ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO
Circular nº 18 21. 09. 2011
VINHA
ESCA
Verifica-se em toda a Região uma incidência crescente da esca. Nesta altura do ano são bem visíveis os seus sintomas. Deve
proceder à marcação das videiras
atacadas, para durante o período de podas,
tomar medidas, quer para erradicar as videiras irrecuperáveis, quer para procurar recuperar temporariamente as que estejam menos afectadas (ver esquema abaixo).
Consulte a Ficha Técnica nº 55 (I Série-DRAEDM) http://www.drapn.min-agricultura.pt/drapn/conteudos/FICHAS_DRAEDM/Ficha_tecnica_055_2006. pdf
PROCESSO DE REGENERAÇÃO DE UMA VIDEIRA AFECTADA PELA ESCA
MANUTENÇÃO DO
SOLO
ENRELVAMENTOS
Aproveitando o fim de Verão ameno
que decorre, pode agora proceder-se ao estabelecimento de enrelvamentos em
vinhas, pomares e olivais, fazendo uma preparação cuidadosa do solo:
lavoura pouco profunda, com
grade de discos, por exemplo
preparação cuidadosa da cama para as sementes sementeira passagem de rolo. Podem ser utilizadas consociações de gramíneas e leguminosas (ferrãs,
azevéns, trevos, serradelas), de
preferência com sementes de variedades
regionais ou locais, melhor adaptadas às
condições naturais locais.
O enrelvamento pode cobrir o espaço da entrelinha, deixando o espaço da linha livre de ervas (esta prática é aconselhável em pomares, para evitar ataques de ratos dos pomares - “rato cego”). Pode também cobrir todo o solo, ocupando a linha e entrelinha.
O enrelvamento, sendo
correctamente instalado e mantido, tem
carácter preventivo relativamente às
infestantes, melhora a estrutura do solo e
contribui para a sua protecção e
conservação. Se incluir leguminosas, fixa uma quantidade apreciável de azoto no
solo. Permite também a existência
permanente de boas condições para a
entrada das máquinas na vinha .
DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONTROLO FITOSSANITÁRIO ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Quinta de S. Gens Estrada Exterior da Circunvalação, 11 846 4460 – 281 SENHORA DA HORA
Telefone: 229 574 010 Fax: 229 574 029 E-mail: avisos.edm@drapn.min-agricultura.pt
© R e p ro d u ç ã o s u je it a a a u to ri z a ç ã o Impresso na Estação de Avisos de Entre Douro e Minho
Realização técnica:
J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo) Carlos Coutinho (Ag. Técnico Agrícola)
Impressão e expedição:
C. Coutinho, L. Monteiro
POMÓIDEAS
CANCRO EUROPEU DA MACIEIRA
(Nectria galligena Bresad.)
Recomenda-se a aplicação de uma calda à base de cobre (hidróxido, oxicloreto ou sulfatos), durante e no fim da queda das folhas, sobretudo se
o tempo decorrer chuvoso, nos pomares ou
parcelas de pomar formados por variedades sensíveis a esta doença e onde é notada a presença de sintomas.
Medidas preventivas Eliminar o mais possível os ramos secos e que apresentem feridas de cancro, de modo a evitar a disseminação da
doença. Os resíduos lenhosos resultantes destas
operações devem ser retirados do pomar e queimados.
As árvores plantadas em solos pesados ou submetidas a adubações azotadas excessivas, estão particularmente expostas aos cancros.
Ferida provocada pelo cancro em ramo de macieira
NESPEREIRA DO JAPÃO
PEDRADO
(Fusicladium eriobotryae (Cavara))
Nesta espécie, à semelhança da macieira, existe uma grande diferença, tanto na data da floração, como na susceptibilidade aos ataques de pedrado, de variedade para variedade. Há plantas extremamente sensíveis e outras muito tolerantes ou mesmo resistentes ao pedrado. Para as plantas sensíveis, o primeiro tratamento deve ser feito
antes da floração, ao aparecimento de botões -
que já se verifica nesta altura em algumas plantas ou variedades mais precoces. As condições meteorológicas favoráveis ao pedrado são a ocorrência de chuvas e a manutenção dos órgãos
verdes da planta húmidos por períodos
prolongados. Neste caso, será necessário repetir os tratamentos até à mudança de cor dos frutos.
Até ao engrossamento dos frutos (fim de Inverno - início de Primavera), podem ser utilizados fungicidas à base de cobre.
Pedrado nos frutos da nespereira do Japão já maduros
PRUNÓIDEAS
CEREJEIRAS, PESSEGUEIROS,
AMEIXEIRAS
CANCROS PROVOCADOS POR BACTÉRIAS E
FUNGOS
As cicatrizes deixadas pela queda das folhas, que já se iniciou, possibilitam a infecção por muitos parasitas (sobretudo fungos e bactérias). Os produtos à base de cobre, aplicados durante o
Outono, têm uma acção boa ou aceitável sobre
vários fungos e bactérias causadores de cancros. O objectivo é manter o pomar protegido
durante a queda das folhas. Dois ou três
tratamentos, entre o princípio e o fim da queda das folhas, podem ser suficientes. Uma ocorrência de chuva da ordem dos 30 mm lava o produto aplicado e obriga à repetição do tratamento. Deve-se ter em conta que as folhas caem em grande quantidade nos períodos de vento e chuva abundante e com a descida da temperatura, à medida que o Outono avança.
Cancro em tronco de pessegueiro
CITRINOS
MÍLDIO OU AGUADO
Phytophthora citricola Sawada e
outros do género Phytophthora
Os períodos de tempo chuvoso, no Outono-Inverno, podem favorecer ataques destes fungos nos frutos.
Laranja atacada pelo míldio
Os frutos (laranjas limões tangerinas, etc.) apresentam na zona afectada uma
mancha descorada, como que oleosa,
acompanhada de uma podridão húmida e mole, podendo, na presença de humidade, cobrir-se de uma pubescência (“bolor”) esbranquiçada. Com tempo seco, a casca dos frutos na zona atacada torna-se elástica e ressequida, de cor castanho pardacento, formando uma podridão seca. Na presença de humidade, os frutos caem, podendo favorecer a entrada de outros fungos exibindo por exemplo um bolor verde.
O cheiro dos frutos com míldio é de um acre característico.
Os tratamentos devem ser feitos
preventivamente, com um fungicida à base de
cobre ou de fosetil-alumínio (ALIETTE
FLASH; ETYLIT Premier; FOSBEL 80 PM; ALFIL), molhando bem toda a copa da árvore.
MOSCA DO MEDITERRÂNEO
(Ceratitis capitata Wied.)
Nesta época do ano, as variedades de laranjas e tangerinas de maturação mais precoce, cujos frutos começam a ficar levemente corados, ficam sujeitas a serem picadas pela mosca, antecipando a mudança de cor e provocando a queda prematura.
Deve ser mantida a vigilância e mal observe a presença da mosca poderá, além
dos outros meios, como a captura massiva, recorrer à luta química.
Consulte a ficha de DIVULGAÇÃO nº 7/ 2010 (II Série) http://www.drapn.min-agricultura.pt/drapn/conteudos/edm/Circular_14_2011.pdf
OLIVEIRA
GAFA
Colletotrichum gloeosporioides
(Penzig) Saccardo
A gafa causa o apodrecimento das azeitonas, dando origem a azeites muito ácidos e de fraca qualidade. É uma doença muito importante na nossa região, dado o clima húmido. Nos anos com Outonos chuvosos, pode causar elevados prejuízos. À aproximação de chuvas continuadas, recomenda-se a aplicação de um tratamento à base de cobre, com particular atenção nos olivais novos que ultimamente têm sido plantados na Região.
Gafa em azeitonas
OLHO DE PAVÃO
Spilocaea oleagina (Castagne)
Hughes
Recomenda-se o tratamento contra esta doença, que pode provocar uma desfoliação grave das oliveiras, com um produto à base de
cobre, antes das grandes chuvas do Outono ou
ao aparecimento das primeiras manchas.
Consulte a ficha técnica nº 19 (nova série) em http://www.drapn.min-agricultura.pt/drapn/conteudos/ft2010/ficha_tecnica_19_2008.pdf
MOSCA DA AZEITONA
(Bactrocera (=Dacus) oleae (Gmelin))
Temos registado um aumento das
capturas nas armadilhas, bem como níveis económicos de ataque elevados em olivais
que prospectamos ultimamente. A população
da mosca da azeitona pode variar muito de olival para olival. Recomenda-se que seja feita em cada olival a avaliação das azeitonas picadas pela mosca e a presença de galerias com larvas vivas. Para tal devem ser colhidas 10 azeitonas por árvore, em 20 árvores. O tratamento com insecticida só se recomenda se
for atingido o nível económico de ataque 1%
de azeitona picada com formas vivas em azeitona para conserva 8 a 12% de
azeitonas com formas vivas, em azeitona para azeite.
Consulte a ficha de DIVULGAÇÃO nº 6/ 2010 (II Série) http://www.drapn.min-agricultura.pt/drapn/conteudos/edm/Circular_15_2010.pdf
INSECTICIDAS HOMOLOGADOS PARA O COMBATE À MOSCA DA AZEITONA
Geral/ Luta aconselhada
deltametrina (DECIS, DECIS EXPERT, DELTAPLAN); dimetoato (DIMETAL, DANADIM PROGRESS,
DAFENIL PROGRESS, PERFEKTHION, DIMISTAR PROGRESS, ROGOR); fosmete (IMIDAN 50 WP);
lambda-cialotrina (KARATE ZEON, KARATE+, NINJA
with ZEON technology, JUDO, ATLAS, KARATE ZEON 1.5 CS); spinosade (SPINTOR, SPINTOR ISCO);
tiaclopride (CALYPSO, CALYPSO AL)
Protecção Integrada/ Agricultura biológica Produção deltametrina (DECIS, DELTAPLAN); dimetoato
(DIMETAL, DANADIM PROGRESS, DAFENIL PROGRESS, PERFEKTHION, DIMISTAR PROGRESS,
ROGOR); fosmete (1) (IMIDAN 50 WP);
lambda-cialotrina (KARATE ZEON ); spinosade (SPINTOR
ISCO)
Agricultura biológica
hidrolisado de proteínas (ENDOMOSYL) (2)
spinosade (SPINTOR ISCO) (3)
deltametrina (DECIS, DECIS EXPERT, DELTAPLAN)
(3) lambda-cialotrina (KARATE ZEON, KARATE+,
NINJA with ZEON technology, JUDO, ATLAS, KARATE
ZEON 1.5 CS) (3)
(1) apenas em azeitonas de mesa, máximo duas aplicações/ ano; (2) atractivo a utilizar em armadilhas de monitorização e captura em massa (3) a utilizar apenas em armadilhas de captura em massa, com atractivos específicos
Fonte: www.dgadr.pt/
NOGUEIRA
Nos pomares ou árvores onde seja
necessária, a poda deve ser feita
imediatamente após a colheita. Procura-se
assim, evitar a “chora” (perda de seiva pelas feridas abertas pelos cortes na poda de
Inverno), que pode facilitar a infecção dos tecidos das árvores por fungos e bactérias.
HORTÍCOLAS
LAGARTA DA COUVE
(Pyeris brassicæ L. )
No período que decorre, de
desenvolvimento das plantações de penca, couve galega, bróculos, couve-flor, etc., e com temperaturas ainda amenas, é frequente a ocorrência de ataques de lagarta da couve
(Pieris brassica), que podem ocasionar alguns
prejuízos e a desvalorização de parte da produção.
LAGARTA DA COUVE
Larvas e estragos em couve
Recomenda-se a vigilância das
plantações e à observação das primeiras posturas ou de lagartas pequenas, a aplicação de um insecticida à base de Bacillus
thuringiensis (DIPEL 8 L, DIPEL, TUREX,
DIPEL WP, DIPEL, BACTIL X2, BELTHIRUL, PRESA), sobretudo em hortas familiares ou para colheita imediata, dado tratar-se de um produto biológico, não tóxico para o homem, abelhas, peixes e animais domésticos. Outro produto indicado em agricultura biológica é a
azadiractina (ALIGN, FORTUNE AZA).
Outros produtos homologados para as lagartas da couve: ciflutrina (CIFLUMAX);
cipermetrina (CYTHRIN 10 EC); deltametrina
(DECIS, DECIS EXPERT, DELTAPLAN);
diflubenzurão (DIMILIN WP 25); lambda-cialotrina (KARATE ZEON, NINJA with ZEON
technology, KARATE+, JUDO, ATLAS,
KARATE ZEON 1.5 CS).
TOMATEIRO
LAGARTA MINEIRA
(Tuta absoluta
Povolny
)
Trata-se de uma praga recém-introduzida na Região, mas que tem já causado alguns prejuízos, tanto em estufas, como em
culturas de ar livre. Além do
tomateiro, tem como
hospedeiros a batateira, a
beringela e plantas
espontâneas da família das solanáceas como a erva-moira e a figueira-do-inferno.
Como medidas preventivas para o seu controlo e manutenção em níveis toleráveis, recomenda-e desde já o seguinte:
Terminado o período de colheita comercial,
eliminar os restos de cultura, incluindo os frutos que possam ter ficado no solo.
Repor todas as armadilhas utilizadas no controlo
da Tuta durante o período de produção, na parcela e mantê-las aí durante pelo menos 3 semanas após ter eliminado os restos de cultura.
Quando for possível, aplicar técnicas de
solarização ou de biosolarização nas parcelas, logo após a retirada dos restos da cultura. Estas técnicas garantem a eliminação de crisálidas de Tuta que possam ficar no solo.
Na preparação de novas plantações, limpar muito
bem as parcelas destinadas à sua implantação com tempo suficiente, num mínimo de 3 semanas antes do transplante dos tomateiros e proteger muito bem as estufas com rede fina e duplas portas, que impeçam ou dificultem a entrada das borboletas de
Tuta absoluta.
Manter as armadilhas colocadas no terreno a
partir de duas semanas antes do transplante e no caso de serem detectadas capturas dentro de estufa, vigiar atentamente as novas plantas. Quando as capturas passam de 3 a 4 por armadilha e por semana, devem instalar-se dispositivos de captura massiva. Estes são armadilhas de água, com feromona específica de Tuta absoluta, colocadas à razão de 20 a 40 por hectare, de acordo com o grau de infestação da praga em cada local.
No caso de as capturas por armadilha e por
semana serem da ordem das 30 ou 40, será necessário realizar a aplicação de um insecticida específico para esta praga.
INFORMAÇÃO SOBRE PRODUTOS
FITOFARMACÊUTICOS
Na referência aos produtos
homologados, a Estação de Avisos de Entre Douro e Minho rege-se, legalmente, pela informação publicada pela Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), no seu sítio http://www.dgadr.min-agricultura.pt/
, declinando toda a responsabilidade pela eventual omissão de qualquer especialidade que não figure no referido sítio oficial da DGADR.
Por outro lado, a Estação de Avisos, fazendo uso de conhecimentos adquiridos, cientificamente fundamentados e comummente seguidos no uso de pesticidas, reserva-se o dever técnico e profissional de fornecer indicações sobre a aplicação ou não de determinadas especialidades indicadas ou contra-indicadas, respectivamente, em dada época do ano ou fase fenológica das culturas visadas ou em outras circunstâncias que
possam contribuir para o sucesso da
intervenção fitossanitária aconselhada.
Nota-se também que a vasta informação que a EAEDM fornece aos seus assinantes sobre pesticidas não tem qualquer intuito publicitário, nem visa favorecer nem prejudicar nenhum fabricante ou fornecedor em particular destes meios de produção, tendo apenas intuitos informativos, cumprindo a EAEDM o dever de isenção que lhe compete.
Apesar de todo o cuidado posto na elaboração das Circulares e de outras publicações, os técnicos da EAEDM estão sujeitos a errar, agradecendo desde já a todos os que queiram ter a bondade de os corrigir.