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Estágio em saúde Ocupacional no Instituto de Saúde Pública da Universidade

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2º CICLO DO MESTRADO

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

Estágio em Saúde Ocupacional no

Instituto de Saúde Pública da Universidade

do Porto

Dyana Amídia Leite Vila Nova

M

(2)

FA CU LD A D E D E M E D ICI N A

(3)

Estágio em Saúde Ocupacional no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto

Dyana Amídia Leite Vila Nova dyana.vila.nova@gmail.com

Mestrado em Educação para a Saúde

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Orientador:

Nuno Miguel Sousa Lunet

Departamento Ciências da Saúde Pública e Forenses, e Educação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

(4)

Relatório de Estágio: Declaração de Integridade

Eu, Dyana Amídia Leite Vila Nova, abaixo assinado, nº mecanográfico: 201600036, aluna do Mestrado de Educação para a Saúde, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, declaro ter efetuado com absoluta integridade na elaboração deste relatório de opção.

Neste sentido, confirmo NÃO incorri em plágio (ato pela qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual, ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores, foram referenciadas, ou redigidas como novas palavras, tendo colocado, neste caso, a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, 09 de Setembro de 2019

(5)

Agradecimentos

Ao meu Pai, que o fiz orgulhoso de mim e que se tornou minha estrela guia nesta jornada, deixando a dor da saudade.

A melhor Mãe do mundo, que foi meu porto seguro nesta batalha, que acreditou na minha coragem e fez da minha ausência o maior apoio para o meu sucesso.

A minha melhor amiga e amada Irmã, que foi minha maior inspiração e que muitas vezes foi a minha orientadora da vida.

Ao meu Companheiro e melhor amigo, que de forma generosa abdicou de muito para o meu crescimento e apoiou-me incondicionalmente.

(6)

RESUMO

Título: Estágio em Saúde Ocupacional no Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto

No contexto da unidade curricular “Estágio” do 2º Ciclo de Estudo do Mestrado de Educação para a Saúde (MES), foi realizado um estágio no Serviço de Saúde Ocupacional do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP). Foi realizado um breve enquadramento teórico para clarificar a função da Saúde Ocupacional. Foram acompanhadas atividades do Serviço incluindo avaliações de qualidade do ar interior, ergonomia, luminância, e simulacro contra incêndio. Adicionalmente elaborei um poster e um panfleto informativo para prevenção do tabagismo e incentivo à cessação tabágica.

Com este estágio foi possível compreender a aplicabilidade e o funcionamento do Serviço de Saúde Ocupacional e as diversas tarefas que promovem a saúde e o bem-estar físico e psicológico dos trabalhadores.

Palavras-Chaves: Saúde Ocupacional, Prevenção, Promoção de Saúde, Tabagismo, Fumadores,

(7)

ABSTRACT

Title: occupational health internship in Public Health Institute from the University of Porto.

In the context of the curriculum unity an "Internship" regarding the second Master Health Education study cicle, was performed in an Occupational Health Service of the Public Health Institute of Porto University. A brief theoretical framework was made to clarify the objective of the occupational health Service activities were followed, including an evaluation of the indoor air quality, ergonomics, luminance and a fire simulation. A poster and a flyer with information were added to cease and prevent people from smoking.

With this internship was possible to understand the application and operation of the Occupational Health Service and the various tasks that promote health, physical and psychological well being of all workers.

Keywords: Occupational Health, Prevention, Health Promotion, Smoking, Smokers, Safty and

(8)

Lista de Abreviaturas

ACT Autoridade para as condições do Trabalho IBM SPSS IBM SPSS Software

PEI Plano de Emergência Interno

PNSOC Programa Nacional de Saúde Ocupacional ROSA Rapid Office Strain Assessment

SCIE Segurança Contra Incêndios em Edifícios SST Saúde e Segurança do Trabalho

(9)

SUMÁRIO

1. Introdução...10

2. Enquadramento teórico...11

3. Caracterização do local do estágio...14

4. Descrição das atividades desenvolvidas...15

4.1 Apreciação e Qualidade Interna do Ar………...15

4.2 Ergonomia: Método Rapid Office Strain Assessment (ROSA)...17

4.3 Luminância no Posto de Trabalho...20

4.4 Simulacro: Exercício contra Incêndios...21

4.5 Elaboração Panfleto e Poster sobre o Tabagismo...23

5. CONCLUSÃO………...…30

6. REFERÊNCIAS………...32

(10)

10 1. INTRODUÇÃO

Há uma grande preocupação com a saúde dos trabalhadores a nível mundial, tanto por parte do empregador como dos trabalhadores, pois estes estão sujeitos a diversas doenças e também sujeios a acidentes no ambiente de trabalho, causando prejuízo na condição de saúde e no exercício das tarefas. Sendo assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 1950, definiram duas áreas principais de atividade para os Serviços de Saúde Ocupacional – a Medicina do Trabalho e a Segurança do Trabalho – com a responsabilidade de promover condições de trabalho garantindo a qualidade e segurança de vida, protejer a saúde do trabalhador, prevenção de doenças e acidentes, adaptação do trabalho ao homem e promover o mais alto grau de bem-estar, bem como a vigilância dos trabalhadores.

(1)

A necessidade da promoção de saúde e prevenção de riscos no ambiente de trabalho, constitui uma vertente importante, que valoriza a saúde e o bem-estar do trabalhador, sendo possível promover a participação ativa dos funcionários em atividades da saúde, promover estilo de vida mais saudável, protecção a exposição de riscos, melhorar a organização do trabalho, reduzindo assim o tempo de ausências temporárias e permanentes do trabalhador na empresa. (1)

Isto posto, no contexto da unidade curricular “Estágio” do 2º Ciclo de Estudo do Mestrado de Educação para a Saúde (MES), foi realizado o estágio no Serviço de Saúde Ocupacional do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, realizado entre outubro de 2018 e abril de 2019.

Os objetivos compreenderam o acompanhamento de diversas atividades do Serviço, incluindo: Apreciação e qualidade do ar interior; Avaliação de Ergonomia com o método ROSA; Avaliação de Luminância no posto de trabalho; Exercício de simulacro contra incêndios; Desenvolvimento de materiais de prevenção do tabagismo e promoção de cessação tabágica. Desta maneira, foi possível a compreeenção do funcionamento do Serviço de Saúde Ocupacional.

(11)

11 2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Conceito de Saúde

Após a II Guerra Mundial a Organização das Nações Unidas (ONU) apresentou preocupações em criar uma organização capaz de lidar com a demanda da saúde global(2).

Assim, foi publicada uma carta em 7 de abril de 1946, contendo os princípios da Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO), definindo a saúde por: “Saúde é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não consiste apenas ausência de doença ou de enfermidade”. (3)

Em 1981, Marc Lalonde, ex Ministro da Saúde no Canadá, defendendo a ideia de que o campo da saúde é divido em quatro elementos básicos: a biologia humana, o ambiente, o estilo de vida e organização de cuidados de saúde.Neste contexto, a biologia humana representa os processos biológicos do indivíduo incluindo aspectos físico e mental, relacionadas com a herança genética e processos de maturação e envelhecimento; o ambiente representa o meio em que uma pessoa está inserida, tudo que é externo e que o indivíduo tem pouco controlo, como por exemplo, as contaminações e poluições na atmosfera, seja em moradas ou no ambiente de trabalho; o estilo de vida abrange todos os hábitos de comportamento de risco que afetam a saúde das pessoas, como o consumo do tabaco, bebidas alcoólicas, adição de jogos, má alimentarção, o sedentarismo ou o não praticar exercícios físicos; a organização de cuidados de saúde inclui um conjunto de cuidados primários de saúde pública e comunitária, desde o acesso a água potável, saneamento básico e higiene. (4)

Na Primeira Conferência Internacional Sobre Promoção da Saúde, foi publicada a Carta de Ottawa de 1986, com fins a atingir mundialmente a saúde para todos, em direção ao que é chamado de bem-estar global, integrando os princípios básicos que todos os utentes tem direito

(5). A Carta é um documento sobre promoção de saúde a garantir o acesso aos cuidados

primários, assegurando a responsabilidade e prioridade na agenda do Estado e todos os níveis setoriais, tal como lançar a responsabilidade para o social e comunitário.

As estratégias de promoção da saúde na Carta de Ottawa incluem a construção de políticas de saúde pública, a criação de ambientes de suporte favoráveis, o reforço de ação das comunidades, o desenvolvimento de competências pessoais e a reorientação dos serviços de saúde. Salienta-se que todo utente tem direito as condições básicas de saúde, sendo fundamental

(12)

12 o direito a paz, ao abrigo, a educação, a alimentação, aos recursos económicos, ao ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. (5)

Na Declaração da Alma-Ata (OMS de 1978, p.21) a saúde integra: “é um direito humano fundamental, e que a consecução do mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros setores socias e económicos, além do setor saúde” (6). O investimento na Educação para a Saúde envolve a promoção da literacia em saúde, aumentando a capacidade de tomar decisões relativamente sobre seu estado de saúde no dia-a-dia e desenvolvendo de capacidade de autocuidado, sendo possível incutir na população e na comunidade o interesse nas informaçãos sobre o cuidado com a saúde.

Saúde Ocupacional e Doença Profissional

De acordo com o Programa Nacional de Saúde Ocupacional (PNSOC) EM 2013/2017, a Saúde Ocupacional é formada por diferentes intersectores e diferentes profissionais, hoje sendo, o principal serviço de promoção de saúde entre os trabalhadores. A Saúde Ocupacional integra duas grandes áreas, a Saúde e Segurança do Trabalho e a Medicina do trabalho, terminologia que veio a modificar-se durante os anos. A Saúde Ocupacional tem como finalidade a adoção de medidas e técnicas de prevenção de riscos profissionais, proteção e promoção de saúde de todos os trabalhadores. É a partir da vigilânica e da elaboração de estratégias que a saúde ocupacional identifica possíveis fatores de risco causadores de doenças profissional e acidentes, sendo possível fazer o controlo destes riscos apresentados ou emergentes nas organizações, de forma a garantir ambientes saudáveis e seguros para o exercício profissional.(7)

A saúde ocupacional tem a visão de redução de danos, minimizar a exposição dos trabalhadores aos fatores riscos profissionais que prejudicam a saúde, a qualidade de vida, bem-estar físico, mental e social, (7). Sua missão é promover saúde, garantir a vigilância dos riscos e

verificar a aptidão física e psíquica. A adaptação do ambiente é feita de forma que garanta a segurança para o trabalhador realizar o exercício da sua função, do mesmo modo que adapta o trabalhador ao ambiente. De acordo com a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA), numa investigação sobre o peso das doenças, a prevalência de doenças é mais elevada no que diz respeito a doenças do aparelho respiratório como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), doenças cardiovasculares, a surdez profissional e as

(13)

13 perturbações músculo-esqueléticas, sendo entretando muitas dessas doenças diagnosticadas fora do ambiente de trabalho. De acordo com o Gabinete Técnico da Ordem dos Psicólogos, outros fatores também são verificados no contexto de trabalho quanto a doenças mentais, sendo o stress, depressão, ansiedade e a síndrome de burnout.(9)

No PNSOC, tem como principal enfoque a vigilância da saúde de todos os trabalhadores, e o controlo na qualidade da assistência que a empresa disponibiliza, sendo capaz por envolver vários profissionais de diversas áreas na Saúde Ocupacional. Desse modo é realizada uma abordagem de forma holística para as técnicas de diagnóstico de doenças, envolvendo as áreas de Medicina do Trabalho, Segurança do Trabalho, Enfermagem, Ergonomia, Psicologia, entre outras. Após o diagnóstico, a Saúde Ocupacional atua na prevenção e avaliação dos riscos que causaram tais doenças, com base em normas políticas, e nos efeitos colaterais que o ambiente e os hábitos comportamentais causaram nos trabalhadores.(7)

Na Lei 102/2009 sobre o Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho, a vigilância da saúde do trabalhador deve ser assegurada pelo empregador, incluindo exames e análises clínicas de saúde como forma de rastreios, mesmo antes da exposição, como também realizar avaliações após a exposições de agentes que sejam possíveis causadores de doenças. Ainda, o empregador tem de assegurar materiais de primeiros socorros para situações de emergência, como materiais de combate a incêndios e de evacuação, equipamento de proteção para o uso coletivo e individual. Desta forma, a lei diz que a realização de exercícios de simulacros de incêncios tem de ser implementada nas entidades, como meio de exercício e prevenção de sinistros, tal qual as atividades de fiscalização são realizadas.(10)

O PNSOC (Extensão 2018/2020) foi desenvolvido para aperfeiçoar o programa de 2013/017 que estabelece o compromisso com a saúde de todos os trabalhadores. Esse desempenha o papel importante de garantir a disponibilidade e o acesso ao Programa Nacional de Vacinações (PNV), bem como a outros programas de prevenção aos fatores de risco associados a hábitos comportamentais, como: obesidade, tabagismo, alcoolismo, entre outros.(11)

De acordo com a DGS e Divisão de Saúde Ambiental e Ocupacional, foi elaborada a Informação Técnica 09/2014 (12), para mostrar o conceito de doença profissional sendo ela: “aquela que é contraída pelo trabalhador na sequência de uma exposição a um ou mais fatores de risco presentes na atividade profissional, nas condições de trabalho e/ou nas técnicas usadas

(14)

14 durante o trabalho”. A Lei n.º 98/2009 (13), assegura que todo acidente de trabalho e de doenças

profissionais, é disponibilizado ao trabalhador a reabilitação e reintegração do profissional. Isto posto, a funcionalidade da Saúde Ocupacional no (PNSOC-2018/2020) engloba um conjunto de intercessões, seja políticas, técnicas e médicas, com o intuito de possibilitar e preservar a saúde dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho. De acordo com os dados da OMS, estimou-se a ocorrência de mais de 2,78 milhões de mortes por doenças e acidentes ligados ao trabalho a nível global, representando 5% do total de mortes globais. Desse total, a percentagem dessas variam entre 26% para neoplasias malignas, 31% doença do aparelho circulatório, 17% doenças respiratórias e 9% para doenças transmissíveis, e 14% por lesões profissionais. (11)

3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

O Serviço de Saúde Ocupacional do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto encontra-se localizado no edifício da Faculdade de Medicina, que dispõe de instalações para a realização das consultas de Medicina e Enfermagem do Trabalho, tal como um laboratório com tecnologias para a avaliação de riscos ambientais e ocupacionais. O Serviço de Saúde Ocupacional surgiu no ano de 2011, ao mesmo tempo que o Laboratório de Saúde Ocupacional, sendo uma das suas atividades o fornecimento de orientações e reconhecimento clínico de doenças ocupacionais e ambientais, que consiste na avaliação e monitorização de agentes químicos, biológicos e físicos. O Laboratório dispõe de tecnologias para o armazenamento de materiais e avaliações das amostras coletadas. No Serviço, há uma sala para o armazenamento dos registo de informações dos funcionários, guardados em pastas e separados por faculdades. São realizadas consultas de medicina do trabalho nos gabinetes médicos para a admissão de cargo, bem como atendimento de Clínica Geral, consulta de cessação tabágica e consultas de enfermagem do trabalho, nos gabinetes do Departamento de Clínica Geral da Faculdade de Medicina, localizado na zona do Hospital São João, com equipamentos disponíveis para avaliar a saúde. A equipa multidisciplinar é composta por diferentes especialidades como: Médicos, Enfermeiros, Técnicos de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança Alimentar, Técnico de Laboratório, Estagiários de diversas áreas, Bolseiros Investigadores e outras especialidades. O Serviço ainda dispõe de programas de prevenção de doenças, como o programa de vacinação, direcionados a todos os profissionais.

(15)

15 4. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

4.1 Qualidade do Ar Interior

Para Povl Ole Fanger um especialista do conforto térmico 2006, diz que existe na atmosfera vários poluentes que provêm de diverças fontes, como as fábricas, automóveis, incêndios que liberam poeiras, gases e outros químicos prejudiciais a saúde e que contribuem para o desenvolvimento de doenças, e em sua maioria as respiratórias. Contudo, é permitido no interior de um edifício, conter certos índices desses poluentes, contando que haja ventilação necessária para a troca do ar no interior. (14)

A avaliação da qualidade do ar é realizada de acordo com as normas e legislações em vigor, para atender aos efeitos que estão associados a saúde. Para tal, a Portaria nº. 353-A/2013, indica que: “Estabelece os valores mínimos de caudal de ar novo por espaço, bem como os limiares de proteção e as condições de referência para os poluentes do ar interior dos edifícios de comércio e serviços novos, sujeitos a grande intervenção e existentes e a respetiva metodologia de avaliação” (15). Sendo assim, os valores não podem ultrapassar o limite que podemos ver na tabela 1 a seguir.

Tabela 1. Limiares de proteção e margens de tolerancia para os poluentes físico-químicos, segundo a Portaria nª 353-A/2013.

Poluentes Unidade Limiar de proteção Margem de tolerância (MT) (%) Partículas em suspensão PM10

PM2,5

μg .m -3 50 100

μg .m -3 25 100

Compostos Orgânicos Voláteis Totais (COV) μg .m -3 600 100

Monóxido de carbono (CO) mg .m -3 10 -

ppmv 9 - Formaldeído (CH2O) μg .m -3 ppmv 100 0,08 - - Dióxido de carbono mg .m -3 2250

(16)

16

(CO2) ppmv 1250 30

Radão (Rn) Bq.m -3 400 -

Fonte: Diário da República, 1º Série – Nº.235- 4 de dezembro de 2013

É possível na avaliação, verificar a existência de bactérias Legionella e fungos, havendo também limites de concentração no ar interior e nas gotículas de água, onde podemos ver na tabela 2. (15)

Tabela 2. Condições de referência para os poluentes microbiológicos:

Matriz Matriz Unidade Condições de referência

Bactérias Ar UFC.m -3 Concentração de bactérias totais no interior inferior concentraçãono exterior, acrescida de 350 UFC.m -3

Legionella spp Água UFC. L -1 Concentração inferior a 100 UFC. L -1 , exceto no caso da pesquisa em tanques de torres de arrefecimento em

que deve verificar-se uma concentração inferior a 1000 UFC. L1. Ausência de Legionella pneumophila

Fungos Ar UFC.m -3 Concentração de fungos no interior inferior à detectada no exterior

Fonte: Diário da República, 1º Série – Nº.235- 4 de dezembro de 2013

Para ambas as tabelas, as unidades de concentrações referem-se a temperatura de 20ºC e a pressão de 1atm; os valores do limiar de proteção não podem ser ultrapassados numa média de oito horas, este significa o valor de concentração dos poluentes; as margens de tolerância são aplicaveis apenas em edifícios sem sistemas mecânicos de ventilação.(15)

Atividade acompanhada durante o estágio

Enquanto estagiária, colaborei com a coleta de materiais no momento da avaliação. É solicitado ao Serviço de Saúde Ocupacional, a avaliação do ar para verificar a quantidade de poluentes, bactérias e fungos existentes no ambiente do trabalho. Os equipamentos utilizados foram Microbalança, Calibrador Primário e Bomba de Aspiração de Ar, instalados para a coleta de amostra, levando o tempo de 8 horas. Após a coleta, o material é levado para o laboratório, no qual é possível identificar agentes químicos como: formaldeído, monóxido e dióxido de carbono, óxido de enxofre, poeiras, pólenes, fungos e bactérias. Foi realizado no final um

(17)

17 relatório contendo a quantidade de concentração dos poluentes, especificando o que não cumpre os limiares de proteção e recomendações como: promover maior arejamento dos espaços, fornecer equipamentos de proteção individual aos poluntes que os fucionários se encontram expostos e a reavaliação após a implementação das medidas recomendadas.

4.2 Ergonomia

Avaliação com o método Rapid Office Strain Assessment (ROSA)

Algumas doenças estão relacionadas a determinadas funções no ambiente de trabalho, como o problema das lesões músculo-esqueléticas pelas lesões dos membros superiores e coluna vertebral, causadas pelas posturas restritivas e tarefas com movimentos repetitivos, vem a aumentar nas ultimas décadas (16). Um dos pioneiros da ergonomia foi o Kenneth Frank Murrell, o químico que em 1949, definida ergonomia como: “ o estudo da relação entre o homem e o seu ambiente de trabalho”, que tem o objectivo de aumentar a eficiência organizacional e o conforto do trabalho. (17). Para avaliar a relação da doença com a tarefa realizada no posto de trabalho, é utilizado o método de avaliação rápida de esforços, o teste Rapid Office Strain Assessment (ROSA), que se baseia em uma lista de verificação com imagens de postura. (18). Também pode ser utilizado o Questionário de Análise Ergonómica do Trabalho: o Assessment of Repetitive Tasks of the Upper Limbs-Art Tool, que avalia os movimentos de repetição.

Em Sonne 2012 citado por Matos, a avaliação ROSA consiste em quatro fases, sendo a primeira fase o diagnóstico preliminar, identificando os fatores de risco em termos gerais através de um questionário preenchido pelo avaliador (18). Na segunda fase o método é observacional verificando; a postura da pessoa sentada, a postura em frente ao computador e movimento com o rato e teclado; movimentos repetitivos com atender ao telefone; a força que utiliza em seus membros e a duração da tarefa a realizar. No nível três, é dado a classificação dos riscos encontrados, através de registo de vídeo permitindo quantificar os riscos. Neste caso, o vídeo é apenas utilizado se caso as observações do nível anterior não tenham obtido nenhuma conclusão ou se forem insuficientes. A quarta fase é apenas aplicada em situações complexas ou inconclusivas, medindo diretamente a exposição.

A lista de imagens é assinalada pelo avaliador, topico tem uma pontuação. No final na cotação de 1 a 4 pontos, o nível de ação é 1, ou seja, a intervenção não é imediata. Quando

(18)

18 pontuação de 5 a 10, o nível de ação é 2, ou seja, requer intervenção imediata. Pode-se ver a seguir uma figura da folha de registo do exercício.

Figura 1. Exemplo folha de registro ROSA

Fonte: Sonne M, Villata DL, Andrews DM. Development and evaluation of an office ergonomic risk checklist: ROSA--rapid office strain assessment. Appl Ergon. 2012 Jan;43(1):98-108.

Cada movimento é assinalado com uma numeração, no final é feita a contagem dos pontos e verificado qual intervenção tem de ser realizada, se a intervenção imediata ou não.

(19)

19 Figura 2. Exemplo quadro de pontuação do ROSA

Fonte: Sonne M, Villata DL, Andrews DM. Development and evaluation of an office ergonomic risk checklist: ROSA--rapid office strain assessment. Appl Ergon. 2012 Jan;43(1):98-108.

Atividade acompanhada durante o estágio

Pude acompanhar a uma avaliação do método ROSA, obervando o funcionário e percebendo seus movimentos do dia a dia. Uma pontuação é distribuída para cada tópico como: altura e profundidade da cadeira verificando o apoio lombar, ângulo do ombro, cotovelos, joelhos e pés; monitor e telefone; rato e teclado. No final, as pontuações foram somadas afim de atingir um resultado, e passadas no relatório final junto a indicações para possíveis mudanças para resolução do problemas, indicando se a intervenção é imediata ou a longo prazo. Algumas intervenções foram indicadas como: na observação do indivíduo sentado na cadeira, joelho tem de estar num ânglo de 90º, o espaço entre o joelho e assento tem de ser de 75,5cm; os cotovelos tem de estar apoiados e alinhados com ombros relaxados; apoio lombar adequado com cadeira inclinada entre os 95º a 110º; distância do monitor regular na autura dos olhos; usar o telefone com uma mão e posição neutra do pescoço; rato alinhado com o ombro e se possível trocar para

(20)

20 um rato ergonómico com design vertical, que reduz as tensões exercidas sobre braço e punho; o teclado tem de se ajustar para ficar mais elevado e deve-se usar o punho recto e ombros descontraídos.

4.3 Iluminância no Posto de Trabalho

A iluminação está associada a saúde ocular dos trabalhadores que estão expostos a luz artifical, que ao contrário da luz natural, possui uma componente de luz azul nociva, sendo necessário maior esforço visual, como também, ambientes mais escuros sem iluminação necessária, há uma maior exigência visual para acomodar e adaptar os olhos ás intensidades luminosas. Essa exibição, pode causar algumas doenças oculares apresentando sintomas como: fadiga visual, cansaço nos olhos, olhos secos, envelhecimento precoce da córnea e cataratas. A cada estação do ano a iluminação natural muda, mudando também a necessidade da iluminação artificial, como no inverno a necessidade da luz artifical é maior do que no verão. A avaliação no posto de trabalho é realizada, com ajuda da utilização de uma câmara fotográfica e o Luxímetro aparelho para medir a intensidade da luz.(19)

O equilibrio entre a iluminação natural e artificial no ambiente de trabalho é importante para que haja bem estar ocular e mental dos trabalhadores, favorecendo o desempenho de suas funções . Outros factores de risco também influenciam o adoecimento e envelhecimento precoce dos olhos, como doenças oculares como genética, tabagismo, dieta, entre outros. Pode se ver a tabela abaixo com alguns efeitos das luzes nos olhos: (19)

Tabela 3 – Efeitos da radiação solar no olho humano de acordo com cada região do espetro

Espectro Tecido afetado Efeitos/Tipo de dano

UVC/UVB Córnea Efeito fotoquímico: fotoqueratite e opacidades na córnea

UVB/UVA Cristalino Efeito fotoquímico: catarata

Visível Retina Efeito térmico: diminuição da visão; hemorragia

intraocular; alterações na perceção das cores

IVA Retina

Cristalino

Efeito térmico: diminuição da visão; catarata

IVB Córnea Opacidades

(21)

21

Fonte: Efeito da iluminância em trabalho realizado em secretária. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto: 2014

Atividade acompanhada durante o estágio

Pude acompanhar a avaliação da iluminação que foi realizada de forma simples. Foi deixado o equipamento no posto de trabalho onde a luz natual entrava com pouca frequência, e a luz azul de computadores e luz branca artificial havia com mais intensidade. No caso dos valores serem altos para a luz natural, aconselha-se equilibrar a entrada da luz para que os raios UVB não afectem a visão. No caso dos valores da luz artificial serem altas, são indicadas medidas corretivas como a troca para uma iluminação artificial mais uniforme, de forma que esse possa reduzir os reflexos e encadeamentos, assegurando assim condições de saúde ocular epara os trabalhadores.

4.4 Simulacro: Exercício contra Incêndios

A Segurança Contra Incêndios em Edifícios (SCIE) constitui uma real preocupação, que preza pela segurança física dos trabalhadores como pela segurança patrimonial. De acordo com Regulamento Jurídico - SCIE - Dec. Lei no 220/2008 de 12 de novembro, cada instituição possui o que é chamado de Plano de Emergência Interno (PEI), no que se refere a organização e gestão de toda a segurança em referência a ocorrência de sinistros como incêndios, garantindo a manutenção das consdições de segurança, implementado medidas de autoproteção em caso de emergências (20). De acordo com a Autoridade Nacional de Protecção Civil, em caso de real emergência, para que esse plano seja bem sucedido na ocorrência de sinistros, são realizados exercícios de simulação de incêndios, com a finalidade de praticar comportamentos diante da emergência, bem como testar deficiências ou falhas dos equipamentos de instalação de prevenção, possíveis causas do sinistro acidental ou ações de origem criminosas, e causas naturais (21).

Para que um simulacro ocorra, há um planeamento para testar o seu Plano Interno de Emergência, contendo o tipo de situação que os utilizadores estarão expostos. O objectivo é testar a operacionalidade do plano, treinar a evacuação dos utilizadores e exercitar a articulação interna e externa. Para cada indivíduo é atribuído um papel, sendo a estrutura interna: o Responsável e Delegado de Segurança, Equipa de 1º intervenção, Equipa de Primeiros

(22)

22 Socorros, Equipa de Evacuação e Posto de Segurança/Central Telefónica. Para os não executantes (controladores), há uma equipa composta por Técnicos Superiores de Segurança, um no Local do Sinistro, um no Posto de Segurança, e Ponto de Reunião. (21)

Uma das medidas de protecção mais comum de um simulacro, é o tempo de evacuação de um edifício, um procedimento que é dever do estabelecimento sensibilizar os utilizadores a importância de evacuar o edifício no momento em que é solicitado. O tempo total para evacuar um edfício deve ser no máximo 10 minutos, e 3 minutos por andar.

Atividade acompanhada durante o estágio

Como estagiária, participei como colaboradora externa com o papel de observar o simulacro sem intervir, e assinalar todas as ocorrências, sendo identificada com um colete reflector e identificação de avaliador. Os simulacros ocorreram de duas formas, um interno e um externo. O simulacro interno ocorre apenas com os funcionários e colaboradores da Universidade do Porto, e o simulacro externo ocorre com os colaboradores e também com entidades externas de proteção e emergência, incluindo a PSP, Proteção Civil, Bombeiros Sapadores do Porto, INEM. Nos simulacros externos, essas entidades de proteção também participam da reunião preparatória tal como na reunião final.

O exercício é constituído em três fases: 1º fase deteção de incêndio, comunicação dos alarmes, ataque ao fogo, evacuação para o Ponto de Reunião; 2º fase ocupantes evacuados e extinto o incêndio, o exercício dá por concluído pelo Responsável de Segurança; 3º fase é a reunião de avaliação final. No momento do exercício, a equipa externa controladores possuem uma Ficha de Controlo, com sua respetiva tarefa e uma avaliação, podendo ser vista na figura abaixo:

(23)

23 Figura 3. Ficha de Controlo para avaliação do sinistro

Fonte: Relatório do Simulacro Geral Interno da Universidade do Porto

Para que tal simulacro ocorra, é solicitado ao Serviço de Saúde Ocupacional, sendo necessário uma reunião preparatória para definir o cenário tendo em causa os objetivos, testar o plano de emergência interno, treinar a comunicação dos funcionários, treinar a evacuação dos ocupantes e exercitar e avaliar o desempenho global. Os simulacros foram realizados em faculdades e em residencias de estudantes.

4.5 Elaboração Panfleto e Poster sobre o Tabagismo

Segundo o Retrato da Saúde de Portugal, fumar é a principal causa de morte prematura evitável de doenças, incapacidade e morte a nível mundial, contendo substâncias químicas tóxicas e que causam a dependência, dentre elas a nicotina. Existe um padrão de comportamento aditivo nas pessoas no que toca o consumo do tabaco na população Europeia e, especificamente, a população Portuguesa. O ato de fumar faz parte de um estilo de vida não saudável que afeta a saúde das pessoas, sendo responsável por milhões de mortes.(22)

No Programa Nacional Contra o Tabagismo em 2017, o tabaco contribui para a taxa de mortalidade subir e estima-se que em Portugal, no ano de 2016, 19,5% das mortes tenham sido por cancro, 46,4% das mortes por doenças respiratórias crónicas, 5,7% das mortes por doenças

(24)

24 cérebro e cardiovasculares, 12,0% das mortes por infeções respiratórias, e 2,4% das mortes por diabetes (23).

Conforme o IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal em 2016/2017, o tabaco é a segunda substância mais consumida entre a População, com idades entre os 15 aos 64 anos, registrando uma prevalência entre os 40% no ano de 2001 e 49% no ano 2016/2017, verificando na tabela abaixo: (24)

Tabela 4. Prevalência entre os consumidores de tabaco

População Total 15-64 anos População Jovem 15-34 anos 2001 2007 2012 2016/17 2001 2007 2012 2016/17 Total 40,2 48,9 46,2 48,5 44,5 50,9 47,5 52,4 Masculino 56,0 63,3 60,2 56,7 53,0 57,4 56,5 55,0 Feminino 25,0 34,8 32,8 40,7 35,8 44,2 38,6 49,7

Fontes: IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2016/17, CICS.NOVA, FCSH, UNL; Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas Ilícitas na População Geral, Portugal 2012

Segundo o Retrato da Saúde de Portugal em 2018, o nível de escolaridade condiciona fortemente o comportamento das pessoas, quanto maior for o nível de escolaridade, maior é a quantidade de informações adquiridas sobre as consequências do consumo do tabaco. (22)

Alguns programas de prevenção e vigilância a saúde foram desenvolvidos e implementados, para diminuir a prevalência dos fumadores e retardar a incidência. O programa sobre, o Consumo de Tabaco: Estratégias de Prevenção e Controlo em 2017 (25), aplica técnicas de apoio na cessação tabágica, regulamenta as condições de produção e venda dos produtos do tabaco, proteger os não-fumadores da exposição ao fumo passivo e cria um clima social em que não fumar seja a norma.

Algumas estratégias de prevenção e controlo são aplicadas para reduzir o consumo em ambientes comunitários, desde: enquadramento políticos como o amento de impostos sobre o tabaco, proibição de publicidades, limitação de acesso e proibição de vendas a menores, proibição de instalação de máquinas de venda automática, controlo de rotulagem que chamem a atenção do público jovem, como o uso de frases intuitivas (light, ultra-light, suave), controlo da exposição involuntária ao fumo do tabaco, educação para a saúde e programas de apoio a

(25)

25 cessação tabágica e sensibilização da população. A figura abaixo mostra os benefícios do início da cessação tabágica: (26)

Figura 4. Benefícios da cessação Tabágica

Fonte: Adaptado de Centers for Disease Control and Prevention. Benefits of quitting.26

A consulta de cessação tabágica tem o foco na motivação do indivíduo, sendo o grau de motivação que o indivíduo demonstra para obter maior êxito no tratamento. Numa dissertação sobre Segurança em Situação de Emergência, quando há uma motivação baixa para deixar de fumar, o mais provável é que o indivíduo não comece o tratamento ou obtenha o fracasso. Como complemento na consulta, é aplicado o Teste de Richmond com valores atribuídos numa escala de 0 a 10 pontos, sendo possível identificar o grau de motivação e em que fase do processo de mudança o indivíduo está, visto na figura 5: (27)

(26)

26 Figura 5. Teste de Richmond motivacional

Fonte: Marrafa JFF. Segurança em situação de emergência: A importância dos ocupantes; Setúbal, 2015. Acessado 18/01/2019.

Atividade acompanhada durante o estágio

Colaborei como estagiária na produção de um panfleto informativo e motivacional direcionado para todos os profissionais da Universidade do Porto, especificamente para os fumadores que querem deixar de fumar. O panfleto contém dados epidemiologicos, o Teste de Avaliação Motivacional (Richmond), para mensurar o quanto a pessoa esta motivada ou não.

(27)

27 A acumulação de pontos totais mostra o nível da motivação, para a motivação baixa se pontuação total 0-6 pontos; motivação moderada 7-9 pontos; motivação elevada se 10 pontos. Em continuidade, há uma tabela dos benefícios da cessação tabágica indicando aspetos como associação do tabaco e riscos de doenças, com melhor resultado iniciando precocemente. Algumas curiosidades para os leitores foram inseridas em referência, a tentativa de abandono, terapêutica farmacológica, apoio médico e motivacional, um conjunto fundamental para o sucesso. Por fim, foi atualizada uma tabela do valor médio gasto em tabaco/dia sendo (1 maço de cigarros=4,70 euros). O valor médio é calculado pela marca de cigarro mais consumida em Portugal. É acrescentado também o que uma pessoa poderia juntar com o dinheiro gasto em tabaco, bem como o tempo que levaria para tal. O panfleto é composto pelas credenciais do Serviço de Saúde Ocupacional.

Como complemento, levantei uma coleta de informações de algumas fichas de consultas de medicina do trabalho, com a finalidade de compreender a quantidade de pessoas que fumam na Faculdade de Belas Artes e na Faculdade de Desporto. Foi coletado dados da primeira e da ultima consulta de medicina do trabalho, e analisados em frequências absolutas e percentuais para as variáveis categóricas e as estatísticas: mediana e os percentis 25 e 75 para as variáveis numéricas. O programa utilizado para digitação dos dados e cálculos estatísticos foi o IMB SPSS versão 23, vistos resultados nas tabelas 5, 6 e 7.

Tabela 1 – Características dos funcionários segundo a Faculdade onde trabalham

Faculdade

Variável FBAUP (n=58) FADEUP (n=83)

Sexo, n (%) Feminino 31 (53,4%) 36 (43,4%)

Idade em anos na 1ª consulta, mediana (P25-P75) 38,0 (33,5-49,5) 45,0 (38,0-53,0)

Número de consultas, mediana (P25-P75) 3,0 (2,0; 4,0) 3,0 (2,0; 4,0)

Trabalhadores com mais do que uma consulta, n (%) 52 (89,7%) 75 (90,4%)

Tempo em anos entre a 1ª e a última consulta,

(28)

28 Pouco mais da metade (53,4%) dos funcionários da FBAUP eram do sexo feminino e na FADEUP este percentual foi 43,4%; a mediana da idade foi da FADEUP foi de (45 vs. 38 anos); a mediana do número de consultas foi igual a 3 em cada uma das faculdades; a maioria de fez mais de uma consulta, sendo 89,7% na FBAUP E 90,4% NA FADEUP; as medianas do tempo de consulta foram 6 na FBAUP e 5 anos na FADEUP e os percentis 25 e 75 foram iguais a 4 e 6 respectivamente nas duas faculdades.

Tabela 2 – Avaliação do consumo de tabaco por Faculdade por Consulta

Faculdade

Consulta Fumador FBAUP (n=58) FADEUP (n=83)

1a Consulta Não fumador 30 (51,7%) 56 (67,5%)

Ex-fumador 9 (15,5%) 17 (20,5%)

Fumador 19 (32,8%) 10 (12,0%)

(dentro dos fumadores)  Uma vez dia 18 (94,7%) 9 (90,0%)

< 1 vez dia 1 (5,3%) 1 (10,0%)

Os resultados mostram que as maiores diferenças percentuais entre as duas faculdades ocorreu nas categorias de fumadores, com valor mais elevado entre os funcionários da FBAUP do que FADEUP (34,5% vs 12,2%) e não fumadores, mais elevado entre os funcionários da FADEUP (67,1% vs 50,0%) e o percentual de ex-fumadores foi mais elevado na FADEUP (20,7% x 15,5%). Dentre os fumadores a maioria representada por 90% de cada faculdade.

(29)

29 Tabela 3 – Avaliação do consumo de tabaco na primeira e na última consulta por faculdade entre os que tiveram mais de uma consulta

Faculdade (1)

Fumador/não fumador entre primeira e última FBAUP (n=52) FADEUP (n=75) consulta

Não fumador nas duas consultas 33 (63,5%) 64 (85,3%) Não fumador na 1a e fumador na última consulta 2 (3,8%) 2 (2,7%)

Fumador na 1a e não fumador na última consulta 4 (7,7%) 3 (4,0%)

Fumador nas duas consultas 13 (25,0%) 6 (8,0%)

(1) Foram excluídos 14 que só tinham uma consulta.

Foram excluídos 14 indivíduos que só compaeceram a uma consulta. Na Tabela 3 verifica-se que a maioria em cada faculdade era não fumadores na primeira e na última consulta, sendo que o percentual foi mais elevado na FADEUP do que FBAUP (85,3% x 63,5%) e o segundo maior percentual de cada faculdade correspondeu aos fumadores nas duas consultas consideradas (25,0% na FBAUP e 8,0% na FADEUP). O percentual dos que fumavam na primeira consulta e deixaram de fumar na última consulta (fumadores na primeira e não fumadores na última consulta) variou de 4,0% a 7,7% e dos que eram fumadores na primeira e passaram a fumar na última consulta (não fumadores).

(30)

30

5. CONCLUSÃO

Como foi referido, o relatório pretendeu fornecer uma visão geral sobre o Serviço de Saúde Ocupacional, desde algumas concepções a fundamentos teóricos que possam ser úteis para quem lida ou irá lidar com esse conteúdo. Este simboliza um percurso vivenciado no serviço que me permitiu descrever as atividades que obtive participação.

Dessa forma, foi possível compreender os diversos níveis que o Serviço de Saúde Ocupacional integra dentro de uma instituição. Foi claro os recursos e a participação que esse serviço tem para o apoio e o desenvolvimento pessoal e pofissional dos trabalhadores.

Ficou evidente que o setor promove campanhas de Educação para a Saúde no contexto organizacional, fornecendo melhores condições de trabalho, prevenindo os trabalhadores a exposição de riscos, e realizando a vigilância para que não haja perda laboral.

Foi notório como cada atividade da Saúde Ocupacional é fundamental para a avaliação de riscos e promoção de saúde. Percebi como os efeitos da Qualidade do Ar no ambiente de tabalho gera uma grande preocupação, e que regras de boas práticas como a ventilação para troca do ar, seja um dos meios de prevenções de doenças respiratórias.

A Ergonomia, lida com a otimização do ambiente de trabalho, para que seja possível minimizar os dados causados por movimentos repetitivos e posturas inadequadas na realização das tarefas.

A importância do Simulacro contra Incêndio é pertinente diante de uma grande instituição como a Universidade do Porto, e ao me ver, um exercício que deve ser investido em cada faculdade como forma de prevenção de sinistros.

Foi possível perceber como o equilibrio da Iluminancia no posto de trabalho é fundamental para a saúde ocular e diminuição dos riscos de doenças e comprometimento da visão ao longo prazo.

A elaboração do panfleto e poster informativo sobre a cessação tabágica foi uma das atividades que tomaram mais o tempo. Pude observar como o consumo de tabaco vem aumentando nas mulheres com o passar dos anos, e diminuindo ou mantendo nos homens. Houve também uma evolução nos tipos de tabaco, fazendo com que o fumador troque um fumo pelo outro e até mesmo utilizando mais de um tipo de tabaco, como o novo tabaco aquecido.

(31)

31 Com a elaboração desse reatório, foram alcançados os objectivos da Unidade Curricular “Estágio”, contribuindo para uma melhor perceção da importância da Saúde Ocupacional e suas principais funções para a promoção de saúde.

(32)

32 6. REFERÊNCIAS

1. MacDonald E, Baranski B,Wilford J, editors. Occupational medicine in Europe: scope and competencies [Internet].Copenhagen:World Health Organization; 2000. Available from: http://www.who.int/occupational_health/regions/en/oeheuroccmedicine.pdf?ua=1

2. Scliar M. História do conceito de saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 17(1):29-41, 2007.

3. Nova Iorque. Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO). 22, julho, 1946. Único exemplar. Acesso: 08/05/2019

4. Lalonde M. A New Perspective on The Health of Canadians. A working document. Canada, 1974. Disponível: http://www.phac-aspc.gc.ca/ph-sp/pdf/perspect-eng.pdf Acesso: 08/05/2019

5. Carta de Ottawa. Primeira conferência Internacional sobre Promoção de Saúde. Ottawa, Nov, 1986. Acesso em 09/05/2019

6. Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde. Declaração de Alma-Ata, Cazaquistão, Set, 1978. Acesso em 09/05/2019

7. Direção Geral de Saúde. Programa Nacional de Saúde Ocupacional (PNSOC) – 2º Ciclo 2013/2017. Acesso: 09/05/2019. Disponível em:

https://www.dgs.pt/saude-ocupacional/documentos-so/pnsoc_2_ciclo_programa_norma_026_2013-pdf.aspx

8. Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho. Workshop Sobre o Peso das Doenças Profissionais. 10 de outubro de 2014, Bruxelas, Bélgica. Acesso em 09/05/2019.

9. Ordem dos Psicólogos Portugueses. Enquadramento Legal da Saúde Ocupacional em Portugal- A Figura do Psicólogo do Trabalho. Lisboa, 2015. Acesso em 09/05/2019. Disponível:

http://recursos.ordemdospsicologos.pt/files/artigos/enq_legal_so_portugal.pdf

10. Portugal, Lei 102/2009. Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho. Diário da República n.º 176/2009, Série I de 2009-09-10.

11. Direção Geral de Saúde. Programa Nacional de Saúde Ocupacional- Extensão. 2018-2020. Acesso em 08/05/2019. Disponível:

https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/programa-nacional-de-saude-ocupacional-extensao-2018-2020-pdf.aspx

12. TÉCNICA. Programa Nacional de Saúde Ocupacional. 2º Ciclo - 2013/2017. Informação

Técnica n.º 09/2014. 1/17. PNSOC 2013/2017Portugal.

13. Portugal. Lei n.º 98/2009 - Diário da República n.º 172/2009, Série I de 2009-09-04. Regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais, nos termos do artigo 284.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro. Diário da República n.º 172/2009, Série I de 2009-09-04. Disponível:

https://dre.pt/pesquisa/-/search/129478/details/maximized. Acesso: 07/05/2019

14. Fanger, OP. (2006), What is IAQ?. Indoor Air, 16: 328-334. doi:10.1111/j.1600-0668.2006.00437.x

15. Portaria n.º 353-A/2013 - Diário da República n.º 235/2013, 1º Suplemento, Série I de 2013-12-04 331868. Acesso: 19/04/2019. Disponível: https://data.dre.pt/eli/diario/1/235/2013/1/pt/html

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17. Browne RC, Darcus HD, Roberts CG, Conrad R, Edholm OG, Hick WE, Floyd WF, Morant GM, Mound H, Murrell KFH, Randle TP. Ergonomics Research Society. British Medical Journal. 01(__):1009. 1950.

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19. Henriques MLGC. Efeito da iluminância em trabalho realizado em secretária. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto: 2014. Disponível em: https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/76782 . Acesso: 17/08/2019

20. Diário da República n.º 220/2008, Série I de 2008-11-12. Emissor: Ministério da Administração Interna;

Tipo de Diploma: Decreto-Lei; Número:220/2008; Páginas:7903 - 7922. Acesso: 12/04/2019.

Disponível:https://data.dre.pt/eli/dec-lei/220/2008/11/12/p/dre/pt/html

21. Pinheiro, J. Medidas de Autoproteção de Segurança Contra Incêndios em Edifícios. Volume I, 2012.

Organização Geral. ANPC ISBN: 978-989-8343-15-4 Disponível

em: http://www.prociv.pt/bk/Documents/Medidas%20de%20Autoprote%C3%A7%C3%A3o%20d e%20SCIE%20-%20Vol%20I.pdf

(33)

33

22. Ministério da Saúde (2018), Retrato da Saúde, Portugal. Lisboa: Ministério da Saúde, Pag. 14-20, 2018.

Acessado em: 19/06/2019. Disponível:

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23. Direção-Geral da Saúde. Programa Nacional para Prevenção e Controlo do Tabagismo 2017. Lisboa:

Direção-Geral da Saúde, 2017. Acesso: 19/06/2019

24. Fontes: IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2016/17, CICS.NOVA, FCSH, UNL; Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas Ilícitas na População Geral, Portugal 2012

25. Nunes E M. Consumo de Tabaco: Estratégias de prevenção e Controlo. Direção Geral de Saúde: Lisboa (2017) 2-10. Acesso: 14-06-19. Disponível: https://office.com/getword

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34 ANEXOS

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Tabela 1. Limiares de proteção e margens de tolerancia para os poluentes físico-químicos,  segundo a Portaria nª 353-A/2013
Tabela 2. Condições de referência para os poluentes microbiológicos:
Figura 1. Exemplo folha de registro ROSA
Tabela 3 – Efeitos da radiação solar no olho humano de acordo com cada região do espetro
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