrangendo as áreas daeconomia. do
meio
ambiente, da sociologia e da antropologia,sem
contar a vontade políticade executar, que constitui fator preponderante no exito de qualquer empreitada.
O
presente estudo extrai deste contexto de variáveis aquela que e a determinante para apraticado e suas circunstâncias adversas à
economia
e aomeio
ambiente. delimita-se otema
eamplia-se o debate sobre as perspectivas
do
desenvolvimento sustentável de Rondônia.ESTRATÉGIA
PARA O
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
DE
RONDÔNIA
Capítulo 2
2.1 -
Desenvolvimento
Sustentável eMeio
Ambiente
-
Conceitos e DefiniçõesA
sustentabilidade ambiental, de acordocom
Goodland, significa“mudanças no
estilode
vidaque permitam manter
o capital natural.Manter
o capital natural constante,por
suavez, significa
manter
inalterados os serviços ambientais tanto de fonte quantode
fossaou
despejo
do
ecossistema”. Foi a partirdo
RelatóriodaComissão
Mundial
sobreMeio
Ambiente
e Desenvolvimento(CMMAD),
de 1987 (nosso futurocomum)
e da Conferência dasNações
Unidas sobre oMeio Ambiente
(UNCED) em
1992, que a sustentabilidade adquiriu dimensóes*'maiores, tornando-se palavra deordem
nos diferentes contextos daspolíticas sócio-econômicas e ambientais.
Na
verdade significa diferentes coisas paradiferentes pessoas.
Quaisquer que sejam as diversas matizes, todas elas
concorrem
para a conjunção simbiótica entre omeio
ambiente e o desenvolvimento, isto é, não sepode
analisar os dois demaneira desvinculada.
O
referido Relatório daComissão
Mundial sobreMeio Ambiente
eDesenvolvimento,
também
conhecidacomo
Comissão
Brundtland, afirmava queno meio
ambiente
que
todos nós vivemos; o desenvolvimento é oque
todosfazemos
ao tentarmelhorar
o
que
noscabe
neste lugarque
ocupamos.Os
dois são inseparáveis "'.'
Os
conceitos e recomendações daComissão
Brundtland são enfatizados neste capítulo por terem sido aceitos pelas entidades da Organização dasNações
Unidas(PNUMA,
PNUD
etc.), constituindo-se, portanto, nos instrumentos norteadores das políticas de
desenvolvimento e ambientais dos
programas
financiados peloBanco Mundial
eBanco
Interamericano de Desenvolvimento.
Na
acepção daCMMAD
-
Comissão Mundial
sobreMeio
Ambiente
eDesenvolvimento, o desenvolvimento sustentado se caracteriza não
como
um
estado fixo de harmonia.porém
como
um
processo demudança.
pelo qual a exploração de recursos. a gestão dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e asmudanças
institucionaissão compatíveis
com
o futuro.sem
perder de vista as necessidades do presente.Segundo
José Carlos Barbieri,em
sua obra“Desenvolvimento
eMeio Ambiente”,
2"ecológica, na verdade, diz o mestre, são levados
em
consideração as “dimensões sociais,políticas e culturais,
como
a pobreza e a exclusão social”. Essa concepçãomais
abrangentese contrapõe aos
modelos
estereotipados de desenvolvimento que são atrelados exclusivamente na idéia de crescimentoeconômico,
pelo qual a rendaper
capta, oconsumo
de energia, o
número
de telefones, etc., enfim os indicadoreseconômicos
são determinantespara se definir o desenvolvimento de
uma
sociedade.Na
esteira dessa idéiadesenvolvimentista tendo
como
referencial os aspectosmeramente
econômicos, os Planos de Desenvolvimentoimplementados
no Brasil nas décadas de60
e70
legaramuma
sociedade das mais injustas, caracterizada pela desigualdade na distribuição de renda e de terra,desequilíbrio social e ecológico, além do fator político
que
foi preponderante natomada
dedecisões naquele período.
Efetivamente, o conceito de desenvolvimento sustentado não exclui os preceitos
do
desenvolvimento econômico, ao contrário, é
uma
evolução deste, que deve ser orientado detal forma que não`
comprometa
sua continuidade no futuro, sendo necessário, para tanto, autilização racional dos recursos naturais e a garantia de sua conservação.
2.2
-
O
Paradoxo
do Desenvolvimento
Sustentávelna
GlobalizaçãoParalelamente à interdependência da
economia
mundial constata-se a interdependência ambiental planetária.É
a globalizaçãoem
suadimensão
maior, pela qual qualquer distúrbiotem
repercussãoem
todos os setores do planeta. seja deordem
econômica ou
ambiental.As
inter-relações entre as atividades de produção e
consumo
e entre estas e omeio
ambiente,produzem
efeitos tanto no espaçocomo
no tempo.Um
exemplo
bem
típico é ofenômeno
“El
Niño”
decorrente da deterioração dacamada
de ozônio da terra, ochamado
“efeito estufa” resultando no aquecimento da terra e suas intempéries.O
desenvolvimento sustentável trazem
seu bojo pressupostos quecolocam
asociedade
num
dilema conflitante sobrecomo
manterum
crescimentoeconômico
permanente.com
preservação domeio
ambiente euma
qualidade de vida adequada. Daí que não sepode
analisar
um
dano
ambientalou
um
fatoeconômico
deforma
isolada, eis que tantoum
como
outro afeta todos os grupos da sociedade, produtores e consumidores, ricos e pobres,
homens
e mulheres, jovens e ricos, independente
do tempo
edo
espaço.Na
Conferência de Estocolmo de 1.972 o posicionamento antagónico dos países ricos epobres ficou mais evidenciado.
com
os primeiros preocupadoscom
a poluição, a degradaçãoos segundo,
com
a pobreza e a possibilidade (direito) de sedesenvolverem
a qualquer custo.Até então o
modelo
de desenvolvimento fundamentava-se estritamente nos indicadores econômicos.A
propósito, a política desenvolvimentista brasileira da década de 70,especialmente os
programa
deocupação
da amazônia, foiimplementada
sem
levarem
consideração o
componente
ambiental, tendocomo
conseqüênciaenormes
desperdícios de recursos naturais.Independente dos interesses conflitantes entre os países que alcançaram o desenvolvimento e aqueles que
almejam
o desenvolvimento, a sustentabilidade passa inexoravelmente pelo conceito de qualidade de vida,onde
os fatores grau de prazer,satisfação, saúde, certeza
no
futuro e realizações alcançadas pelo indivíduo traduzem afinalidade precípua para se alcançar
um
elevado nível de qualidade de vida. -2.3 - Precedentes Históricos -
Os
CiclosEconômicos
do Estado
2.3.1 -
O
Princípio - Ciclodo
Ouro
A
ocupação histórica deRondônia tem
origem nos primórdiosdo
século XVII,com
asBandeiras que visavam a caça ao índio e a procura de minerais. madeiras nobres e especiarias.
No
entanto, Francisco Matias,em
sua obra "Pioneiros -Ocupação
Humana
e TrajetóriaPolítica de Rondônia", assevera ue nessa é oca aventureiros invleses. D franceses e holandeses
penetravam na região, através
do
rio Caiari (Madeira),em
busca das "drogasdo
sertão",como
eram
conhecidas essências tipo anil, cacau. baunilha, salsaparrilha. canela, cravo, pau-brasil,pau-preto e outras de grande valor no
mercado
europeu.Os
ortu ueses, or sua vez, artindo deBelém
9 subiram o rio Madeira de 7 ois detrans or cachoeiras, alcan
aram
o rioGua
oré, che ando até o Arraial deBom
Jesus 7 anti onome
de Cuiabá.Com
a descoberta do ouro na região, aCoroa
portuguesa passou a terpresença mais intensa na região,
com
Expedições Exploradoras e de Limites, ecom
elasnovos faiscadores que se instalavam
em
vários pontos da floresta. Era o Ciclodo
Ouro.Pelo Tratado de Tordesilhas a regiao pertencia a Espanha.
porem
com
omapeamento
dos rio Madeira,
Gua
oré eMamoré,
, no Periodo de 1722 a 17-17,houve
uma
redefinicão . doslimites entre Portugal e Espanha. mediante os Tratados de
Madri
e Santo Idelfonso, assimPortugal passou a ter posse definitiva da região e a defesa dos limites territoriais.
Embora
não ro P orcionasse ocu acão P ,econômica
efetiva na região. z, .como
resultado dessa fase tem-se os primeiros indícios de agregados populacionais, centrados principalmentena catequese jesuítica e na política de "conservação de fronteiras" de Sebastião José de Carvalho e Mello, o
Marquês
dePombal,
tendocomo
marco
dessa época a construçãodo
Real Forte Príncipe da Beira e a criação da Capitania» deMato
Grosso, tendocomo
titular o CapitãoGeneral Antônio
Rolim
deMoura.
'2.3.2 -
O
Cicloda
Borracha
O
séculoXIX
marco
o primeiro Ciclo da Borrachaem
Rondônia, proporcionado pelademanda
advinda da Revolução Industrial.Mais
precisamente o ápicedo
ciclo deu-se entre1887 e 1880, caracterizado por
um
forte fluxo migratório de nordestinos quefugiam
da seca que assolou aquela região. Acrescente-se ao fato a intensa propaganda oficial,que
resultou na vinda de mais de oito milhomens
que
adentraram os rios e se estabeleceram nos seringais.Eram
os "arigós".A
ação dos seringueiros foi tão intensa que criouum
conflito internacionalcom
aBolívia,
em
face da invasão de seu território.Como
solução foi assinado o Tratado dePetrópolis, mediante o qual o Brasil
pagou
2 milhões de libras de indenizaçãomais
ocompromisso
deuma
estrada de ferroque
permitisse o acesso da Bolívia ao rioMadeira
e daípara o rio
Amazonas
eOceano
Atlântico.Como
legado desse primeiro Ciclo da Borracha,tem-se as cidades de Guajará-Mirim e Porto Velho.
O
segundo
Ciclo da Borracha deu-se nos anos40
como
conseqüência da 2°Guerra
Mundial
que deixou a Malásia. grande produtora da época, isolada.A
política oficial deatraçãoffoi basicamente a
mesma.
com
chagada
de nordestinosdenominados
"Soldados daBorracha", tendo
como
fato marcante a criaçãodo
Território Federaldo Guaporé,
hoje Rondônia, que foidesmembrado
doAmazonas
eMato
Grosso.2.3.3
-
O
Cicloda
CassiteritaNa
década de 5() foram descobertos os primeiros aluviöes de cassiteritaem
Rondônia,nas áreas dos antigos seringais. o que recrudesceu
um
novo
fluxo migratório de diversosEstados brasileiros e
também
da Bolívia e Peru.A
garimpagem manual
absorviaaproximadamente
50%
da populaçãoeconomicamente
ativa,com
grande significância na fomentaçãodo
comércio do então Território.Esse período perdurou ate Sl de
março
de l97l,com
o advento da Portaria n° 195/70, expedida pelo Ministério dasMinas
e Energia. que proibiu agarimpagem
manual
em
facedo
reduzido percentual de aproveitamento, fato
que
inviabilizava a exploraçãocomplementar
mecanizada.
De
forma
concreta amedida
teveum
impactoeconômico
e social adverso para Rondônia, pois milhares de famílias perderam-sumariamente
suas fontes de renda,além do
que o setor oligopolizado que passou a explorar o minério (as multinacionais),
exportavam
oproduto
em
forma
brutasem
nenhum
benefício concreto para a incipienteeconomia
local.Findo
o Ciclo da Cassiterita,Rondônia
passou a década de 70numa
espécie de hibernação sob todos os aspectos, especificamentecom
suaeconomia
que era subsidiada pela União, vezque
sua condição de Território Federalo
tornava, na verdade,um
departamentoda
estrutura
do
Ministério do Interior, deonde
eram
egressos os Governadores e ali setomava
asdecisões de estratégias política e econômica. _
Foi nesse período que a
emancipação
político-administrativa do Território Federal deRondônia
tomou
forma
concreta mediante a participação ativa dos diversossegmentos
da sociedade.Em
1975,com
anomeação do
CoronelHumberto
da Silva Guedes, oGoverno
da República tornou ofieial os preparativos para a criaçãodo novo
Estado da Federação.Diante da missão, o Cel.
Humberto
Guedes encomendou
estudos da Universidade deBrasília sobre a viabilidade econômica, social e política para a criação
do
Estado,no
entanto,devido a transição do
Governo
Federal e questões políticas regionais, o fatosomente
consumou-se
na década seguinte. VAssim,
em
22
dedezembro
de 1981, foi sancionada a LeiComplementar
Federaln° 41,
que
criou o Estado de Rondônia, sendonomeado
o Cel. Jorge Teixeira de Oliveira parao cargo de
Governador
donovo
Estado, cuja administração foimarcada
pelaimplementação
de obras de infra-estrutura e pela
condução do
processo político-administrativocom
a criação dos Poderes Constituídos e demais órgãos da estrutura da Administração Pública Estadual,bem como
a estruturação dos núcleos interioranos que mais tarde se tornaram Municípios.2.4 - Experiência
de
Políticas Públicasem
ProjetosFinanciados
peloBanco
Mundial
2.4.1 - Polonoroeste
A
década de 80,também
conhecidacomo
o Ciclo da Agricultura. foimarcada
pelo"boom
" daeconomia
de Rondônia,sem
dúvida amelhor
faseem
decorrência dos recursosque
aportavam
destinados a infra-estruturado
recém-criado Estado. Tais recursos decorriamem
grande partedo Banco
Mundial que financiou oPrograma
deDesenvolvimento
Integradodo
° concorrer para maior integração nacional,
com
a pavimentação daBR-364
no
trecho Cuiabá-Porto Velho; '
°
promover
a adequadaocupação
da região,absorvendo
populaçõeseconomicamente
marginalizada de outras regiões;
° lograr 0
aumento
significativo na produção da região e na renda de sua população;° favorecer a redução de disparidades de desenvolvimento
no
âmbito dos municípios; ° assegurar 0 crescimento da produçãoem
harmonia
com
as preocupações depreservação
do
sistema ecológico e da proteção àcomunidades
indígenas.Embora
oPOLONOROESTE
tenha alcançado resultados satisfatórios no tocante ainvestimentos e obras, principalmente quanto a
pavimentação
daBR-364,
no que tange ao desenvolvimentoharmônico
social e ecológico os resultados deixaram muito a desejar,especificamente quanto as ações de controle e fiscalização dos unidades de conservação e
desmatamentos. Aliás, sobre o aspecto ecológico, o 4° Relatório de Monitoria
do
Polonoroeste, elaborado pelo
Banco
Mundial, pag. 56, l984, fazia a seguinte observação:"Sem
dúvidaalguma
a situaçãomais
sériado
programa
e aquela relacionadacom
a preservaçãodo
meio ambiente.Através
do
programa
demonitoramento
da cobertura .vegetal eoutras informações, constatou-se que:
- a preservação
de
50%
da
floresta nos projetos antigosnão
vem
sendo respeitada;- a presença
de
invasoresem
varia reservas indígenas,biológicas, reservas
em
bloco e até estação ecológica;desmatamento de
áreasnão
produtivas (pedregosaou
declivosas);
-
desmatamento
de beirade
riosou
igarapefls.Parece de
fundamental
importância e urgência. a criaçãodo
Instituto de Preservação Florestal e de Recursos Naturais Renováveis
que
por
razõesque
escapam
a alçada destaCoordenação não
se efetivou.É
indispensáveltambém
a realizaçãode
um
trabalho integradoentre
IBDF,
FUNAI,
SEMA,
'INCRA
edemais órgãos
envolvidos, visando ações preservacionistas.
É
também
de fundamental
importância a imediata operacionalizaçãodo
convênio assinado entre oIBDF, Estado
de
Rondônia
e policia Militar/R0para
o controle e fiscalização dos recursos naturais.Esta
coordenação
por
iniciativado
Núcleo Técnicovem
coletandodados
(fotografias e outras),com
a finalidadede
propor
àCoordenação Nacional
a colaboração das equipesde
D.C. (Desenvolvimento
de Comunidade)
daSUDECO
eSEMA
para
uni traballiode
conscientização dapopulação
em
De
um
modo
geral,além
das deficiências estruturaiscomo
recessão econômica,atrasos
na
liberação de recursos e incapacitação de recursoshumanos,
a execuçãodo
POLONOROESTE
foi sensivelmente prejudicada por problemasexógenos
como
amigração
descontrolada,
desmatamento
acelerado, desistência depequenos
agricultores nos projetos de assentamento, ocupação de áreas de baixo potencial agrícola, exploração insustentável de madeira, surgimento degarimpos
desordenados, invasões de áreas indígenas e unidades de conservação, dentro outros demenor
importância-O
fracasso doPOLONOROESTE
pode
ser resumido nas palavras do então Presidentedo
Banco
Mundial, Barber Conable-, queem
1987
afirmou ser o programa:"...esforço ambientalmente correto
que deu
errado.O
Banco
não
enxergou as realidadeshumanas,
institucionais e físicasda
.selva e
da
ƒronteira...Medidasde
proteção de terras frágeis epopulações indígenas
foram
incluídas.no
entanto, estasnão
foram
implementadasem
tempo
oumonitorada
' ~«
adequadamente”. (apud Millikan, Brent H., 1998, p. 21)
2.4.2 -
Planafloro
A
segunda fase da experiência do desenvolvimento sustentável deRondônia
continuafase de execução através
do
Plano Agropecuário e Florestal deRondônia
-PLANAFLORO,
que na visão do
Banco Mundial
representava a oportunidade de reverte os equívocos sócio-ambientais que caracterizaram a execução doPOLONOROESTE.
ao passo que para oGoverno
Estadual significava a continuidadedo
fluxo de recursos externos.A
ferramenta básica é ozoneamento
e a planificação zonal que define a política deordenamento
ambiental paraocupação
racional das terras,em
especial na áreas demelhor
potencial produtivo e maior índice de ocupação; o disciplinamento
do
processo deocupação
amazônica; a delimitação e a
demarcação
das Unidades de Preservação dasÁreas
Indígenas,das Florestas Extrativistas e de
Rendimento
Sustentado; e reorientação dosmecanismos
deincentivo governamentais e dos investimentos públicos e privados
do
Estado.O
Zoneamento
Sócio-Econômico-Ecológico deRondônia
definiu as políticas zonaisrelativas aos recursos naturais. a saber:
Definição Sintética
das
Zonas
Zonas
Áreas(ha) Finalidade . -1 6.195.000
INTENSIFICAÇAO
DA
EXPLORAÇAO
AGROPECUÁRIA
-
ordenamento e 'recuperação das atividades agrícolas, pecuárias e agroflorestais.
PEQUENOS AGRICULTORES
EM
COLETIVIDADE
-
2 3.015.000 ordenamento, recuperação e desenvolvimento da atividade agropecuária e de agricultura consorciada
com
culturas perenes.RIBEIRINHA
~
Aproveitamento
de várzeas e terras firmes marginais3 589.000
em
zonas ribeirinhas, desenvolvendo atividades agroflorestais e de pescaEXTRATIVISTA
-
ordenamento
e desenvolvimentodo
extrativismo4 3.500.000 vegetal de castanha.
gomas,
óleos, frutos e raízes exploráveis.MANEJO FLORESTAL
- ecossistemas florestais ligeiramente frágeis,com
predominância de florestas ombrófilas abertas e densas,5 2.435.000 importante potencial madeireiro e
que
são utilizadas para extração de madeiraem
escala comercialCONSERVAÇÃO
E
PRESERVAÇÃO
PERMANENTE
_
ecossistemas florestais
que
exigem
proteção emanejo
ambiental _ permanente. Incluem as áreas indígenas e unidades legalizadas de6 6.400.000 conservação.
Fonte:
SEPLAN/RO
Em
termos de conservação ambiental, oPLANAFLORO
buscapromover
amanutenção
do equilíbrio ecológico no Estado, assegurando a estabilidade dasUnidades
de Conservação e preservação existentes e priorizando a criação, implantação e desenvolvimentocom
proteção de mais de 12 unidadesno
âmbito Estadual (Parques Estaduais, Reservas Biológicas, Estações Ecológicas e Hortos), cuja superfície abrangeuma
área deaproximadamente
913.000 há.,bem como
a sustentação da integridade física das Áreas Indígenas. totalizando cerca de 6,4 milhões de hectares protegidos.Embora
na conformaçãocom
os princípios do desenvolvimento sustentável O Planafioro seja perfeito, na prática nãotem
alcançado os resultados previstos,conforme
a"Análise Crítica de Implementação". efetuada pela Organização
Não
Governamental
"Amigos
da Terra" (Friends of th Earth), p. 8. que apontou os seguinte problemas:
“ƒimcí‹›nanzenm precário das rf/zstituições
de
gestãoparticipativa
do
pr‹›jet‹›. /'e.s'p‹›n.s'áveí.s' pelo planejamento,a
implementação
insuficiente doscomponentes
do
projeto relacionados àconservação
e proteção ambiental(zoneamento
sócio-econômico-ecológico, unidades estaduais
de
conservação,monitoramento
e fiscalização ambiental); .sérias fragilidades e riscos associados à
implementação
do
Programa
de
Apoio
a Iniciativas Comunitárias (PAÍC),no que
se refere à sua
capacidade de
promoção
do
desenvolvimentocomunitário
em
base sustentável;a falta de articulação entre as iniciativas
do
projeto e outraspolíticas e projetos governamentais, evidenciada pela
persistência
de
incompatibilidades entre diversas políticaspúblicas (política fundiária, política agrícola, licenciamento ambiental, etc. ),'
a precariedade das ações voltadas
para
a capacitação técnica deONGS,
movimentos
sociais e funcionáriosde
órgãos
governamentais. especialmente nas áreas de políticas públicas e desenvolvimento comunitário
Além
dos roblemasmencionados no
relatório, os"Amivos
«D da Terra" a ontou víciosendêmicos
quecoloeam
em
"xeque" a consecução dos programas governamentais, dos quais destacam-se os seguintes:“- a distância entre o discurso e a prática,
em
projetosque
visam o desenvolvimento sustentável,
pode
se tornar muitoexpressiva.
A
implementação de
ações efetivas torna-seextremamente problemática
quando
a atuaçãode órgãos
governamentais está
baseada
em
interesses políticos e econômicosde
uma
minoria dominante,em
detrimentoda
coletividade.
- a estratégia
do
Banco
Mundial
de privilegiar negociaçõesisoladas
com
Órgãos governamentaisnão
alcançou os resultados desejadosdo ponto
de vista técnico e,mais
importante,
em
termosde
sustentabilidade politica (ownership)do
projeto.-
em
um
processo de gestão participativa, é necessária a definiçãode
estratégiaque
resgatem a participação ativa e responsável daspopulações
que, historicamente,foram
marginalizadas
do
planejamento governamental, evitando-se.assim, o paternalismo tradicional ”.
2.4.3 - Projeto
Úmidas
No
processo de dotar o Estado deRondonia
de alternativas para o desenvolvimentosustentável. encontra-se
em
fase de negociaçãocom
oBanco
Mundial aimplementação do
"Projeto Úmidas", cujo arcabouço metodológico foi inspirado no "Projeto Áridas" aplicado ao