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ACERVO ARQUEOLÓGICO - FORTALEZAS DA ILHA DE SANTA CATARINA E ILHAS ADJACENTES.

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Academic year: 2021

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ACERVO ARQUEOLÓGICO - FORTALEZAS DA ILHA DE SANTA CATARINA E ILHAS ADJACENTES.

O acervo arqueológico pertinente às Fortalezas da Ilha de Santa Catarina e ilhas adjacentes, que se encontra em Reserva Técnica do Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Osvaldo Rodrigues Cabral da Universidade Federal (MArquE) foi reunido a partir de pesquisas científicas.

Entre os anos de 1989 e 1992, sob a responsabilidade do MArquE1,

foram realizadas pesquisas arqueológicas no Forte de São José da Ponta Grossa e Fortaleza de Santa Cruz e, posteriormente, no início dos anos 2000, na Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.

Estes fortes integravam o complexo militar implantados no Brasil Meridional, no século XVIII, pelo primeiro Governador da Capitania da Ilha de Santa Catarina, Brigadeiro José da Silva Paes

FORTE SÃO JOSÉ DA PONTA GROSSA

O Forte São José da Ponta Grossa foi construído em 1739, na Baia Norte da Ilha de Santa Catarina, município de Florianópolis. Os estudos arqueológicos nele centrados foram norteados pelo projeto intitulado Pesquisa Arqueológica no sítio histórico São José da Ponta Grossa.

Proposto pelo Setor de Arqueologia do MArquE - encaminhado ao IPHAN em julho de 1989 – o referido projeto buscava identificar os elementos técnicos e materiais construtivos, dimensionamentos originais, reformas e adaptações e confirmação das funções originais das edificações que compõem este conjunto arquitetônico2. E, principalmente, produzir

informações sobre aspectos relacionados ao Forte São José da Ponta Grossa enquanto assentamento humano, em especial àquelas que dizem respeito ao cotidiano dos seus antigos moradores.

1 Na época denominado Museu Universitário Professor Osvaldo Rodrigues Cabral da

Universidade Federal

2 O objetivo do projeto maior Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos de História

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Este projeto contou, inicialmente, com o apoio financeiro da Associação Comercial de Florianópolis e depois com o da Fundação Banco do Brasil - esta última a financiadora do projeto maior - Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos de História Brasileira.

O desenvolvimento do projeto arqueológico no sítio histórico São José da Ponta Grossa envolveu pesquisas de campo, pesquisas de laboratório e pesquisa histórica, além da produção de documentação primária.

As pesquisas de campo, realizadas em duas etapas, aconteceram entre os meses de agosto e setembro de 1989 - a primeira delas, e entre novembro e dezembro de 1990 - a segunda.

Posteriormente, efetuou-se o acompanhamento das obras da “reconstrução” do Forte São José da Ponta Grossa para controlar e vistoriar essas obras tendo em vista evitar maiores danos ao patrimônio arqueológico. Trabalhos estes, realizados entre os meses de maio e junho de 1991 e os meses de setembro de 1991 e fevereiro de 1992.

Com exceção da coordenadora da pesquisa, arqueóloga Teresa Domitila Fossari, a equipe de arqueologia era formada por especialistas e estagiários não pertencentes ao quadro do MArquE, como segue: Deise Lucy Montardo, Maria Madalena Velho do Amaral, Rodrigo Lavina; historiadora Ana Maria Martins C. Correia; bióloga Dione da Rocha Bandeira, arquiteta Eliane Veras da Veiga, socióloga Maria Soledad Echeverrya. Participaram, ainda, da pesquisa arqueológica os licenciados em História George Luis Coelho, Isabel Knoll, Maria de Lourdes Pinheiro e Osvaldo Paulino da Silva.

A pesquisa histórica, levantamento em fontes arquivísticas - no âmbito estadual, buscando informações sobre as fortificações oitocentistas brasileiras, principalmente aquelas referentes ao Forte são José da Ponta Grossa e registro em fichas dos dados obtidos em arquivos - contou com a colaboração de Yvone Veras da Veiga e bolsistas do curso de História do Centro de Ciências Humanas (CFH) da UFSC.

As escavações arqueológicas na Forte São José da Ponta Grossa, atingiram as áreas internas das ruínas das seguintes unidades que o compunham: “Casa do Comandante”, “Paiol da Pólvora”, “Quartel da Tropa”, “Cozinha”, “Palamenta”, “Portada”, “Calabouço”, “Casa da Guarda” e “Área Lateral da Capela”.

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Durante as escavações do sitio histórico São José da Ponta Grossa, coletou-se uma grande quantidade de artefatos, ou melhor, fragmentos de artefatos, transferidos para o laboratório do Setor de Arqueologia do MArquE para receberem os devidos tratamentos.

No primeiro semestre de 1991 começaram as obras de “reconstrução” do Forte São José da Ponta Grossa, o que exigiu o acompanhamento técnico-arqueológico, a fim de controlar e vistoriar os trabalhos. Além disso, também houve necessidade de se proceder com escavações arqueológicas de salvamento em locais que não haviam sido prospectados nas etapas anteriores e que seriam afetados pelas obras de engenharia em curso, ou seja, nas áreas externas às ruínas escavadas interiormente e no interior da Capela3.

As atividades de acompanhamento e de escavações – realizadas durante os meses de maio, de junho e de setembro de 1991 e fevereiro de 1992 – que também resultaram em coleta de material arqueológico, contaram com a participação da arqueóloga Maria Madalena Velho do Amaral e da historiadora Ana Maria Martins Correia, contratadas pelo projeto, coordenado pela arqueóloga do MArquE Teresa Domitila Fossari. Destes trabalhos também participaram os acadêmicos Isabel Knoll e Oswaldo Paulino da Silva.

Os poços testes feitos na área externa às muralhas do forte resultaram na coleta de material arqueológico quantitativamente expressivo – fragmentos de ossos de animais, de ferro, de cerâmica portuguesa, principalmente na parte próxima da Casa do Comandante.

Os trabalhos no laboratório partiram das triagens iniciais dos diferentes artefatos (separação do material por categoria), seguidos dos registros em fichas de controle, na qual constam itens de proveniência (área, setor, trincheira ou poço-teste, camada e nível), data da coleta e do trabalho em laboratório, bem como as anotações observadas em cada peça.

Depois de analisado, o material foi submetido a uma classificação genérica, tendo como critério o atributo matéria-prima, o que resultou no estabelecimento de cinco categorias de artefatos: cerâmica, vidro, metal, artefatos de origem animal e artefatos líticos. A cerâmica - de produção local, portuguesa, chinesa, inglesa, holandesa e francesa - foi classificada em três

3 Tendo em vista a troca do piso de uma reforma anterior ao projeto de restauração e

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subcategorias (cerâmica de barro cozido, louça branca e grés) e o material elaborado sobre metal reúne artefatos de ferro, de cobre e prata.

Outras classificações foram estabelecidas em termos das possíveis utilizações dos mesmos. Assim, pode-se dizer que o referido acervo é integrado não só por peças de armamento que atestam a função militar do sítio, como as bolas de canhão, mas também, por evidências artefactuais de vestuário, ornamentos, moedas, objetos de uso pessoal (cachimbos, botões, fivelas, monóculo, dedal), utilitários de cozinha, serviço de mesa, entre outros. Conta-se ainda com exemplares de elementos construtivos (como tijolos, cravos, ferrolhos).

Além dos artefatos, o material proveniente do sitio histórico São José da Ponta Grossa reúne ecofatos, mais precisamente ossos de peixe (partes do esqueleto e otólitos), mamíferos aquáticos e terrestres (esqueletos e dentes), aves (esqueletos, principalmente os ossos longos), moluscos (bivalves e gastrópodes), que apontam para aspectos da dieta alimentar de seus antigos ocupantes.

Em laboratório também foram reconstruídas (por colagem) algumas peças que permitiram identificar, principalmente, xicaras, pratos, panelas de barro, bacias e outros utensílios de cozinha.

No que se refere ao tratamento dispensado ao material proveniente deste Forte, para fins de armazenamento em Reserva Técnica, este depois de devidamente analisado foi higienizado e acondicionado em caixas, separadas de acordo com os dados de proveniências (área, trincheira ou poços-teste escavados).

Em síntese, o acervo material reunido a partir das escavações e dos trabalhos de acompanhamento das obras de “reconstrução” do Forte São José da Ponta Grossa, corresponde a um total aproximadamente de 10.000 peças – mais precisamente, fragmentos de artefatos e ecofatos. No que se refere ao acervo documental, conta-se com aproximadamente 270 documentos escritos (fichas de campo e de anotações de laboratório) e em torno de 90 documentos iconográficos (entre croquis e fotografias).

Sobre este forte foram produzidos quatro relatórios e uma publicação: 1) FOSSARI et alii. Relatório Preliminar da Pesquisa Arqueológica no Forte São José da Ponta Grossa – agosto/novembro de 1989. Mimeo.

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2) FOSSARI et alii. Relatório Final da Pesquisa Arqueológica no Forte José da Ponta Grossa – Projeto Fortalezas da Ilha de Santa Catarina - 250 anos Na Historia Brasileira Mimeo.

3) FOSSARI, Teresa Domitila (coord.); AMARAL, Maria Madalena Velho do e CORREIA, Ana Maria Martins C. Relatório do Controle Arqueológico Efetuado Durante o Desenvolvimento das Obras de Restauração do Forte José da Ponta Grossa. Dezembro de 1992. Mimeo.

4) BANDEIRA, Dione da Rocha. Análise e interpretação do material arqueológico proveniente da ultima etapa de escavação arqueológica do Forte São José da Ponta Grossa/ Florianópolis. Agosto de 1992.

FOSSARI, Teresa Domitila (coord.). A Pesquisa Arqueológica do Sítio Histórico São José da Ponta Grossa. Anais do Museu de Antropologia, Florianópolis, n.19, março de 1992 (05-103).

Foram montadas duas exposições na “Casa do Comandante” - depois de concluída a sua “reconstrução” cujas temáticas fundamentaram-se nos Aspectos sobre Técnicas e Elementos Construtivos da Edificação do Forte São José da Ponta Grossa e no Cotidiano no Forte São José da Ponta Grossa: Aspectos da Alimentação, respectivamente.

Atualmente vem sendo desenvolvido o projeto “O Doméstico e o Bélico: Análise arqueológica da cultura material das fortificações catarinenses”. Este busca, a partir da documentação e materiais resultantes das pesquisas anteriores, avançar no estudo das fortificações catarinenses. O projeto, executado com financiamento da FAPESC, é coordenado pela arqueóloga Fernanda Codevilla Soares em parceria com o MArquE e com o LEIA – Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia da UFSC.

O trabalho a ser desenvolvido abrange a digitalização da documentação e reorganização e verificação do acondicionamento do material existente, além de novas pesquisas e elaboração de relatórios e publicações. O projeto prevê também a realização de uma exposição com as conclusões da pesquisa, além de trabalhos de divulgação com escolas e comunidade.

Embora no momento esteja concentrado em estudos envolvendo a Fortaleza de São José da Ponta Grossa, o projeto prevê a pesquisa com o acervo disponível das demais fortalezas sob guarda do MArquE.

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A Fortaleza de Santa Cruz foi construída entre os anos de 1739 e 1744, na Ilha de Anhatomirim, município de Governador Celso Ramos. Os estudos arqueológicos nela centrados foram norteados pelo projeto intitulado Pesquisa Arqueológica na Fortaleza de Santa Cruz –, proposto pelo Setor de Arqueologia do MArquE.

Como o projeto anterior, este também estava incorporado ao projeto de restauração e revitalização “Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos de História Brasileira”, proposto pela Universidade Federal de Santa Catarina e com a participação da Secretaria do Patrimônio Artístico Nacional (atual IPHAN) e Secretaria da Cultura do Estado de Santa Catarina.

Tendo em vista o cumprimento do cronograma do projeto de restauração, a pesquisa arqueológica foi conduzida em caráter emergencial. As escavações foram realizadas em apenas três unidades desta fortificação, que seriam restauradas: “Armazém da Praia4”, “Paiol da Farinha” e “Antiga Capela”.

Os trabalhos deveriam ser conduzidos no sentido de contribuir para a identificação dos elementos técnicos e materiais construtivos, dos seus dimensionamentos originais, bem como das reformas e adaptações e confirmação das funções originais das edificações que foram escavadas5.

Por outro lado, procurou-se diagnosticar a potencialidade arqueológica desta fortificação, tendo em vista realizar um projeto arqueológico futuro que viria abranger a Fortaleza de Santa Cruz como um todo.

Entretanto, durante o desenvolvimento dos trabalhos estes ficaram limitados as áreas internas daquelas três unidades, impossibilitando maiores aprofundamentos em termos da identificação de certos elementos construtivos, ou mesmo de seus usos e funções.

O desenvolvimento do projeto arqueológico no sítio histórico Fortaleza de Santa Cruz se deu entre os meses de dezembro de 1989 e março de 1990, sendo que durante este tempo foi realizado o levantamento documental e as pesquisas de campo e laboratório.

4 As escavações na parte interna desta unidade, por motivos alheios a vontade da equipe,

foram interrompidas. Antes de abandonar a área orientou-se os operários, encarregados da restauração, para cobrirem a área que havia sido evidenciada arqueologicamente com areia para não prejudicar os trabalhos já realizados..

5 Objetivo do projeto maior Fortalezas da Ilha de Santa Catarina – 250 anos de História

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Com exceção da coordenadora da pesquisa, arqueóloga Teresa Domitila Fossari, e da funcionária Deise Lucy Montardo, a equipe de arqueologia era formada por especialistas e estagiários não pertencentes ao quadro do MArquE, como segue: arqueólogos Maria Madalena Velho do Amaral e Rodrigo Lavina; historiadora Ana Maria Martins C. Correia; bióloga Dione da Rocha Bandeira, arquiteta Eliane Veras da Veiga, socióloga Maria Soledad Echeverrya.

Durante as escavações do sitio histórico Fortaleza de Santa Cruz, coletou-se uma pequena quantidade de artefatos, ou melhor, fragmentos de artefatos, todos transferidos para o laboratório do Setor de Arqueologia do MArquE, onde foi devidamente tratado.

Os trabalhos no laboratório partiram das triagens iniciais dos diferentes artefatos (separação do material por categoria), seguidos dos registros em fichas de controle, na qual constam itens de proveniência (área, setor, trincheira ou poço-teste, camada e nível), data da coleta e do trabalho em laboratório, bem como as anotações observadas em cada peça.

Depois de analisado, o material foi submetido a uma classificação genérica, tendo como critério o atributo matéria-prima, o que resultou no estabelecimento três categorias de artefatos: cerâmica, vidro e metal. Conta-se ainda com exemplares de elementos construtivos (como tijolos, cravos, ferrolhos), provenientes desta fortaleza.

Também se encontram em Reserva Técnica do MArquE remanescentes ósseos humanos, ou seja, fragmentos ósseos humanos de dois indivíduos e que foram encontrados na Antiga Capela, porém, anteriormente aos trabalhos da escavação arqueológica coordenadas pelo Setor de Arqueologia do MArquE.

No que se refere ao tratamento dispensado ao material proveniente desta fortaleza, para fins de armazenamento em Reserva Técnica, este depois de devidamente analisado foi higienizado e acondicionado em caixas, separadas de acordo com os dados de proveniências (área, trincheira ou poços-teste escavados).

O material arqueológico relacionado ao sitio histórico Fortaleza de Santa Cruz, que se encontra em Reserva Técnica, é quantitativamente pouco significativo se comparado com aquele que foi coletado no Forte de São José da Ponta Grossa e na Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição. As

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evidências de cerâmica não ultrapassam 250 fragmentos; 130 fragmentos de vidro antigo; algumas centenas de fragmentos de ferro. Conta-se, ainda, com alguns ecofatos identificados como ossos de peixe, de mamíferos e de ave.

No que se refere ao acervo documental, conta-se com aproximadamente 20 documentos escritos (fichas de campo e de anotações de laboratório) e em torno de 30 documentos iconográficos (entre croquis e fotografias).

Sobre este forte foram produzidos dois relatórios:

FOSSAR et alii, Teresa Domitila. RELATORIO PRELIMINAR DA PESQUISA ARQUEOLOGICA na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim. Dezembro de 1989/janeiro de 1990. PRCE/UFSC/SPHAN/Fundação Banco do Brasil. FOSSARI et alii. Relatório final pesquisa arqueológica na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim. 1990. UFSC/SPHAN/Fundação Banco do Brasil.

FORTALEZA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

A Fortaleza Nossa Senhora da Conceição foi construída em 1742, na Ilha de Araçatuba, município da Palhoça. Os estudos arqueológicos nela centrados foram coordenados pela arqueóloga Maria Madalena Velho do Amaral em parceria com o setor de Arqueologia do MArquE. Esta arqueóloga foi contratada pelo DAEX/UFSC6, para desenvolver a pesquisa arqueológica, tendo em vista a execução das obras de restauração e consolidação que envolveria o conjunto de edificações desta fortaleza.

A pesquisa arqueológica na Fortaleza Nossa Senhora da Conceição, em termos da proposta de restauração, buscou identificar elementos técnicos e materiais construtivos, dimensionamentos originais, reformas e adaptações dos edifícios, bem como de algumas estruturas dispersas nos entornos. Por outro lado, foi conduzida no sentido coletar informações sobre aspectos relacionados ao cotidiano desta Fortaleza, enquanto assentamento humano, em especial aquelas que dizem respeito e que possam ou não comprovar hipóteses sobre as diversas atividades e inter-relações nela mantidas.

Os trabalhos nesta fortaleza, que contaram uma equipe formada por alunos do Curso de História da UFSC, se desenvolveram durante os anos de

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2000/2001 e compreenderam um levantamento bibliográfico, a pesquisa em campo e a pesquisa em laboratório.

O projeto arqueológico esteve voltado para as áreas interna e entornos das seguintes unidades da Fortaleza Nossa Senhora da Conceição: “Paiol da Pólvora”, “Palamenta”, “Quartel da Tropa”, “Fonte”, “Armazém da Praia”, “Antigo Trapiche”, “Casa do Comandante”, “Cisterna”.

Os trabalhos no laboratório partiram das triagens iniciais dos diferentes artefatos (separação do material por categoria), seguidos dos registros em fichas de controle, na qual constam itens de proveniência (área, setor, trincheira ou poço-teste, camada e nível), data da coleta e do trabalho em laboratório, bem como as anotações observadas em cada peça.

Depois de analisado, o material foi submetido a uma classificação genérica, tendo como critério o atributo matéria-prima, o que resultou no estabelecimento de sete categorias de artefatos: cerâmica; vidro; artefatos elaborados em metal; artefatos elaborados em osso; artefatos elaborados em madeira e artefatos líticos.

O acervo também é integrado por elementos construtivos como reboco; fragmento de piso; fragmentos de telhas, além de peças de armamento que atestam a função militar do sítio.

Além das evidências de artefatos, o material proveniente do sitio histórico reúne restos de alimento (ecofatos) como ossos de peixe (partes do esqueleto e otólitos), mamíferos aquáticos e terrestres (esqueletos e dentes), aves (esqueletos, principalmente os ossos longos), moluscos (bivalves e gastrópodes).

Em síntese, o acervo material reunido a partir das escavações na Fortaleza Nossa Senhora da Conceição corresponde a um total aproximadamente de 12.000 peças – mais precisamente, fragmentos de artefatos e ecofatos. No que se refere ao acervo documental, conta-se com aproximadamente 780 documentos escritos (fichas de campo e de anotações de laboratório) e em torno de 100 documentos iconográficos (entre croquis e fotografias).

Sobre esta fortaleza foi produzido um relatório e um trabalho de conclusão de Curso:

AMARAL, Maria Madalena Velho do. A pesquisa arqueológica na Fortaleza Nossa Senhora da Conceição – Ilha de Araçatuba. Relatório de pesquisa. Florianópolis, Janeiro de 2003.

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ROSSI, Luciene A cerâmica da Fortaleza de Nossa Senhora da

Conceição: Antes e depois do torno de oleiro. Trabalho de conclusão de curso apresentado para a obtenção do título de Bacharel em História, Centro Filosofia Ciências Humanas, UFSC. Orientadora: Dra. Teresa D. Fossari, co-orientadora: Me. Maria Madalena Velho do Amaral. Florianópolis/SC, junho de 2008. Mimeo.

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Acervo arqueológico reunido a partir de coletas assistemáticas nas fortalezas de Santa Catarina

Na Reserva Técnica do MArquE se encontram, ainda, acervo arqueológico pertinentes à Fortalezas da Ilha de Santa Catarina, provenientes de doações, como segue:

Acervo do Forte Santana

No ano de 1999 a arqueóloga Fabiana Comerlato coletou na superfície deste forte fragmentos de cerâmica (barro cozido e louça), sendo que alguns deles apresentam decoração em pintura. Depois de devidamente higienizado e armazenado caixa apropriada, esta arqueóloga doou o material para o MArquE.

Acervo da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones

No ano de 1990 a arqueóloga do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN, Edna Morley, encaminhou ao MArquE um sepultamento humano que coletou entre os dias 14 e 15 de dezembro de 1990 na Fortaleza de Santo Antônio de Ratones. Porém, embora tenha declarado que o mesmo teria sido evidenciado a 0,50 cm de profundidade, não especificou a localização do esqueleto. Segundo a arqueóloga Luciane Zanenga Scherer, do MArquE, trata-se de um indivíduo do sexo masculino, adulto jovem.

Da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones conta-se com remanescentes ósseos humanos descontextualizados, segundo a arqueóloga Luciane Zanenga Scherer eles seriam de pelo menos cinco indivíduos (quatro possíveis adultos e uma criança). O material foi encontrado nesta Fortaleza

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no início das obras de restauração, sendo encaminhado ao MArquE pelo Departamento de Apoio à Extensão Universitária da UFSC (DAEX) em maio de 1992 – unidade da UFSC que coordenava o projeto de restauração das fortalezas.

Acervo da Fortaleza de Santa Cruz

Em julho de 1971, um senhor registrado apenas como Tirelli, doou remanescentes ósseos humanos coletados na Fortaleza de Santa Cruz – Ilha de Anhatomirim. Segundo a arqueóloga Luciane Zanenga Scherer estes correspondem a, pelo menos, três indivíduos, sendo dois deles do sexo masculino e com idade estimada entre 21-24 (adulto jovem).

Florianópolis, 23 de agosto de 2013. Teresa Domitila Fossari, Dra. Arqueóloga do MArquE/UFSC

Referências

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