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RELAÇÃO DAS FORÇAS REATIVAS DO APOIO DURANTE O CAMINHAR E A

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Academic year: 2021

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5º CONGRESSO NACIONAL DE BIOMECÂNICA R.M. Natal Jorge, J.M.R.S. Tavares, J. Belinha, M.P.L. Parente, P.A.L.S. Martins (Eds)

Espinho, Portugal, 8 e 9 de Fevereiro, 2013 33 Marco Branco, Rita Santos Rocha, Liliana Aguiar, Filomena Vieira e António Veloso

da eversão do pé, relativamente ao 1.º pico, em ambos os tornozelos (t=2,459; p=0,024 e 3,006; p=0,007, respetivamente lado direito e esquerdo) e, uma diminuição da

significativa na inversão do pé,

relativamente ao 4.º pico, apenas do tornozelo direito (t=2,633; p=0,016).

3.4 C

INEMÁTICA DO PLANO TRANSVERSAL

Na fig. 3 estão representadas as curvas angulares das articulações no plano transversal.

Fig. 3 Representação gráfica dos ângulos das articulações do membro inferior, no plano

transversal.

Em ambas as articulações do tornozelo e coxofemoral, os picos mostraram-se inalterados entre o terceiro trimestre e o pós-parto.

4 D

ISCUSSÃO

Embora existam poucos estudos a analisar o efeito das alterações decorrentes da gravidez, a bibliografia e os resultados encontrados nos parâmetros temporo-espaciais suportam a ideia que as alterações provocadas pela gravidez induzem a necessidade de aumentar a estabilidade corporal, nomeadamente na diminuição do comprimento do passo, na velocidade a que grávidas marcham e no maior tempo em apoio que as grávidas apresentam no final da gravidez comparativamente ao pós-parto e, ainda, na maior largura entre os apoios encontrado por Lymbery e Gilleard [3]. Os parâmetros cinemáticos revelam maiores alterações no plano sagital principalmente na articulação coxofemoral, mas também com

pequenas alterações no joelho e tornozelo. No plano frontal, apenas se verificaram alterações significativas no tornozelo. Estas alterações indicam uma diminuição dos valores máximos das ações motoras.

Referente à análise bilateral, as diferenças entre os lados direito e esquerdo do corpo não seriam esperados, tanto mais que na literatura apenas está em análise, um desses lados. No entanto, algumas diferenças foram encontradas entre os dois lados e os potenciais desequilíbrios relacionados com esses casos, requerem uma análise mais aprofundada.

Maior quantidade de estudos são

necessários para verificar como é que os parâmetros biomecânicos se adaptam após o parto.

REFERÊNCIAS

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[5] Falola, J. M., Gouthon, P., Koussihouede, F. E., Agossa, B., & Brisswalter, J.. Gait coordination in pregnancy: A study in a rural population in Africa. Science & Sports, 24(1), 49-51, 2009.

[6] Cappozzo, A., Cappello, A., DellaCroce, U., & Pensalfini, F.. Surface-marker cluster design criteria for 3-D bone movement reconstruction. Ieee Transactions on Biomedical Engineering, 44(12), 1165-1174, 1997.

[7] Robertson, D. G. E., Caldwell, G. E., Hamill, J., Kamen, G., & Whittlesey, S. N.. Research Methods in Biomechanics. Champaign, IL: Human Kinetics, 2004.

[8] Robertson, D., & Dowling, J. J.. Design and responses of Butterworth and critically damped digital filters. Journal of Electromyography and Kinesiology, 13(6), 569-573, 2003.

5º CONGRESSO NACIONAL DE BIOMECÂNICA R.M. Natal Jorge, J.M.R.S. Tavares, J. Belinha, MPL Parente, PALS Martins (Eds) Espinho, Portugal, 8 e 9 de fevereiro, 2013

1

R

ELAÇÃO DAS FORÇAS REATIVAS DO APOIO DURANTE O CAMINHAR E A

ATIVIDADE FÍSICA EM MULHERES PÓS

-

MENOPÁUSICAS

João P.C. Fonseca 1, Ronaldo E.C.D. Gabriel 2, João Manuel R. S. Tavares 3, Florbela R.

Aragão 4, Adriana S. Leite 5, José Aurélio M. Faria 6 e Maria Helena R. Moreira 7

1 Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, Portugal; meb11002@fe.up.pt 2 Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), Portugal; rgabriel@utad.pt

3 Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, Departamento de Engenharia Mecânica, Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, Portugal; tavares@fe.up.pt

4 Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD), Portugal; faragao@utad.pt

5 Faculdade de Educação Física e Desporto, Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil; sousaleite@hotmail.com

6 Departamento de Ciências do Desporto, Universidade da Beira Interior, Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD), Portugal; afaria@ubi.pt.

7 Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD), Portugal; hmoreira@utad.pt

PALAVRAS-CHAVE: Locomoção Bípede, Autonomia Funcional, Plataforma de Força, Menopausa, Forças Reativas

do Apoio, Atividade Física

RESUMO:A pós-menopausa é um estado inevitável da vida da mulher que se estende desde a

instalação da amenorreia permanente. Nesta fase é importante a prática de atividade física para contrariar os efeitos negativos da menopausa. O objetivo deste estudo foi analisar o comportamento de algumas variáveis da força reativa do apoio, em função dos níveis de atividade física em mulheres menopáusicas. A amostra incluiu 53 mulheres pós-menopáusicas, que foram avaliadas em termos de composição corporal/antropometria, atividade física e componentes biomecânicas do apoio. Os resultados sugerem que a TAFMV, a idade e o TM influenciam as FRA em mulheres pós-menopáusicas, devendo ser consideradas na prevenção de lesões músculo-esqueléticas e na prescrição de programas de exercício orientados para esta população.

1 INTRODUÇÃO

Com o envelhecimento da população há cada vez mais mulheres em menopausa, sendo este um estado inevitável da sua vida. A pós-menopausa estende-se desde a instalação da amenorreia permanente e acompanha a mulher em mais de um terço da sua vida [1]. A depleção estrogénica e o envelhecimento geram uma redução da massa muscular dos membros inferiores,

limitando a mobilidade e a autonomia funcional da mulher [2], que nesta fase, tende a exibir níveis de atividade física considerados insuficientes para induzir melhorias de aptidão física e na saúde. As forças reativas do apoio (FRA) indicam a magnitude e a duração da carga que é aplicada sobre o sistema

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músculo-34 e Maria Helena R. Moreira

João Fonseca, Ronaldo Gabriel, João Tavares, Florbela Aragão, Adriana Leite, Aurélio Faria e Helena Moreira

2 esquelético, quando o pé está em contacto

com o solo.

A associação entre os níveis de atividade física e o comportamento de variáveis biomecânicas durante a locomoção bípede tem sido documentada [3-5].Também nas mulheres em pós-menopausa este tipo de associação foi evidenciado, nomeadamente sobre as respetivas influências na densidade mineral óssea [6-8] Contudo, não existe evidência duma relação entre as forças reativas do apoio durante o caminhar e a atividade física. O estudo desta relação torna-se relevante para a prevenção do risco de lesões e na promoção de um estilo de vida mais salutogénico nesta fase do climatério. Neste contexto, o presente estudo analisou o comportamento de variáveis discretas da componente vertical e ântero-posterior das FRA durante o caminhar, em função dos níveis de atividade física em mulheres pós-menopáusicas.

2 METODOLOGIA

A amostra incluiu 53 mulheres pós-menopáusicas (Tab. 1), sem menopausa precoce [9] e com idades compreendidas entre os 48 e 69 anos (59,86±4,52 anos), sendo que todos os elementos da amostra integravam o projeto “Menopausa em Forma”, aprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (Ref. POCI/DES/59049/2004) e desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro [10]. O tempo médio de menopausa (TM) foi de 10,6 (±6,21) anos e a maioria das mulheres documentou uma menopausa natural (83%) e o uso de terapia hormonal (56,6%).

Os dados das FRA foram recolhidos através da plataforma de forças Kistler 9281B (Kistler Instruments, Amherst, NY, USA), de acordo com o protocolo de 3 passos [11]. Todos os ensaios foram realizados com as participantes descalças.

Tabela 1: Análise descritiva dos parâmetros relacionados com a antropometria/composição corporal e com os níveis de

atividade física da amostra (n=53). Tempo médio de atividade física moderada – vigorosa (TMAFMV). Passos por

dia (NP).

Variáveis Média± DP Amplitude Idade (anos) 59,86±4,52 48,43-69,49 Altura (cm) 156,85±4,87 146,50-169,30 Massa (, kg) 65,72±9,37 44,62-89,04 TMAFMV(min/dia) 18,59±14,18 0,50-56,00 NP (número) 10111,83±2608,08 5486,00-16684,50

Para além do tempo total de apoio, foram analisadas outras variáveis biomecânicas discretas (Fig. 1) da componente vertical (Fz1, Fz2 e Fz3; Fz2/Fz1; tempo até Fz1, Fz2 e Fz3; impulso vertical impulso até Fz1, Fz2, Fz3; taxa de incremento de Fz1; taxa de desincremento de Fz3) e da componente ântero-posterior (Fy1 e Fy2; tempos e impulsos de travagem e de aceleração), os valores foram normalizados em relação à massa corporal de cada participante de modo a permitir comparações entre vários grupos amostrais.

Fig.1: Gráficos com os comportamentos típicos das componentes vertical (Fz) e antero-posterior (Fy), durante o

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Faria e Maria Helena R. Moreira João Fonseca, Ronaldo Gabriel, João Tavares, Florbela Aragão, Adriana Leite, Aurélio Faria

e Helena Moreira

2 esquelético, quando o pé está em contacto

com o solo.

A associação entre os níveis de atividade física e o comportamento de variáveis biomecânicas durante a locomoção bípede tem sido documentada [3-5].Também nas mulheres em pós-menopausa este tipo de associação foi evidenciado, nomeadamente sobre as respetivas influências na densidade mineral óssea [6-8] Contudo, não existe evidência duma relação entre as forças reativas do apoio durante o caminhar e a atividade física. O estudo desta relação torna-se relevante para a prevenção do risco de lesões e na promoção de um estilo de vida mais salutogénico nesta fase do climatério. Neste contexto, o presente estudo analisou o comportamento de variáveis discretas da componente vertical e ântero-posterior das FRA durante o caminhar, em função dos níveis de atividade física em mulheres pós-menopáusicas.

2 METODOLOGIA

A amostra incluiu 53 mulheres pós-menopáusicas (Tab. 1), sem menopausa precoce [9] e com idades compreendidas entre os 48 e 69 anos (59,86±4,52 anos), sendo que todos os elementos da amostra integravam o projeto “Menopausa em Forma”, aprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (Ref. POCI/DES/59049/2004) e desenvolvido pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro [10]. O tempo médio de menopausa (TM) foi de 10,6 (±6,21) anos e a maioria das mulheres documentou uma menopausa natural (83%) e o uso de terapia hormonal (56,6%).

Os dados das FRA foram recolhidos através da plataforma de forças Kistler 9281B (Kistler Instruments, Amherst, NY, USA), de acordo com o protocolo de 3 passos [11]. Todos os ensaios foram realizados com as participantes descalças.

Tabela 1: Análise descritiva dos parâmetros relacionados com a antropometria/composição corporal e com os níveis de

atividade física da amostra (n=53). Tempo médio de atividade física moderada – vigorosa (TMAFMV). Passos por

dia (NP).

Variáveis Média± DP Amplitude Idade (anos) 59,86±4,52 48,43-69,49 Altura (cm) 156,85±4,87 146,50-169,30 Massa (, kg) 65,72±9,37 44,62-89,04 TMAFMV(min/dia) 18,59±14,18 0,50-56,00 NP (número) 10111,83±2608,08 5486,00-16684,50

Para além do tempo total de apoio, foram analisadas outras variáveis biomecânicas discretas (Fig. 1) da componente vertical (Fz1, Fz2 e Fz3; Fz2/Fz1; tempo até Fz1, Fz2 e Fz3; impulso vertical impulso até Fz1, Fz2, Fz3; taxa de incremento de Fz1; taxa de desincremento de Fz3) e da componente ântero-posterior (Fy1 e Fy2; tempos e impulsos de travagem e de aceleração), os valores foram normalizados em relação à massa corporal de cada participante de modo a permitir comparações entre vários grupos amostrais.

Fig.1: Gráficos com os comportamentos típicos das componentes vertical (Fz) e antero-posterior (Fy), durante o

caminhar

João Fonseca, Ronaldo Gabriel, João Tavares, Florbela Aragão, Adriana Leite, Aurélio Faria e Helena Moreira

3 A velocidade de caminhar foi indiretamente

controlada através do tempo total de apoio [12, 13]. Especificamente, não foram considerados para análise os ensaios com um tempo total de apoio superior ± 5% da média intra-individual. Não foram detetadas diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos tempos totais de apoios dos grupos amostrais considerados.

A atividade física foi avaliada com o acelerómetro Actigraph GT1M (Actigraph, Pensacola, FL, USA) e envolveu 4 dias de recolha, incluindo dois dias de fim de semana. Foram examinados os tempos médios (min/dia) de atividade sedentária, leve e moderada-vigorosa (TAFMV). A associação das variáveis foi examinada através do coeficiente de correlação R de Pearson e foram desenvolvidos modelos de regressão stpewise. Os valores médios de algumas componentes das FRA foram avaliados e comparados em função da idade (≤59 anos e >59 anos), do TM (≤10 anos e >10 anos) e do TAFMV (≤ 14 min/semana e >14 min./semana), recorrendo ao teste t para amostras independentes. Foi considerado um grau de significância estatística de 5%

3

R

ESULTADOS

Segundo a tabela 2 o TAFMV revelou-se um preditor (p≤0,05) independente do pico de magnitude Fz2 (β=-0,29), do pico máximo de travagem (β=-0,32) e do impulso até Fy1 (β=-0,36), explicando 10,9% da variação deste último (EPE=0,02 N.s/kg). O pico de magnitude Fz1 (β=0,34), a taxa de incremento para o alcançar (β=0,28), assim como o quociente de Fz2 com Fz1 (β=-0,31) sofreram uma influência significativa do TM A comparação das médias destes parâmetros biomecânicos, em função dos valores de corte definidos para os seus preditores, não revelou diferenças com significado estatístico.

Tabela 2: Correlação da idade, das características da menopausa e a tempo de atividade física com alguns parâmetros biomecânicos das forças reativa ao apoio durante

o caminhar

Variáveis Dependentes Idade (anos) TM (anos) TAFMV (min/dia) Componente Vertical Pico de magnitude Fz1(N/kg) 0,36** 0,34* -0,07 Pico de magnitude Fz2(N/kg) -0,01 -0,14 -0,29* Quociente Fz2 com Fz1 (Fz2/Fz1) -0,23 -0,31* -0,15

Taxa de incremento até Fz1 (N/kg.s)

0,28* 0,28* -0,02 Componente Ântero-posterior

Pico máximo de travagem Fy1 (N/kg)

0,09 -0,09 -0,32*

Impulso até Fy1 (N.s/kg) 0,23 0,01 -0,36*

*p≤0,05, **p≤0,0

4 DISCUSSÃO

Os resultados obtidos sugerem-nos que, na fase intermédia de apoio no ciclo do caminhar, a carga externa medida através de Fz2 tende a diminuir com o aumento do TAFMV, com eventuais vantagens na diminuição do risco de entorse do tornozelo [14, 15].

Considerando a convenção adoptada para expor os valores da componente ântero-posterior das FRA (o sentido positivo reporta-se ao sentido postero-anterior) todos os valores de Fy1 e do impulso até Fy1 são negativos, porque se enquadram num período de travagem em que a reacção do solo ao apoio à ântero-posterior. Assim sendo, podemos afirmar que o aumento da prática de exercício físico moderado a vigoroso aumenta também a intensidade do pico máximo de travagem e, concomitantemente, a intensidade do impulso até Fy, provocando uma diminuição da velocidade do centro de gravidade do corpo [16]. Ou seja, o aumento da prática de exercício físico moderado a vigoroso promove a execução de travagens mais intensas durante a fase de transferência do apoio do ciclo do caminhar. Com o envelhecimento, a velocidade do caminhar torna-se mais lenta e o comprimento dos

(4)

36 e Maria Helena R. Moreira

João Fonseca, Ronaldo Gabriel, João Tavares, Florbela Aragão, Adriana Leite, Aurélio Faria e Helena Moreira

4 passos menor, devido a uma menor

capacidade de coordenação e de força muscular [17-19]. Neste contexto, os resultados obtidos no nosso estudo sugerem que à medida que a idade avança há um aumento do pico de magnitude Fz1 e da sua taxa de incremento, exigindo ao executante uma maior capacidade de rapidamente suportar uma carga externa vertical mais intensa durante a fase de transferência do apoio do ciclo do caminhar. Esta situação poderá ser prejudicial se associada a um maior risco de lesões ou de quedas por carência de uma musculatura apropriada para absorver e suportar a carga aplicada. Especialmente, se considerarmos o natural envelhecimento associado ao aumento do tempo da menopausa.

Todas estas alterações do comportamento da carga externa vertical durante a fase de transferência do apoio do ciclo do caminhar, em associação com o TM concorrem para uma alteração do padrão de locomoção, biomecanicamente exteriorizada através da diminuição do rácio de Fz2 com Fz1 com o aumento do TM.

Os resultados sugerem que a TAFMV, a idade e o TM influenciam as FRA em mulheres pós-menopáusicas, devendo ser consideradas na prevenção de lesões músculo-esqueléticas e na prescrição de programas de exercício orientados para esta população.

5 CONCLUSÕES

No nosso estudo podemos constatar que o envelhecimento e o tempo de exposição à depleção estrogénica têm um efeito significativo sobre as forças a que o corpo está submetido. Isto poderá ser o resultado da perda de massa muscular e ou de outras alterações a que as mulheres são alvo nesta fase do climatério e que concorrem para um maior risco de lesões músculo-esqueléticas. A atividade sedentária moderada-vigorosa (AFMV) influencia o comportamento das componentes biomecânicas das FRA, impondo uma maior robustez ao sistema

músculo-esquelético para suportar, dum modo mais célere, cargas externas mais intensas.

Consequentemente, torna-se indispensável considerar as alterações introduzidas pela prática de AFMV nas forças reativas do apoio, na implementação de medidas e de programas de exercício que objectivem a atenuação os efeitos negativos da menopausa e do envelhecimento.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho é financiado por Fundos FEDER através do Programa Operacional Fatores de Competitividade - COMPETE e por Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do projeto FCOMP-01-0124-FEDER-022692.

REFERÊNCIAS

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Faria e Maria Helena R. Moreira

João Fonseca, Ronaldo Gabriel, João Tavares, Florbela Aragão, Adriana Leite, Aurélio Faria e Helena Moreira

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