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O Adulto e o Infantil em 'Êta, Seu Bonequeiro!

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Academic year: 2021

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O Adulto e o Infantil em

'Êta, Seu Bonequeiro!’

Prof. Gamba Jr.

(2)

Imaginário,

imaginação e

fantasia

Gêneros

adulto e infantil

Simpósio LARS

(3)

Encenação com utilização de aparelhos de acrobacia aérea e técnicas de Clown. Projeção multimídia com animação digital e live action que dá o desfecho da trama.

Mesma história contada em duas versões diferentes: uma para adultos e outra para crianças;

Sinopse :

em 1808, com a chegada do rei Dom João VI ao Brasil, chegam também artistas franceses, alemães e o Rei cria teatros e óperas. O Teatro de bonecos, que era antes a diversão mais acessível no Brasil colônia, perde sua força para os atores de verdade! Assim, um bonequeiro fica muito estressado com esses novos tempos e acaba se atrapalhando em seu ofício.

O espetáculo e passa dentro de uma caixa onde o bonequeiro joga fora suas criações que não deram certo:

Prêmio Myriam Muniz

(FUNARTE) Realização da Cia. Nós Nos Nós - tragédias e comédias aéreas,

Parceria com LaDeH (Laboratório de Design de

histórias da PUC-Rio) e NADA(Núcleo de Animação do Departamento de Artes da PUC-Rio).

(4)
(5)

Dimensão ontológica da impossibilidade

de uma realidade objetiva em função da

inexorabilidade da representação

(fisiologia e linguagem)

.

“A experiência do exterior tem sempre como

mediadores determinados órgãos dos sentidos e os carreiros neuronais.”

Dimensão cultural da organização de

gêneros que, apesar dessa questão

ontológica, se organiza em torno dessa

oposição

.

“No entanto, a nossa civilização está profundamente baseada nessa ilusão.”

O real e o imaginário

Uma questão de gênero

Gegory Bateson

“E vocês? Pretendem fugir para onde?”

(6)

Contradição pós-moderna:

limites filosóficos dos gêneros ou de quaisquer categorias taxonômicas e ao mesmo tempo a impossibilidade da cultura de se abster desses gêneros. Sem a perspectiva ingênua de

nos absolver dos gêneros e sem reafirmar uma posição

reacionária da rigidez dos mesmos, a ludicidade e a reflexão crítica são posturas mais contemporâneas de enfrentamento da questão. Trágico e o cômico, o popular e o erudito, o presencial e o

virtual, teatro e circo e o Infantil e o adulto.

“Esse bonequeiro nunca foi

muito criativo na gente,

porque não fazer um

guerrilheiro em uma caixinha

de música, uma bailarina

maluca, porquinhos de

sombra?

(7)

O real e o imaginário

Na construção dos gêneros adulto e infantil

Philippe Ariès

História social da Infância como uma construção cultural de gênero.

Mikhail Bakhtin

Desvalorização do gênero imaginativo na transição da Idade Média para o renascimento.

Nelly Novaes Celho

Associação do gênero fantástico ou imaginativo com a infância.

“Nos dias de hoje, ninguém

quer saber mais de bonecos,

querem bailarinas de verdade,

atores de verdade.”

(8)

Infância

Gênero mais consolidado com a ascensão da

burguesia e

institucionalização da escola e associação da infância com

a função didática.

Literatura

Adaptação das fábulas de tradição oral para o contexto escolar – função educadora da moral narrativa. Associação do

universo fantástico com a infância.

Século XVIII

Teatro

Adequação de encenações pelos jesuítas. Textos

evangelizadores voltados para a criança.

Século XV

Século XX

Cultura audiovisual

Gênero ‘família’ que concilia adulto e criança diante do mesmo conteúdo,

resgata do imaginativo para o contexto adulto e de outras funções (para além do didático) para o infantil.

(9)

Infância

Rediscussão do conceito de infância, esfumaçamento das fronteiras construídas a partir da institucionalização da

escola – novos paradigmas e, portanto, inserção no contexto pós-moderno.

Teatro

Definição rígida de horários,sessões e conteúdos. Adulto tratado como responsável mas não como público no teatro infantil. Impeditivo de faixa etária para a maioria dos

espetáculos adultos. Inexistências de espetáculos convergentes. Severa restrições de apoios, patrocínios e prêmios que fazem distinção rígida entre o gênero adulto e infantil.

Cultura audiovisual

Definição de faixas e horários não é impeditivo de acesso livre a programação televisiva. O mercado cinematográfico propõe filmes de aventura e animação onde apenas a dublagem e a legenda diferenciam uma indicação de público, pois salas, horários, sessões e o próprio conteúdo são indiscriminados. A web aumenta a autonomia de consulta e a subversão de uma

classificação etária.

“Se lá fora da caixa o dia e a noite se alternam para ensinar o

homem a contar os dias, aqui não, a única coisa eu temos é o abrir

e fechar dessa tampa, que não obedece a nenhuma freqüência

lógica – senão o irregular humor do Seu bonequeiro.”

(10)

Experiência pregressa de montagem teatral de adulto e infantil.

Adulto

No adulto, INCERTOS, a utilização de acrobacia aérea aproximava o espetáculo do circo e do entretenimento. Assim, a liberação de faixa etária foi possível apesar do hermetismo do texto. Crianças extremamente receptivas ao espetáculo.

Infantil

No infantil, ESCOLA DE ANJOS, Um elogio recorrente de crítica e público era o prazer de assistir um espetáculo infantil que tinha ‘qualidade’ e agradava também aos pais. Situação inédita de adultos que, depois de trazerem crianças, voltavam com amigos e sem crianças para assistir.

“É Teatro infantil é

difícil, meu senhor, vem

na sessão das cinco para

você ver.”

Cícero e Heitor

“E os adultos, ficam aí

sentados sem dar uma

risadinha, isso quando não

cochilam que nem o senhor

ali da terceira fila.”

(11)

Duplo questionamento

Que especificidades são desrespeitadas na cultura audiovisual e que categorias são obsoletas na prática teatral.

(12)

Metodologia

Discutir os gêneros adultos infantis partir dessas

contradições:

- Tradição de gêneros mais conservadores no teatro e um contexto de novas experiências de classificação em outros suportes.

- Rechaço e resgate da narrativa imaginativa para o universo adulto em diferentes períodos históricos.

- Questionamento de novas funções e desafios de complexidade para o público infantil e ao mesmo tempo estudos de regulamentação do seu consumo.

Montagem simultânea de duas versões para uma mesma história: 1 adulta e 1 infantil (adaptando apenas alguns elementos do texto, mas mantendo a mesma trama, personagens, direção de arte e recursos multimídia).

A estética do Clown e os recursos da Commedia dell’arte como um resgate de um estilo (no teatro) anterior às consolidações dos gêneros.

Narrativa imaginativa com personagens fantásticos.

Uso de metalinguagem, trazendo de forma explícita questões sobre ambos os gêneros.

“Vocês acham que essa caixa é que o problema de vocês?

Mas o que vocês passariam a ser fora dessa caixa, ou

melhor, o que vocês deixariam de ser fora dessa caixa?’

(13)

Definição do projeto, captação de recursos, construção dos roteiros, direção de arte, produção multimídia, pesquisa de linguagem acrobática, interpretação dos atores, assessoria de imprensa, material de divulgação e alocação de espaço.

Discussão encaminhada em

todas as etapas do processo

Por isso, viva la revolución!”

(14)

Ruptura da 4ª parede

Número de platéia diferenciado.

Blackout e narração em off

Redução do tempo da locução inicial em

blackout no infantil.

Programação Visual

Filipetas diferenciadas, mas logomarca e demais peças gráficas mantida.

Direção de arte

Figurinos e cenários remetem ao universo das ilustrações infantis mas são envelhecidos e deteriorados para atender a trama e aproximar de uma estética ‘adulta’.

Canções

Mantidas as mesmas músicas e suas mescla de vocabulário complexo e simbolismo

acessível. Apenas traduzindo a de Piaf e de Mercedes Sosa para o português no infantil e mantendo em francês e espanhol no adulto.

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Ineditismo para o elenco e toda a equipe:

experimentação dos dois contextos culturais com uma mesma narrativa.

Primeira experiência como norteadora da

percepção do gênero. Público questiona segunda versão independente de qual assistiu primeiro. Público que assistiu ambas tem dificuldade de listar as diferenças objetivas, mas as sentiu de alguma forma.

Defasagem entre possibilidades de

experimentação e a atual realidade do teatro (mercado, crítica e técnica).

Agregação de valor ao infantil (recursos técnicos, sofisticação da montagem etc.).

Alguns resultados

“Mas eu sempre me perguntei, no futuro

quem ia querer assistir essa história?”

(16)

“Quando em nossas apresentações no teatrinho de

fantoches o narrador avisava a chegada do lobo e o

boneco peluda grunhia: ‘Abre essa porta!’ Podia-se

ver no rosto das criancinhas o brilho do pânico. Elas

ficavam imóveis e, pelo menos durante aqueles

instantes elas ficavam quietas, imóveis, caladas.”

(17)

“Fica a gente aqui calado esse não

tem mais ninguém do outro lado? Se

o seu bonequeiro já bateu as botas?

Quando eu vim de lá, já tinha um

papo de respeitar quem é diferente!”

(18)

“A falta de sombras ou o excesso de luz é um

problema sim, mas apenas para vocês.”

(19)

Referências

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