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XIII Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente Porto Alegre RS, 1 o 4 de Outubro de 2017

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ALOCA ¸C ˜AO ROBUSTA DE POLOS SOB RESTRI ¸C ˜OES ESTRUTURAIS

Jo˜ao F´abio Soares dos Santos∗, Paulo C´esar Pellanda∗, Alberto Mota Sim˜oes∗

Instituto Militar de Engenharia

Pra¸ca General Tib´urcio, 80, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Emails: jfabioss@ime.eb.br, pellanda@ime.eb.br, simoes@ime.eb.br

Abstract— A new controller synthesis technique is presented which allows the design of control systems achieving robust regional pole clustering in the presence of parametric uncertainties as well as satisfying pre-scribed structural constraints. Such features are rarely jointly present in currently available controller synthesis methods. The central idea in the proposed approach consists in reformulating the original robust pole placement problem into an equivalent robust stabilization problem involving highly structured controller and uncertainty. A numerical application corroborating the applicability of the proposed synthesis technique is also presented. Keywords— Control systems, Parametric uncertainties, Robust pole placement.

Resumo— Uma nova t´ecnica de s´ıntese de controladores ´e apresentada a qual permite o projeto de sistemas de controle com agrupamento regional e robusto de polos, na presen¸ca de incertezas param´etricas e satisfazendo restri¸c˜oes estruturais pr´e determinadas. Tais caracter´ısticas est˜ao raramente conjuntamente presentes nos m´ e-todos de s´ıntese de controladores dispon´ıveis atualmente. A ideia central da abordagem proposta consiste em reformular o problema original de aloca¸c˜ao robusta de polos em um problema de estabiliza¸c˜ao robusta equiva-lente envolvendo controladores altamente estruturados e incertezas. Uma aplica¸c˜ao num´erica corroborando a aplicabilidade da t´ecnica de s´ıntese proposta ´e tamb´em apresentada.

Palavras-chave— Sistemas de controle, Incertezas param´etricas, Aloca¸c˜ao robusta de polos.

1 Introdu¸c˜ao

A aloca¸c˜ao regional de polos ´e uma t´ecnica cl´assica de s´ıntese de controladores para sistemas lineares e invariantes no tempo. Como bem conhecido, por meio do agrupamento dos polos de malha fechada em regi˜oes apropriadas do plano complexo, o en-genheiro projetista pode estabelecer limites para a taxa de amortecimento ou para a frequˆencia na-tural n˜ao amortecida dos modos de oscila¸c˜ao em malha fechada e, ent˜ao, moldar os parˆametros no dom´ınio do tempo da resposta do sistema como, por exemplo, tempo de subida, tempo de acomo-da¸c˜ao ou ultrapassagem m´axima. Como citado em (Sivashankar et al., 1993), de um ponto de vista de aplica¸c˜ao, agrupar polos dentro de uma regi˜ao ´e mais importante que a sua aloca¸c˜ao exata. Pes-quisas anteriores sobre este tema podem ser en-contradas, por exemplo, em (Haddad and Berns-tein, 1992; Sivashankar et al., 1993) e nas suas referˆencias.

Em (Chilali and Gahinet, 1996), condi¸c˜oes su-ficientes s˜ao obtidas para aloca¸c˜ao de polos em uma classe geral de regi˜oes convexas do plano complexo definidas por restri¸c˜oes do tipo desigual-dades matriciais lineares (LMI). O interessante ´e que o problema de s´ıntese de controle resultante pode ser resolvido de forma muito eficiente por ferramentas de otimiza¸c˜ao LMI. Al´em disso, na estrutura LMI, restri¸c˜oes de aloca¸c˜ao de polos po-dem ser consideradas simultaneamente com ou-tros crit´erios de projeto como, por exemplo, restri-¸

c˜oes H∞. Esta t´ecnica foi estendida em (Chilali

et al., 1999) de modo a resolver o problema de aloca¸c˜ao robusta de polos.

Uma limita¸c˜ao not´oria das t´ecnicas de s´ıntese de controladores baseadas em LMI ´e a dificuldade em se lidar com restri¸c˜oes estruturais na pr´opria lei de controle. De fato, problemas de s´ıntese de controlador estruturado s˜ao conhecidos por serem, em geral, NP-dif´ıcil (Blondel and Tsitsiklis, 2000). Consequentemente, a t´ecnica de aloca¸c˜ao robusta de polos baseada em LMI em (Chilali et al., 1999), infelizmente, pode somente produzir controladores de ordem completa. Nota-se que a dificuldade das t´ecnicas LMI em projetar controladores estrutu-rados ´e um dos principais motivos para a volta do interesse nas t´ecnicas de s´ıntese de controlador baseadas na otimiza¸c˜ao n˜ao diferenci´avel obser-vada na ´ultima d´ecada; ver, por exemplo, (Burke et al., 2003; Mammadov and Orsi, 2005; rian and Noll, 2006; Burke et al., 2006; Apka-rian and Noll, 2007; Sim˜oes et al., 2009; Apka-rian, 2011; Yaesh and Shaked, 2012; Apkarian et al., 2015).

Restri¸c˜oes de aloca¸c˜ao de polos que apa-receram inicialmente nas t´ecnicas j´a menciona-das, de s´ıntese baseadas em otimiza¸c˜ao n˜ao di-ferenci´avel, envolveram essencialmente restri¸c˜oes de semiplano por interm´edio da fun¸c˜ao abscissa espectral (Burke et al., 2003; Mammadov and Orsi, 2005; Apkarian and Noll, 2006; Bompart et al., 2007). Mais recentemente, entretanto, uma regi˜ao mais geral do plano complexo foi consi-derada em (Yaesh and Shaked, 2012), especifica-mente para aloca¸c˜ao de polos. A t´ecnica de s´ıntese em (Yaesh and Shaked, 2012) permite o projeto de controladores estruturados com aloca¸c˜ao regional de polos, mas infelizmente apresenta uma s´eria in-conveniˆencia: de forma similar aos resultados pu-Porto Alegre – RS, 1 – 4 de Outubro de 2017

(2)

blicados em (Chilali and Gahinet, 1996), a robus-tez do agrupamento de polos n˜ao ´e explicitamente formulada, mas buscada indiretamente via uma restri¸c˜ao H∞ adicional. Como j´a bem conhecido,

restri¸c˜oes H∞ n˜ao ponderadas n˜ao s˜ao a forma

mais adequada para lidar com incertezas estrutu-radas como, por exemplo, incertezas param´etricas (Zhou et al., 1996).

Neste trabalho, uma nova t´ecnica de s´ıntese de controle ´e introduzida a qual permite o projeto de controladores que satisfazem restri¸c˜oes estrutu-rais pr´e determinadas, bem como garantem a alo-ca¸c˜ao robusta de polos na presen¸ca de incertezas param´etricas. A ideia central na abordagem pro-posta ´e reformular o problema original de aloca-¸

c˜ao robusta de polos em um problema equivalente de estabiliza¸c˜ao robusta que, por sua vez, pode ser interpretado como um problema particular de s´ıntese µ (Doyle, 1982) envolvendo controlador e incerteza altamente estruturados. O problema de s´ıntese resultante pode ent˜ao ser resolvido eficien-temente por meio de uma t´ecnica de projeto de controle estruturado e parametricamente robusto, recentemente introduzida (Apkarian et al., 2015). O artigo est´a organizado da seguinte forma: na Se¸c˜ao 2, ´e discutido como a robustez do agru-pamento de polos pode ser alcan¸cada via uma condi¸c˜ao de estabilidade robusta equivalente; na Se¸c˜ao 3, o aludido problema de s´ıntese de con-trole com aloca¸c˜ao robusta de polos ´e formulado e sua solu¸c˜ao ´e discutida; uma aplica¸c˜ao num´erica ilustrando a validade da t´ecnica proposta ´e ent˜ao apresentada na Se¸c˜ao 4; a Se¸c˜ao 5 conclui o artigo. Nota¸c˜ao: Para uma dada matriz real A ∈ Rn×n,

λi[A] representa o conjunto de n autovalores de

A, isto ´e, λi[A] , {λ ∈ C : det(λI − A) = 0}. Se

todo autovalor da matriz A tem parte real estrita-mente negativa, ent˜ao A ´e denominada uma ma-triz Hurwitz. O s´ımbolo ⊗ representa o produto de Kronecker. Para duas fun¸c˜oes de transferˆencia G e H, a nota¸c˜ao (G, H) representa a interconex˜ao em malha fechada



y = Gu, u = Hy.

Para duas fun¸c˜oes de transferˆencia X(s) e Y (s), a nota¸c˜ao X(s)?Y (s) representa a transforma¸c˜ao li-near fracion´aria (LFT) cl´assica (Zhou et al., 1996).

2 An´alise da D-estabilidade robusta Considere o sistema incerto linear invariante no tempo

˙

x(t) = (∆ ? M )x(t), (1) em que M ∈ R(r+n)×(r+n) representa a matriz de

estado nominal e ∆ ∈ ∆ ⊂ Rr×r representa uma

matriz bloco diagonal de incertezas cuja estrutura ´e dada por ∆ ,∆ = diag(δ1rIk1, . . . , δ r mrIkmr: δ r i∈R . (2)

A bola unit´aria em ∆ ´e denotada por

B∆ , {∆ ∈ ∆ : σ(∆) ≤ 1}. (3) θ Im γ r Re

D

α |q|

Figura 1: Regi˜ao D(q, r, α, θ, γ) para aloca¸c˜ao ro-busta de polos.

Seja D a regi˜ao n˜ao vazia do semiplano es-querdo complexo retratado na Fig. 1, constru´ıda como a interse¸c˜ao de um disco, o semiplano es-querdo e uma cunha, como segue:

D(q, r, α, θ, γ) , Ωc(q, r)∩Ωhp(α)∩Ωw(θ, γ), (4) com γ, q ∈ R, α, r ∈ R>0, θ ∈ (0, π/2), e Ωc(q, r) , n λ∈C : (Re(λ) + q)2+ Im(λ)2< r2o, (5) Ωhp(α) , {λ ∈ C : Re(λ) < −α} , (6) Ωw(θ, γ) , {λ ∈ C : tan(θ) (Re(λ) − γ) +|Im(λ)| < 0} . (7) O sistema incerto (1) ´e dito ser robustamente est´avel se ele for est´avel para toda incerteza per-mitida ∆ ∈ B∆. Se, entretanto, os polos do sis-tema incerto (1) encontrarem-se em D para toda incerteza permitida, isto ´e, λi[∆ ? M ] ∈ D para

todo ∆ ∈ B∆, ent˜ao o sistema incerto ´e dito ser robustamente D-est´avel.

O seguinte teorema, que estabelece o principal resultado desta se¸c˜ao, fornece uma adequada con-di¸c˜ao necess´aria e suficiente para a D-estabilidade robusta do sistema incerto (1).

Teorema 1 Considere uma regi˜ao n˜ao vazia D(q, r, α, θ, γ), com q 6= r, e seja Γ(q, r) , "q+r q−r 1 q−r −2r q−r −1 q−r # ⊗ In. (8)

(3)

Ent˜ao, o sistema incerto (1) ´e robustamente D-est´avel se e somente se o sistema

˙ x(t) = A∆x(t), (9) com A∆, diag (Γ ? (∆ ? M ), (∆ ? M ) + αIn,  sin(θ) − cos(θ) cos(θ) sin(θ)  ⊗ ((∆ ? M ) + γIn)  , (10) for robustamente est´avel.

Prova: Para uma dada matriz A ∈ Rn×n, seja Ac(q, r) , Γ(q, r) ? A, (11) Ahp(α) , A + αIn, (12) Aw(θ, γ) ,  sin(θ) − cos(θ) cos(θ) sin(θ)  ⊗ (A + γIn). (13) Inicialmente, mostra-se que λi[A] ∈ D(q, r, α, θ, γ)

se e somente se a matriz

AΣ(q, r, α, θ, γ) , diag(Ac, Ahp, Aw) (14)

for Hurwitz.

Claramente, AΣ ´e Hurwitz se e somente se

as matrizes Ac, Ahp e Aw forem todas Hurwitz.

Uma bem conhecida condi¸c˜ao necess´aria e sufici-ente para λi[A] ∈ Ωw ´e que Aw seja Hurwitz, ver

por exemplo, (Davison and Ramesh, 1970; Gut-man and Jury, 1981). Al´em disso, considerando o caso particular θ = π/2, tamb´em pode-se ver facilmente que Ahp ´e Hurwitz se e somente se

λi[A] ∈ Ωhp. Portanto, s´o resta mostrar que

λi[A] ∈ Ωc se e somente se Ac for Hurwitz.

Considere a transforma¸c˜ao bilinear s = (q + r) − z(q − r)

z − 1 , s, z ∈ C, (15) que mapeia o interior do disco com raio r e centro (−q, 0) na vari´avel s no semiplano aberto esquerdo em z. ´E f´acil verificar que

s−1In= z−1In? Γ(q, r). (16)

Consequentemente, com algum abuso de nota¸c˜ao, (s−1In, A) = (z−1In? Γ(q, r), A)

= (z−1In, Γ(q, r) ? A).

(17)

Portanto, Ac = Γ(q, r) ? A ´e Hurwitz se e somente

se λi[A] ∈ Ωc.

Finalmente, a condi¸c˜ao no teorema pode ser facilmente obtida pela aplica¸c˜ao do resultado acima na matriz de estados (∆ ? M ) para o

sis-tema incerto (1). 2

Em resumo, o Teorema 1 afirma que a D-estabilidade robusta do sistema incerto (1) pode ser encontrada por meio de um teste de estabili-dade robusta equivalente no sistema auxiliar (9)-(10).

K(s)

G(s, ∆)

u

y

Figura 2: Sistema de malha fechada incerto.

3 S´ıntese de controladores robustos Uma nova t´ecnica de s´ıntese que permite o projeto de controladores estruturados D-estabilizantes ro-bustos ´e agora obtida tendo por base o teste de es-tabilidade robusta equivalente introduzido no Te-orema 1.

Primeiro, considere o sistema em malha fe-chada incerto retratado na Fig. 2. Assume-se que a planta incerta G(s, ∆) admite a representa¸c˜ao LFT ˙ x(t) = Ax(t) + B1w(t) + B2u(t), z(t) = C1x(t) + D11w(t) + D12u(t), y(t) = C2x(t) + D21w(t) + D22u(t), w(t) = ∆z(t), (18) com x ∈ Rn , w, z ∈ Rr , u ∈ Rm , y ∈ Rp e ∆ ∈ ∆,

enquanto que o controlador K(s) a ser projetado admite a realiza¸c˜ao ˙ xK(t) = AKxK(t) + BKy(t), u(t) = CKxK(t) + DKy(t), (19) com xK∈ RnK.

O problema de projeto do controlador consi-derado aqui pode ser resumido da seguinte forma: sintetizar um controlador K(s), possivelmente es-truturado, tal que o sistema em malha fechada in-certo (G(s, ∆), K(s)) apresente D-estabilidade ro-busta. Al´em da presen¸ca de incerteza param´ e-trica na planta, outra dificuldade adv´em do fato de que o controlador K(s) a ser projetado ´e possi-velmente sujeito a restri¸c˜oes estruturais como, por exemplo, ordem reduzida, descentralizado ou PID. Tais restri¸c˜oes estruturais podem ser facilmente traduzidas em restri¸c˜oes nas matrizes de espa¸co de estado em (19); ver por exemplo (Apkarian and Noll, 2006). Seja ˆ A ,A0 00 k  , Bˆ1, B1 0  , Bˆ2,  0 B2 Ik 0  , ˆ C1,C1 0 , Cˆ2,  0 Ik C2 0  ˆ D21,  0 D21  , ˆD22, 0k 0 0 D22  , ˆD12,0 D12, e seja ˆ N ,   ˆ A Bˆ1 Bˆ2 ˆ C1 Dˆ11 Dˆ12 ˆ C2 Dˆ21 Dˆ22  . (20)

(4)

Considere, tamb´em, a doravante denominada ma-triz do controlador, K ,ACK BK K DK  , (21)

constru´ıda a partir das matrizes que definem a re-presenta¸c˜ao em espa¸co de estados (19) do contro-lador. Pode ser mostrado que o sistema em malha fechada incerto (G(s, ∆), K(s)), mostrado na Fig. 2, admite a realiza¸c˜ao em espa¸co de estados

 ˙ x(t) ˙ xK(t)  = (∆ ? M (K)) x(t) xK(t)  , (22) em que M (K) ,     0 I 0 I 0 0 0 0 I  Nˆ   0 I 0 I 0 0 0 0 I    ? K. (23)

Agora, uma aplica¸c˜ao direta do Teorema 1 para a equa¸c˜ao de estados (22)-(23) permite concluir que se uma matriz de controlador K pode ser encon-trada tal que o sistema incerto (9) com a matriz M dada por (23) ´e robustamente est´avel, ent˜ao o con-trolador K(s) correspondente a K torna o sistema em malha fechada incerto original (G(s, ∆), K(s)) robustamente D-est´avel.

Em resumo, o problema original de projeto que envolve a D-estabiliza¸c˜ao robusta do sistema em malha fechada incerto (G(s, ∆), K(s)) em (18)-(19) pode ser resolvido equivalentemente via o se-guinte problema de estabiliza¸c˜ao robusta:

Problema de s´ıntese P1: encontre um ga-nho est´atico K com estrutura (21) tal que o sis-tema incerto (9)-(10), com M (K) dado por (23), seja robustamente est´avel.

´

E altamente instrutivo rearranjar o sistema em malha fechada incerto considerado no pro-blema P1 na forma cl´assica padr˜ao para s´ıntese µ (Doyle, 1982) retratada na Fig. 3. Depois de al-gumas manipula¸c˜oes alg´ebricas tediosas, pode ser mostrado que o sistema incerto auxiliar conside-rado em P1, dado por (9)-(10) e (23), pode ser reorganizado em uma interconex˜ao LFT padr˜ao ( ˆ∆, P (s) ? C) retratada na Fig. 3, com

ˆ

∆ , I6⊗ ∆, (24)

C , I6⊗ K. (25)

Uma realiza¸c˜ao para a correspondente planta de s´ıntese aumentada P (s) ´e dada no Apˆendice.

De (24)-(25), torna-se claro que o problema P1 de s´ıntese do controlador robusto a ser resol-vido pode ser visto como um problema de s´ıntese µ particular envolvendo um controlador est´atico al-tamente estruturado e um bloco de incerteza para-m´etrica que ´e tamb´em altamente estruturado. A capacidade para resolver eficientemente esta classe de problemas de controle robusto estava fora do al-cance dos engenheiros de sistema de controle at´e

ˆ

C(s)

P (s)

Figura 3: Forma padr˜ao para a s´ıntese µ.

recentemente, principalmente devido ao fato que as t´ecnicas de s´ıntese dispon´ıveis eram incapazes de lidar satisfatoriamente com restri¸c˜oes estrutu-rais do controlador. Esse cen´ario mudou substan-cialmente recentemente com a introdu¸c˜ao das t´ ec-nicas de s´ıntese de controladores robustos estru-turados baseadas na otimiza¸c˜ao n˜ao diferenci´avel (Apkarian, 2011; Apkarian et al., 2015; Menezes et al., 2017).

A abordagem de s´ıntese µ estruturada em (Apkarian, 2011; Menezes et al., 2017) pode li-dar com problemas de s´ıntese como P1. Entre-tanto, uma vez que se baseia em multiplicado-res, n˜ao ´e a alternativa mais eficiente para pro-blemas reais de s´ıntese µ como P1 quando in-certezas param´etricas aparecem repetidas muitas vezes. A t´ecnica param´etrica de projeto de con-trole estruturado robusto recentemente introdu-zida em (Apkarian et al., 2015), por outro lado, dispensa multiplicadores e, portanto, ´e particular-mente adaptada para problemas reais de s´ıntese µ tais como P1. Uma implementa¸c˜ao num´erica da t´ecnica em (Apkarian et al., 2015) est´a atualmente dispon´ıvel na rotina systune no MATLAB.

Os passos chaves na t´ecnica de s´ıntese de controlador proposta podem ser finalmente re-sumidos da seguinte forma. Primeiro, dada a planta incerta (18) e a especifica¸c˜ao da re-gi˜ao D(q, r, α, θ, γ), o sistema incerto auxiliar ( ˆ∆, P (s) ? C) considerado no problema de s´ıntese P1 ´e constru´ıdo, de acordo com (24)-(25) e (33). Depois, o problema P1 ´e resolvido via t´ecnica de projeto de controlador estruturado robusto em (Apkarian et al., 2015). Finalmente, o controla-dor estruturado robusto K(s) procurado pode ser obtido diretamente da matriz do controlador K resultante.

Vale a pena tamb´em mencionar que, embora apenas a aloca¸c˜ao de polos seja discutida aqui, o crit´erio de agrupamento de polos apresentado pode ser facilmente incorporado em uma estru-tura multiobjetiva adotada em abordagens de oti-miza¸c˜ao n˜ao diferenci´avel, como por exemplo em (Apkarian and Noll, 2007; Sim˜oes et al., 2009). Porto Alegre – RS, 1 – 4 de Outubro de 2017

(5)

4 Aplica¸c˜ao num´erica

A t´ecnica de s´ıntese de controlador estruturado introduzida na Se¸c˜ao 3 ´e agora utilizada para pro-jetar um controlador de ordem reduzida para a D-estabiliza¸c˜ao robusta do modelo incerto de um m´ıssil. Este problema foi adaptado de (Chilali et al., 1999), onde uma descri¸c˜ao mais detalhada do modelo do m´ıssil pode ser encontrada.

A dinˆamica incerta do eixo de rolagem do m´ıs-sil ´e dada por

˙ x(t) = (A + 0.9δ1Aδ)x(t) + (B + δ2Bδ)u(t), y(t) = Cx(t), (26) onde A=       −180 0 0 0 0 0 −180 0 0 0 −21.23 0 −0.6888 −14.7 0 256.7 0 122.6 −1.793 0 −52.33 304.7 0 36.7 −9.661       , Aδ=       27 0 0 0 0 0 27 0 0 0 21.2 0 0.688 14.96 0 38.6 0 122.6 0 0 52.4 304.8 0 36.8 9.66       , B =       180 0 0 180 0 0 256.7 0 0 0       , Bδ =       40.5 0 0 40.5 0 0 57.9 0 0 0       , C =   0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1  ,

com δ1, δ2 ∈ [−1, 1] representando as incertezas

param´etricas. A Fig. 4 mostra a localiza¸c˜ao dos polos da planta para 500 amostras aleat´orias do vetor de parˆametros incertos (δ1, δ2) na regi˜ao

per-mitida definida por δ1, δ2∈ [−1, 1].

Tabela 1: Especifica¸c˜oes de projeto. D1 D2 ζ 0.5 0.7 r 250 200 α 20 30 γ 0 0 q 0 0

Inicialmente, o objetivo do projeto ´e sinte-tizar um controlador est´atico que garanta a D-estabiliza¸c˜ao robusta em malha fechada para a dinˆamica do m´ıssil com rela¸c˜ao `a regi˜ao D1

in-dicada na Tab. 1. A presen¸ca concomitante de restri¸c˜oes estruturais e de agrupamento de polos torna inoperantes as t´ecnicas cl´assicas de s´ıntese

-250 -200 -150 -100 -50 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 0.988 0.955 0.9 0.82 0.72 0.58 0.4 0.2 250 200 150 100 50

Real Axis (seconds -1)

Imaginary Axis (seconds

-1)

Figura 4: Diagrama de polos da planta.

de controlador robusto neste caso. A popular ite-ra¸c˜ao D, G-K (Young, 1996), por exemplo, n˜ao pode lidar com nenhuma das restri¸c˜oes.

Para come¸car, a dinˆamica incerta do m´ıssil (26) deve ser rearranjada em uma forma LFT (18), por exemplo seguindo as linhas em (Zhou et al., 1996). A representa¸c˜ao LFT m´ınima resultante para a dinˆamica do m´ıssil ´e ent˜ao dada por (18), onde ∆ = diag(δ1I5, δ2I2), (27) B1=I5 Bδ , B2= B, C1= 0.9Aδ 02×5  , C2= C, D12= 05×2 I2  , D11= D21= D22= 0. (28)

O problema de s´ıntese auxiliar P1 ´e ent˜ao constru´ıdo e resolvido via t´ecnica n˜ao diferenci´ a-vel em (Apkarian et al., 2015), que consegue en-contrar uma solu¸c˜ao vi´avel. Assim, o controlador est´atico resultante

K1=  1.369 −0.363 −0.0986 −0.6826 −0.2373 −0.09961  (29) D-estabiliza robustamente o sistema em malha fe-chada em rela¸c˜ao `a regi˜ao D1. A Fig. 5

mos-tra o diagrama de polos do sistema em malha fe-chada com o ganho est´atico K1, novamente para

500 amostras aleat´orias do vetor de parˆametros in-certos (δ1, δ2) na regi˜ao permitida δ1, δ2∈ [−1, 1].

Como esperado, as restri¸c˜oes impostas de locali-za¸c˜ao regional s˜ao de fato respeitadas.

Em seguida, ´e considerada uma especifica¸c˜ao de projeto mais rigorosa, representada pela regi˜ao D2indicada na Tabela 1. Com este novo conjunto

de restri¸c˜oes, uma solu¸c˜ao vi´avel de controle es-t´atico n˜ao pode ser encontrada. Um controlador Porto Alegre – RS, 1 – 4 de Outubro de 2017

(6)

Figura 5: Diagrama de polos de malha fechada com controlador est´atico K1.

de primeira ordem ´e ent˜ao escolhido, mas uma vez mais nenhuma solu¸c˜ao vi´avel pode ser encontrada. Quando um controlador de segunda ordem ´e considerado, uma solu¸c˜ao vi´avel que satisfaz as restri¸c˜oes de projeto pode ser obtida. O controla-dor dinˆamico resultante ´e dado por

K2(s) =           1496 1691 −1540 −1735    −232.0761 212.9380 52.8078 −48.1774 −1.8327 1.8275   T  32.51 35.42 −28.04 −31.92    0.8175 −12.3825 −0.3712 1.2257 −0.0344 0.0722   T          . (30) A Fig. 6 ilustra a localiza¸c˜ao dos polos do sistema em malha fechada com controlador K2(s),

nova-mente para 500 amostras aleat´orias do vetor de parˆametros incertos (δ1, δ2) na regi˜ao permitida.

Apesar da severidade das novas restri¸c˜oes, as res-tri¸c˜oes de localiza¸c˜ao regionais s˜ao satisfeitas pelo controlador de ordem reduzida.

5 Conclus˜ao

Uma nova t´ecnica de aloca¸c˜ao robusta de polos ´e apresentada, que permite a s´ıntese de controlado-res capazes de fazer uma aloca¸c˜ao regionalmente robusta de polos na presen¸ca de incertezas para-m´etricas, mas que tamb´em atende restri¸c˜oes estru-turais prescritas. Como notado antes, tais carac-ter´ısticas est˜ao raramente conjuntamente presen-tes nos m´etodos de s´ıntese de controladores atual-mente dispon´ıveis. Al´em disso, o crit´erio de alo-ca¸c˜ao de polos proposto pode ser facilmente

in-Figura 6: Polos em malha fechada com controla-dor dinˆamico K2(s).

corporado em formula¸c˜oes multiobjetivas existen-tes baseadas em otimiza¸c˜ao n˜ao diferenci´avel. A aplicabilidade e validade da t´ecnica de s´ıntese pro-posta foi ilustrada por um exemplo num´erico de-safiador envolvendo restri¸c˜ao de ordem reduzida e incertezas param´etricas repetidas.

Apˆendice

Uma realiza¸c˜ao para a planta de s´ıntese aumen-tada P (s) considerada no problema de s´ıntese P1, ilustrada na Fig. 3, ´e dada como segue. Para uma dada qu´ıntupla (q, r, α, θ, γ), considere a nota¸c˜ao

cθ , cos(θ), sθ , sin(θ), Γ11, q + r q − r, Γ12, 1 q − r, Γ21, −2r q − r, Γ22, −1 q − r.

Tamb´em, seja a ordem do sistema em malha fe-chada (G(s, ∆), K(s)) denotada por N = n + nK.

Finalmente, considere

R , (IN − Γ22A),ˆ (31)

e

X , (IN+ ˆAR−1Γ22). (32)

Assim, uma realiza¸c˜ao para a planta de s´ıntese aumentada P (s) ´e

P (s) , s−1I4(n+nK)? Ω, (33)

onde a matriz est´atica Ω ´e dada por (34). Porto Alegre – RS, 1 – 4 de Outubro de 2017

(7)

Ω ,                                ( ˆA + γ ∗ IN)sθ −( ˆA + γ ∗ IN)cθ 0N,2N Bˆ1sθ − ˆB1cθ 0N,4r Bˆ2sθ − ˆB2cθ 0N,4m  ( ˆA + γ ∗ IN)cθ ( ˆA + γ ∗ IN)sθ 0N,2(N +r) Bˆ1cθ Bˆ1sθ 0N,2(r+m) Bˆ2cθ Bˆ2sθ 0N,2m  0N,2N (Γ11IN + Γ12ARˆ −1Γ21) 0N,(N +4r) Γ12X ˆB1 0N,(r+4m) Γ12X ˆB2 0N,m  0N,3N ( ˆA + αIN) 0N,5r Bˆ1 0N,5m Bˆ2  ˆ C1 0r,3N Dˆ11 0r,5r Dˆ12 0r,5m  0r,N Cˆ1 0r,(2N +r) Dˆ11 0r,(4r+m) Dˆ12 0r,4m  ˆ C1 0r,(3N +2r) Dˆ11 0r,(3r+2m) Dˆ12 0r,3m  0r,N Cˆ1 0r,(2N +3r) Dˆ11 0r,(2r+3m) Dˆ12 0r,2m  0r,2N Cˆ1R−1Γ21 0r,(N +4r) ( ˆC1R−1Γ22Bˆ1+ ˆD11) 0r,(r+4m) ( ˆC1R−1Γ22Bˆ2+ ˆD12) 0r,m  0r,3N Cˆ1 0r,5r Dˆ11 0r,5m Dˆ12  ˆ C2 0p,3N Dˆ21 0p,5r Dˆ22 0p,5m  0p,N Cˆ2 0p,2N Dˆ21 0r,(4r+m) Dˆ22 0p,4m  ˆ C2 0p,(3N +2r) Dˆ21 0p,(3r+2m) Dˆ22 0p,3m  0p,N Cˆ2 0p,(2N +3r) Dˆ21 0r,(2r+3m) Dˆ22 0p,2m  0p,2N Cˆ2R−1Γ21 0p,(N +4r) ( ˆC2R−1Γ22Bˆ1+ ˆD21) 0r,(r+4m) ( ˆC2R−1Γ22Bˆ2+ ˆD22) 0p,m  0p,3N Cˆ2 0p,5r Dˆ21 0r,5m Dˆ22                                 . (34) Referˆencias

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