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ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO REGIMENTO DA PÓS-GRADUAÇÃO DA USP

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Academic year: 2021

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ANÁLISE DA PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO REGIMENTO DA PÓS-GRADUAÇÃO DA USP

Autor: Leonardo Leite http://www.ime.usp.br/~leofl

A Pró-Reitoria de Graduação elaborou uma proposta de alteração do Regimento da Pós-Graduação da USP e convidou a comunidade para apresentação e discussão da proposta no dia 19/03/2012 às 18h30.

A própria pró-reitoria mandou um documento por e-mail (anexo ao post) com essas alterações. Mas o formato do documento dificulta bastante para que as pessoas descubram se há alterações

relevantes.

O objetivo deste post é esclarecer o teor dessas alterações. Assim a comunidade de estudantes de pós-graduação poderá ir preparada para a reunião com a pró-reitoria, especialmente caso os estudantes julguem a presença de alterações críticas, polêmicas, ou indevidas.

MÉTODO

Eu li todo o documento com as propostas de alterações. Fiz a leitura no papel riscando as diferenças entre a “redação atual” e a “redação proposta”. Note que na maior parte dos casos, essa atividade é quase um jogo dos sete-erros.

Durante a leitura procurei abstrair alterações que tivessem um sentido em comum, e também destaquei pontos específicos que merecem atenção.

Agora consolido essas observações neste post.

Quando aparecerem exemplos, segue a seguinte nomenclatura: • Texto em vermelho: foi excluído;

• Texto em azul: foi acrescentado.

• Substituições serão indicadas por grupos cercados por chaves.

Devido ao tamanho do texto procurarei me abster de dar opiniões e julgamentos diretos sobre as propostas. Ainda assim, não garanto que isso seja completamente cumprido, e claro que todo este texto fica sujeito a subjetividade de minha análise pessoal.

Quando referido o número do artigo, a referência é sempre para o texto da “proposta de nova redação”.

LINHAS GERAIS DE ALTERAÇÕES

Há um grande volume de alterações meramente sintáticas na proposta, devido à renomeação das abreviações das câmaras do CoPGr. Exemplo: a Câmara de Avaliação, antes abreviada por CA, passa a ser abreviada por CaA.

+-- Glossário

---Pró-reitoria de graduação: é o órgão executivo da Universidade que administra a pós-graduação.

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graduação;

CPG: Comissão de Pós-Graduação, é o órgão que administra os cursos de pós-graduação no âmbito das unidades (IME, FEA, FFLCH, museus etc);

CCP: Comissão Coordenadora de programa, é relacionada com um curso de pós-graduação (ex: ciências da computação);

Regimento da pós-graduação: é o documento oficial da USP que especifica as atribuições do CoPGr, CPGs, CCPs, além de fixar regras gerais para os programas de pós-graduação de toda a USP.

+---###

Um princípio que provocou muitas alterações foi a de tentar aliviar os órgão centrais das inúmeras atribuições burocráticas. Havia vários tipos de decisões que deveriam ser aprovadas na CPG e depois no CoPGr e que agora ficam somente a cargo das unidades.

Exemplos:

“Deliberar sobre credenciamento das disciplinas e dos responsáveis pelas mesmas”, passa da ossada das câmaras do CoPGr para as CPGs.

“Deliberar sobre pedidos de cancelamento de matrícula em disciplina” também deixa de ser atribuição das câmaras centrais.

Atribuições da CPG:

• “{Analisar e submeter à CC do CoPGr} {Deliberar sobre} o credenciamento e recredenciamento de disciplinas e dos responsáveis ...”

• “{Analisar e submeter à CA do CoPGr} {Deliberar sobre} o credenciamento e recredenciamento de orientadores e co-orientadores ...”

• “{Analisar e submeter à CNR do CoPGr} {Deliberar sobre}as solicitações de alunos para transferência de Programa ...”

No mesmo espírito, algumas tarefas da CGP são repassada para a CCP. E há ainda atribuições que passam da CCP para os docentes!

Exemplo: “ A aceitação do aluno especial deve ser aprovada {pela CCP, ouvido o docente responsável pela disciplina} {pelo docente responsável pela disciplina}”.

###

Há alguns pontos que pretendem estimular a melhoria da qualidade dos cursos de pós-graduação, o que inclui alguns pontos sobre a avaliação dos programas e “ameaças” de desativações de programas e cursos.

Alguns exemplos importantes: Novas atribuições do CoPGr:

• “Deliberar sobre a desativação de programas de pós-graduação”;

• “Deliberar sobre casos excepcionais com vistas ao atendimento da qualidade da pós-graduação...”;

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• “Deliberar sobre avaliação anual dos Programas de Pós-Graduação... ”;

• “Deliberar sobre critérios mínimos para a criação e reestruturação de programa e cursos de pós-graduação ...”;

Atribuição das câmaras do CoPGr:

• “Propor ao CoPGr critérios mínimos para criação e reestruturação de programas e cursos de Pós-Graduação”;

• “Acompanhar e avaliar periodicamente os Programas e Cursos de Pós-Graduação”; • “... solicitações de criação, reestruturação e desativação de Programas e Cursos...” Nesta seção há ainda menções adicionadas sobre “medidas sobre orientações acima do limite máximo permitido por orientador” e “credenciamento de professor sem titulação de doutor”. Nova atribuição da CCP:

“estabelecer formas adicionais de avaliação de alunos...” ###

Sobre parcerias, há algumas alterações para determinar que os programas devem se preocupar em buscar “parceiros de qualidade”.

Exemplo: “A Universidade (…) pode promover (…) cursos de Mestrado e Doutorado em conjunto com universidades nacionais e estrangeiras, visando (…) à cooperação {entre equipes de pesquisa das instituições envolvidas} {com equipes de pesquisa de competência reconhecida}.

Difícil imaginar o impacto prático deste tipo de medida. ###

Há alguns esforços de pura tentativa de melhoria de texto. Exemplo disso é a eliminação de advérbios desnecessários como “Em caráter excepcional...”. Oras, se o órgão pode fazer algo em caráter excepcional, ele simplesmente pode fazê-lo.

Exemplo: “Em caráter excepcional (…) o título de doutor poderá ser obtido exclusivamente com defesa de tese, por candidatos de alta qualificação...”.

Outro exemplo: “A unidade de crédito corresponde a quinze horas de atividades programadas”. Mais um exemplo: “O co-orientador contribui com tópicos específicos, complementando a orientação de dissertação ou tese de aluno de Pós-Graduação ”.

PONTOS ESPECÍFICOS QUE AFETAM DIRETAMENTE OS ESTUDANTES

A nova redação do texto sugere que agora os estudantes poderão apenas trancar matrícula em caso de doença.

Atribuição das câmaras do CoPGr:

“Deliberar sobre as solicitações de trancamento de matrícula, por motivos de doença do aluno e familiares”;

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“Em caráter excepcional, o estudante matriculado em curso de Mestrado ou Doutorado pode requerer o trancamento de matrícula {com plena cessação das atividades escolares, em qualquer estágio do respectivo curso, por prazo total não superior a trezentos e sessenta e cinco dias} {quando estiver impossibilitado temporariamente e por motivos alheios à sua vontade de manter suas atividades acadêmicas a 12 meses. }. ”

######

Sobre aproveitamento de créditos.

Título III “Do ensino” - Seção III “Dos prazos”

“Se os créditos excedentes de Mestrado forem aproveitados no Doutorado, a contagem de prazo para o Doutorado retroagirá à data de defesa da dissertação de Mestrado. ”

Trocado por

“Créditos excedentes de Mestrado, obtidos até 36 meses anteriormente à matrícula no Doutorado, poderão ser aproveitados para este curso. ”

“O aluno de Mestrado ou de Doutorado pode solicitar aproveitamento de créditos referentes a disciplinas cursadas como aluno especial, nos últimos 36 meses antes da matrícula regular...” Título III “Do ensino” - Seção VII “Da nova matrícula”

“O interessado, cuja solicitação for aprovada, será considerado aluno novo. Conseqüentemente, deverá cumprir todas as exigências a que estão sujeitos os alunos ingressantes, {e não poderá aproveitar créditos obtidos anteriormente} {podendo aproveitar créditos cursados nos últimos 36 meses, a critério do orientador }”.

Título III “Do ensino” - Seção IX “Do aluno especial”

“A critério do orientador, quando da passagem de aluno especial para aluno regular, poderão ser aproveitados créditos em disciplinas cursadas isoladamente em até trezentos e sessenta e cinco dias anteriores à data da matrícula, limitado a um terço do total dos créditos mínimos exigidos em disciplinas no curso”.

Trocado por:

“A critério do orientador, poderão ser aproveitados créditos em disciplinas cursadas na condição de aluno especial, nos 36 meses anteriores à data da matrícula inicial, no limite máximo de um terço do total exigido para disciplinas no curso”.

######

Título III “Do ensino” - Seção IV “Da prorrogação de prazo”

“Em caráter excepcional, a prorrogação de prazo para depósito da dissertação ou tese pode ser concedida, por período não superior a cento e vinte dias, para os alunos... ”

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Agora o aluno poderá ser desligado do programa caso seja reprovado na qualificação (art 54). Antes podia-se reprovar uma vez na qualificação. E esta nova condição é também reforçada no novo artigo 79.

Poderá também agora ser desligado caso “a maioria dos examinadores da Comissão Julgadora considerar o exemplar depositado não apto para defesa na Avaliação Escrita prevista ...”. ######

Sobre transferências.

Incisos suprimidos (Seção VIII):

• “A transferência de Programa ou de área de concentração será permitida uma única vez no mesmo curso”.

• “A transferência de curso será permitida uma única vez. ” ######

Art 77 – o exame de qualificação passa a ser obrigatório para o mestrado também

Art 78 - Passa a ser obrigatório que o exame de qualificação aconteça em até 12 meses da matrícula original!!! Atualmente este prazo é de 60% do prazo total do programa, o que seria 29 meses para mestrado e 36 meses para doutorado.

#####

Art 93 - “O prazo máximo para defesa de dissertação ou da tese limita-se em {cento e vinte dias} {noventa dias}, contados a partir da primeira aprovação da comissão julgadora pela CPG. ” #####

Alterações na comissão julgadora (banca)

“As comissões julgadoras de dissertação de Mestrado e tese de Doutorado devem ser constituídas por três e cinco examinadores, respectivamente, sendo membro nato e presidente o orientador do candidato”.

Trocado por:

“As comissões julgadoras de dissertação de Mestrado e tese de Doutorado devem ser constituídas por três e cinco examinadores, respectivamente. Além desses o orientador do candidato comporá a comissão, na condição de presidente, sem direito a voto ”.

E

“Na composição da comissão julgadora de Mestrado, um dos membros titulares, no mínimo, deverá ser externo ao Programa de Pós-Graduação e à Unidade pertinente e, na composição da comissão julgadora de Doutorado, dois membros titulares, no mínimo, deverão ser externos ao Programa de Pós- Graduação e à Unidade pertinente”.

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Trocado por

“Na composição da comissão julgadora de Mestrado e Doutorado, a maioria dos examinadores deverá ser externa ao Programa de Pós-Graduação e à Unidade pertinente ”.

Art 95 - Não há mais limites para a quantidade de membros da banca que podem participar da defesa por vídeo-conferência.

DEMAIS PONTOS ESPECÍFICOS

Orientadores do programa não vinculados à unidade passam a poder integrar a CCP.

Art 80 – A comissão examinadora (banca) deve ter agora pelo menos um membro externo ao programa.

Art 81 – Nova cláusula: “É vedado que parentes até terceiro grau sejam orientadores de aluno”. Art 82 – A orientação acadêmica do Coordenador de Programa não deve agora exceder 90 dias (atualmente é 180 dias).

Art 85 – Agora um orientador vai poder ter até 10 orientandos e até 10 co-orientandos, mas

limitando a soma de orientandos e co-orientandos a 15. Atualmente pode ter até 10 orientandos e 3 co-orientandos. Para passar de 10 orientandos é preciso aprovação da CPG e do CoPGr.

Passa-se a admitir orientadores sem titulação de doutor, mas isso deve ser aprovado pela CPG e pela CaA do CoPGr.

Art 90 – O resumo da dissertação em inglês passa a ser obrigatório.

Art 112 – tira-se a lista de títulos de outros países não equivalentes ao nosso mestrado e doutorado, e delega-se para a CaC do CoGPr a manutenção desta lista.

###

Título VI – Dos programas interunidades: Há grandes alterações de texto sobre o mestrado profissional. Não vou listar todos os trechos suprimidos, que são vários, mas somente algumas modificações. Acredito que este tema merece uma análise mais dedicada, pois as alterações aqui parecem de cunho mais “filosófico” do que operacional.

“Compreende um conjunto de atividades programadas, com estrutura análoga à do Mestrado de natureza acadêmica, {com temáticas de pesquisa demandadas por setores externos à Universidade, como os setores empresarial, de serviço, financeiro, de políticas públicas, entre outros}

{considerando demandas de interesse da Sociedade }”.

“A pesquisa desenvolvida no Mestrado Profissional é de natureza aplicada, ou seja, busca um universo de conhecimento mais delimitado e de aplicação a curto e médio prazo ”

Trocado por

“O Mestrado Profissional visa contribuir para o incremento da qualificação da prática profissional, conferindo competências para avaliação crítica, intervenção e resolução de problemas a ela

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“Os objetivos e a estrutura do Programa de Mestrado Profissional devem atender às necessidades sociais explícitas na formação profissional avançada”.

Os vários itens suprimidos parece visar a flexibilização dos programas de mestrados profissionais. Dentre essas supressões destaco apenas: “Não poderá haver, em momento algum, qualquer tipo de cobrança financeira dos alunos, seja por meios diretos ou indiretos, gerados pelo agente do

convênio”. ###

Capítulo II “Dos programas interinstitucionais”: aqui quase todos os artigos estão suprimidos. Capítulo III “Da cooperação internacional”: várias alterações, aparentemente visando maior flexibilização dos convênios.

Seção II “Da dupla titulação...” art 137 – passa a se admitir que aluno da USP pague taxa para fazer parte de seus estudos em instituição estrangeira.

Elimina-se: “São requisitos para os alunos do curso programado: I - ter a sua atuação na carreira acadêmica ou de pesquisa relacionada com uma das linhas de pesquisas ou áreas de concentração do curso programado; II - ser selecionado segundo os mesmos critérios utilizados pelo curso congênere oferecido regularmente na USP. ”

Acrescenta-se: “Admite-se a realização de mais do que uma defesa no caso de impedimentos

acadêmicos para defesa única, desde que prevista no convênio”. // mas a defesa na USP pode ser em inglês.

Art 141 – flexibilização da composição da banca (em programas interinstitucionais internacionais). CONCLUSÃO

Na presente proposta de alteração do regimento destacamos as seguintes características:

• Muita alteração de texto, que não altera o conteúdo; isto dificulta uma análise séria das reais modificações em jogo;

• Várias alterações para aliviar os órgãos colegiados centrais, delegando mais poder para as instâncias locais;

• Várias alterações promovendo a flexibilização de determinados aspectos da pós-graduação, como o mestrado profissional e programas de cooperação internacional;

• Algumas alterações deixam as normas mais rígidas, objetivando um aumento na qualidade dos cursos, em especial diante de avaliadores externos (por isso da redução dos prazos). Esta foi uma breve análise que permite aos interessados identificar as áreas que estão realmente sofrendo algum tipo de modificação no regimento. Mas a partir disso é preciso que grupos debatam assuntos específicos em jogo nestas alterações, para que a comunidade de estudantes de

Referências

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