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INFORMA CONCORRENCIAL

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INFORMA CONCORRENCIAL

144ª SESSÃO DE JULGAMENTO DO CADE 11 de junho de 2019

CADE homologa acordo de desinvestimento negociado com a Petrobras em investigação no mercado de refino de petróleo no Brasil

A Petrobras apresentou proposta de Termo de Compromisso de Cessação (TCC) para suspender o inquérito administrativo instaurado para investigar conduta de abuso de poder dominante no mercado de refino no Brasil.

A proposta de acordo consiste na venda de oito re narias da Petrobrás e seus respectivos ativos logísticos, que totalizam a produção de 1,1 milhão de barris por dia, ou seja, cerca de 50% do volume total nacional. Re narias nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e uma no Nordeste continuarão com a Petrobrás.

A proposta foi apresentada ao Tribunal do CADE pelo Superintendente-Geral, Alexandre Cordeiro, o qual a rmou que o acordo resultará na abertura do mercado de re no à concorrência, com expectativa de menores preços e maiores investimentos no setor, de modo que a Petrobras passará a empenhar seus recursos apenas nas atividades na qual é mais competitiva.

O Conselheiro João Paulo de Resende votou pela não homologação da proposta de TCC. Segundo João Paulo, a decisão da Petrobrás de desinvestimento de ativos de re no, notoriamente noti cada ao mercado, não tem relação com a investigação do CADE. De acordo com o Conselheiro, o inquérito é recente, tendo sido instaurado há cerca de 6 meses, de modo que a Superintendência Geral do CADE (SG) sequer chegou a apreciar qualquer questão de mérito.

Além disso, o Conselheiro apontou que o peer review feito pela OCDE indicou a necessidade de conclusão de investigações de condutas unilaterais, de modo a sinalizar ao mercado quais seriam as infrações à ordem econômica. Ainda, assinalou que o mercado geográ co do setor de re no poderia ser considerado mundial, o que poderia impactar a possibilidade da Petrobrás praticar conduta predatória, indicando que o encerramento da investigação com a celebração de TCC não seria oportuna.

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O TCC acabou por ser homologado por maioria, uma vez que os demais Conselheiros consideraram o acordo pró-competitivo.

CADE aprova com restrições joint venture entre P zer e GSK no mercado de produtos para cuidados com a saúde

Nesta última sessão de julgamento, o Tribunal do CADE aprovou com restrições, por unanimidade, a joint venture entre GlaxoSmithKline PLC (GSK) e P zer Inc. (P zer) para atuação no mercado de produtos de consumo para cuidados com a saúde. A GSK será a controladora da empresa resultante, ao passo que a P zer deterá participação minoritária sem direitos de veto sobre questões estratégicas, tais como plano de negócios, orçamento ou a nomeação da alta administração da joint venture.

Durante a análise do processo a SG entendeu haver preocupações concorrenciais referentes à sobreposição da atuação das empresas no mercado nacional de antiácidos simples (ATC4 A2A1). De acordo com a análise da SG, a participação conjunta dos negócios das empresas neste mercado seria em torno de 60% a 70%.

Diante da preocupação levantada as requerentes negociaram com a SG uma proposta de Acordo em Controle de Concentrações (ACC), o qual inclui desinvestimento do negócio de magnésia bisurada, eliminando, assim, a sobreposição horizontal no mercado nacional de antiácidos simples. A proposta também propõe upfront buyer e indicação de trustee de monitoramento.

A SG entendeu que os remédios propostos seriam su cientes e opinou pela aprovação da operação mediante a celebração do referido ACC.

Nesta última sessão de julgamento, a Conselheira Relatora Paula Farani destacou que a de nição de mercado relevante produto para medicamentos pode ser feita considerando a sua classi cação ATC e também a indicação terapêutica do medicamento. Apesar disso, considerou que a classi cação ATC realizada pela SG foi su ciente para o mapeamento das concentrações.

A Conselheira Relatora apontou que foram veri cadas participações de mercado superiores a 20% no mercado de antiácidos simples. Segundo dados elaborados pela IQVIA, as participações de mercado somam 31% em termos de receita e cerca de 50% em termos de volume.

Dessa forma, a Conselheira Relatora entendeu que os remédios propostos seriam efetivos e votou pela aprovação da operação mediante a celebração do ACC. Os demais Conselheiros acompanharam o voto da Conselheira Relatora.

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DânicaZipco e Kingspan-Isoeste desistem de operação

Nesta última sessão de julgamento, o Tribunal do CADE homologou a desistência de operação entre DânicaZipco Sistemas Construtivos S.A. (DânicaZipco) e Kingspan-Isoeste Construtivos Isotérmicos S/A. (Kingspan-Isoeste). A operação tratava de aquisição de 100% do capital social da DânicaZipco e de suas subsidiárias pela Kingspan-Isoeste.

Ambas as empresas são fabricantes de materiais de fechamento lateral, cobertura e piso (building envelopes), sendo que a Kingspan-Isoeste produz produtos especializados para a construção civil, ao passo que os produtos da DânicaZipco são utilizados em diversos setores da indústria.

A operação, submetida pelo rito sumário foi convertida ao rito ordinário e declarada como complexa pela SG, e contou com a intervenção das empresas Metalúrgica Barra do Piraí e Perfilor S/A Construções, Indústria e Comércio.

Ao término da instrução do caso, a SG emitiu parecer opinando pela impugnação da operação ao Tribunal do CADE, sugerindo a adoção de remédios diante da possibilidade de exercício de poder de mercado no mercado relevante de painéis e telhas termoacústicos.

Posteriormente, na véspera desta última sessão de julgamento, as requerentes da operação protocolaram pedido de desistência, sinalizando eventual di culdade em afastar as preocupações identificadas durante a análise concorrencial.

Apesar do pedido de desistência, o Conselheiro Relator Paulo Burnier teceu comentários sobre o mercado relevante geográ co de nido pela SG e votou pelo arquivamento do ato de concentração por perda de objeto. Isso causou discussão entre os demais conselheiros, que consideraram que a análise de mercado relevante era desnecessária.

O Plenário, por unanimidade, determinou o arquivamento do processo em razão de perda de objeto.

CADE adia votação sobre investigação de cartel no mercado internacional de fabricação e venda de cabos subterrâneos e submarinos

Trata-se de processo administrativo instaurado em novembro de 2010 para investigar suposto cartel no mercado internacional de fabricação e venda de cabos subterrâneos de alta tensão e de cabos submarinos de alta tensão e tensões mais baixas, entre o início dos anos 1990 até, ao menos, julho de 2004.

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Durante a instrução do processo a SG emitiu Nota Técnica opinando pela condenação dos investigados e pelo arquivamento do processo em favor dos investigados que celebraram TCC com o CADE.

A Procuradoria Federal Especializada junto ao CADE (ProCADE) seguiu a opinião da SG, apenas divergindo no acolhimento de alegação de prescrição da pretensão punitiva no que se refere ao período entre 1990 e 1997.

O Ministério Público Federal (MPF), por sua vez, divergiu quanto ao arquivamento do processo, opinando apenas pela suspensão em relação aos compromissários dos TCCs, ressaltando que estes devem ainda cumprir a obrigação de cooperar na instrução do processo administrativo nº 08700.008576/2012-81, que é desmembramento deste processo.

Segundo o Conselheiro Relator Paulo Burnier, a materialidade da conduta foi comprovada pela existência de cartel internacional no mercado indicado. O cartel teria ocorrido por contatos periódicos entre concorrentes, por e-mail e por meio de reuniões, com a troca de informações concorrencialmente sensíveis, xação de preço e divisão de mercado. A prática contou com a participação de empresas europeias, japonesas e coreanas.

De acordo com o Conselheiro Relator, a produção de efeitos no Brasil restou con gurada por: (i) provas de que houve cartel internacional com menção ao Brasil; (ii) prova de que houve importação de produtos cartelizados; e (iii) produção de cabos no Brasil por empresa envolvida no cartel.

Dessa forma, o Conselheiro Relator votou pela condenação das empresas Nexans, Prysmian, Exsym e Viscas, além de diversos indivíduos. Por outro lado, o Conselheiro votou pelo arquivamento do processo em favor da LS Cable, Taiwan Electric, além de outras.

Para a aplicação de multa contra as empresas, o Conselheiro Relator aplicou a alíquota de 15% sobre o faturamento das empresas no Brasil, totalizando aproximadamente R$ 14 milhões. Com relação aos indivíduos, foi aplicada multa de R$ 100 mil por pessoa, além de multa de R$ 200 mil ao funcionário da Viscas, por ter tido maior participação no cartel. Dessa forma, as multas totalizaram aproximadamente R$ 21 milhões;

A Conselheira Paula Farani pediu vista do processo administrativo e seu julgamento foi suspenso.

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CADE arquiva investigação contra indivíduos por suposto cartel nos mercados nacional e internacional de sistemas de direção assistida elétrica (EPS)

Trata-se de processo desmembrado a partir do processo administrativo nº 08700.003735/2015-02, que tinha como objetivo investigar suposto cartel nos mercados internacional e nacional de Sistemas de Direção EPS durante o período de 2007 a 2011, particularmente para fornecimento de peças às montadoras de automóveis Honda e Volkswagen.

O desmembramento havia ocorrido pela di culdade de se noti car as pessoas físicas domiciliadas no exterior da existência da investigação.

Na 137ª sessão de julgamento, o Tribunal do CADE arquivou o processo administrativo original em favor de alguns dos investigados, incluindo as empresas e pessoas físicas signatárias do acordo de leniência. Ademais, foi determinada a suspensão do processo em relação aos compromissários de TCC.

Diante de tal fato, a SG emitiu Nota Técnica remetendo os autos do presente processo ao Tribunal e opinando pelo arquivamento do processo em relação aos investigados relacionados às empresas absolvidas no processo original. Além disso, recomendou o desmembramento e abertura de novo processo em relação a determinados indivíduos, por não terem aderido tempestivamente ao TCC da empresa Showa do Brasil Ltda. no âmbito do processo originário.

A ProCADE emitiu parecer seguindo a opinião da SG, ao passo que o MPF opinou pelo arquivamento do processo com relação a todos os investigados.

A Conselheira Relatora Polyanna Vilanova votou pelo arquivamento em relação às pessoas físicas representadas, tendo em vista que as empresas correlacionadas foram absolvidas no processo originário.

Com relação aos indivíduos que não aderiram ao TCC, a Conselheira Relatora apontou que não houve sequer noti cação delas até o momento. Além disso, a Conselheira a rmou que a permanência destes na investigação representaria ônus excessivo ao poder público, de modo que votou pela exclusão do polo passivo.

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CADE rejeita embargos de declaração contra decisão em investigação de cartel no mercado de distribuição e revenda de combustíveis automotivos no Estado de Minas Gerais

Trata-se de embargos de declaração opostos por postos de gasolina contra decisão proferida na 140ª sessão de julgamento, na qual o Tribunal do CADE condenou tais postos por formação de cartel no mercado de distribuição e revenda de combustíveis automotivos nos municípios de Belo Horizonte, Contagem e Betim, em Minas Gerais, entre outubro de 2006 e julho de 2008.

Os embargos de declaração discutiram o cálculo da multa, principalmente a estimativa de faturamento utilizada como base para o cálculo. A Conselheira Relatora Polyanna Vilanova votou pelo conhecimento dos embargos e, no mérito, pelo desprovimento dos recursos. De acordo com a Conselheira, os embargantes não apresentaram qualquer informação nova quanto aos seus faturamentos.

Seu voto foi acompanhado pelos demais Conselheiros.

CADE rejeita embargos de declaração contra suspensão de medida preventiva em favor da ConectCar

Na 143ª sessão de julgamento do CADE, o Tribunal havia concedido a suspensão, em favor da ConectCar, dos efeitos de medida preventiva aplicada no âmbito de investigação no mercado de meios de pagamento eletrônico baseados na tecnologia de Identi cação Automática de Veículos (AVI).

A Veloe, então, opôs embargos de declaração contra a decisão, alegando, em síntese, contradições entre a fundamentação da decisão e as efetivas manifestações e participação da Veloe no processo como recorrente, além de outas omissões e erros materiais.

De acordo com a Conselheira Relatora Polyanna Vilanova, não há qualquer evidência de que a instrução da medida preventiva tenha sido irregular. Além disso, segundo a Conselheira Relatora, a Veloe não foi capaz de demonstrar qualquer interesse material ou processual no processo, e que a legislação concorrencial não prevê qualquer tutela particular em prol de concorrente.

Dessa forma, a Conselheira Relatora votou pelo conhecimento e desprovimento dos embargos.

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A Conselheira Paula Farani, por outro lado, votou pelo provimento dos embargos de declaração, alegando: (i) a declaração de nulidade da decisão embargada; (ii) a nulidade de todos os atos subsequentes à decisão; e (iii) o retorno dos autos ao gabinete da Conselheira Polyanna Vilanova para sanar os vícios.

De acordo com a Conselheira, há entendimento na jurisprudência do CADE e do STJ de que não pode haver decisão em embargos de declaração com efeitos infringentes sem que a outra parte envolvida seja chamada a se manifestar. Embora a Veloe não seja parte strictu sensu, ela é parte legitimada no caso, devendo ser intimada a se manifestar.

O Conselheiro João Paulo seguiu o voto divergente da Conselheira Paula Farani ao passo que o Presidente e o Conselheiro Mauricio Maia seguiram o voto da Conselheira Relatora.

Dessa forma, os embargos de declaração foram conhecidos e desprovidos por maioria.

Este boletim apresenta um resumo de alterações legislativas ou decisões judiciais e administrativas no Brasil. Destina-se aos clientes e integrantes do Cescon, Barrieu, Flesch & Barreto Advogados. Este boletim não tem por objetivo prover aconselhamento legal sobre as matérias aqui tratadas e não deve ser interpretado como tal.

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Para informações, entrar em contato com: Joyce Midori Honda D +55 11 3089 6139 joyce.honda@cesconbarrieu.com.br

Ricardo Lara Gaillard D +55 11 3089 6648 ricardo.gaillard@cesconbarrieu.com.br

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