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MOTIVOS DE ADESÃO, MANUTENÇÃO E DESISTÊNCIA A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS EM ACADEMIAS: REVISÃO SISTEMÁTICA

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MOTIVOS DE ADESÃO, MANUTENÇÃO E DESISTÊNCIA A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS EM ACADEMIAS: REVISÃO SISTEMÁTICA

Wellington Lins de Souza1; Aline de Freitas Brito2;Vinícius de Oliveira Damasceno3 Carla Menêses Hardman4

1 Mestre em Educação Física. Docente da Faculdade de Comunicação Tecnologia e Turismo de Olinda - FACOTTUR.

2 Doutora em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos. Docente/Pesquisadora da Escola Superior de Educação Física - ESEF – Centro de Ciências da Saúde - CCS - Universidade de Pernambuco.

3 Doutor em Saúde da Criança e Adolescente. Docente/Pesquisador do Departamento de Educação Física - DEF - Centro de Ciências da Saúde - CCS - Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.

4 Doutora em Educação Física. Docente/Pesquisadora do Departamento de Educação Física - DEF - Centro de Ciências da Saúde - CCS - Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.

E-mail: carlamhardman@gmail.com Resumo

Nas últimas décadas, a busca por academias aumentou devido à variedade de atividades disponibilizadas ao público. Além disso, sabe-se que diferentes motivos levam os indivíduos a aderirem, permanecerem e desistirem de praticar exercícios físicos. Diante disso, o objetivo do estudo foi sintetizar as evidências disponíveis quanto aos motivos que levam os alunos a aderirem, permanecerem e desistirem de praticar exercícios físicos em academias. Trata-se de uma revisão sistemática que foi realizada na Bireme, SciELO e em cinco revistas nacionais da área da Educação Física. Para realização das buscas foram utilizados os termos: motivo, motivação, adesão, aderência, manutenção, permanência, desistência, abandono, barreira, atividade física, exercício físico, academia, musculação e ginástica. Foram incluídos artigos originais que apresentassem resultados sobre a temática; artigos publicados na língua portuguesa. Artigos de revisão, dissertações, teses e estudos de validação não foram incluídos. Os 11 estudos incluídos nesta revisão foram publicados entre 2003 e 2014. Nenhum deles foi conduzido nas regiões nordeste e centro-oeste do Brasil. Todos os estudos empregaram delineamento transversal e questionários para realização da coleta de dados. Os principais motivos de adesão à prática de exercícios físicos foram convergentes na maioria dos estudos revisados (estética e saúde). As razões básicas identificadas para permanência foram prazer/gostar da atividade e preocupação com a estética. O principal motivo para desistência foi à falta de tempo. Fica evidente a necessidade de realização de novos estudos a fim de identificar os motivos de adesão, permanência e desistência a prática de exercícios físicos, considerando academias de diferentes portes e localização.

Palavras-chave: exercício físico; aderência; desistência.

INTRODUÇÃO

A prática de atividades físicas é determinada por diversos fatores (demográficos, econômicos, sociais, ambientais e psicológicos) que podem ser considerados facilitadores ou barreiras para adoção, manutenção e desistência desta prática (CASSOU et al., 2008; REICHERT et al., 2007). O prazer pela prática, os benefícios da atividade, os exercícios físicos adequados e companhia são alguns fatores que podem facilitar à prática de

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atividades físicas (KRUG; LOPES; MAZO, 2015). Por outro lado, a falta de tempo, a falta de dinheiro e a jornada de trabalho e/ou estudos são motivos frequentemente apresentados em estudos científicos como barreiras percebidas para a prática desta atividade (GRANDE; SILVA, 2014; REICHERT, 2011; RIBEIRO et al., 2013).

Nas últimas décadas, a busca por academias se intensificou devido à variedade de atividades (musculação, lutas, ginásticas, hidroginástica, etc.) disponibilizadas ao público (PINHEIRO et al., 2010). As academias de ginástica são compreendidas como centros de condicionamento físico que oportunizam o ambiente e a orientação para a prática de programas de exercícios físicos (ROJAS, 2003). Elas também são consideradas um espaço de interação social que podem contribuir para um estilo de vida ativo. Samulski (2009) afirma que o sucesso de um programa de exercícios físicos está relacionado à motivação de seus participantes. Diante disso, é importante identificar os principais motivos que levam os alunos a aderirem, permanecerem e desistirem de praticar exercícios físicos em academias.

Uma revisão narrativa conduzida por Liz et al. (2010) apresentou que os principais motivos para a aderência de brasileiros praticantes de exercícios físicos em academias de ginástica foram à busca pela saúde, estética, socialização, melhoria da condição física e bem-estar. Os referidos autores (LIZ et al., 2010) também revelaram que os motivos básicos de desistência foram à falta de tempo, preguiça, distância e ao alto custo das mensalidades.

Outros fatores são determinantes para que os alunos queiram aderir à prática de exercícios físicos em uma academia. Dentre os fatores pessoais, destacam-se a estética corporal (CAPOZZOLI, 2006; TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003), a crença dos benefícios proporcionados à saúde (NUNOMURA, 1998), o controle do peso (LAURENZANO; LOCH, 2013) e a redução do estresse (PEREIRA et al., 2012). Entre os fatores ambientais, os mais citados são a mídia, a influência de amigos e parentes, e instalações do ambiente (SCHWETSCHENAU et al., 2008).

As pessoas que permanecem em uma atividade são consideradas mais automotivadas, estabelecem suas próprias metas e possuem apoio familiar (NUNOMURA, 1998). A interação social representa um dos principais determinantes na manutenção dessa prática, sendo que as pessoas sentem mais prazer e atração pela atividade proposta quando os membros do grupo se identificam e se autoconhecem (TAHARA; CARNICELL FILHO, 2009).

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No entanto, a falta de tempo e a falta de motivação ocorrem em maior número nas pessoas que tem histórico de inatividade ou motivos para desistência (NUNOMURA, 1998). A falta de energia foi mencionada como outra razão para a desistência (WEINBERG; GOULD, 2001). A identificação dos fatores que dificultam a pratica de exercícios físicos pode ser considerada uma das estratégias para estimular as mudanças de comportamento e adoção de um estilo de vida ativo (PINHEIRO et al., 2010).

Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi sintetizar as evidências disponíveis quanto aos motivos que levam os alunos a aderirem, permanecerem e desistirem de praticar exercícios físicos em academias.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para desenvolvimento desta revisão sistemática, recorreu-se a busca de artigos originais publicados até junho de 2015, contendo resultados quanto aos motivos de adesão, manutenção e desistência a prática de exercícios físicos em academias.

As buscas foram realizadas na Biblioteca Virtual de Saúde (Bireme) e Scientific

Electronic Library Online (SciELO). Para realização das buscas foram utilizados os

seguintes descritores/termos: motivo, motivação, adesão, aderência, manutenção, permanência, desistência, abandono, barreira, atividade física, exercício físico, academia, musculação e ginástica. Os operadores lógicos “and” e “or” foram empregados para combinar os termos utilizados no rastreamento dos artigos, assim como os filtros para exclusão de estudos com animais e estudos que não continham resultados originais de investigação.

Para uma busca mais abrangente, foram realizadas buscas em quatro revistas nacionais: Coleção Pesquisa em Educação Física (CPEF), Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde (RBAFS), Revista Mackenzie de Atividade Física e Esporte (REMEFE), Revista Brasileira de Ciência e Movimento (RBCM).

Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: artigos originais publicados em revistas ou periódicos com corpo editorial; manuscritos que apresentassem resultados sobre motivação, permanência ou desistência à prática de exercícios físicos em academias; artigos publicados na língua portuguesa (Brasil). No entanto, artigos de revisão, dissertações, teses e estudos de validação não foram incluídos.

O processo de seleção dos artigos se deu em três etapas. A primeira foi a leitura dos títulos dos artigos. Na segunda etapa, realizou-se a leitura dos resumos, a fim de avaliar se

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os mesmos atendiam a todos os critérios de inclusão. Todas as publicações que preencheram os critérios de inclusão foram analisadas por dois pesquisadores. Na terceira etapa, recorreu-se a leitura do artigo na integra, no intuito de extrair alguns dados, tais como: autor(es), ano de publicação, amostra, procedimento da coleta de dados, principais resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na Figura 1 está apresentado o fluxograma do processo de seleção dos estudos localizados na revisão sistemática. Dos 2.926 artigos localizados nas buscas, 11 foram considerados elegíveis para inclusão nesta revisão.

Figura 1: Fluxograma do processo de seleção dos estudos localizados na revisão sistemática.

Artigos localizados

400 Bireme 220 SciELO

Artigos localizados nas revistas nacionais 1.097 CPEF 694 RBAFS 385 REMEFE 108 RBCM Resumos analisados 35 Bireme 28 Revistas nacionais 7 SciELO Artigos analisados na íntegra 7 Revistas nacionais 3 Bireme 1 SciELO 59 artigos excluídos após a leitura do resumo. 11 artigos incluídos na análise final

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Na Tabela 1, foram apresentadas as características dos estudos revisados quanto ao local de realização, tamanho da amostra, idade ou faixa etária dos participantes e outros aspectos. Os manuscritos incluídos nesta revisão foram publicados entre 2003 e 2014. Cinco dos 11 estudos foram publicados entre 2014 a 2012, indicando que o interesse por estudos sobre os motivos que fazem os alunos entrarem, permanecerem e desistirem das academias de musculação é relativamente recente.

Tabela 1. Características principais dos estudos incluídos na revisão.

Autores Ano Local Tamanho

amostral

Faixa etária Aroni; Zanetti;

Machado

2012 Campinas e São José do Rio Pardo, SP M (n=47) F (n=56) 14-65 Bartholomeu Neto et al. 2013 Gurupi, TO M/F (n=30) 18-29

Laurenzano; Loch 2013 Presidente Prudente, SP M (n=57) F (n=75)

12-51

Milagres et al. 2009 Belo Horizonte, MG M (n=48) F (n=52)

32,1 (±11,2)

Pereira et al. 2014 Santo André, SP F (n= 10) 34-70

Pinheiro et al. 2010 Florianópolis, SC M/F (n=99) 20-59

Rocha 2008 Montes Claros, MG M (n=69) F (n=181) 18-50 Souza; Oliveira; Espírito-Santo 2012 Baixada Fluminense, RJ M/F (n=91) 18-24 25-34 55-64 Tahara; Schwartz; Silva 2003 Rio Claro, SP M/F (n=50) ≤24

Zanetti et al. 2007 São José do Rio Pardo, SP M(n=15) F(n=35)

18-80

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Estes artigos são provenientes de oito revistas/periódicos da área da Educação Física e Fisioterapia. A maioria das investigações foi realizada na região sudeste do Brasil, particularmente em São Paulo (ARONI; ZANETTI; MACHADO, 2012; LAURENZANO; LOCH, 2013; PEREIRA et al., 2012; TAHARA; CARNICELL FILHO; SCHWARTZ, 2006; ZANNETTI et al., 2007).

Os estudos revisados foram realizados com amostras heterogêneas em relação à faixa etária, dificultando a comparação dos achados. O estudo de Zawadski e Vagetti (2007) foi realizado com idosas e analisou apenas os motivos de adesão. Um estudo conduzido por Bartholomeu Neto et al. (2013) investigou apenas os motivos de desistência em universitários com sobrepeso ou obesidade. Laurenzano e Loch (2013) analisaram os motivos de desistência em adolescentes, adultos e idosos.

Verificou-se que em todos os estudos revisados foi adotado delineamento transversal, porque demanda menos tempo para ser realizado (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007). O instrumento utilizado na coleta de dados destes estudos foi o questionário, exceto no estudo de Laurenzano e Loch (2013) que realizaram uma entrevista telefônica. Na maioria dos estudos revisados, os questionários foram administrados mediante entrevista face a face. Na investigação conduzida por Bartholomeu Neto et al. (2013), o questionário foi autoaplicável e; no estudo realizado Pinheiro et al. (2010), o questionário foi enviado para o e-mail dos participantes.

As vantagens desse instrumento são a praticabilidade, baixo custo e capacidade de coletar várias informações, além da não reatividade (NAHAS, 1996). Em contrapartida, muitos aspectos como validade e fidedignidade do questionário muitas vezes não estão bem estabelecidos afetando negativamente nos levantamentos (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2007). Apenas três estudos (PINHEIRO et al., 2010; MILAGRES et al., 2009; ROCHA, 2008) utilizaram questionários validados para obter informação sobre os motivos de adesão, manutenção ou desistência para prática de atividades físicas.

Além disso, este estudo revela que a investigação sobre os motivos de adesão, manutenção e desistência para a prática de exercícios físicos em academias é ainda muito escassa. Verificou-se que nove estudos investigaram motivos de adesão para a prática de exercícios em academias (Tabela 2), dois apresentaram as razões para a manutenção desta prática (Tabela 3) e três avaliaram os motivos de desistência (Tabela 4).

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Tabela 2. Descrição dos resultados em relação aos motivos de adesão a prática de exercícios em academias.

Referência Motivos de adesão

Aroni; Zanetti; Machado (2012)

Saúde (36,6%), estética (22,8%), condicionamento físico (14%), prazer (7,9%), bem estar (6,9%), indicação médica (5,9%), convívio social (2,8%), outro (3,1%).

Laurenzano; Loch (2013)

Perda de peso (37,1%), manter/melhorar forma física (22,0%), hipertrofia (18,9%), definição muscular (13,6%), qualidade vida/saúde (5,3%), influencia amigos/família (2,3%), outros (1,6%).

Milagres et al. (2009)

Melhorar/manter o estado de saúde; manter a boa forma; aumentar o bem-estar corporal; melhorar a qualidade de vida; aumentar o bem-estar psicológico; aumentar a disposição geral; melhorar a condição física; combater o sedentarismo; melhorar a postura; melhorar a aparência física; outros.

Pereira et al. (2012)

Prevenir doenças; melhorar o condicionamento físico; desenvolver mais autoconfiança; reduzir o estresse do trabalho; melhorar aparência física; aumentar o bem-estar geral; por aconselhamento médico; retardar o envelhecimento; manter-se em forma; prazer pela atividade; outros. Rocha (2008) Estética (56,6%), indicação médica (36,9%), qualidade de vida (23,6%),

lazer (12,8%). Souza; Oliveira;

Espírito-Santo (2012)

Saúde (74,7%), estética (69,2%), lazer (15,4%), recomendação médica (11%), amizade (7,7%) e namoro (2,2%).

Tahara;

Schwartz; Silva (2003)

Estética (26,7%), melhoria da qualidade de vida (23,3%), aptidão e preferência (13,3%), melhoria da resistência aeróbia (10%), profissionais capacitados (10%), aumento de força (6,7%), boa aparelhagem específica (6,7%), reabilitação de lesões (3,3%).

Zanetti et al. (2007)

Estética (30,2%), saúde (21,7%), bem-estar (12,3%), condicionamento físico (9,4%), prazer (4,7%), qualidade de vida (3,8%) e outros motivos (17,9%).

Zawadski; Vagetti (2007)

Prevenção de doenças e manutenção da saúde (42%), indicação médica (25%), qualidade de vida (4%), autoestima (4%) e fazer amigos (25%).

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Em relação aos motivos de adesão (Tabela 2), a estética foi o principal motivo para a adesão à prática de exercícios físicos, segundo Rocha (2008), Zanetti et al. (2007) e Tahara et al. (2003). A proporção referida pelos participantes dos estudos revisados sobre esse motivo (estética) variou de 22,8% (ARONI; ZANETTI; MACHADO, 2012) a 69,2% (SOUZA; OLIVEIRA; ESPÍRITO-SANTO, 2012). Para Aroni; Zanetti; Machado (2012) e Souza; Oliveira; Espírito-Santo (2012), a principal razão foi à saúde.

Vale salientar que os estudos revisados foram conduzidos com diferentes sujeitos que apresentam interesses e motivos diferenciados para a prática de exercícios físicos. Rocha (2008) e Zannetti et al. (2007) identificaram que o principal motivo de adesão em jovens foi à estética. Sabe-se que por se tratar de jovens existe uma forte influência da mídia e dos amigos para que eles apresentem um corpo escultural. Zawadski e Vagetti (2007) verificaram que os principais motivos referidos pelas idosas para à prática de exercícios físicos em academias foram “prevenção de doenças e manutenção da saúde” e “indicação médica”. Cinco dos nove trabalhos revisados têm em comum a “melhora do condicionamento físico” como um dos motivos para adesão.

Comparando-se os motivos de adesão por gênero, observou-se que a “hipertrofia” foi a principal razão mencionada pelos homens enquanto “perder peso” e “manter a forma” foram os motivos mais citados pelas mulheres.

Os motivos de permanência para a prática de exercícios físicos em academias (Tabela 3) foram investigados apenas em dois estudos, o que limita a comparação dos achados. O principal fator identificado por Pereira et al. (2012) foi o prazer ou gostar da atividade, visto que para permanência do aluno na academia durante muito tempo é importante que ele tenha uma boa afinidade pela atividade realizada. É importante destacar que este trabalho foi realizado apenas com mulheres e atividade foi específica (Pilates). Outro motivo para manutenção na atividade é a preocupação com a estética corporal. A estética foi relacionada com a adesão e a permanência de alunos nas academias. Dos trabalhos revisados apenas um estudo não identificou este motivo.

Entre os motivos para a desistência (Tabela 4), verificou-se que “falta de tempo”, “não conseguir atingir os objetivos”, “problemas financeiros ou falta de dinheiro” (BARTHOLOMEU NETO et al., 2013; LAURENZANO; LOCH, 2013), falta de companhia (LAURENZANO; LOCH, 2013; PINHEIRO et al., 2010) e jornada extensa de trabalho (PINHEIRO et al., 2010).

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Tabela 3. Descrição dos achados em relação aos motivos de permanência a prática de exercícios em academias.

Referência Motivos de Permanência

Pereira et al. (2012)

Prazer/gostar (40%), saúde e bem estar (26,7%), necessidade (20%), rotina (6,7%) e aconselhamento médico (6,7%).

Tahara; Schwartz; Silva (2003)

Preocupação com a estética corporal (33,3%), melhorar a qualidade de vida (20%), aumentar o condicionamento físico (16,7%), sentimento de prazer (16,7%), oportunidade de reabilitação de lesões (3,3%), aumento da autoestima (10%).

Tabela 4. Descrição dos resultados em relação aos motivos de desistência a prática de exercícios em academias.

Referência Motivos de desistência

Bartholomeu Neto et al. (2013)

Não atingir os objetivos (56,7%), falta de tempo (53,3%), problemas financeiros (50%), não adaptação ao profissional de Educação Física (30%) e distância da academia (6,7%).

Laurenzano; Loch (2013)

Falta de tempo (38,6%), desânimo (9,8%), demora nos resultados (8,3%), falta de companhia (8,3%) e cansaço (8,3%), falta de dinheiro (6,8%), preguiça (5,3%), frequenta somente no verão (5,3%), não gostou (4,5%), frequenta somente nas férias (3,8%), problemas de saúde (2,3%), mudou de academia (2,3%), mudou de cidade (2,3%), engravidou (2,3%), não atingiu o objetivo (1,5%). Pinheiro et al.,

(2010)

Jornada de trabalho extensa (55,2%), compromissos familiares (32,4%), falta de companhia (21,2%), falta de interesse em praticar (17,3%), falta de energia/cansaço físico (17,1%), tarefas domésticas (13,2%), falta de incentivo de família/amigos (12,4%), limitações físicas (11,1%), falta de habilidade físicas (9,1%), outros (47%).

No estudo desenvolvido por Pinheiro et al. (2010), a “jornada extensa de trabalho” foi indicada como principal motivo de desistência em adultos. Segundo os referidos autores, os sujeitos alegam ter compromissos familiares e não ter tempo para se exercitarem. Este resultado difere do estudo realizado Bartholomeu Neto et al. (2013), pois o mesmo foi conduzido com adolescentes que na maioria das vezes estão em busca de

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respostas imediatas para alcançar seus objetivos. Outros motivos para os alunos não retornarem para a academia para se exercitarem foram: falta de motivação pessoal, sala com muitos alunos e instrutores mal preparados.

Comparando-se os motivos de desistência por gênero, a falta de tempo para se exercitar e demora nos resultados do desempenho foi citada particularmente pelos homens. Já o desânimo, a falta de companhia, frequentar somente no verão e não gostar da atividade foram as razões mais citadas pelas mulheres.

Apesar dos achados apresentados, o presente estudo possui algumas limitações. Por exemplo, a busca foi limitada a BIREME, a SciELO e a cinco revistas nacionais da área de Educação Física, sendo empregado termos no idioma português. Além disso, não houve a inserção de teses e dissertações, o que pode ter contribuído para a falta de abrangência do estudo.

Por outro lado, uma das vantagens desse estudo foi apresentar para o leitor uma síntese a respeito do corpo de conhecimento sobre as três diferentes situações (adesão, permanência e desistência a pratica de exercícios físicos em academias), visto que não foi identificada até o momento uma revisão sistemática sobre esta temática. Diante disso, fica evidente a necessidade de realização de novos estudos a fim de identificar os motivos de adesão, permanência e desistência a prática de exercícios físicos, considerando academias de diferentes portes e localização.

CONCLUSÕES

Em conformidade com o objetivo estabelecido é possível concluir que os motivos que fazem com que os alunos entrem, permaneçam e saiam das academias para se exercitarem são diversos, particularmente porque a maioria dos estudos revisados teve focos diferentes de investigação. Saúde e estética foram citados como principais motivos de adesão. Já os principais motivos de permanência foram prazer/gostar da atividade e estética corporal. Falta de tempo foi identificado como principal motivo de desistência para a prática de exercícios físicos em academias.

Desse modo, os professores e os profissionais de Educação Física possuem um papel fundamental na motivação do aluno. Identificar os motivos para a prática de atividades físicas pode aumentar a adesão dos alunos à prática de exercícios na academia e fora deste ambiente, favorecendo a permanência e diminuindo a desistência destas atividades.

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REFERÊNCIAS

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