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A HABITAÇÃO SOCIAL E A IDENTIDADE DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

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A HABITAÇÃO SOCIAL E A IDENTIDADE DIREITO DAS PESSOAS

COM DEFICIÊNCIA

IERVOLINO, MARCILENE R. S. (1); SANTOS, DANIEL M. (2); SCHMIDT, CRISTINA

(3); SCABBIA, RENATA G. A. (4)

1. Universidade Mogi das Cruzes UMC. Mestranda Programa de Mestrado em Políticas Públicas.

Mogi das Cruzes – SP

E-mail: projetos@arquitetamarci.com.br

2. Universidade Mogi das Cruzes UMC. Mestrando Programa de Mestrado em Políticas

Públicas. Mogi das Cruzes –SP E-Mail: dan.marc@hotmail.com

3. Universidade Mogi das Cruzes UMC. Professora pesquisadora do programa de mestrado em

Políticas Públicas. Mogi das Cruzes –SP E-Mail: cris_schmidt@uol.com.br

4. Universidade Mogi das Cruzes UMC. Professora pesquisadora do programa de mestrado em

Políticas Públicas. Mogi das Cruzes –SP E-Mail: renatascabbia@hotmail.com

RESUMO

Este artigo trata da questão da acessibilidade nas construções, no quesito que envolve a aplicabilidade do desenho universal em habitações sociais, correspondendo desde o elaborar dos projetos, até a concretização dessas moradias, interferindo de modo favorável na gestão desses espaços. A Politica nacional de Habitação deve prover qualidade de vida á pessoa com deficiência, utilizando como parâmetro construções que sejam livres de obstáculos e ou barreiras arquitetônicas; e garantam a igualdade de oportunidades, para que isso ocorra de forma adequada é necessário utilizar os precedentes do desenho universal que por definição é a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas,

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sem necessidade de adaptação ou projeto específico. Projetos com desenho universal garantem igualdade de condições desde sua concepção. A identidade das pessoas com deficiência se modificou ao longo do tempo e hoje ela é considerada uma pessoa com direitos. Essa modificação da identidade das pessoas com deficiência, da politica nacional de habitação, dos conceitos, do direto á habitação social, relacionando os direitos das pessoas com deficiência á habitação social é o objetivo deste artigo. O artigo visa discutir como o desenho universal pode interferir na moradia social de modo que gere critérios inerentes a uma boa concretização de seus projetos habitacionais. O método de pesquisa definido foi de natureza qualitativa, com um tipo de recorte transversal, na modalidade descritiva, cujo recurso metodológico consistiu em um estudo bibliográfico de construções de programas habitacionais.

Palavras-chave: Arquitetura Inclusiva; Qualidade de Vida; Barreiras arquitetônicas; acessibilidade; Políticas habitacionais.

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INTRODUÇÃO

As pessoas com deficiência receberam diferentes olhares, em diferentes períodos da humanidade. A diversidade tomou conta dos tecidos sociais e marcou território na contestação dos paradigmas. Esse movimento marca um momento de crise, em que concepções de mundo são contestadas, e os caminhos para novas maneiras de pensar tornam-se mais fecundos. Esse não é um movimento fácil, porém, abre espaço para conhecermos melhor o outro e a nós mesmos (MANTOAN, 2015).

O modelo médico da deficiência imperou por longos anos, e ainda influencia as ações dos profissionais da saúde, educação, engenharia e assistência social. Nesse modelo, as lesões, doenças ou limitações, são os causadores das desigualdades. Em oposição, o modelo social entende que a deficiência é o resultado da interação entre os indivíduos, as lesões, doenças ou limitações e a sociedade. Essa concepção propõe que as relações sociais são consideradas reforçadoras ou mesmo causadoras de deficiências. O modelo social passa a influenciar no delineamento de políticas públicas voltas às pessoas com deficiência após os anos 60, a partir de estudos realizados no Reino Unido, de modo que a deficiência passa a retratar a situação de vulnerabilidade de um grupo marginal (BAMPI, GUILHEM e ALVES, 2010).

Em 2001, por meio do Decreto Nº 3.956, o Brasil promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Conhecida como Convenção de Guatemala, é considerada um marco expressivo para a garantia de direitos das pessoas com d eficiência. O significado de deficiência fundamenta-se no modelo social, e segundo a Convenção, é “uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social” (BRASIL, 2001).

A Abordagem pós-moderna revela a identidade como um produto histórico e instável, de modo que, o sujeito pode ter múltiplas identidades, algumas vezes contraditórias, formadas e transformadas pelas relações sociais, mediadoras de símbolos, valores e sentidos culturais. Diferentes movimentos, como o feminismo, problematizaram a identidade e os processos de identificação, e abriram caminhos para uma política de identidade, ou seja, cada indivíduo ou movimento social representa uma identidade, em uma ou em muitas arenas, abrindo discussões em diferentes espaços sociais, como na família, na sexualidade

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e no trabalho. Assim, a identidade não é mais definida por questões biológicas, mas constituída e transformada por meio das relações sociais (HALL, 2005).

As políticas públicas configuram-se como um plano de ação, executado pelos governos ou delegado a outras instituições. Tratam, portanto, da gestão de problemas, definição de investimentos e seleção de prioridades coletivas, que a partir de metodologias específicas, objetivam atingir metas predefinidas e solucionar as demandas sociais. Constituem-se em sua essência como um meio de garantir à materialidade dos direitos sociais codificados em leis, cuja finalidade é a obtenção de maiores níveis de bem-estar social (DIAS E MATOS, 2012).

As políticas sociais podem ser entendidas, de modo geral, como estratégias de enfrentamento do Estado à desigualdade. Uma autêntica política social deve ser capaz de atingir o espectro das desigualdades a fim de reduzi-las em suas origens. Deve ainda, se possível, ter um caráter emancipatório, com fins de promover a autonomia econômica e política daqueles que se abrigam sob seus programas, pois uma sociedade não se faz de assistidos, mas sim de sujeitos capazes (DEMO, 1994).

O Programa “Viver Sem Limites”: Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (2014), instituído por meio do Decreto 7612/2001 (BRASIL, 2001), teve como objetivo a integração e a articulação dos programas e ações destinadas à pessoa com deficiência. Para sua elaboração, participaram mais de 15 ministérios, assim como o Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência (Conade), que dedicaram seus esforços para a articulação de ações nas áreas da educação, inclusão social, acessibilidade e atenção à saúde. Dentro das ações de acessibilidade, o Programa “Viver Sem Limites” também estabelece a construção de moradias acessíveis a partir do Programa “Minha Casa Minha Vida”.

Segundo Caiado et al. (2014), a luta pelos direitos das pessoas com deficiência, assim como dos movimentos que defendem esta causa, ainda tem sua história pouco conhecida pela sociedade em geral, todavia, mostrou sua força quando imprimiu sua marca na Constituição de 1988, ampliando a visibilidade e a proteção do Estado para esta parcela social.

O Estatuto da Pessoa com deficiência (BRASIL, 2015) cita que o estado deverá criar instrumentos que facilitem a acessibilidade á Pessoa com Deficiência, no quesito referente á habitação o estatuto afirma que a moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: deve prover habitação com estruturas adequadas capazes de proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados, que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência, em referencia á acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários,

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equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2015).

Acessibilidade significa ausência de barreiras que garantam a igualdade de oportunidades e para que isso ocorra de forma adequada é necessário utilizar os precedentes do desenho universal que por definição é a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico. Projetos com desenho universal garantem igualdade de condições desde sua concepção. (SÃO PAULO, 2015).

Este artigo trata da modificação da identidade das pessoas com deficiência, da politica nacional de habitação, dos conceitos e do direito à moradia, relacionando os direitos das pessoas com deficiência e da habitação ilustrando com fotografias de projetos do minha casa minha vida. O artigo visa discutir como o desenho universal pode interferir na moradia social de modo que gere critérios inerentes a uma boa concretização de seus projetos habitacionais.

MÉTODO

O método de pesquisa definido foi de natureza qualitativa, com um tipo de recorte transversal, na modalidade descritiva, cujo recurso metodológico consistiu em estudo bibliográfico com base em artigos científicos.

As bases para a pesquisa foram em artigos científicos específicos da área da habitação e moradias sociais, fundamentados na legislação de acessibilidade e desenho universal; os quais possuem requisitos para valorização de uma produção científica.

O DIREITO Á MORADIA LIVRE DE BARREIRAS ARQUITETÔNICAS

O direito à moradia possui ampla proteção no âmbito do direito internacional, a iniciar pela Declaração Universal dos Direitos do Homem. Esta foi adotada e promulgada pela Resolução 271 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 10 de dezembro de 1948, sendo confirmada pelo Brasil no mesmo momento. (BRASIL, 1988). E mesmo que se utilizasse ainda a palavra “habitação” para expressar esse direito, já se estabelecia a “moradia” como requisito para se desfrutar do bem estar.

O termo “moradia”, não comum de ser utilizado, passou a ser referenciado a partir do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais que com o intuito de

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proteção internacional dos direitos humanos citou o direito à moradia como um dos direitos humanos. (BARIN, 2006).

A importância da arquitetura, como formadora do “abrigo” e da moradia é tão abrangente e complexa, que acaba por interferir em várias outras áreas, e, por conseguinte também agrega e ou segrega, ampliando as desigualdades sociais.

Conseguinte ao direito á moradia, procede-se o direito á cidade como cita o Estatuto da Cidade, denominação oficial da Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta o capítulo "Política Urbana" da Constituição Federal, detalhando e desenvolvendo os artigos 182 e 183. (Brasil, 2002). Com objetivo de garantir o direito à cidade como um dos direitos fundamentais da pessoa humana, para que todos tenham acesso às oportunidades que a urbanidade pode oferecer.

Dentro desses quesitos, conseguinte ao direito á moradia e á cidade, o direito de acessá-los livremente, sem barreiras arquitetônicas, importante premissa do desenho universal e da arquitetura inclusiva.

De acordo com Romanini e Martins (2014) o inicio da aplicação da arquitetura inclusiva está diretamente ligado à Segunda Guerra Mundial, onde veteranos de guerra, com problemas de locomoção, não conseguiam exercer mais funções rotineiras. Deste modo, as barreiras arquitetônicas e os desconfortos das edificações ficaram evidentes para pessoas com mobilidade reduzida. Após o fim da Segunda Guerra, surge a primeira padronização de acessibilidade nos Estados Unidos, cuja evolução derivou o conceito de Design Universal, ou seja, produtos e ambientes que pudessem ser usados por todas as pessoas, inclusive á pessoa com deficiência.

Na década de 1990, arquitetos e profissionais envolvidos com a questão da acessibilidade estabeleceram nos Estados Unidos, critérios para que edificações, como ambientes internos, urbanos e produtos atendessem a um maior número de usuários, estabelecendo que qualquer local pode ser acessado e utilizado por todos. Esse grupo de profissionais definiu os sete princípios do Desenho Universal, que passam a partir deste momento adotados mundialmente, pois envolvem questões de planejamentos e obras de acessibilidade. Segundo São Paulo (2010) Os sete princípios do Desenho Universal são descritos como:

1- Equitativo/Igualitário: ambientes, objetos e produtos que podem ser usados por pessoas com diferentes capacidades, tornando todos os espaços iguais;

2- Uso flexível/Adaptável: planejar produtos que atendam pessoas com habilidades distintas, sendo adaptáveis a diferentes formas de uso;

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3- Uso simples e intuitivo: de simples entendimento, compreensível para qualquer pessoa independente de sua idade, conhecimento, habilidade de linguagem ou nível de concentração;

4- Informação de fácil percepção: quando a informação necessária é comunicada de modo que atenda as necessidades do receptador;

5- Tolerância ao erro/Seguro: previsto para minimizar riscos e possíveis consequências de ações eventuais ou não propositadas;

6- Esforço físico mínimo: para ter seu uso eficaz, com comodidade e o mínimo de fadiga; 7- Dimensionamento de espaços para acesso e uso abrangente: que determina

dimensões e espaços adequados para o acesso, alcance, manipulação e uso, independente das dimensões de um corpo, da postura ou mobilidade do usuário.

(SÃO PAULO, Cartilha Universal, 2010, p.11).

Tabbal, Picolli e Quevedo (2015) afirmam que por muito tempo a política habitacional brasileira desconsiderou em seus projetos a questão da acessibilidade e às pessoas com deficiência. Segundo a Secretaria de Estado da Habitação de São Paulo (SÃO PAULO, 2010), somente em 2008, houve a determinação do governo para que as secretarias estaduais da Habitação seguissem os princípios do Desenho Universal em seus programas habitacionais, significando portanto o não comprometimento dos programas de acessibilidade em projetos anteriores.

No Brasil mesmo adotando critérios do desenho universal, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou a primeira norma referente à acessibilidade em 1985. Foram realizadas duas revisões, a NBR 9050 (2004) apresenta os parâmetros básicos a serem seguidos sem restrições ou alterações, independente da destinação do espaço, às condições de acessibilidade (Figura 1). Alguns exemplos destas aplicações são: altura de comandos de janelas, interruptores, tomadas, vãos de portas, inclinações e larguras de rampas, dimensionamento de sanitários, entre outros. (NBR 9050, 2004)

Numeração em alto relevo e

em altura adequada Acesso ás unidades através de

rampas e com auxílio de corrimão Piso tátil direcional

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Figura 1. Áreas comuns de um condomínio residencial concebidos de acordo com o Desenho Universal. Fonte Cartilha Universal. Governo do Estado de São Paulo. São Paulo (2010). Adaptações dos autores (2015).

As habitações de caráter social, muitas vezes aplicam de modo restrito os critérios do desenho universal, tornando as construções dificultosas em seu acesso. As grandes escadarias e espaços confinados, não permitem que os edifícios possuam características inclusivas e acessado por todas as pessoas, gerando exclusão à pessoa com deficiência. Os espaços devem ser livres de barreiras com dimensões adequadas sem que adaptações ou improvisos sejam realizados, o desenho aplicado desde o planejamento á sua execução. (figura 2 e 3).

Iluminação adequada das vias de circulação interna

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Figura 2. Dormitórios: disposição e o uso adequado do espaço para uma cama de casal e armário para roupas, de modo a possibilitar o usuário de cadeira de rodas de acordo com o Desenho Universal. Fonte Cartilha Universal. Governo do Estado de São Paulo. São Paulo (2010) pag 61. Adaptação dos autores (2015).

Figura 3. Unidade habitacional demonstrando área de manobra com amplitude mínima de 180°. Fonte Cartilha Universal. Governo do Estado de São Paulo. São Paulo (2010) pag 59. Adaptação dos autores (2015).

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A IDENTIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA HABITAÇÃO

SOCIAL

O Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV (Governo Federal, Ministérios das Cidades, 2011) tem por finalidade criar mecanismos de incentivo à produção e à aquisição de novas unidades habitacionais, à requalificação de imóveis urbanos e à produção ou reforma de habitações rurais.

Os empreendimentos sociais demonstram simplicidade em suas unidades habitacionais, despretensiosos quanto a arquitetura e urbanismo do bairro localizado. As unidades habitacionais com acessibilidade são sempre definidas como obrigatórias em apenas 1% do conjunto habitacional. (BRASIL, 2006). A política habitacional deve ter como finalidade a qualidade de vida, prover através da infraestrutura, da acessibilidade, disponibilidade de equipamentos sociais e moradia com qualidade habitacional.

A habitação envolve dignidade e pertencimento à pessoa, a sua identidade perfaz sua trajetória e seus costumes. Ao realizar um projeto arquitetônico, seja este coletivo ou unifamiliar, um dos pontos importantes a serem estudados inicialmente seria o programa de necessidades definido segundo Albernaz e Lima (2008), como espaço arquitetônico elaborado de acordo com o conjunto de atividades sociais e funcionais nele exercido e com papel que representa para a sociedade. Este programa envolve utilização do espaço interno e divisão dos ambientes, seus reais usos, formatados principalmente com a cultura e a necessidade de cada um. Em projetos de habitação coletiva a identidade do morador deverá ser formatada de modo que atendam a todos de forma única. Pensar em diminuir os índices de elevação quando são inexistentes os elevadores, (figura 4), ou mesmo rampas adequadas, espaços distribuídos de modo claro e universal, resgatando a identidade de cada morador seja ele com deficiência ou não.

Os critérios já foram estabelecidos através das normas, basta torna-las abrangentes como o desenho arquitetônico universal. A habitação não deve ser pensada e elaborada não como um modelo para resolver problemas isolados de uma determinada pessoa, mas sim como uma forma de intervir em todo o espaço, buscando soluções para os principais problemas e atendendo as necessidades de todos, premissas do desenho universal.

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Figura 4. Residencial Altos da Figueira com térreo mais 04 pavimentos sem elevador em Alvorada (RS).Caixa Econômica Federal. Fonte. Portal Brasil, 2015.

Para Fernandes (2003) A Agenda Habitat, documento resultante da Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos – Habitat II, realizada em Istambul, na Turquia, em 1996, apresentou, como um dos temas globais, a “Adequada Habitação para Todos”. O documento afirmou que uma habitação adequada deve incluir a questão da acessibilidade física . Adotar políticas públicas que garantam que pessoas portadoras de deficiências tenham acesso à habitação social e ao sistema de transportes públicos.

Segundo São Paulo (2015) é imprescindível desenvolver diretrizes do Desenho Universal que indiquem parâmetros técnicos para a elaboração de projeto arquitetônico e urbanístico das habitações de interesse social, garantindo melhoria da qualidade de vida a todos que venham a adquirir uma deficiência ou mobilidade reduzida, permanente ou provisória. Sensibilizar os profissionais e entidades que já intervêm no campo da habitação para a aplicação das premissas do Desenho Universal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo trata da problemática da habitação e a exclusão arquitetônica existente em projetos habitacionais. O direito à moradia deve ser conseguinte ao direito á acessibilidade a qualquer espaço, poder ir e vir, sem exclusões, barreiras, ou mesmo passar

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por situações desagradáveis excludentes. A pessoa com deficiência possui os mesmos direitos e dignidades de todo e qualquer cidadão. Inseri-la na moradia adequada, significa inserir sua identidade, elaborar projetos universais que sejam de livre acesso à todos. A gestão desses espaços pelo estado através da correta implementação de políticas públicas de habitação faz-se necessária, alterando a imagem excludente da pessoa deficiente. Incluir e levar a arquitetura a todos, em todas as esferas da sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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