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Hábitos alimentares de estudantes universitários em período de contenção social

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Hábitos alimentares de estudantes

universitários em período de

contenção social

Eating habits of university students

during containment period

Ana Sofia Santos de Oliveira

ORIENTADO POR: Dr.ª Rosário Seixas Martins

TRABALHO COMPLEMENTAR – Trabalho de Investigação

1.º CICLO EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO | UNIDADE CURRICULAR ESTÁGIO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTO

TC

PORTO, 2020

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Resumo

Introdução: Devido à pandemia COVID-19, a população estudantil da Universidade do Porto viu a sua rotina alterada com a suspensão das aulas presenciais. Os estudantes universitários são um grupo de risco para hábitos alimentares inadequados e para o sedentarismo e, aliado a isto, a necessidade de isolamento profilático, promovem alterações nos comportamentos alimentares. Objetivo: Pretendeu-se, com este estudo, avaliar o impacto do período de contenção social nos hábitos alimentares de estudantes universitários portugueses, assim como identificar as principais alterações destes. Métodos: Estudo observacional analítico do tipo transversal, no qual foi aplicado um questionário on-line a 137 estudantes da Universidade do Porto (UP). O questionário inclui: caracterização sociodemográfica, dados antropométricos, hábitos alimentares, prática de atividade física e compra de alimentos. Resultados: Verificou-se que 77,6% dos inquiridos alterou a sua alimentação durante o período de confinamento, quer a nível de número como de horários das refeições. Cerca de 15 inquiridos (11,2%) referem ter deixado de consumir refrigerantes e sumos (RS) e 17,9% (n=24) bebidas alcoólicas (BA). Do total da amostra, 24,6% (n=33) aumentou e 22,4% (n=30) diminuiu de peso. Verificou-se que 22,4% (n=30) passou a praticar atividade física (AF) e 12,7% (n=17) deixou de praticar. Conclusão: Uma percentagem significativa dos estudantes universitários alterou os hábitos alimentares durante o período de contenção social, expressa pela variação do peso, aumento do número de snacks, mais apetite/vontade de comer, diminuição da ingestão de bebidas alcoólicas e aumento da ingestão de doces, bolos e bolachas e snacks, salgados e pizzas. Palavras-chave: COVID-19; hábitos alimentares; estudantes universitários; contenção social.

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Abstract

Introduction: Due to the COVID-19 pandemic, student population of the University of Porto saw its routine changed with the suspension of regular classroom sessions. University students are a group at risk for inappropriate eating habits and sedentary lifestyle and, combined with this, the need for prophylactic isolation, promote changes in eating behaviors. Objective: The aim of this study was to assess the impact of the period of social restraint on the eating habits of Portuguese university students, as well as to identify their main changes. Methods: Analytical observational cross-sectional study, in which an online survey has been run to 137 students from the University of Porto. The survey includes: sociodemographic characterization, anthropometric data, eating habits, physical activity and food purchases. Results: It was found that 77.6% of respondents changed their food during the confinement period, both in terms of number and meal times. About 15 respondents (11,2%) report having stopped consuming soft drinks and juices and 17,9% (n = 24) alcoholic beverages. Of the total sample, 24,6% (n = 33) increased in weight, 22,4% (n = 30) decreased and 31,3% (n = 42) maintained. It was found that 22,4% (n = 30) started to practice physical activity and 12,7% (n = 17) stopped practicing. Conclusion: A significant percentage of university students changed their eating habits during the period of social restraint, expressed by weight variation, increased number of snacks, more hunger/desire to eat, decreased intake of alcoholic beverages and increased intake of sweets, cakes and cookies and snacks, savory and pizzas.

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BA – Bebidas alcoólicas

COVID-19 – Coronavirus Disease CPO – Carne, pescado e ovos DBB – Doces, bolos e bolachas DGS – Direção Geral de Saúde

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto FAUP – Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto FBAUP - Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto

FCNAUP – Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

FCUP – Faculdade de Ciências da Universidade do Porto FDUP – Faculdade de Direito da Universidade do Porto FEP – Faculdade de Economia da Universidade do Porto FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto FFUP – Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto FLUP - Faculdade de Letras da Universidade do Porto

FMDUP – Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto FMUP – Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

FPCEUP – Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto

ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar IMC – Índice de Massa Corporal

PNS – Padrão de comportamento alimentar não saudável PS – Padrão de comportamento alimentar saudável

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RS – Refrigerantes e sumos SSP – Snacks, salgados e pizzas UP – Universidade do Porto

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Sumário

Resumo ... i

Abstract ... ii

Lista de abreviaturas, siglas e acrónimos ... iii

Introdução ... 1 Objetivos ... 2 Objetivo Geral ... 2 Objetivos Específicos ... 2 Metodologia ... 3 Declaração de Ética ... 3

Tipo de estudo e Amostra ... 3

Questionário ... 3 Material e Métodos ... 4 Pré-teste ... 4 Análise Estatística ... 4 Resultados ... 5 Discussão ... 8 Conclusões ... 13 Agradecimentos ... 15 Referências ... 16

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Anexos ... 21 Índice de Anexos ... 21

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Introdução

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou a epidemia de COVID-19 como sendo uma pandemia. Esta mesma entidade define uma pandemia como “uma propagação mundial de uma nova doença”(1).

A COVID-19 não é a primeira pandemia a nível mundial e, certamente, não será a última. Contudo, será a primeira na qual, muito provavelmente, não haverá diminuição da capacidade de distribuição alimentar e, consequentemente, não haverá escassez de alimentos, tal como temos vindo a observar. Aliado a isto, o aumento da procura e da compra excessiva de alimentos, nomeadamente daqueles com elevado valor energético e teor de açúcar e sal, e a disponibilidade imediata de alimentos apelativos, levam ao consumo de energia em excesso. Adicionalmente, a necessidade de isolamento promove o sedentarismo e a diminuição da prática de exercício físico, levando a um balanço energético positivo. Deste modo, as condições para o aumento do armazenamento de massa gorda e do peso estão criadas, abrindo portas para a obesidade – a epidemia do século XXI(2, 3).

O estado de saúde dos estudantes universitários revela-se de extrema importância, uma vez que esta população caracteriza-se, atualmente, pelo sedentarismo e pelos hábitos alimentares desequilibrados (nomeadamente o consumo excessivo de alimentos com elevada densidade energética e a baixa ingestão de hortofrutícolas)(2, 4, 5). Estes comportamentos alimentares podem estar relacionados com o stress académico(6), designadamente, na época de frequências, exames e apresentações, que é, agora, exacerbado pela situação em que vivemos. Recentemente, os estudantes viram-se obrigados a alterar

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drasticamente a sua rotina, devido à suspensão das aulas presenciais em toda a Universidade do Porto (UP). Assim, a comunidade universitária teve que se adaptar e optar, na maioria dos casos, pelo teletrabalho e pelas aulas à distância. Esta situação, por si só, já causa ansiedade, sendo agravada pelas limitações impostas a toda a população, nomeadamente, a necessidade do isolamento profilático.

Sendo a população universitária um grupo de risco para hábitos alimentares inadequados e para o sedentarismo, e visto que a situação pela qual atualmente passámos atualmente exacerba ainda mais estes dois fatores de risco, é de interesse avaliar o impacto do período de confinamento neste grupo populacional, a fim de perceber quais a principais alterações que ocorreram ao nível dos comportamentos alimentares.

Objetivos Objetivo Geral

Pretendeu-se, com este estudo, avaliar o impacto do período de contenção social nos hábitos alimentares de estudantes universitários, assim como identificar as principais alterações destes.

Objetivos Específicos

• Caracterizar os hábitos alimentares dos estudantes da UP durante o período de contenção social.

• Comparar a alimentação dos estudantes universitários antes e durante este período.

• Identificar padrões de comportamento alimentar neste grupo populacional durante este período.

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• Avaliar a prática de AF durante o confinamento e compará-la com o período antecedente.

Metodologia Declaração de Ética

Previamente à operacionalização, este estudo foi submetido à Comissão de Ética da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), que o validou eticamente e deu a necessária autorização para a sua realização. (Anexo A)

No início do questionário foi enviado um pedido de consentimento informado a todos os participantes, informando-os acerca dos objetivos do trabalho (Anexo B), tendo sido garantidos o anonimato e a confidencialidade dos dados recolhidos.

Tipo de estudo e Amostra

Este trabalho consistiu num estudo observacional analítico do tipo transversal. Foi utilizada uma amostra de conveniência de 137 estudantes universitários da UP que tenham estado em contenção social.

Questionário

Foi aplicado um questionário on-line entre o dia 25 de maio de 2020 e o dia 1 de junho de 2020. (Anexo C)

Esse questionário era composto por 7 secções, sendo a primeira um texto explicativo do projeto e o pedido de consentimento informado, tal como anteriormente referido. A segunda secção teve como objetivo concluir se o participante está/esteve em contenção social ou não e há quantos dias. Em caso de resposta negativa a esta questão, o questionário dava-se como terminado. A

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terceira secção pretendeu avaliar algumas características sociodemográficas (idade, sexo, grau académico, instituição de ensino, nacionalidade, naturalidade, local onde se encontra/encontrou durante o período de contenção social e autonomia na gestão da alimentação durante este período). A quarta secção questionou sobre os dados antropométricos tais como: peso, altura e variação de peso durante o período de contenção social (reportados pelo inquirido). A quinta secção incidiu nos hábitos alimentares em contexto de contenção social (alteração do consumo de certos grupos de alimentos, do apetite de comer, do número e horários das refeições e da ingestão de água). A sexta secção questionou sobre a prática de AF antes e durante o período de contenção social, assim como a sua frequência semanal. Por fim, a sétima secção dizia respeito à compra de alimentos durante o período de contenção social.

Material e Métodos Pré-teste

Após a elaboração da primeira versão do questionário realizou-se um pré-teste através da sua divulgação on-line, tendo sido recolhidas 44 respostas de estudantes universitários de várias universidades nacionais, afim de identificar eventuais falhas ou dificuldades de compreensão das questões apresentadas. Análise Estatística

A análise dos dados foi realizada com auxílio do software IBM SPSS Statistics

versão 26.0 para macOS. A estatística descritiva consistiu no cálculo de

frequências absolutas (n) e relativas (%) e de medianas e percentis (P25; P75). A normalidade da distribuição das variáveis cardinais foi avaliada pelos coeficientes de simetria e de achatamento. Foi usado o teste exato de Fisher para avaliar a dependência entre pares de variáveis. Compararam-se as ordens médias de

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amostras independentes pelos testes de Mann-Whitney e de Kruskal-Wallis. Quando aplicáveis, os testes post-hoc foram feitos com correção de Bonferroni. Rejeitou-se a hipótese nula quando p < 0,05.

Resultados

Dos 134 indivíduos que constituíram a amostra, 85,1% (n=114) são do sexo feminino e 14,9% (n=20) do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 18 e os 45 anos e média de 22 anos. O Índice de Massa Corporal (IMC)médio é de 21,7 kg/m², sendo o IMC mínimo de 15,8 kg/m² e o máximo de 33,1 kg/m².

A caracterização da amostra por grau de IMC, grau académico, instituição de ensino e nacionalidade é apresentada na tabela 1. (Anexo D)

Relativamente ao período de contenção social, 76,9% dos inquiridos (n=103) refere ainda estar em confinamento e 23,1% (n=31) refere já não estar. A média de dias de confinamento é de 65,1 dias, com um mínimo de 7 e um máximo de 120 dias. Não foram encontradas diferenças significativas entre o número de dias em confinamento e o consumo dos alimentos analisados.

Quanto à gestão da alimentação durante este período, 70,9% dos inquiridos (n=95) refere ter estado autónomo na gestão da sua alimentação.

Dos 134 inquiridos, 74,6% (n=100) afirma ter controlado o peso durante este período, sendo que, do total da amostra, 24,6% (n=33) aumentaram de peso, 22,4% (n=30) diminuíram e 31,3% (n=42) mantiveram.

Houve diferenças significativas entre a variação de peso e o IMC (ρ =0,009), o facto de os indivíduos terem sentido mais apetite/vontade de comer (ρ=0,002) e o número de snacks feitos (p<0,001). Aqueles que aumentaram de peso apresentam maior IMC do que aqueles que mantiveram o peso. Quem aumentou

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de peso referiu sentir mais apetite (78,8%) do que quem diminuiu (36,7%) ou manteve (42,9%) o peso; a proporção de quem não controlou o peso (58,6%) não difere das restantes. O consumo de snacks parece estar relacionado com o ganho de peso; quem aumentou de peso tem maior proporção (63,6%) de pessoas que aumentaram os snacks, relativamente a quem diminuiu (16,7%) ou manteve (31,0%) o peso. Quem diminuiu de peso tem menor proporção (16,7%) de pessoas que aumentaram os snacks, em relação a quem aumentou ou não controlou.

Não se verificaram diferenças significativas (p = 0,330) em termos de IMC entre quem aumentou (mediana = 21,2; P25 = 19,9; P75 = 22,9) ou não (mediana = 21,7; P25 = 19,8; P75 = 23,6) o consumo de snacks; nem diferenças significativas (p = 0,296) em termos de IMC entre quem sentiu (mediana = 21,3; P25 = 19,9; P75 = 22,8) ou não (mediana = 21,4; P25 = 19,8; P75 = 23,8) mais apetite.

Encontraram-se diferenças significativas entre a variação do peso e o consumo de carne pescado e ovos (CPO) (p=,044), laticínios (p<0,001), cereais e derivados (p=0,005), gorduras e óleos (p=0,005), doces, bolos e bolachas (DBB) (p<0,001), snacks, salgados e pizzas (SSP) (p<0,001) e RS (p=0,037). Quem diminuiu de peso diminuiu o consumo de lacticínios (33,3%), de cereais e derivados (26,7%), de gorduras e óleos (20%), de DBB (46,7%), de SSP (60%) e de RS (43,3%) e aumentou o consumo de CPO (36,7%). Quem aumentou de peso aumentou consumo de CPO (21,2%), lacticínios (36,4%), cereais e derivados (36,4%), de gorduras e óleos (36,4%), de DBB (57,6%), de SSP (42,4%) e de RS (18,2%).

No geral, 77,6% (n=104) dos inquiridos alterou a sua alimentação durante o período de confinamento: 41% (n=55) refere ter aumentado o número de vezes que come entre as refeições principais (snacking); 11,9% (n=16) alterou o número de refeições por dia, 11,9% alterou o horário das refeições e 23,1% (n=31) alterou

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o número e o horário das refeições. Cerca de 72 inquiridos (53,7%) referem ter sentido mais apetite/vontade de comer durante este período.

Quem tem sentido mais apetite/vontade de comer tem maior proporção (62,5%) de pessoas que aumentaram o número de snacks do que quem não tem sentido mais fome/vontade de comer (16,1%); (ρ<0,001).

Dos inquiridos que aumentaram o número snacks, 29,1% aumentou a ingestão de laticínios (ρ=0,007), 58,2% de DBB (ρ<0,001) e 45,5% de SSP (ρ<0,001). Quem tem sentido mais apetite aumentou o consumo de laticínios (26,4%; p=0,010), DBB (52,8%; p<0,001), SSP (40,3%; p=0,002) e RS (16,7%; p=0,031).

As frequências absolutas e relativas do consumo alimentar estão sumarizadas na tabela 2 (Anexo D). Cerca de 15 inquiridos (11,2%) referem ter deixado de consumir RS e 17,9% (n=24) BA. Verificou-se um aumento no consumo de hortícolas, (29,9%), fruta (29,9%), DBB (37,3%), SSP (27,9%), água (36,6%), alimentos congelados (16,4%) e alimentos enlatados (16,4%); e uma diminuição na ingestão de hortícolas (9,7%), fruta (14,1%) e água (10,4%).

Nas tabelas 3, 4 e 5 (Anexo D) encontra-se a relação entre consumo alimentar e a idade, o IMC e a duração do período de contenção, respetivamente. Apenas se verificaram diferenças significativas para o IMC no consumo de CPO (ρ=0,004), os que aumentaram o consumo têm maior IMC; e no consumo de alimentos congelados (ρ=0,042), os que aumentaram o consumo têm maior IMC do que os que mantiveram consumo. Houve diferenças significativas no parâmetro da idade relativamente ao consumo de cereais e derivados (ρ=0,012): os que aumentaram o consumo de cereais são mais velhos do que os que mantiveram o consumo.

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No que toca à prática de AF antes do período de contenção social, 61,2% (n=82) dos inquiridos praticava AF, com uma frequência média de 2 dias por semana (dp=2; mín.=0; máx:7), e, durante este período, este valor subiu para 70,9% (n=95), com uma frequência média de 3 dias por semana (dp=2; mín.=0; máx:7). Verificou-se que 22,4% (n=30) passou a praticar AF e 12,7% (n=17) deixou de praticar.

Houve diferenças significativas entre a prática de AF e o consumo de hortícolas (ρ=0,006), fruta (ρ=0,010) e SSP (ρ=0,011). Quem sempre praticou AF ou começou a praticar durante o confinamento aumentou o consumo de hortícolas (69,2% e 46,7% respetivamente) e fruta (64,6% e 46,7%) e diminuiu o consumo de SSP (26,2% e 33,3%). Quem nunca praticou AF ou deixou de praticar durante o confinamento diminuiu o consumo de hortícolas (18,2% e 29,4%, respetivamente) e fruta (27,3% e 35,3%) e aumentou o consumo de SSP (50% e 52,9%).

Verificou-se que 21,6% (n=29) dos inquiridos não preparou uma lista sempre que foi às compras de bens alimentares e/ou fez compras online. Dos 78,4% (n=105) que preparam uma lista de compras, 53,3% (n=56) dos inquiridos teve em consideração as recomendações da Direção Geral de Saúde (DGS) na realização da mesma.

Discussão

Na presente investigação observou-se que uma elevada proporção (77,6%) dos estudantes universitários alterou os seus hábitos alimentares durante o período de confinamento. Segundo o inquérito sobre alimentação e atividade física em contexto de contenção social da DGS(7), apenas 45,1% dos portugueses alterou os seus hábitos alimentares durante este período. Estas diferenças percentuais podem ser explicadas pela suspensão das aulas presenciais em toda a

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UP, o que obrigou os estudantes a permanecer em casa em teletrabalho e/ou assistindo às aulas online. No entanto, nem toda a população portuguesa ficou em teletrabalho, o que pode justificar o porquê de não terem alterado tão substancialmente os seus hábitos como os estudantes universitários.

De acordo com um dos objetivos deste estudo, foi possível identificar dois padrões de comportamento alimentar. Um padrão de comportamento alimentar saudável (PS), no qual se destaca o aumento do consumo de hortícolas (29,9%), fruta (29,9%) e água (36,6%) e a diminuição de BA (44,8%) e um padrão de comportamento alimentar não saudável (PNS) que engloba o aumento da ingestão DBB (37,3%) e SSP (27,9%), acompanhado da diminuição do consumo de hortícolas (9,7%), fruta (14,1%) e água (10,4%).

Verificou-se que quem sempre praticou AF ou quem começou a praticar durante o confinamento apresenta um PS, uma vez que manteve ou aumentou o consumo de hortícolas e fruta e diminuiu o consumo de SSP. Por outro lado, quem nunca praticou AF ou quem deixou de praticar neste período, diminuiu o consumo de hortícolas e fruta e aumentou o consumo de SSP, evidenciando um PNS. Estes resultados vêm de encontro a vários outros estudos que mostram que hábitos alimentares inadequados muitas vezes se associam a outros comportamentos menos saudáveis, como o sedentarismo, hábitos tabágicos e alcoólicos(8-14).

De acordo, quer com o inquérito da DGS(7), quer com outros estudos(15, 16), parece ter havido um decréscimo no consumo de BA. É importante salientar que, na amostra analisada, o decréscimo do consumo de BA foi de 44,8%, sendo o que apresentou maior variação relativamente ao consumo alimentar neste estudo. A ingestão de BA está muito relacionada com o contexto universitário(17) e, devido à

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suspensão das festas académicas e à diminuição do convívio social entre os universitários, era expectável que este consumo diminuísse.

Contrariamente, a ingestão de DBB foi a que mais aumentou (37,3%). Apesar da percentagem ser próxima à do inquérito da DGS (30,9%)(7) e de outros estudos(18), é preocupante ser tão elevada, uma vez que é relativa a alimentos com elevado valor energético e teores de gorduras e açúcar. O consumo deste tipo de alimentos tem ganho cada vez mais popularidade entre os estudantes universitários, provavelmente pela facilidade de acesso aos mesmos, preparação e pelo baixo custo associado. O aumento da ingestão de DBB e de SSP está diretamente relacionado com o maior número de snacks e um maior apetite, podendo também estar associado ao stress(19-21). A situação atual que vivemos já é, por si só, causadora de stress, à qual acresce ainda a alteração da rotina académica e pessoal dos estudantes universitários(22), a época de frequências, exames e apresentações de trabalhos bem como uma maior preocupação com o futuro profissional(23). Todos estes fatores contribuem para um estado de maior ansiedade dos estudantes, que pode conduzir a um aumento da ingestão de alimentos mais energéticos e processados, ricos em açúcar, gordura e sal. Contudo, o seu consumo excessivo(24) pode comprometer o desempenho cognitivo(2, 25-27) e está associado a maior prevalência da obesidade e outras doenças crónicas(28). Como é facilmente compreensível, quem referiu sentir mais apetite, teve maior ingestão de alimentos e consequentemente aumentou mais de peso. Quem aumentou de peso tinha já à partida um maior IMC, muito provavelmente porque estes indivíduos, com maior IMC, já apresentavam menores preocupações relativas à alimentação. O aumento da ingestão de snacks, normalmente de alimentos de ingestão rápida que não requerem

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preparação/confeção, ricos em gorduras, açúcares, sal e energia conduz, naturalmente, a um aumento do peso, estando ainda, neste estudo, associado à diminuição da prática de AF. Verificou-se que quem aumentou o consumo de cereais era mais velho, contudo, não se encontrou justificação para tal.

De acordo com a análise realizada, quem diminuiu de peso diminuiu o consumo de lacticínios, cereais e derivados, gorduras e óleos, DBB, SSP e RS e aumentou o consumo de CPO. Estes indivíduos podem ter optado por uma alimentação mais rica em proteínas e pobre em açúcares, gorduras e alimentos processados, que é uma alimentação mais saciante, assumindo que iriam reduzir o gasto calórico devido ao confinamento, e, assim, haveria a necessidade de diminuir a ingestão de certo tipo de alimentos. Por outro lado, quem aumentou de peso aumentou o consumo de CPO, laticínios, cereais e derivados, gorduras e óleos, DBB, SSP e refrigerantes, muito provavelmente por serem snacks de simples ingestão.

No que respeita ao aumento do número de diário de snacks, há uma ligeira diferença entre a amostra analisada (41%) e os dados apresentados pela DGS no seu inquérito (31,4%). Contudo, as maiores diferenças verificaram-se na alteração do número refeições diárias (11,9% e 30,1%, respetivamente), o que pode ser explicado pela alteração em menor escala dos hábitos da população em geral comparativamente à população estudada, como já referido anteriormente.

Segundo o último Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física(29), os homens adultos consomem mais RS e BA do que as mulheres adultas. Contudo, neste estudo, não se verificaram diferenças no aumento do consumo alimentar

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entre os sexos, o que pode ser explicado pela baixa heterogeneidade da amostra relativamente ao sexo.

No manual sobre a alimentação e a COVID-19(30), a DGS recomenda que se opte por alimentos com um prazo de validade mais longo, como é o caso dos congelados e enlatados. Contrariamente ao esperado, neste estudo, apenas se verificou o aumento de 16,4% no consumo destes alimentos. Uma possível razão para justificar este resultado pode estar no facto de parte dos estudantes inquiridos ter optado por outro tipo de alimentos para as refeições do almoço e jantar como frutas, iogurtes, cereais de pequeno-almoço ou até mesmo DBB. Além disso, como se pode observar, não houve escassez de alimentos nem comprometimento na distribuição alimentar, havendo sempre disponibilidade de alimentos frescos.

Embora o isolamento profilático seja altamente necessário e crucial para o controlo da pandemia, o seu prolongamento tem efeitos negativos na saúde nutricional, física e mental dos estudantes. Vários estudos referem que, por exemplo, durante as férias de verão, os estudantes são fisicamente menos ativos e tem comportamentos alimentares menos saudáveis(31, 32).

Conquanto este estudo demonstre como o confinamento pode afetar os padrões alimentares, existem algumas limitações a sublinhar. A primeira, e talvez a mais importante, prende-se com o facto de ser uma amostra de conveniência. Além disso, os participantes eram maioritariamente do sexo feminino (n=114) e não foi possível destacar diferenças entre os sexos. Adicionalmente, a maioria dos inquiridos pertencia à FCNAUP (n=81) o que pode também ter condicionado algumas respostas.

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Um ponto forte deste trabalho é o facto de ter sido realizado numa altura crítica e, tanto quanto é do meu conhecimento, ser dos primeiros estudos sobre o impacto do período de contenção social nos hábitos alimentares de estudantes universitários.

Conclusões

De acordo com o presente estudo, uma percentagem significativa dos estudantes universitários alterou negativamente os hábitos alimentares durante o período de contenção social, expressa pela variação do peso, pelo aumento do número de snacks, por mais apetite, pela diminuição da ingestão de BA e pelo aumento da ingestão de DBB e SSP.

Considerando que o excesso de peso é um fator de risco para a COVID-19, uma estratégia para diminuir os efeitos prejudicais do confinamento nos hábitos alimentares e na prática de atividade deve ser considerada. Para tal, é essencial combinar uma alimentação completa, equilibrada e variada com a prática regular de atividade física, adotando, assim, um estilo de vida saudável e promotor de um melhor estado de saúde.

Os resultados aqui apresentados levam-nos a crer que em períodos de confinamento, a mudança de rotina e um aumento do stress conduzem, na maioria dos indivíduos, a um aumento da procura de alimentos de maior densidade energética, pobres em nutrientes essenciais e ricos em sal, gorduras e açúcares bem como a uma diminuição da prática de AF. Neste sentido, somos levados a acreditar que uma política concertada de saúde pública que vise a promoção de hábitos saudáveis de vida, que passem não só, por escolhas alimentares mais saudáveis, como pelo incremento da prática de AF, ainda que reduzida à

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disponibilidade de espaço e material do domicílio, poderia ser muito útil quer na gestão do peso corporal, como na gestão de stress e promoção de um melhor estado global de saúde que previna o aparecimento de algumas doenças ou agravamento de doenças pré-existentes.

Neste sentido, propõe-se a realização de outros estudos semelhantes, que aprofundem estas questões e facilitem o planeamento e implementação dessas políticas.

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Agradecimentos

À minha orientadora, Dr.ª Rosário Seixas Martins, pela ajuda, apoio e preocupação em todas as etapas deste projeto.

Ao Professor Rui Poinhos, pela disponibilidade e apoio ao longo deste trabalho.

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Referências

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33. WHO Expert Committee. Physical Status: Use and Interpretation of Anthropometry. WHO Technical Report Series 1995;854

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Anexos Índice de Anexos

Anexo A – Parecer da Comissão de Ética...22

Anexo B – Consentimento Informado...25

Anexo C – Questionário...26

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(32)
(33)

Anexo B – Consentimento Informado

1. http://portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte/Comissão%20de%20Ética/Ficheiros/Declaracao_Helsinquia_2008.pdf

2. https://dre.pt/application/dir/pdf1sdip/2001/01/002A00/00140036.pdf

Consentimento informado, livre e esclarecido para participação em investigação

(de acordo com a Declaração de Helsínquia1 e a Convenção de Oviedo2)

Por favor, leia com atenção a seguinte informação. Se achar que algo está incorreto ou que não está claro, não hesite em solicitar mais informações.

No âmbito da Licenciatura em Ciências da Nutrição, pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, estou a desenvolver o estudo “Hábitos alimentares de estudantes da Universidade do Porto durante o período de contenção social”.

O objetivo deste projeto é avaliar o impacto do período de contenção social nos hábitos alimentares de estudantes universitários portugueses, assim como identificar as suas principais alterações.

Para tal, solicito a sua participação para preencher um breve questionário, com duração de aproximadamente de 3 a 5 minutos.

Todos os dados serão tratados com confidencialidade e anonimato, sendo apenas utilizados para fins académicos. A participação nesta investigação é de carácter voluntário, pelo que pode negá-la ou decidir interromper o preenchimento do questionário a qualquer momento. O sucesso do trabalho dependerá da sua colaboração, pelo que agradeço, desde já, a sua disponibilidade.

Caso tenha dúvidas ou comentários por favor contacte:

up201505612@fcna.up.pt.

Tomei conhecimento sobre o estudo “Hábitos alimentares de estudantes da Universidade do Porto durante o período de contenção social”, declaro que tenho mais que 18 anos e que aceito participar nesta investigação:

Sim Não

Investigadora responsável: Ana Sofia Santos de Oliveira

Estagiária da Licenciatura de Ciências da Nutrição da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

Rua Dr. Roberto Frias, 4200-465 Porto Portugal

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Anexo D – Estatística Analítica

Tabela 1 – IMC, nacionalidade, grau académico e instituição de ensino.

N % Classificação da obesidade segundo o IMC(33) Baixo Peso 9 6,7 Peso Normal 113 84,3 Pré-Obesidade 10 7,5 Obesidade Grau I 2 1,5 Nacionalidade Portuguesa 128 95,5 Brasileira 4 3,0 Timorense 1 0,7 Espanhola 1 0,7 Grau Académico Licenciatura 86 64,2 Mestrado 8 6,0 Mestrado Integrado 39 29,1 Doutoramento 1 0,7 Instituição de Ensino FCNAUP 81 60,4 FMUP 20 14,9 ICBAS 9 6,7 FCUP 3 2,2 FADEUP 4 3,0 FDUP 3 2,2 FEP 1 0,7 FPCEUP 2 1,5 FFUP 1 0,7 FMDUP 2 1,5 FEUP 7 5,2 FAUP 1 0,7

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Tabela 2 – Frequências absolutas (n) e relativas (%) do consumo alimentar.

Diminuiu o

consumo Manteve o consumo Aumentou o consumo Total

N % N % N % N % Hortícolas 13 9,7 81 60,4 40 29,9 134 100 Fruta 19 14,1 75 56,0 40 29,9 134 100 Carne, pescado e ovos 16 11,9 93 69,4 25 18,7 134 100 Laticínios 25 18,7 81 60,4 28 20,9 134 100 Cereais e derivados 18 13,4 85 63,4 31 23,1 134 100 Leguminosas 10 7,5 86 64,2 38 28,4 134 100 Gordura e óleos 14 10,4 97 72,4 23 17,2 134 100 Doces, bolos e bolachas 25 18,7 59 44,0 50 37,3 134 100 Snacks, salgados e pizzas 31 23,1 66 49,3 37 27,6 134 100 Água 14 10,4 71 53,0 49 36,6 134 100 Refrigerantes e sumos 31 23,1 89 66,4 14 10,4 134 100 Bebidas alcoólicas 60 44,8 62 46,3 89 9,0 134 100 Alimentos congelados 23 17,2 89 66,4 22 16,4 134 100 Alimentos enlatados 22 16,4 90 67,2 22 16,4 134 100

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Tabela 3 – IMC (kg/m2) e consumo alimentar. Diminui o consumo Manteve o consumo Aumentou o consumo p 25 50 75 25 50 75 25 50 75 Hortícolas 20,2 22,7 23,8 19,9 21,3 23,4 19,5 21,5 22,9 0,528 Fruta 20,7 22,1 23,1 19,8 21,2 23,3 19,6 21,4 23,1 0,504 Carne, pescado e ovos 19,5 21,1 22,2 19,7 21,1 23,1 21,8 22,9 24,1 0,004 Laticínios 20,0 21,5 23,2 19,8 21,2 23,2 19,9 22,2 23,4 0,641 Cereais e derivados 21,1 22,1 23,6 19,8 21,2 23,5 19,8 21,7 22,9 0,477 Leguminosas 21,3 22,2 23,4 19,8 21,2 23,2 19,7 22,0 23,4 0,370 Gordura e óleos 20,2 21,8 22,7 19,8 21,1 23,5 19,9 22,0 23,1 0,773 Doces, bolos e bolachas 20,0 21,3 23,0 19,9 21,2 23,1 19,7 21,9 23,9 0,743 Snacks, salgados e pizzas 20,0 21,3 23,1 19,9 21,2 23,1 19,8 21,7 23,9 0,735 Água 20,7 22,5 24,1 19,8 21,2 23,2 19,8 21,5 23,1 0,340 Refrigerantes e sumos 20,0 21,8 23,1 19,9 21,2 23,2 19,7 22,1 25,1 0,635 Bebidas alcoólicas 19,7 21,2 23,1 20,0 21,3 23,3 21,0 23,5 25,8 0,068 Alimentos congelados 19,6 21,8 24,0 19,7 21,1 23,1 21,7 22,8 23,8 0,042 Alimentos enlatados 20,6 22,2 23,6 19,8 21,1 23,2 19,9 22,2 23,1 0,270

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Tabela 4 - Idade (anos) e consumo alimentar. Diminui o consumo Manteve o consumo Aumentou o consumo p 25 50 75 25 50 75 25 50 75 Hortícolas 22 23 26 20 22 23 20 22 23 0,065 Fruta 21 23 24 20 22 23 20 22 24 0,455 Carne, pescado e ovos 22 22 24 20 22 23 20 22 24 0,265 Laticínios 21 22 23 20 22 23 21 22 25 0,484 Cereais e derivados 21 22 23 20 22 23 22 22 24 0,012 Leguminosas 21 22 22 21 22 23 20 22 23 0,776 Gordura e óleos 20 22 23 20 22 23 22 22 24 0,235 Doces, bolos e bolachas 20 22 23 20 22 23 21 22 23 0,983 Snacks, salgados e pizzas 20 22 23 20 22 23 21 22 24 0,116 Água 22 22 24 21 22 23 20 22 23 0,369 Refrigerantes e sumos 20 22 23 20 22 23 22 22 23 0,590 Bebidas alcoólicas 21 22 23 20 22 23 21 22 25 0,746 Alimentos congelados 20 22 23 21 22 23 21 22 24 0,745 Alimentos enlatados 19 22 22 21 22 23 21 22 24 0,377

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Tabela 5 - Duração do período de contenção (dias) e consumo alimentar.

Diminui o

consumo Manteve o consumo Aumentou o consumo p

25 50 75 25 50 75 25 50 75 Hortícolas 60 70 75 60 70 76 60 70 75 0,822 Fruta 60 70 75 60 70 75 60 70 76 0,944 Carne, pescado e ovos 60 72 78 60 70 75 49, 60 72 0,157 Lacticínios 60 74 80 60 70 75 60 67 72 0,200 Cereais e derivados 43 71 77 60 70 75 60 68 76 0,929 Leguminosas 45 69 80 60 70 75 60 70 73 0,826 Gordura e óleos 60 71 77 60 70 76 60 67 70 0,121 Doces, bolos e bolachas 56 70 78 60 70 75 60 70 75 0,846 Snacks, salgados e pizzas 60 70 74 60 71 76 60 70 75 0,248 Água 51 60 74 60 70 75 65 70 76 0,149 Refrigerantes e sumos 60 70 76 60 70 76 60 69 71 0,577 Bebidas alcoólicas 20 21 23 20 21 23 21 23 26 0,223 Alimentos congelados 60 70 75 60 70 75 56 70 76 0,994 Alimentos enlatados 60 70 75 60 70 75 49 67 76 0,843

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Referências

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