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Gabinete do Desembargador Fausto Moreira Diniz 6ª Câmara Cível

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Academic year: 2021

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 118555-04.2010.8.09.0000 (201091185557) COMARCA DE GOIÂNIA AGRAVANTE : AXXXXXXXA RXXXXS AGRAVADO : BANCOXXXXXXXXXXA DE CONSÓRCIO LTDA.

RELATOR : DES. FAUSTO MOREIRA DINIZ

RELATÓRIO E VOTO

Trata-se de recurso de agravo de instrumento interposto contra decisão (cópia, fls. 163/171) proferida na ação de execução forçada ajuizada pelo BANCOXXXXXXXXA

DE CXXXXXXXX LTDA em face de HXXXX DO BXXXXX IXXXXXXXX E CXXXXXX DE XXXXXX LTDA, GXXXXXX RXXXXXX E AXXXX VXXXXXX MXXXXXXXX DE XXXXXX.

Ao relatório da decisão, acrescento que o MM. Juiz de Direito da 12ª Vara Cível desta Comarca, Dr. Danilo Luiz

Meireles dos Santos, indeferiu a exceção de pré-executividade

oferecida por GXXXX XXXXXXX XXXXXXXXXXX e, seu cônjuge, AXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXX,

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determinando o prosseguimento da execução.

Insatisfeita, a segunda excipiente, AXXXX VXXXXXX XXXXXXXXX, agrava da decisão.

Preconiza que assinou o contrato de fiança e confissão de dívida na qualidade de cônjuge do fiador GXXXXXX RXXXXXXX XXXXXXXXX, sendo, portanto, desobrigada da fiança

aventada no contrato de fls. 14 e verso.

Assim, pugna pelo provimento do recurso, para que seja excluída do polo passivo da ação de execução.

Relatados, decido.

Configurados os pressupostos de

admissibilidade do recurso, dele conheço.

Em análise criteriosa do caso em tela, vislumbro não prosperar a insurgência da agravante, eis que contrárias ao preconizado no Código Civil, que trata da outorga uxória das obrigações assumidas pelos cônjuges.

Dispõe o artigo 1.511 do Código Civil que:

“Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e

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deveres dos cônjuges.”

Pontifica o mencionado dispositivo que na regência do casamento, os cônjuges contraem direitos e obrigações recíprocas, dentre elas as dívidas assumidas um pelo outro, quando observado, obviamente, a autorização uxória.

In casu, observa-se em compulso ao contrato acostado à fl. 14, que a recorrente assinou o referido instrumento obrigacional na condição de fiadora do devedor principal, bem como prestando a outorga uxória ao seu esposo, GXXXXXX XXXXXXXXe JXXXXX, também fiador.

Assim, a alegação de que a agravante assinou o contrato de fiança apenas na condição de cônjuge, a fim de legitimar seu esposo a ser fiador de uma obrigação, não a exclui do polo passivo da ação de execução, eis que ambos os cônjuges possuem obrigações mútuas em razão do casamento, independentemente do regime adotado, salvo a de separação total de bens.

Sobre as obrigações solidárias em razão do casamento, assim já sumulou o Superior Tribunal de Justiça:

“Súmula nº 332 - A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia.”

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Logo, resta evidente o compromisso da agravante e de seu consorte GXXXXXXX XXXXXX XX XXX, eis que

ambos atenderam o enunciado sumular suso apontado, motivo que não há se falar em nulidade da fiança contraída.

Ademais, não obstante aos direitos conjugais dos patrimônios positivos e negativos (dívidas) do casal, a agravante assinou o contrato de fiança e confissão de dívida (fls. 14 e verso), o que a obrigada solidariamente com os demais avalistas.

Observe-se que a recorrente, no anverso do contrato, resta devidamente qualificada como fiadora, não havendo, pois, se falar em sua exclusão do polo passivo da execução em curso.

Sobre o contrato de fiança, leciona Sílvio

Rodrigues, ipsis litteris:

“Trata-se de negócio diretamente entre o credor e o fiador, que prescinde não só da presença do devedor, como pode ser mesmo efetuado sem sua ciência ou sem seu consentimento e meso contra a sua vontade (art. 820). (…)

Verdade que a fiança pode ser contratada em instrumento autônomo, mas mesmo neste caso ela se refere a uma obrigação principal, cujo pagamento garante. (…)

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Se a fiança for prestada por dois ou mais fiadores, sem se especificar a parte da dívida que cada qual garante, determina a lei sua solidariedade.

Assim, se houver a especificação acima aludida, cada fiador só responde pela parte que afiançou. Se não houver, pode o credor, em caso de inadimplência do devedor principal, exigir de um, de alguns, ou de todos os fiadores o total da dívida.” (in DIREITO CIVIL, Dos Contratos e das Declarações Unilaterais da Vontade, Vol.3, 29ª ed., Saraiva, São Paulo, 2003, p. 358 e 361). Negritei.

Corroborando a exegese, trago à luz o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça:

“LOCAÇÃO. FIANÇA. ILEGITIMIDADE PASSIVA.

PRORROGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE

PREQUESTIONAMENTO. GARANTIA

PRESTADA PELO CASAL. EXONERAÇÃO DA ESPOSA POR MORTE DO MARIDO. INADMISSIBILIDADE.

1. Omissis.

2. Tendo a recorrente se obrigado de forma solidária, como garante dos valores relativos à avença então firmada, não há que se falar em

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mera outorga uxória, devendo responder pelos aluguéis e demais obrigações contratuais não honrados pelo locatário.

3. Recurso especial a que se nega provimento.” (6ª Turma, REsp nº 690401/MS, Rel. Min.

Paulo Gallotti, Dje de 21/05/2007).

Destarte, sem razão a agravante na sua tentativa de esquivar-se da obrigação por ela contraída, voluntariamente, uma vez que resta devidamente caracterizada sua condição de fiadora juntamente com seu cônjuge, razão que impede a reforma da decisão atacada.

Ante o exposto, conheço do recurso, mas

nego-lhe provimento, a fim de manter intacta a decisão recorrida,

por estes e seus próprios fundamentos.

É o meu voto.

Goiânia, 22 de junho de 2010.

DES. FAUSTO MOREIRA DINIZ RELATOR

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 118555-04.2010.8.09.0000 (201091185557)

COMARCA DE GOIÂNIA

AGRAVANTE : AXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXA RXXXXXXXXX

AGRAVADO : BANCXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXX CXXXXXXXX LTDA.

RELATOR : DES. FAUSTO MOREIRA DINIZ

EMENTA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CÔNJUGE FIADOR. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. O fato de a agravante ter assinado o contrato de fiança e confissão de dívida na qualidade de cônjuge do primeiro fiador não a exclui da obrigação contraída. Ademais, além da outorga uxória, figura ela como fiadora, como se infere do referido contrato. RECURSO CONHECIDO, PORÉM DESPROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos os presentes

autos de Agravo de Instrumento nº 118555-04 (201091185557), Comarca de Goiânia, sendo agravante Antônia Valbênia Marques de

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Souza Rodrigues e agravado Bancorbrás Administradora de Consórcio Ltda.

ACORDAM os integrantes da Terceira Turma

Julgadora da Sexta Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover

o agravo, nos termos do voto do Relator. Custas de lei.

Votaram, além do Relator, o Desembargador

Norival Santomé e o Dr. Gerson Santana Cintra, substituto do Desembargador Camargo Neto. Presidiu o julgamento o Desembargador Jeová Sardinha de Moraes.

Presente o ilustre Procurador de Justiça, Doutor Benedito Torres Neto.

Goiânia, 22 de junho de 2010.

DES. FAUSTO MOREIRA DINIZ RELATOR

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