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Comportamento ecológico: uma tipologia para repensar a formação de gestores na graduação

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Academic year: 2021

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ENEGEP 2006 ABEPRO

Comportamento ecológico: uma tipologia para repensar a formação de

gestores na graduação

Sylmara Lopes Francelino Gonçalves Dias (EAESP/FGV) sdias@gvmail.br Armindo dos Santos de Sousa Teodósio (EAESP/FGV) teodosio@pobox.com

Hermes Moretti Ribeiro da Silva (EAESP/FGV) hermes@gvmail.br Selma Carvalho (EAESP/FGV) selmasc@gmail.com

Resumo

O estudo tem como objetivo caracterizar o comportamento ecológico de alunos da graduação em Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo. Foram aplicados questionários com escala diferencial semântica de sete pontos em 341 alunos do curso, de forma a levantar variáveis ligadas ao comportamento ecológico da amostra. Procedeu-se à análise fatorial, que apontou cinco fatores representativos dos padrões comportamentais: Consumo Engajado, Preocupação com o Lixo, Boicote Via Consumo, Mobilização e Ambiente Doméstico. A partir desses fatores foi realizada aglomeração dos dados, resultando em quatro grupos comportamentais: Ativista, Passivo, Desengajado e Crítico. Os resultados obtidos assemelham-se a padrões encontrados em outros estudos internacionais sobre o tema. Os dados trazem importantes subsídios para se repensar a formação ambiental dos futuros administradores formados pelo curso. Conclui-se que são necessárias estratégias pedagógicas inovadoras e diferenciadas com base nos clusters, para se promover a efetiva mudança de comportamento ecológico.

Palavras-chave: Comportamento Ecológico; Ensino Superior; Educação Ambiental.

1. Introdução

O reconhecimento de que os recursos naturais são finitos e de que a promoção ativa do desenvolvimento sustentável do planeta é imprescindível à sobrevivência da espécie humana têm obrigado a sociedade a repensar o modo como se relaciona com o mundo em que vive. Para tanto, será necessário buscar um novo estilo de vida baseado numa ética global, resgatar e criar novos valores e repensar seus hábitos de consumo.

Ao mesmo tempo em que a necessidade de rever conceitos e posturas frente ao meio ambiente é defendida por grupos ambientalistas, mídia e educadores, vários questionamentos são colocados com relação à efetiva mudança de comportamento dos indivíduos, sobretudo dos jovens. Para alguns, a juventude atual estaria cada vez mais distante do comportamento ambientalmente correto. Já para outros, essa juventude seria o motor das mudanças tão necessárias.

A formação de administradores é um dos campos da educação nos quais os desafios de mudança do comportamento ambiental se apresentam de maneira mais decisiva. Muitos dos egressos da graduação em Administração, sobretudo em cursos de reconhecida excelência como os da EAESP/FGV, ocuparão em alguns anos cargos de liderança nas empresas. Sobretudo, no caso brasileiro, uma das metas mais relevantes é capacitar esses graduandos não só para atingir níveis elevados de performance empresarial e profissional, mas também para implementar as mudanças necessárias para se reduzir os problemas sócio-ambientais.

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ambientais nos conteúdos programáticos dos cursos de graduação em Administração. Uma compreensão do comportamento ecológico dos alunos de Administração poderia fornecer subsídios para uma educação ambiental mais efetiva. Essa é a proposta central do presente artigo.

2. Estudo das Variáveis

O estudo procurou caracterizar as principais dimensões latentes do comportamento ecológico de graduandos de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, identificando variáveis representativas desse fenômeno para a construção de uma tipologia.

A construção do instrumento de coleta de dados partiu da revisão da literatura (Straughan e Roberts, 1999; Lages e Vargas Neto, 2002; Pato, 2004;Akatu, 2004). Nesta etapa do trabalho, o primeiro passo foi identificar as principais variáveis que representam o comportamento ecológico. Verificou-se que a postura ecológica inclui necessidades individuais e coletivas em diferentes momentos da vida cotidiana. Para serem operacionalizadas, estas dimensões precisaram ser desdobradas em questões (variáveis) a serem avaliadas pelos respondentes. Assim, a partir de estudos anteriores, afirmações foram selecionadas e serviram como referência para construção do questionário deste trabalho.

Como resultado, foram consideradas no questionário 26 questões (vide anexo). Uma escala diferencial semântica de 7 pontos (1=Nunca e 7=Sempre) foi empregada para obter o posicionamento de cada respondente. Além disso, para descrição dos grupos foram coletadas informações demográficas tais como idade, sexo, moradia, idiomas dentre outras.

Os dados para o estudo foram coletados em turmas de graduação da EAESP-FGV, sendo que se considerou pelo menos uma turma de cada semestre, em quaisquer dos turnos. Assim, de um universo de 1221 alunos efetivos em Administração de Empresas, 341 responderam ao questionário, o que representa uma amostra de 27,9% da população. A coleta foi realizada entre os dias 26/09 e 08/10/2005. A base de dados apresentou 20 observações com missing

values.

Para verificar a validade interna dos dados uma série de análises preliminares foi feita. Primeiro, segundo a orientação de Hair Jr. et al (2005), combinaram-se múltiplas respostas que mediam o mesmo conceito, relativas ao seguinte conjunto de temas: consumo de produtos e serviços de empresas; cuidados com alimentação saudável; disposição de lixo no lar; disposição de lixo em áreas públicas; economia de energia elétrica; economia de água; reutilização de produtos; participação em iniciativas de defesa do meio ambiente; reação diante de posturas ambientalmente incorretas de terceiros (Lages e Vargas Neto, 2002).

3. Estratégias Metodológicas

A matriz de correlações apontou um valor do determinante próximo de zero, o que indica a existência de correlações significativas entre variáveis. O valor altamente significativo do p value (0,000) para o teste de Bartlett assegurou que a aplicação da análise fatorial para este conjunto de dados seria adequada. O valor de 0,843 no teste KMO (>0.5) também apontou que a análise fatorial seria apropriada para determinação das variáveis relativas ao comportamento ecológico.

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As comunalidades encontradas também reforçaram a constatação de que a análise fatorial é adequada. Mesmo no caso de algumas variáveis com baixa comunalidade, optou-se por sua manutenção devido à contribuição teórica para o entendimento do comportamento ecológico. Foram feitas várias re-especificações do modelo fatorial, ora eliminando variáveis, ora substituindo variáveis. Finalmente, foram selecionadas 16 variáveis que tinham pelo menos duas correlações maiores que 0,3. Diferentes números de fatores (4 e 5) foram testados pelo método de extração de componentes principais (Principal axis factoring). A solução final da análise fatorial apontou cinco fatores utilizando o critério do eigenvalue > 1,0. Esses cinco fatores explicaram cerca de 60% da variância dos dados coletados. Os fatores foram submetidos a uma rotação do tipo VARIMAX para concentrar as cargas em um único fator, de modo a facilitar a análise.

O FATOR 1, responsável pela maior parte da variância dos dados, agrupou variáveis relativas às atitudes dos respondentes quanto ao consumo. Elas expressam o nível de conscientização dos indivíduos sobre as questões ambientais que envolvem a postura dos fabricantes e também um caráter mais ativo na procura de opções de produtos ecologicamente corretos. Portanto, denominou-se este fator de CONSUMO ENGAJADO.

O FATOR 2, por sua vez, reuniu variáveis ligadas à atitude dos indivíduos quanto ao lixo e limpeza de ambientes domésticos e públicos. Este fator foi rotulado como PREOCUPAÇÃO

COM O LIXO.

O FATOR 3 também aglutinou variáveis comportamentais relacionadas ao consumo, contudo o caráter da postura dos indivíduos indica maior propensão a penalizar produtos e serviços ecologicamente incorretos. Sendo assim, denominou-se este fator de BOICOTE VIA

CONSUMO.

O FATOR 4 aglutinou variáveis comportamentais relacionadas a uma postura pró-ativa na busca pela sensibilização de outros indivíduos no que se refere às questões ambientais. Denominou-se este fator de MOBILIZAÇÃO.

O último FATOR (5) agrupou variáveis ligadas ao comportamento do indivíduo na vida domiciliar. As variáveis estão relacionadas ao uso cotidiano de recursos naturais como energia elétrica e água. Seu nome é AMBIENTE DOMÉSTICO.

A tabela 1 a seguir apresenta as variáveis agrupadas em seus respectivos fatores predominantes. A partir disso, os escores de cada fator foram utilizados para processar uma análise de cluster. Foram utilizadas duas técnicas de agrupamento: Ward's e K-means. Os dois procedimentos consideraram a distância euclideana quadrada. A configuração do dendrograma pelo método Ward´s, mostrou quatro agrupamentos seguindo o critério de corte pelo maior salto. A partir disso, foram efetuados quatro agrupamentos pelo método K-means. Na comparação dos resultados, optou-se pelo agrupamento determinado pelo K-means, por mostrar uma distribuição mais coerente dos respondentes.

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Tabela 1 - Agrupamento das variáveis nos 4 fatores segundo a concentração das cargas fatoriais

Rotated Factor Matrix ,722 ,078 ,135 ,090 -,009 ,610 ,182 ,210 ,192 ,091 ,581 ,021 ,143 ,251 ,012 ,514 ,098 ,386 ,296 ,147 ,496 ,082 -,024 ,101 ,076 ,092 ,789 ,080 ,116 ,157 ,143 ,663 -,026 ,001 ,069 ,056 ,500 ,075 ,308 ,010 ,163 ,028 ,833 ,076 ,084 ,453 ,098 ,537 ,312 ,101 ,323 ,106 ,092 ,558 ,021 ,238 ,159 ,089 ,534 ,004 ,279 ,117 ,177 ,360 ,315 ,006 ,031 ,023 ,088 ,589 ,094 ,139 ,118 -,132 ,567 ,028 ,023 ,001 ,058 ,504 Eu já paguei mais por produtos ambientalmente corretos . Eu procuro comprar produtos feitos de material reciclado. Eu já convenci outras pessoas a não comprarem produtos que prejudicam o meio ambient e. As preocupações com o meio ambiente interferem na minha decisão de compra . Leio o rótulo atentamente antes de decidir a compra .

Quando não tem lixeira

por perto, guardo o papel

que não quero mais no

bolso .

Evito jogar papel no chão. Ajudo a manter as ruas limpas . Compro produtos de uma empresa, mesmo

sabendo que ela polui o meio ambiente. Evito usar produto fabricado por empresa que polui o meio ambient e. Falo sobre a importância do meio ambiente com outras pessoas. Mobilizo as pessoas para a conservação dos espaços públicos. Procuro reduzir o meu consumo de recursos naturais escassos. Tomo banho demorado. Fico com a geladeira aberta muito tempo, olhando o que tem dentro . Quando estou em casa,

deixo as luzes acesas em

ambientes que não são usados . 1 2 3 4 5 Facto r

Extraction Method: Principal Axis Factoring.

Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization.Rotation converged in 6

iterations. a.

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4. Apresentação dos Resultados

A caracterização dos clusters através das variáveis demográficas apresentou uma limitação devido ao perfil homogêneo dos alunos de graduação da FGV. Portanto, os dados demográficos não se mostraram totalmente adequados para discriminar os clusters. Não contribuíram para discriminar os clusters as seguintes variáveis: Idade; Turno; Já estudou sobre o meio ambiente no Ensino Médio; Já estudou sobre o meio ambiente no Ensino Básico; Possui outro curso superior.Entre as observações válidas há: 60,4% de homens; 57% entre o 1º e o 4º semestre. 76,2% afirmaram nunca ter participado de discussões sobre o meio ambiente em disciplinas do curso. Além disso, 86,6% nunca fizeram trabalhos sobre esse tema na faculdade. A seguir, apresenta-se no gráfico 1 uma caracterização dos clusters a partir da média dos escores dos fatores dentro de cada grupo.

-2,00 -1,50 -1,00 -0,50 0,00 0,50 1,00 1,50 Consumo Engajad o 0 ,94 -0,58 -0,13 -0 ,15

Preo cupação com o Lixo 0 ,26 0,2 7 -1,77 0,3 0

B oicot e via Consumo -0,0 8 -0,80 -0,01 0,6 8

M o bilização 0 ,60 -0,28 -0,12 -0,13

A mb ient e Doméstico 0 ,29 0,13 -0,36 -0,16

1 2 3 4

Fonte: Dados processados pelos autores.

Gráfico 1 - Média dos clusters para os escores dos fatores

O Gráfico 2 abaixo apresenta outra diferenciação relevante entre os clusters quanto à auto-avaliação do nível de conhecimento e interesse sobre o meio ambiente.

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5 ENEGEP 2006 ABEPRO 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 1 2 3 4

Dê uma nota de 1 a 7 sobre o seu conhecimento sobre meio ambiente Dê uma nota de 1 a 7 sobre o seu interesse sobre meio ambiente

Fonte: Dados processados pelos autores.

Gráfico 2 - Notas atribuídas ao interesse e conhecimento sobre meio ambiente

Os clusters obtidos apresentam a seguinte caracterização:

Cluster 1: ATIVISTA - Representa 24% dos alunos. Este grupo é formado por 50% de

homens e 50% de mulheres, sendo que a distribuição entre os semestres é bem equilibrada. Esse cluster destaca-se pelos fatores Consumo Engajado e Mobilização. Além disso, a nota média atribuída pelos respondentes desse grupo ao nível de interesse pelo meio ambiente é superior ao conhecimento que afirmaram ter sobre esse tema. Esses escores inclusive são os mais altos em relação aos outros três clusters. Outro ponto importante é o fato de que o percentual de alunos desse grupo que já participou de alguma discussão sobre o meio ambiente é quase 10 pontos percentuais acima do total.

Cluster 2: PASSIVO - Agrega 27% dos respondentes. Este grupo é formado por 64,4% de

homens e 35,6% de mulheres, sendo que 62% estão cursando entre o 1º e o 4º semestres. Destaca-se pelos escores relativamente baixos dos fatores Boicote via Consumo, Consumo Engajado e Mobilização. Ao contrário do cluster 1, atribuíram as notas mais baixas sobre o grau de interesse e conhecimento sobre as questões ligadas ao meio ambiente. Além disso, como pode ser visto no gráfico 2 acima, o interesse é menor do que seu nível de conhecimento. As médias alinhadas aos outros grupos dos escores Preocupação com Lixo e Ambiente Doméstico indicam que, mesmo diante do pequeno interesse, esse grupo de alunos toma ações favoráveis ao meio ambiente no âmbito de sua vida doméstica.

Cluster 3: DESENGAJADO - É a minoria do alunado (14%). Apesar de possuir certo

conhecimento e consciência ambiental, esse grupo destaca-se pela baixíssima preocupação com o tratamento do lixo. 70,5% são homens, e a distribuição entre os semestres é equilibrada. O percentual dos alunos que já fizeram algum trabalho sobre o meio ambiente é o mais alto dentre os quatro clusters: 18,2 (quase cinco pontos acima do índice global). Além disso, 29,5% afirmaram já ter participado de discussões sobre questões do meio ambiente em sala de aula. Isso pode ser um sinal que aponta para a necessidade de se analisar a forma como esse tema vem sendo trabalhado pelos professores.

Cluster 4: CRÍTICO – Congrega a maior parte da amostra (35 % dos estudantes). Esse

grupo de alunos destaca-se pela alta média do escore para o fator Boicote ao Consumo. A preocupação com lixo tem média quase igual aos clusters 1 e 2. Assim como o cluster 1, o interesse dos alunos se mostrou maior que seus conhecimentos sobre o meio ambiente. A

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distribuição entre os sexos está alinhada ao total, mas a participação de alunos que cursam a primeira metade do programa está cinco pontos acima do valor para a amostra pesquisada. Por outro lado, 90,2% nunca fizeram trabalhos sobre o meio ambiente. Mas a maior parte dos alunos afirmou que já estudou esse tema em outros cursos (além do ensino básico e médio). Cabe destacar que os alunos desse cluster se propõem a boicotar via o consumo, mas adotam uma postura mediana quanto à mobilização de outras pessoas, o que pode estar relacionado com o fato de serem mais jovens e cursarem os semestres iniciais do curso.

5. Validação do Estudo

A validação dos resultados desse trabalho foi feita por meio da repartição aleatória da amostra em dois subconjuntos de respondentes. Em seguida, reestimamos os modelos fatoriais para cada um. Os resultados gerados pela rotação do tipo VARIMAX apresentaram uma redistribuição de algumas variáveis na sub-amostra 1: V1, V11, V17 e V24. Na sub-amostra 2 não houve alteração na distribuição de variáveis entre os fatores, reforçando a validade do modelo fatorial.

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7 ENEGEP 2006 ABEPRO ,691 ,199 ,105 ,065 ,034 ,609 ,239 ,163 ,086 ,207 ,543 ,122 ,024 ,006 ,369 ,421 ,071 ,025 ,061 ,013 ,352 ,239 ,262 ,072 ,308 ,367 ,710 ,127 ,071 ,218 ,219 ,680 ,089 ,166 ,095 ,511 ,526 ,249 ,149 ,073 ,124 ,099 ,742 ,176 ,087 ,137 -,006 ,632 ,073 ,008 -,006 ,189 ,491 ,059 ,190 ,148 -,007 ,097 ,705 -,031 ,013 ,098 ,023 ,562 ,034 ,016 ,075 ,106 ,508 ,027 ,287 ,243 ,297 ,377 ,151 ,204 ,167 ,201 ,037 ,731

Eu já paguei mais por produtos ambientalmente corretos. Eu procuro comprar produtos feitos de material reciclado. Eu já convenci outras pessoas a não comprarem produtos que prejudicam o meio ambiente.

Leio o rótulo atentamente antes de decidir a compra.

Falo sobre a importância do meio ambiente com outras pessoas. Evito usar produto fabricado por empresa que polui o meio ambiente.

Compro produtos de uma empresa, mesmo sabendo que ela polui o meio ambiente. As preocupações com o meio ambiente interferem na minha decisão de compra.

Quando não tem lixeira por perto, guardo o papel que não quero mais no bolso.

Evito jogar papel no chão. Ajudo a manter as ruas limpas.

Fico com a geladeira aberta muito tempo, olhando o que tem dentro.

Quando estou em casa, deixo as luzes acesas em ambientes que não são usados.

Tomo banho demorado. Procuro reduzir o meu consumo de recursos naturais escassos. Mobilizo as pessoas para a conservação dos espaços públicos.

1 2 3 4 5

Factor

Extraction Method: Principal Axis Factoring. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization.

Rotation converged in 6 iterations. a. ,724 ,065 ,151 ,636 ,016 ,215 ,580 ,139 ,149 ,580 ,222 ,177 ,499 ,016 ,351 ,067 ,785 ,093 ,156 ,741 -,086 ,073 ,530 ,335 ,273 ,031 ,663 ,211 ,157 ,534 ,271 -,003 ,438 ,127 -,015 ,014 ,478 ,099 ,255 ,000 -,003 ,059 ,031 ,027 ,057 ,043 ,167 -,197

Eu já paguei mais por produtos ambientalmente corretos.

Eu já convenci outras pessoas a não

comprarem produtos que prejudicam o meio ambiente.

Leio o rótulo atentamente antes de decidir a compra. Eu procuro comprar produtos feitos de material reciclado. As preocupações com o meio ambiente interferem na minha decisão de compra.

Quando não tem lixeira por perto, guardo o papel que não quero mais no bolso.

Evito jogar papel no chão. Ajudo a manter as ruas limpas.

Falo sobre a importância do meio ambiente com outras pessoas. Mobilizo as pessoas para a conservação dos espaços públicos. Procuro reduzir o meu consumo de recursos naturais escassos. Compro produtos de uma empresa, mesmo sabendo que ela polui o meio ambiente. Evito usar produto fabricado por empresa que polui o meio ambiente.

Tomo banho demorado. Quando estou em casa, deixo as luzes acesas em ambientes que não são usados.

Fico com a geladeira aberta muito tempo, olhando o que tem dentro.

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Factor

Extraction Method: Principal Axis Factoring. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization.

Rotation converged in 6 iterations. a.

6. Considerações Finais

Os resultados obtidos assemelham-se a padrões encontrados em outros estudos sobre o tema (Pato, 2004 e AKATU, 2004). A análise fatorial indicou que Consumo Engajado,

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Preocupação com o Lixo, Boicote Via Consumo, Mobilização e Ambiente Doméstico são categorias importantes para se compreender o comportamento ambiental dos graduandos em Administração de Empresas da FGV São Paulo. Esses fatores permitiram a caracterização de quatro grupos distintos de alunos: Ativista, Passivo, Desengajado e Crítico.

São necessárias estratégias pedagógicas diferenciadas para o avanço da formação da consciência ambiental entre os graduandos de Administração de Empresas da EAESP/FGV. Estratégias pedagógicas genéricas podem não resultar em mudança efetiva de comportamento ecológico. Um dado que reforça essa tese está relacionado ao fato de que a maioria absoluta da amostra teve formação ambiental no ensino básico e médio. Ainda sim ela apresenta comportamentos ecológicos diferenciados.

A grande maioria da amostra não cursou disciplinas específicas sobre meio ambiente na FGV e também não realizou trabalhos sobre o assunto. No entanto, no cluster dos Desengajados, que contém o percentual mais significativo de alunos que elaboraram trabalhos acadêmicos voltados ao meio ambiente, o comportamento ecológico distancia-se do padrão desejável dentro das metas de formação ambiental. Isso denota que não basta introduzir a discussão em sala de aula, nem tão pouco fomentar nos alunos o interesse pelo tema. Isso pode ser um sinal que aponta para a necessidade de se analisar a forma como esse tema vem sendo trabalhado pelos professores. É preciso desenvolver estratégias pedagógicas avançadas para que isso repercuta numa mudança de comportamento efetiva.

Por outro lado, o apelo ao aprimoramento da consciência ambiental precisa ser diferenciado entre homens e mulheres. Caso se considere desejável que a maioria dos alunos modifique seu comportamento em direção ao grupo Comprometido, é interessante desenvolver uma estratégia pedagógica diferenciada por sexo, capaz de levar o grupo Indiferente, cuja totalidade é composta por homens, a mudar seu comportamento.

7. Referências Bibliográficas

AKATU. Descobrindo o consumo consciente. São Paulo: Instituto Akatu, 2004.

HAIR JR., J. F. ET AL. Análise Multivariada de Dados. Porto Alegre: Bookman, 2005.

LAGES, N. S.; VARGAS NETO, A. Mensurando a consciência ecológica do consumidor: um estudo realizado

em Porto Alegre. Anais do Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração. Porto

Alegre, 2002.

PATO, C. Comportamento Ecológico: relação com valores pessoais e crenças ambientais. Brasília: UnB, 2004. (Tese de doutoramento em Psicologia).

STRAUGHAN, R. P.; ROBERTS, J. A. Environmental segmentation alternatives: a look at green consumer

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