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Benefícios da Crochetagem na Síndrome do Impacto de Ombro Causada por Lesão por Esforço Repetitivo (LER)

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Benefícios da Crochetagem na Síndrome do Impacto de Ombro

Causada por Lesão por Esforço Repetitivo (LER)

Márcia Cristina Venceslau Andrade1 e-mail: marcia.andrade@pmm.am.gov.br

Dayana Priscila Maia Mejia²

Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual – Faculdade Ávila

Resumo

Este artigo tem como objetivo geral analisar os benefícios proporcionados pelo tratamento fisioterápico através da técnica da Crochetagem na síndrome do impacto do ombro. Quantos aos objetivos específicos são: descrever as anatomias envolvidas no complexo ou na região do ombro; verificar a etiologia, os fatores de risco, o diagnóstico e tratamento, da síndrome do impacto do ombro causado por Ler; esclarecer a intervenção ou ingerência do profissional da fisioterapia no tratamento da síndrome do impacto do ombro pela técnica da Crochetagem. O problema ou lacuna é saber: O tratamento clínico, medicamentoso, da síndrome do impacto do ombro causada por Ler é suficiente para a recuperação do paciente ou é indispensável a intervenção da fisioterapia? Quanto à metodologia, trata-se de uma revisão de literatura, através da técnica da pesquisa bibliográfica (documentação indireta), com finalidade descritiva, explicativa, analítica e reflexiva. Concluiu-se que na grande maioria dos casos de SIO o restabelecimento completo do paciente, após tratamento clínico ou cirúrgico, não é possível sem um complemento fisioterápico, sendo que a técnica da crochetagem se destaca por alcançar e tratar danos tais como granulações, fibroses e aderências, oriundas do processo inflamatório tecidual, que a mão do fisioterapeuta não alcança.

Palavras-chave: Síndrome do Impacto de Ombro; Lesão por Esforço Repetitivo; Crochetagem.

1. Introdução

As Lesões por Esforço Repetitivo (LER/DORTs) têm se comportado como fatos sociais provocadores que atingem a saúde de trabalhadores e empregadores de todos os tipos. O diagnósticos clínicos vêm aumentando supostamente na mesma proporção do aumento das atividades ocupacionais, verificando-se um crescimento nos serviços de atendimento à saúde dos profissionais.

Síndrome do Impacto do Ombro (SIO) é a enfermidade mais corriqueira da cintura escapular, tendo a capacidade de abordar os dois lados do corpo com prevalência maior em indivíduos da faixa etária entre 40 a 50 anos. Articulação humana alguma apresenta uma animação tão ampla quanto à do ombro. O complexo articular do ombro precisa de uma interatividade de modo coordenado, entre ossos e tecidos moles, para que se possa obter um desempenho natural do membro superior, haja vista que quando nossos ancestrais longínquos assumiram a posição o ereta houve um achatamento anteroposterior do tórax, promovendo também uma rotação externa de 45º da escápula em relação ao plano sagital. Tal situação possibilitou uma amplitude no movimento (ADM) articular, mas com prejuízo da estabilidade (GREVE; AMATUZZI, 1999).

1 Pós-graduando em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual. ² Orientadora: Dayana Priscila Maia Mejia

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O Manguito Rotador é constituído pelos músculos: supraespinhoso, infraespinhoso, subescapular e redondo menor. Apresenta inserção tendinosa no úmero, promovendo a harmonia articular, possibilitando a movimentação. Esses ligamentos levam ao afastamento da escápula, que sofre o balanceamento contrário dos músculos rombóides e elevador da escápula e pelas fibras inferiores do músculo trapézio. Essa atuação estabilizante é essencial para a conformação dos compassos escapulotorácico e escapuloumeral durante a animação dos membros superiores (SOUZA, 2001).

A amplitude de um movimento depende da completude das articulações integrantes e estas são amparadas internamente por ligamentos, sinóvias e cápsula articular e externamente por tendões, músculos, fáscias e nervos. Esses arcabouços se responsabilizam por parte significativa das cargas advindas da movimentação e do trabalho físico diário (SANTOS, 2006).

Conforme Baumgarth (2002), a Crochetagem, por sua vez, é uma técnica fisioterápica desenvolvida por Kurt Ekman e utilizada na terapêutica das aflições do aparelho locomotor, por meio da retirada das aderências e dos corpúsculos irritativos inter-aponeuróticos, ou mio-aponeuróticos, com a utilização de ganchos sobrepostos e mobilizados sobre a pele.

O objetivo geral deste artigo “Benefícios da Crochetagem na Síndrome do Impacto de Ombro Causada por Lesão por Esforço Repetitivo (Ler)” foi analisar os benefícios proporcionados pelo tratamento fisioterápico através da técnica da Crochetagem na síndrome do impacto do ombro. Quantos aos objetivos específicos são: descrever as anatomias envolvidas no complexo ou na região do ombro; verificar a etiologia, os fatores de risco, o diagnóstico e tratamento, da síndrome do impacto do ombro causado por Ler; esclarecer a intervenção ou ingerência do profissional da fisioterapia no tratamento da síndrome do impacto do ombro pela técnica da Crochetagem. A importância desta temática é justificada pela alta incidência da síndrome do impacto do ombro associados a Ler/Dort em atividades no ambiente de trabalho, lazer, dentre outros.

O problema aventado neste estudo foi: O tratamento clínico, medicamentoso, da síndrome do impacto do ombro causada por Ler é suficiente para a recuperação do paciente ou é indispensável a intervenção da fisioterapia? O estudo foi embasado numa revisão de literatura, através da técnica da pesquisa bibliográfica (documentação indireta), de natureza qualitativa, descritiva, expositiva. Foram desenvolvidas a partir de material publicado, composto de artigos científicos especializados em fisioterapia, nos meios eletrônicos ou sites acadêmicos. Quanto aos fins trata-se de um estudo explicativo ou explanatório, analítico e reflexivo.

A importância dos temas SIO e Ler/Dort está principalmente na sua alta incidência, bem como na falta de prevenção observadas em relação a tais doenças. Lesões ocasionadas de atividades repetitivas e movimentos extrapolados tornaram-se ocorrências corriqueiras na vida dos indivíduos que fazem realizam tarefas que precisam de tais esforços. A SIO é a segunda maior incidência de queixa das enfermidades musculoesqueléticas (SOUZA, 2001).

2. Considerações históricas

O começo histórico da Ergonomia está relacionado ao desenvolvimento de antigos utensílios, na época em que homem paleolítico ou pré-histórico inventou uma ferramenta adaptada à anatomia de suas mãos. De acordo com Ribeiro; Shimizu (2007), as inquietações com riscos e acidentes no trabalho já existem há bastante tempo; há escritos já nos impérios grego e romano sobre as enfermidades e fatalidades no ambiente de trabalho, as quais aconteciam com servos e escravos, principalmente na mineração. Não obstante, esses fatos tornaram-se comuns na Idade Média e no mercantilismo, época do expansionismo comercial, fenômeno que se agravou com a Revolução Industrial, na Inglaterra de 1870, com a exploração do homem no trabalho.

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De acordo com Bueno (2012), no século XVIII, verificou-se que houve grande inquietação com questões relacionadas à climatização dos ambientes de trabalho e também com a organização de serviços de saúde para tratamento de artesãos. Villermé faz pesquisas estatísticas sobre a qualidade das condições de labor nas manufaturas ou fábricas da França, conduzindo a um documento publicado em 1840 sobre os trabalhadores, que é tido como um marco para a tomada de medidas legais em relação às horas de trabalho e à idade para as fábricas empregarem crianças.

A partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, apareceram as fábricas, que eram perigosas, imundas, barulhentas; onde os operários laboravam 16 horas por dia, sem direitos, em regime de quase escravidão. No século XVIII e no XVII, os engenheiros Vauban e Belidor, estimam a carga do trabalho físico cotidiano nas fábricas ou ambiente de trabalho. Eles chegaram à conclusão de que cargas elevadas provocam esgotamento e doenças, aconselhando que as organizações melhorassem a organização das tarefas, para que o rendimento do trabalho aumentasse (BUENO, 2012).

Cabe salientar que a legislação trabalhista brasileira atual apresenta um minucioso entendimento sobre a saúde e a segurança no trabalho, difundido em normas (NR), com temas e matérias diversas, de modo a orientar as ações relativas à saúde do trabalhador.

2.1 Anatomias envolvidas no complexo ou na região do ombro

Alvarez (2012) afirma que o ombro humano é um dos mecanismos biológicos mais complexos do corpo humano, sendo o que apresenta ângulo de amplitude de movimentos mais significativo, embora seja também o que apresente menor estabilidade (a maior parte desta estabilidade é feita por músculos). Trata-se de uma estrutura complexa constituída por quatro articulações que operam em conjunção para que os movimentos necessários possam ser produzidos. São as articulações entre o úmero e a escápula, entre a escápula e a clavícula, entre a clavícula e o esterno, e entre a escápula e a caixa torácica.

Deve-se levar em consideração que, por meio dos ligamentos ou músculos, estes ossos possuem atrelamentos com vértebras, costelas, cotovelo, cabeça e até com a pelve, podendo-se verificar a complexidade dessa região, podendo-sendo que cada composição ou estrutura possui podendo-seu grau de mobilidade e atuação para que o ombro possa fazer todas as suas animações de modo correto.

A região do ombro é composta por três articulações sinoviais-esternoclavicular, acromioclavicular e glenoumeral- e uma articulação fisiológica, a escapulotorácica. O sítio subacromial igualmente é considerado como juntura fisiológica por alguns autores como Nerr (1995). Conforme Andrews et. al., (2000), essas articulações, conjuntamente com os ligamentos, o manguito rotador e os motores primários da extremidade superior precisam funcionar unissonamente para causar variedade nas amplitudes de movimento possíveis, nos mecanismos do ombro. A perturbação de uma função dessas articulações ou estruturas poderá implicar em função limitada ou lesão do complexo do ombro.

O ombro é composto por um conjunto de articulações que, integradas, formam um grande arco de animação nos três planos. Porém, não é somente a soma de seus movimentos que é relevante para o bom apropriado desempenho final, mas também é necessária uma coordenação entre os mesmos. Essa concordância tem como finalidade principal a redução do esforço a que são submetidas às várias estruturas abarcadas e a sustentabilidade da do equilíbrio articular (MORELLI; VULCANO, 1993).

Segundo Kapandji (2000), o ombro é formado por diversos músculos, 3 articulações verdadeiras e 2 funcionais que permitem que tal articulação apresente maior mobilidade se comparadas a outras do corpo humano. O complexo articular do ombro possui 5 articulações: escapulotorácica, acromioclavicular, esternoclavicular, subdeltoidea e escapuloumeral, sendo a última mais importante no ponto de vista biomecânico e também denominada glenoumeral.

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O complexo do ombro engloba todas as estruturas relacionadas com o movimento do ombro, este constituído pelos ossos: úmero, clavícula e escápula, três articulações sinoviais: esternoclavicular, acromioclavicular e glenoumeral e duas articulações funcionais: escapulotorácica e subdeltóidea.

Cada articulação tem sua amplitude e graus de movimento restringidos pelas estruturas ósseas, ligamentares, tendinosas, capsulares ou musculares, um sincronismo perfeito entre todo o complexo articular do ombro faz com que grandes movimentos com os membros superiores possam ser realizados. Tal sincronismo acontece entre o úmero e a escápula e denomina-se ritmo escapuloumeral e a junção escápula, clavícula e úmero são chamados de cintura escapular (METZKER, 2010).

Tem o objetivo de colocar a mão de modo que possibilite o interagir do indivíduo com o seu ambiente e realizar as atividades motoras finas; levantar o membro superior; proporcionar fixação bastante para que aconteça a animação da extremidade superior; ajudar na elevação do braço – escapulação (GOSLING et. al., 2009).

A articulação glenoumeral, a mais móvel do corpo, tem a capacidade de atingir uma grande amplitude de movimentos. É importante saber que o movimento ocorre também em outras 3 articulações ou áreas. O complexo de ombro é um termo usado, às vezes, para abranger todas as estruturas envolvidas no movimento do ombro (LIPPERT, 2013).

Conforme Mendonça et. al. (2010), vários grupos musculares são considerados importantes para o funcionamento apropriado do complexo articular do ombro; dentre os quais destacam-se os componentes do manguito rotador. O Bom potencial de gerar torque do manguito rotador é vital para estabilizar e garantir a centralização da cabeça do úmero na cavidade glenoide. Ainda de acordo com o autor supracitado, Kliber descreveu em 1998 a importância dos pares de força no ombro como sendo mais relevantes do que a força isolada de um músculo na função normal desse complexo articular. Além disso, diferença de força entre grupos musculares agonista e antagonista do ombro tem sido apontada como fator de risco importante para lesões nessa articulação.

A estrutura relativa ao ombro não vai além de uma única articulação, mas se organiza morfologicamente em um complexo articular que permite diferentes ações, possibilitando um ótimo grau de ação dos membros superiores, mormente para ação ilimitada das mãos, no campo visual e fora dele. Por essa razão, deve-se considerá-lo como um complexo articular que mantém relações de interdependência na busca das condições prioritárias da dinâmica articular: a mobilidade com estabilidade. A estabilidade é o mais relevante aspecto do da mobilidade e da prevenção de lesões, constituindo um dos grandes desafios no processo de reabilitação. As ações dos membros superiores são de tal complexidade que a limitação ou a hipermobilidade, de qualquer natureza, de uma de suas articulações resultam em prejuízo funcional (SANTOS, 2010).

2.2 Conceito, etiologia, fisiopatologia, diagnóstico e incidência, da síndrome do impacto do ombro (SIO) causado por Ler/Dort

A síndrome do impacto no ombro (SIO) é uma doença inflamatória e degenerativa que se caracteriza por impactação mecânica de certas estruturas que se encontram localizadas no sítio umerocoracoacromial da articulação. É a patologia mais corriqueira da cintura escapular com maior prevalência pessoas com idade entre quarenta (40) e cinquenta (50) anos; por estar fortemente relacionada a determinadas funções laborais e atividades esportivas, se torna cada vez mais frequente em adultos jovens (METZKER, 2010).

Essa síndrome é uma afecção inflamatória e degenerativa, onde se observa impactação mecânica de certas estruturas localizadas no espaço úmerocoracoacromial da articulação. Nessa região, pode ser observada uma variedade de modificações anatomopatológicas, sendo as mais frequentes: a tendinite dos músculos do manguito rotador, especialmente o tendão do

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supraespinal, e cabeça longa do bíceps (tendão), bursite acromial e tenossinovite (LIMA et al., 2007).

Conforme Checchia; Budzyn (1991), o diagnóstico verdadeiro e um ajuizamento minucioso possibilitam melhor entendimento da fase evolucionária da doença e, consequentemente, melhores probabilidades de triunfo no tratamento. Os principais métodos diagnósticos empregados na detecção de lesões do manguito rotador são ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética; Não obstante, o raio x (RX) na incidência ântero-posterior (AP) ou perfil, em vários ângulos, poderá ajudar na identificação de modeficações estruturais.

Segundo Nerr (1995), na incidência AP com a manobra de rotação interna se observa achatamento, esclerose e cistos subacromiais na tuberosidade maior do úmero, na AP com 30º caudal; pode ou não ser observada a presença de osteófito ântero-inferior no acrômio e o RX da escápula; em perfil é possível ver a forma do acrômio, podendo-se confirmar a presença do osteófito acromial.

Conforme Alvarez (2012), a lesão mais comum no ombro é a síndrome do impacto, mais conhecida como ombro doloroso. Ocorre quando o espaço existente entre o úmero (osso do braço) e a ponta da escápula (chamada de acrômio) diminui, gerando compressão das estruturas que ali estão. As reclamações mais comuns são aflições na região precedente ao ombro ao erguer o braço, ao elevar pesos; dificuldade em por a mão nas costas (as mulheres, por exemplo, se queixam da dificuldade em trancar o sutiã) e dores acentuadas durante o sono.

De acordo com Hoppenfeld (1996), o complexo do ombro pode ter sua avaliação através de informações subjetivas e objetivas da experiência propedêutica, sendo importante a anamnese e o exame físico. O exame físico é composto de inspeção óssea, palpação óssea, avaliação da amplitude de movimento (ADM) e força muscular (FM), averiguação dos reflexos e grau de suscetibilidade, além do emprego de testes específicos exercem função relevante no inquérito sobre inteireza ou não dos tendões.

Cuidados devem ser adotados no diagnóstico da Síndrome de Impacto (SI). Muitas enfermidades do ombro são possíveis de serem identificadas através de diagnóstico diferencial e de minúcias história, exame físico; exames complementares podem encerrar o diagnóstico.

Ao tentar formular o diagnóstico, Couto et. al., (2007) explica que a necessidade de o profissional não tenha uma idéia pré-concebida, mas tenha em mente que, na origem, existem um ou mais dos seguintes motivos: fatores biomecânicos significativos; fatores relacionados à gestão que aumentam a intensidade dos fatores biomecânicos; alto nível de tensão psicológica na área; anulação dos mecanismos de regulação, especialmente a redução das pausas necessárias para a recuperação dos tecidos; pessoas mais vulneráveis executando trabalhos de alta exigência; desentrosamento interno na empresa, potencializando as ocorrências; tratamento médico inadequado, agravando quadros inicialmente de baixo risco; potencialização social de queixas.

O processo de análise das causas segue o modelo proposto pelos sistemas de gerenciamento da qualidade e tem as seguintes etapas: entrevistas de percepção; levantamento de dados, de onde estão vindo os acometidos; identificação de setores e atividades críticos; entrevista e exame clínico de uma amostra de trabalhadores acometidos por distúrbios e lesões em membros superiores; entrevistas com os trabalhadores e conhecimento da realidade de trabalho; análise ergonômica das atividades criticas; pesquisa de dados secundários da organização; entrevistas com supervisores e gerência; mapeamento de todos os casos; conclusão quanto aos aspectos críticos (COUTO et. al., 2007).

A alta incidência da Síndrome do Impacto do Ombro causada por Ler se apresenta em indivíduos que exercem atividades de trabalho, esporte e lazer, principalmente em áreas que

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favorecem o risco desta síndrome. O contexto global das tecnologias da informação e outras atividades manuais corroboram com os riscos dessa afecção por esforço repetitivo. O fisioterapeuta que atua nesta área precisa ser estudioso e profundo conhecedor da anatomia e cinesiologia do complexo do ombro, pois deste modo poderá elaborar ou programa de exercícios capazes de corrigir os déficits e recuperar os movimentos ideais do indivíduo, além de educá-lo em relação a posturas e práticas preventivas, promovendo saúde, funcionalidade e normalidade.

A dor no ombro é uma das afecções mais comuns e potencialmente incapacitantes do sistema músculo- esquelético. A prevalência está entre 15% a 25% nos pacientes que procuram fisioterapia. A causa mais comum de dor no ombro é a Lesão do Manguito Rotador, que pode atacar indivíduos em qualquer idade, sendo mais ameaçadora no envelhecimento e em ocupações de risco no trabalho, e em atividades intensas do lazer ou recreação (MARMIROLI, 2011).

Carneiro et. al. (2007) realizaram pesquisa com motoristas e cobradores de uma empresa de transporte da cidade de Jequié-BA, ocasião em que foram selecionados para o estudo quarenta (40) motoristas e trinta e nove (39) cobradores, para a estimativa dos Sintomas de Distúrbios Osteomusculares (SDO); utilizaram o questionário nórdico para SDO, transcrito e adaptado para o Brasil. Os autores assinalaram que 73% dos motoristas e 77% dos cobradores experimentavam dores em determinada parte do corpo, sendo que a região lombar apresentou maiores índices de afetação.

De acordo com Couto (2000), as doenças LER/DORT decorrentes do trabalho acometem o indivíduo em sua fase de maior produtividade, sendo a segunda maior causa de afastamentos do trabalho no Brasil.

De 1995 a 2000 houve cerca de 532.500 Comunicação de Acidente de Trabalho. Associado a isso a tensão imposta pela organização do trabalho, a necessidade de atenção e concentração constantes do trabalhador e ainda as posturas incorretas são fatores importantes e significativos para a ocorrência das LER/DORT (DELIBERATO, 2002).

De acordo com o Instituto de Pesquisas Data Folha (2001), o diagnóstico de dificuldades na coluna vertebral, e doenças nervosas, é mais frequente naqueles que são parte das classes sociais D/E e entre os operários da construção civil. Em vinte três por cento (23%) dos que tiveram diagnóstico de LER/DORT observou-se inchaço em alguma parte do corpo; Dezenove por cento (19%) sentia entorpecimento e quinze por cento (15%) sentiam dores frequentes. O diagnóstico LER/DORT se apresenta acima da média entre os que usam móveis desconfortáveis: vinte quatro por cento (24%); falta de ventilação: vinte e três por cento (23%); são expostos à ventilação: vinte por cento (20%); utilizam computador: dezenove por vento (19%); fazem movimentação repetitivas de modo intenso: dezoito por cento (18); trabalham de 5 a 10 horas extras semanais: vinte e oito por cento (28%).

Couto (2000) mencionou trabalho de Campana e cols., em 1997, no XII Congresso Nacional

de Prevenção de Acidentes do Trabalho, sobre casos de tenossinovite (Inflamação da

membrana que recobre os tendões) ocupacional entre lavadeiras e engomadeiras. Como um fenômeno importante, as LERs têm sido objeto de estudos principalmente na área de Medicina do Trabalho e de Saúde Pública, com poucos relatos em Administração.

Ainda de acordo com o autor, que menciona tarefas do referido Congresso, cerca de trezentos funcionários que trabalhavam nos setores de digitação de cheque e documentos, abrangendo os vários turnos de trabalho, foram examinados. Desse grupo cerca de 10% tinham sido afastados de suas atividades com diagnóstico de afecções osteomusculares.

Segundo o Ministério do Trabalho e do Emprego (2008), números da Organização Mundial de Saúde referem que muitos trabalhadores (30% e 50 a 70% nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, respectivamente) desempenham suas funções em forma situações

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ergonomicamente inapropriadas, sujeitos à ocorrência acidentes e ao adoecimento, sobrecarregados fisicamente, cujos riscos maiores são principalmente a aquisição de LER/DORT.

Bloemer (2001) analisou postura dos funcionários de um setor de informática de uma Universidade. O pesquisador verificou que um percentual de 100% dos colaboradores pesquisados desempenhava suas funções na posição sentada, sendo que 64,29% deles sentiam algum tipo de desconforto. O autor averiguou que os funcionários apresentaram dores em mais de uma região do corpo, e que embora o local do corpo atingido seja maior em membros superiores pelo uso contínuo do computador, os membros inferiores e mormente a coluna vertebral se deparavam com taxas significativas de dor, destacando que a coluna vertebral constitui a região do corpo em que a intensidade da dor é maior, sendo que 85,71% dos funcionários em questão relataram sentir dor forte na coluna o que é um indicativo de algum distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho.

A Norma Regulamentadora nº 9 do Ministério do Trabalho (NR-9) torna obrigatória a elaboração de mapas de risco ambientais nas empresas, devendo esses ser realizados pelas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA’s), após ouvir todos os trabalhadores. Teoricamente, o teor dessa norma aponta para a reflexão de que ampla participação da classe trabalhadora permite a discussão coletiva das correções necessárias nos ambientes de trabalho e é fundamental para identificar fatores geradores das LER/DORT.

De acordo com Nascimento; Moraes (2000), um posto de trabalho apropriado para o desempenho das tarefas em um estado ortostático precisa ter tamanhos corretos, isto é, diretamente proporcional à altura do usuário, haja vista que os ombros precisam ficar muito estirados se uma área de trabalho for muito alta constantemente, o que levará contrações musculares que mais tarde acarretarão dor em região de escápulas, cervical e dorso.

Para os colaboradores que trabalham sentados, em funções meticulosas e especiais, a um escasso distanciamento visual, o melhor seria que o plano do trabalho fosse elevado para que o funcionário possa visualizar suas ferramentas de trabalho sem sofrer tensão nos músculo, fáscias e principalmente em região cervical (NASCIMENTO; MORAES, 2000).

Segundo Roodveldt (1997), um recinto de trabalho ergonomicamente planejado, com equipamentos ergonômicos e racionalmente distribuído, favorece a produtividade, aperfeiçoa a qualidade do serviço, bem como atenua o cansaço na equipe. Quando a ergonomia é efetiva no local de trabalho, o trabalhador tem maior perspectiva de estar satisfeito e determinado a desempenhar suas atividades.

A importância dos temas SIO e Ler/Dort está principalmente na sua alta incidência, bem como na falta de prevenção observadas em relação a tais doenças. A dor no ombro é uma das queixas mais comuns, e incapacitantes do sistema músculo esquelético na população em geral. Apresenta prevalência estimada entre 15% a 25% nos pacientes, que procuram fisioterapia. O principal grupo muscular responsável pela movimentação do ombro é o Manguito Rotador, lesão nesta área é a causa mais frequente de dor no ombro que acomete indivíduos de qualquer faixa etária, sendo potencializada com o envelhecimento e a ocupação laborativa ou recreativa (MARMIROLI, 2011).

Segundo o Ministério da Saúde (2009), as precauções destinadas a impedir a LER provém de estudos da adaptação ou ajustamento do meio ambiente (trabalho ou lazer) às características psico-fisiológicas ou peculiaridades do corpo humano. Os resultados dessa pesquisa possibilitam a realização de projetos e a tomada de medidas adequadas para impedir que o ser humano deixe sua saúde vulnerável ao desempenhar funções imperativas à sua sobrevivência ou lazer.

Por isso o conhecimento sobre ergonomia é tão indispensável, haja vista que tem a finalidade de reconhecer e divulgar os aspectos físicos, fisiológicos, psicológicos, sociais, do indivíduo, bem como idade, sexo, treinamento e motivação, bem como a interação destes fatores com as

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máquinas (equipamentos, ferramentas mobiliárias e instalações). E também a influência mútua com outros fatores, tais como ambiente físico do trabalhador (temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores, gases, etc.), além de consequências do trabalho, entre outros.

Entre as recomendações preventivas da síndrome do impacto no ombro tem-se a flexibilidade e o fortalecimento muscular. A flexibilidade permite um conjunto de movimentos de amplitude angular máxima, dentro de um limite morfológico sem causar lesões. Para melhorar a flexibilidade são indispensáveis exercícios de alongamento que comportam restabelecimento postural e prevenção de lesões músculo-tendíneas. Como prática de alongamento é preciso assentar a parte lateral do corpo junto a uma mesa, depois repousar o antebraço ao longo da margem da mesa com o cotovelo flexionado; expira-se e curva-se à frente da cintura rebaixando a cabeça e ombro ao nível da mesa mantendo o alongamento e relaxando. Para outro exercício inicia-se na posição ereta com os pés na largura dos ombros agarrando um mastro atrás dos quadris, e polegares apontando lateralmente. Então inspira e levanta lentamente os braços estendidos a maior altura possível sem alterar a posição ereta do corpo segurando e relaxando (BUSSO, 2004).

Para Couto et. al. (2007), as providências para prevenção comumente fracassam e, apesar de alguns bons resultados, o número de casos está crescendo num coeficiente que traz dificuldade para as organizações empresariais, as quais precisam enfrentar a inabilidade para o trabalho e a aflição humana, além de elevado custo para a previdência social.

Estudar, pesquisar, avaliar, controlar e reconhecer variáveis de risco dos trabalhadores é de suma importância; frequentemente vários itens nas atividades de fiscalização não são percebidos. A partir da identificação ou reconhecimento bem realizado sobre aspectos importantes do ambiente de trabalho será obtido subsídios indispensáveis para o controle médico, ou seja, para a integração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). A coexistência e ou integração das demandas e questões de saúde e segurança no sistema produtivo é imperativo.

2.3 Lesão por Esforço Repetitivo (LER)

Apesar de a LER ser uma das primeiras doenças referidas como causada pela atividade laboral, ainda não há muita ênfase em sua prevenção, visto que as empresas atualmente preocupam-se mais com os acidentes de trabalho, pois são mais evidentes e agudos na diminuição da forca de trabalho e produtividade. Setores como da construção civil que vem tendo um crescimento exponencial nas últimas décadas demonstram pouca preocupação relacionada às doenças ocupacionais tendo em vista o grande número de acidentes de trabalho no setor.

Os movimentos repetitivos ligados ao teclado de digitação, principalmente à informática ou computação são fontes importantes de Ler/Dort. Frente a este quadro trabalhos que chamem atenção com relação à diminuição da forca produtiva causados por doenças laborais se faz cada vez mais necessários para garantir uma atenção integral a saúde do trabalhador nos mais diversos setores de trabalho.

De acordo com Moraes; Miguez (1998), a LER chega ao Brasil na década de 1980, mais especificamente entre 1984 e 1985, quando iniciaram a ser descritos os primeiros casos de LER em digitadores. O tema foi abordado pela primeira vez por Mendes Ribeiro em 1986, no

I Encontro Estadual de Saúde dos Profissionais de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul.

Couto (2000) referiu-se ao trabalho de Campana e cols., em 1997, no XII Congresso Nacional

de Prevenção de Acidentes do Trabalho, sobre casos de tenossinovite (Inflamação da

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fenômeno importante, as LERs têm sido objeto de estudos principalmente na área de Medicina do Trabalho e de Saúde Pública, com poucos relatos em Administração.

Couto et. al. (2007, p.40) define DORT como:

[...] transtornos funcionais, transtornos mecânicos e lesões de músculos e/ou de tendões e/ou de fáscias e/ou de nervos e/ou de bolsas articulares e/ou de pontas ósseas nos membros superiores ocasionados pela utilização biomecanicamente incorreta dos membros superiores, que resultam em dor, fadiga, queda da performance no trabalho, incapacidade temporária e, conforme o caso, podem evoluir para uma síndrome dolorosa crônica, nesta fase agravada por todos os fatores psíquicos (inerentes ao trabalho ou não) capazes de reduzir o limiar de sensibilidade dolorosa do indivíduo.

Entende-se por LER/DORT como uma Síndrome relacionada ao trabalho, que se caracteriza pelo aparecimento de inúmeros sintomas como: parestesia, dor, fadiga, sensação de peso, sendo quase sempre de aparecimento súbito e que acometem geralmente os membros superiores, mas também podendo atingir os membros inferiores. Esta é considerada causa frequente de incapacidade laboral permanente ou temporária (RANEY, 2000).

Conforme Anjos (2009), com o advento da tecnologia nas empresas e da era industrial dos últimos anos, se fez necessário a produção em massa de produtos para atender as necessidades de suprimentos da sociedade moderna mundial que como podemos visualizar aumenta a cada dia. Com isso surgiu nas empresas de modo geral a obrigatoriedade da crescente especialização dos operários com o intuito de aumentar a produtividade, melhorar a qualidade e principalmente reduzir os custos.

Tal realidade tornou a atividade laborativa ainda mais especializada e mecanizada levando, consequentemente, a um esforço excessivo através de movimentos altamente repetitivos e por longos períodos de tempo durante a jornada de trabalho, fazendo com que a partir disso os trabalhadores passem a sentir dor, levando assim ao surgimento das inúmeras patologias relacionadas ao trabalho (SILVA; MÁSCULO, 2001).

Silva (2006) aponta que comumente o indivíduo é obrigado ficar várias horas do dia na postura e executando a mesma tarefa, o que pode levar a uma série de desconfortos e distúrbios osteomioarticulares, frente a isso alguns estudos revelam que os riscos biomecânicos estão diretamente envolvidos no processo de desencadeamento desses desconfortos, dentre os mais observados estão: a utilização de força excessiva, repetitividade, velocidade dos movimentos, duração da tarefa, e posturas de trabalho desconfortáveis e assimétricas.

Conforme Scopel et. al. (2012), a prevalência estimada de casos sugestivos de LER/DORT foi aumentada (27,5%) nesse estudo e próxima das descritas na literatura. A prevalência entre as mulheres (35%) foi maior do que entre os homens (21,5%), estando o sexo feminino associado ao desfecho na análise que envolveu toda a amostra, o que confirma a literatura. Isso se repetiu quando foram realizadas análises estratificadas em agências bancárias de grande porte. O sexo perdeu a associação com os casos sugestivos de LER/DORT quando analisadas agências de pequeno e médio portes separadamente.

2.4 Crochetagem (CRO)

Os cuidados tradicionais para Síndrome do Impacto envolve descanso e limites nos movimentos, mormente na fase aguda, e medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, desde que acatadas as suas contraindicações. É possível ainda agregar a tais medicamentos os miorrelaxantes. A Fisioterapia é a terapêutica mais relevante para a terapia da enfermidade em foco. Após a interferência do fisioterapeuta aponta-se o prosseguimento e a firmeza nos exercícios exclusivos e bem norteados por profissionais qualificados e especializados (SANTOS, 2010).

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Criada por Kurt Ekman, a Crochetagem Mio-Aponeurótica (CMA) é uma metodologia do tratamento manual que possibilita atingir pequenas dimensões que seriam raramente palpáveis utilizando somente as mãos. Também chamada de diafibrólise percutânea, esta técnica é um tratamento externo sem dor praticado por meio de ferramentas semelhantes a agulhas de crochets. Trabalhando no rompimento de aderências e fibroses entre os planos de deslizamento de músculos, tendões, ligamentos e nervos, devolvendo a mobilidade e a função através do conhecimento em anatomia palpatória e aplicação dos crochets sobre a pele (VARGAS, et. al, 2003).

Crochetagem é uma artificialidade terapêutica e fisioterápica que consiste em uma técnica externa indolor, com o emprego de um gancho de aço. A técnica é empregada no tratamento das dores do aparelho locomotor, com o objetivo de promover a remoção das aderências e corpúsculos irritativos mio-aponeuróticos ou inter-aponeuróticos, com uso de ganchos colocados e movimentados sobre a pele (PEDRON et al, 2010).

Segundo Kiffer (2004), é uma metodologia manipulativa conhecida também como Diafibrólise Percutânea, usada na terapêutica de processos álgicos do aparelho locomotor, através da remoção das aderências e extermínios de corpúsculos irritativos inter-aponeuróticos ou mio-inter-aponeuróticos com a ajuda de ganchos postos sobre o tecido, para que depois disso o trabalho específico seja realizado.

O tratamento através da crochetagem se baseia numa abordagem do tipo centrípeta, abordando as cadeias musculares e fáscias lesionadas que estão em relação anatômica (mecânica, circulatória, neurológica) com a lesão, evitando-se o efeito rebote, ou seja, o aumento da dor como consequência de um tratamento puramente sintomático (BURNOTTE; DUBBY, 1988).

Na síndrome do impacto, a fisioterapia ocasiona diminuição do quadro álgico, diminui o quadro inflamatório, devolve ao espaço subacromial sua integridade fisiológica, restabelece força aos músculos afetados, reintegra o paciente as atividades de vida diária (BRITO, 2008). Conforme Silva et. al. (2008), com o paciente em decúbito ventral, libera-se a porção superior e inferior do músculo trapézio, os músculos rombóides e o músculo grande dorsal. Libera-se também os músculos deltóide posterior, redondo maior e menor e principalmente o triângulo dos redondos que se localiza na região posterior da axila e o tríceps. Em decúbito dorsal, crocheta-se o músculo peitoral maior e menor, o sulco delto-peitoral, o bordo superior e inferior da clavícula, as fibras anteriores do músculo deltóide e a porção longa do músculo bíceps.

Vargas et. al. (2003) mencionam que esta técnica atua sobre as restrições de mobilidade de qualquer elemento conjuntivo de desordens mecânicas ou bloqueios funcionais, o que causa respostas vegetativas e estimula a circulação linfática e sanguínea, melhorando o deslizamento das fáscias. Pois é possível quebrar as fibroses e aderências originadas por cristais de oxalato de cálcio, de origem cicatricial traumática ou cirúrgica, que estão concentrados entre os planos profundos de deslizamento de músculos, tendões, ligamentos e nervos devolvendo o movimento livre entre os tecidos, que causavam além de irritação, limitação da amplitude articular, devolvendo a função.

Sendo assim, as principais indicações para o uso da crochetagem são: aderências fibrosas que dificultam o movimento de deslizamento, a circulação sanguínea venosa e linfática; as aderências consecutivas a um traumatismo levando a um derrame tecidual; as aderências consecutivas a uma fibrose cicatricial cirúrgica; as algias inflamatórias ou não-inflamatórias do aparelho locomotor; as nevralgias consecutivas a uma irritação mecânica dos nervos periféricos e as síndromes tróficas dos membros (BAUMGARTH et al., 2008).

A crochetagem é indicada para qualquer patologia articular músculo-tendinosa ou ligamentosa que resulte em fibrose ou formação de aderência: tendinite, dor muscular, contratura muscular. Isto é, recomendado para patologias que levam a uma retração ou fibrose

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das fáscias aponeuróticas. Todas as neuralgias, especialmente aquelas nas quais há um comprometimento da raiz nervosa devido a estruturas sobre as que atuam em músculos e tendões (BAUMGARTH, 2003).

Para Eckman apud Nascimento et. al. (2000), baseada na utilização de ganchos, esta técnica tem como princípio, a quebra de aderências do sistema mio-esquelético, com o objetivo de romper pontos de fibrose, ocasionados pelo acúmulo de cristais de oxalato de cálcio na aponeurose, o que causa irritação. A finalidade da crochetagem mioaponeurótica, é a fibrólise das aderências do tecido de sustentação, situada entre as fascias, tendões, ligamentos e ossos. Segundo Baumgarth et. al. (2008) a crochetagem apresenta efeitos mecânicos nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre os planos de deslizamento tissulares, nos corpúsculos fibrosos (depósito úricos ou cálcios) localizados geralmente nos lugares de estases circulatórias e próximo às articulações, nas cicatrizes e hematomas, que geram progressivamente aderências entre os planos de deslizamento, nas proeminências ou descolamentos periósteos e, ainda, estimula a circulação sanguínea venosa e linfática.

3. Metodologia

Trata-se de um estudo do tipo bibliográfico, exploratório e retrospectivo, com análise sistematizada e qualitativa. A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito ou construir hipóteses. Seu planejamento é bastante flexível, possibilitando os mais variados aspectos relativos ao fato estudado (GIL, 2006).

O estudo bibliográfico é elaborado com base em materiais já elaborados, cujas fontes podem ser: livros, artigos científicos, encontrados em bibliotecas virtuais ou convencionais, publicações periódicas, dentre elas temos os jornais e revistas, impressos diversos. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica é permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos mais amplos do que aquela que poderia pesquisar diretamente (GIL, 2006).

Na abordagem qualitativa o pesquisador procura captar a situação ou fenômeno em toda sua extensão, levantando possíveis variáveis existentes, o verdadeiro significado da questão, sendo necessária a experiência do pesquisador, que colhe as informações, examina cada uma separadamente e tenta construir um quadro teórico geral (ALVES, 2003).

Para o breve resgate histórico foram utilizados artigos científicos de fisioterapia, bem como livros, revistas, monografias e dissertação.

Resultaram desta busca e da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 50 artigos, os quais constituíram a amostra deste trabalho. Para a seleção dos estudos foram definidos os seguintes critérios de inclusão: estudos realizados no Brasil e fora do Brasil; para os critérios de exclusão, estudos que não mencionavam os descritores.

Realizada a leitura exploratória e seleção do material, principiou-se a leitura analítica, por meio da leitura das obras selecionadas, o que possibilitou a organização das ideias por ordem de importância e a sintetização destas, que visou a fixação das ideias essenciais para a solução do problema da pesquisa.

Após a leitura analítica, iniciou-se a leitura interpretativa que tratou do comentário feito pela ligação dos dados obtidos nas fontes ao problema da pesquisa e conhecimentos prévios. Na leitura interpretativa houve uma busca mais ampla de resultados, pois ajustaram o problema da pesquisa a possíveis soluções. Feita a leitura interpretativa iniciou-se a tomada de apontamentos que se referiram as anotações que consideravam o problema da pesquisa, ressalvando as ideias principais e dados mais importantes.

A partir das anotações da tomada de apontamentos, objetivou-se a identificação das obras consultadas, sendo que a leitura das mesmas propiciou a construção lógica do trabalho, que consistiu na coordenação das ideias que acataram os objetivos da pesquisa.

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Os descritores de assunto utilizados para a busca de artigos foram: Síndrome do Impacto de Ombro; Lesão por Esforço Repetitiva; Crochetagem. Foram desconsiderados aquelas dezenas de indicações em endereços eletrônicos que, apesar de aparecerem no resultado da busca, não abordavam o assunto. Cabe salientar que entre centenas de trabalhos pesquisados raríssimos abordaram a Crochetagem relacionada à Síndrome do Impacto do Ombro.

4. Resultados e Discussão

Há milhões de anos seguimos destino diferente de nossos primos chimpanzés, optando nossos ancestrais viverem nas savanas africanas; com isso, ao percorrermos diariamente grandes distâncias na posição ereta, e, posteriormente, ao passarmos a comer alimentos cozidos, e em grande diversidade, nos distanciamos estruturalmente e fisiologicamente de nossos primos da floresta. Ao enfrentarmos sistematicamente novos e intensos desafios contingenciais ou imprevisíveis desenvolvemos pouco a pouco nossa inteligência científica e tecnológica. Entretanto, os novos e subsequentes modos de viver, de trabalhar e de produzir geraram efeitos colaterais pejorativos em nosso organismo; atualmente milhões de trabalhadores, atletas e desportistas sofrem de síndromes denominadas LER, isto é, Lesão por Esforço Repetitivo, sendo que um dos tipos mais frequentes é a SIO, ou seja, Síndrome do Impacto do Ombro. Diferentemente das outras espécies de seres vivos, a característica principal do Homem é saber resolver problemas novos. A ciência fisioterapêutica tem se destacado significativamente no combate aos males consequentes dessa nova civilização. Atualmente, está sendo muito estudada, pesquisada e aplicada aqui no Brasil uma técnica de combate à SIO que é a Crochetagem, a qual utiliza vários tipos de ganchos que alcançam danos em lugares que a mão humana não consegue alcançar.

Em virtude do contínuo e intenso progresso científico e tecnológico observado desde a Revolução Industrial da metade do século XX na Inglaterra em contrapartida à adaptação evolucionária ineficiente do ser humano no atual cenário da produção laboral decorrente, tem um número crescente dos problemas de origem ler/dort ou de desordens neuro-músculo-tendinosas no organismo dos trabalhadores.

Apesar de a LER ser uma das primeiras doenças referidas como causada pela atividade laboral, ainda não há muita ênfase em sua prevenção, visto que as empresas atualmente preocupam-se mais com os acidentes de trabalho, pois são mais evidentes e agudos na diminuição da forca de trabalho e produtividade. Setores como da construção civil que vem tendo um crescimento exponencial nas últimas décadas demonstram pouca preocupação relacionada às doenças ocupacionais tendo em vista o grande número de acidentes de trabalho no setor.

A síndrome do impacto no ombro (SIO) é uma patologia inflamatória e degenerativa que se caracteriza por impactação mecânica de determinadas estruturas que se localizam no espaço umerocoracoacromial da articulação (METZKER, 2010). Nessa região, localiza-se uma variedade de alterações anatomopatológicas, sendo as mais comuns: a tendinite dos músculos do manguito rotador, especialmente o tendão do supraespinal, e cabeça longa do bíceps (tendão), bursite acromial e tenossinovite (LIMA et. al., 2007).

Conforme Checchia; Budzyn (1991), os principais métodos diagnósticos utilizados para identificação das lesões do manguito rotador são ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética, no entrando, o raio x (RX) na incidência ântero-posterior (AP) ou perfil, em vários ângulos, pode auxiliar na identificação de alterações estruturais.

Alvarez (2012), a lesão mais frequente no ombro é a síndrome do impacto, mais conhecida como ombro doloroso. Ocorre quando o espaço existente entre o úmero (osso do braço) e a ponta da escápula (chamada de acrômio) diminui, gerando compressão das estruturas que ali

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estão. As queixas mais frequentes são dores na região anterior do ombro ao levantar o braço, ao levantar pesos, dificuldade em colocar a mão nas costas (no caso de mulheres, uma queixa frequente é a dificuldade em fechar o sutiã) e uma dor que aumenta na hora de dormir.

A inflamação é um processo dinâmico que tem início em seguida a uma lesão subletal de algum tecido e termina com a cura completa do sítio lesado. Embora às vezes considerado como uma entidade isolada, o processo inflamatório se compõe de diversas partes inter-atenuantes, cada uma delas aparentemente não relacionada com as outras (RYAN; MANJNO, 1977).

Cândido (2001) classifica assim o processo de inflamação: inflamação, proliferação, fibroblástica e maturação/remodelação; os eventos se superpõem e interdependente uns dos outros. Os reparos estão direcionados para prevenção de perda de sangue (homeostasia e formação de trombo); plaquetas aderem ao colágeno no espaço perivascular e aceleração de fatores que aceleram a migração a proliferação da principal célula do processo cicatricial, o fibroblasto. O processo cicatricial é sistêmico e dinâmico e está diretamente relacionado às condições gerais do organismo. A reparação tecidual ocorre em três fases distintas, complexas, dinâmicas e sobrepostas. A liberação de mediadores ocorre em cascata, atraindo estruturas à periferia da região traumatizada.

A CMA é uma técnica da terapia manual que permite chegar em pequenas dimensões que seriam dificilmente palpáveis utilizando somente as mãos (VARGAS, et. al., 2003), é indicada para qualquer patologia articular músculo-tendinosa ou ligamentosa que resulte em fibrose ou formação de aderência: tendinite, dor muscular, contratura muscular. Isto é, recomendado para patologias que levam a uma retração ou fibrose das fáscias aponeuróticas (BAUMGARTH, 2003). Todas as neuralgias, especialmente aquelas nas quais há um comprometimento da raiz nervosa devido a estruturas sobre as que atuam em músculos e tendões. Ainda de segundo o autor acima mencionado, o método de tratamento consiste em utilizar-se o gancho para realizar a fibrólise nas áreas aderidas da cicatriz, com o objetivo de promover a liberação tecidual. A abordagem da cicatriz segundo a crochetagem pode ser dividida didaticamente em três etapas. A primeira compreenderá quatro trajetos de aplicação e a segunda e a terceira, dois trajetos.

No processo de vasodilatação verifica-se o aumento da permeabilidade vascular, e a seguir os monócitos migram para dentro da ferida (MAJNO; JORIS, 1996). O tecido de granulação que começa a ser formado por volta do quarto dia após a lesão, é composto de um leito denso de macrófagos, fibroblastos e neovasos suportados por uma matriz fibronectina, colágeno tipo I e tipo II, além de ácido hialurônico (GUIDUGLI-NETO, 1987).

Para Rocha (2005), a técnica tem a finalidade de romper pontos de fibrose percutâneos entre as fáscias, eventualmente provocados por cristais de oxalato de cálcio em pontos nos planos aponeuróticos, que evita a livre mobilização entre as capas musculares causando irritações ligamentares, tendinosas, musculares e até nervosas.

Este tratamento proposto por Ekmam se desenvolveu depois do tratamento com sucesso de algias occipitais do nervo de Arnold, de epicondilites rebeldes e de tendinites de calcâneo, também rebeldes. Durante os anos 70, ele ensinou seu método para vários colegas, como Duby e Burnotte. Estes perpetuaram seu ensino, dando-lhe uma abordagem menos sintomática da disfunção (BAUMGARTH, 2005).

Segundo Peixoto (2003), o método consiste em 3 fases consecutivas: Primeira fase ou

Palpação digital: Consiste em uma espécie de amassamento, realizado com a mão palpatória,

permitindo delimitar as áreas anatômicas a serem tratadas; Segunda Fase ou Palpação

Instrumental: Realizada com o auxílio do gancho em função do volume da estrutura

anatômica a ser tratada, permite localizar as fibras conjuntivas aderentes e os corpúsculos fibrosos.Terceira Fase ou Fibrólise: Caracteriza o final do movimento de palpação instrumental, trata-se de uma tração complementar da mão que possui o gancho, que é

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realizada para alongar, ou romper as fibras conjuntivas que formam a aderência, ou mesmo deslocar ou achatar o corpúsculo fibroso. Neste caso, a avaliação é fundamental para observar o foco doloroso de cada paciente, e assim, realizar o procedimento supracitado na área comprometida.

Segundo Baumgarth (2002), a ação mecânica são as seguintes: Nas aderências fibrosas que limitam o movimento entre os planos de deslizamento tissulares; nos corpúsculos fibrosos (depósitos úricos ou cálcios) localizados geralmente nos lugares de estases circulatório e próximo às articulações; nas cicatrizes e hematomas, que geram progressivamente aderências entre os planos de deslizamento; nas proeminências ou descolamentos periósteos; Efeitos circulatórios: A observação clínica dos efeitos da diafibrólise percutânea parece demonstrar um aumento da circulação linfática. O rubor cutâneo, que segue uma sessão de crochetagem, parece sugerir uma reação histamínica; Efeito Reflexo: A rapidez dos efeitos da diafibrólise percutânea, principalmente durante a crochetagem ao nível dos trigger points sugerem a presença de um efeito reflexo.

Verificou-se assim que os movimentos repetitivos são fontes importantes de Ler/Dort. Frente a este quadro trabalhos que chamem atenção com relação a diminuição da forca produtiva causados por doenças laborais se fazem cada vez mais necessários para garantir uma atenção integral a saúde do trabalhador nos mais diversos setores de trabalho. A síndrome do impacto do ombro é uma das afecções mais frequentes da Ler. Caso a afecção já tenha acontecido cabe o trabalho do fisioterapeuta que deverá optar pelo método mais eficaz e eficiente. A crochetagem, conforme observou-se é um grande método de cura e deve ser mais estudado, pesquisado, adotado, praticado e popularizado no Brasil.

5. Conclusão

Nos últimos 150 anos, principalmente desde a Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX, as tecnologias do trabalho evoluíram em progressões geométricas, porém o organismo humano está longe de se adaptar as mesmas sem sofrer danos, ou seja, o ser humano não está adaptado para enfrentar as atividades altamente repetitivas e intensas dos processos laborais contemporâneos caracterizados por uma tecnologia evoluída em todos os aspectos do trabalho, deste as linhas de montagem até a informática. Tais transformações nos processos do trabalho geraram DORT.

A síndrome do impacto é uma lesão que atinge todas as faixas etárias, principalmente em indivíduos entre 40 e 50 anos, independente do sexo, atletas ou não, cujo gestual da vida diária exija movimentos repetitivos do braço acima da cabeça. As aderências teciduais diminuem a elasticidade normal e o deslizamento das estruturas envolvidas. Acarretam dor e limitação de movimentos, fazendo com que o paciente sinta desconforto e incapacidade de realizar as suas atividades. A crochetagem é indicada para o tratamento fisioterapêutico da síndrome do impacto, haja vista que repara tecido e quebra aderências e corpúsculos fibrosos. A técnica manipulativa da CMA é uma opção interessante de tratamento já que proporciona acesso a aderências nos tecidos pós-cirúrgicos que as mãos não alcançam, permitindo ao paciente um retorno mais breve às suas atividades cotidianas.

Qualquer trabalhador que execute esforços repetitivos é passível de desenvolver LER/DORT. Ciência e tecnologia, e, consequentemente, todas as áreas de atividades humanas sofreram uma evolução tão surpreendente e fascinante que tem possibilitado ao homem chegar a patamares nunca antes imaginados. Entretanto, se por um lado, o mundo ficou melhor, bem distante da vida de nossos ancestrais das árvores, das savanas, da Idade Média, por outro há preços altos a pagar por tanto progresso; mais riscos para a saúde, mais acidentes de trabalho, mais doenças profissionais, mais concorrência no mercado de trabalho, mais luta pela sobrevivência, em condições dignas.

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É de extrema importância nesse contexto que seja garantido ao trabalhador um ambiente adequado para a execução de suas tarefas e, consequentemente, uma boa saúde, mais produtividade, menos absenteísmo e aposentadorias por invalidez. Assim, evitar as doenças profissionais e os acidentes de trabalho são os grandes desafios de quem é responsável pela saúde do trabalhador, além dele próprio. Acidentes de trabalho é um assunto grave no Brasil, pelos seus altos índices de invalidez e morte.

Portanto, ao reconhecermos que nos caso de SIO causada por LER a fisioterapia se torna indispensável na maioria dos casos para um restabelecimento completo da saúde do paciente, sendo que a técnica da crochetagem vem se destacando cada vez mais, precisamente por alcançar e tratar danos tais como granulações, fibroses e aderências, oriundas do processo inflamatório, que a mão do fisioterapeuta não alcança.

Minha sugestão de continuidade de estudo está relacionada à aplicação da técnica de crochetagem para a liberação miofascial da coluna cervical, devido à alta incidência de problemas nessa região. Sabemos que há milhões de anos quando os ancestrais longínquos da humanidade deixaram a floresta e passaram a viver nas savanas africanas a coluna vertebral dos mesmos teve que se adaptar continuamente à uma nova postura, a bípede, uma forma contingencial, imprevisível e repentina de se deslocar. Quando observamos na televisão os suricados, por exemplo, mamíferos esses que vivem nas savanas africanas, observamos que eles ficam numa posição bípede durante muitas horas, principalmente quando estão vigiando seus predadores. Novas teorias, porém, sugerem que os ancestrais humanos teriam adotado a postura ereta devido aos obstáculos naturais dos terrenos.

De qualquer forma, podemos deduzir que a evolução da nossa coluna vertebral aconteceu, até agora, de modo não satisfatório, talvez devido ao fato desse processo não ter sido natural, e sim “forçado”, fruto de uma “seleção artificial”, ou melhor, de uma escolha ou atitude anormal desse primata original que se rebelou e decidiu buscar novos horizontes, isto é, um novo ambiente, um lugar estranho ao qual teve que se adaptar de modo rápido, por uma questão de sobrevivência. A fragilidade da coluna vertebral da espécie humana atual, principalmente se compararmos com a dos chimpanzés (espécie 10 vezes mais forte que nós) sugere que em matéria de evolução a natureza não gosta de surpresas, embora já tenha sido dito que a natureza trabalha sem mestres. Os índices de problemas na coluna vertebral aumentaram mais ainda na medida em que as tecnologias e o modo sedentário da espécie humana na atualidade agravaram e expandiram as doenças da coluna. Podemos deduzir que a situação ficará pior principalmente para os adolescentes e pré-adolescentes que passam boa parte do dia frente ao computador ou ainda, com posturas equivocadas, na frente da televisão. A amplitude dos problemas da coluna no ambiente de trabalho também sugere que a opção do nosso primata original foi um “pecado” precariamente assimilado pela natureza, que além de trabalhar sem mestre não gosta de surpresas.

Dessa forma, devido à amplitude e à tipologia das formatações em relação aos problemas na coluna vertebral e ou cervical, originadas na má ergonomia do ambiente de trabalho, e também à vida sedentária e à má postura, durante as horas dedicadas às novas tecnologias de informação e lazer, como, por exemplo, o computador ou a informática, escolhi a técnica de crochetagem para a liberação miofascial da coluna cervical, devido ao princípio lógico da demanda, bem como à pequena oferta e à escassa e injusta popularidade dessa técnica no Brasil.

Cabe salientar que considero tal escassez completamente ilógica já que na crochetagem o profissional se utiliza de ferramentas simples, eficientes e eficazes, já que as mesmas alcançam áreas problemáticas inatingíveis pela mão do fisioterapeuta. Entretanto, não podemos deixar de lembrar que apesar de aparentemente simples a crochetagem é uma técnica que requer muito estudo, muito conhecimento de anatomia; igualmente das afecções que atingem a coluna cervical. Além disso, é necessário muita habilidade, destreza e discernimento por parte do fisioterapeuta durante o processo de tratamento.

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Referências

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