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SISTEMA DE COLHEITA

Um plano de manejo florestal envolve, entre outras, atividades relacionadas com os processos de colheita de madeira (exploração florestal). Para que o manejo seja sustentável, é imprescindível, dentre outras restrições, que a exploração seja de baixo impacto ambiental. Uma exploração bem planejada e cuidadosamente executada não apenas contribui significativamente para a sustentabilidade do plano de manejo, como também resulta em substancial redução nos custos totais da colheita da madeira.

A exploração florestal engloba um conjunto de operações que compreende atividades de pré-exploração; de exploração; e de pós-exploração (Quadro 1 e Figura 1). Observe que todas estas atividades têm que estar perfeitamente integradas entre si, de modo a proporcionar máxima eficiência de pessoal, equipamento, máquinas e recursos financeiros, além de minimizar seus impactos ambientais negativos e potencializar seus efeitos ambientais positivos, proporciona, ainda, maior segurança do trabalho. Sobretudo, algumas atividades têm duplo efeito: exploração e tratamentos silviculturais, tais como, o corte de cipós e o abate de árvores.

QUADRO 1 – Seqüência das atividades envolvidas num sistema de manejo seletivo, considerando um ciclo de corte de 25 anos

Código da Atividade

Descrição da Atividade Ano

A ATIVIDADE DE PRÉ-EXPLORAÇÃO FLORESTAL -5 a 0

A1 Zoneamento das aptidões e usos da floresta -5

A2 Inventário florestal, por amostragem, da floresta de produção -5

A3 Elaboração do plano de manejo florestal -4

A4 Aprovação do plano de manejo florestal -3

A5 Delimitação das Unidades de Produção (UP’s), compartimentos e talhões de exploração florestal.

-3

A6 Escolha dos compartimentos e dos talhões de exploração florestal.

-2

A7 Inventário 100% ou de prospecção com mapeamento das árvores potencialmente exploráveis.

-2

A8 Instalação e primeira medição das parcelas permanentes (IFC1) -1

A8.1 Numeração e medição das árvores dos estoques em crescimento e potencialmente exploráveis.

-1

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A9 Processamento e análise dos dados dos inventários e elaboração dos mapas de exploração florestal.

-1 A10 Estimativa do corte permissível, fundamentado no inventário

100%, nos mapas e nos resultados dos demais inventários.

-1 A11 Abertura de acessos à floresta, locação e construção da

infra-estrutura (estradas, pontes, pátios de estocagem, ramais de arraste).

-1

A12 Corte de cipós -1

A13 Seleção e marcação das árvores para abate, incluído direção de abate.

-1

B Atividades de Exploração ou Primeira Colheita 0

B1 Abate direcional 0 a 1

B2 Traçamento do fuste 0 a 1

B3 Exploração florestal 0 a 1

C Atividade de Pós-Exploração Florestal 1

C1 Carregamento da madeira 1

C2 Transporte florestal 1

C3 Descarregamento da madeira no pátio da indústria 1

C4 IFC2 1 a 2

C5 Primeiro Tratamento Silvicultural (TS1) 1 a 2

C6 IFC3 3 C7 IFC4 8 C8 TS2 ≅ 10 C9 IFC5 13 C10 IFC6 18 C11 TS3 ≅ 20 C12 IFC7 23

C13 Inventário 100% ou de prospecção com mapeamento das árvores potencialmente exploráveis na segunda colheita.

D Atividades de Exploração ou Segunda Colheita

Repetem-se as atividades a partir de B1, inclusive

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FIGURA 1 - Seqüência das atividades ao longo do tempo na floresta manejada, considerando um ciclo de corte de 25 anos.

DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES 7.1. Exploração Florestal

A colheita de madeiras ou exploração florestal engloba: 7.1.1. Zoneamento das aptidões e usos da floresta

Refere-se à localização e marcação das áreas com florestas produtivas com restrição de uso e com florestas produtivas sem restrições de uso. Serão consideradas como áreas produtivas com restrições de uso (art. 7º do Decreto Lei Estadual, nº 33.944, de 18/09/92), as áreas de preservação permanente e as integrantes de reserva legal.

Considerar-se à como área de preservação permanente, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

i) ao longo de qualquer curso d’água, desde o seu nível mais alto, cuja largura mínima, em cada margem, seja de 30 metros para cursos d’água com menos de 10 metros de largura; ii) nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados olhos d’água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m (cinqüenta metros) de largura ; iii) nos topos de morros, montes e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação em relação à base; iv) nas encostas ou partes destas com declividade superior a 100% (cem por cento) ou 45º ( quarenta e cinco graus) na sua linha de maior declive; v) nas linhas de cumeadas, 1/3 (um terço) superior em relação à sua base, nos seus montes, morros e montanhas, fração esta que pode ser alterada para maior, mediante critério técnico do orgão competente (IEF-MG), quando as condições ambientais assim o exigirem; vi) nas bordas de tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100m (cem metros), em projeções

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horizontais; vii) outras consideradas de interesse para a preservação dos ecossistemas.

Será considerada área de reserva legal (art. 7º do Decreto Lei Estadual, nº 33.944, de 18/09/92) ressalvadas as de preservação permanente e as susceptíveis de exploração para fins comerciais, um mínimo de (vinte por cento) de cada propriedade, preferencialmente em parcela única e com cobertura arbórea localizada, a critério do Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG), onde não são permitidos o corte raso, a alteração do uso do solo e a exploração com fins comerciais.

Será considerada de produção, a floresta nativa que não se enquadrar nas categorias de preservação permanente e de reserva legal anteriormente especificadas.

Tanto a classificação, quanto a localização e demarcação, no campo, dessas três categorias de áreas, deverão ser executadas/supervisionadas conjuntamente por uma equipe composta de pelo menos, um técnico da Instituição Governamental encarregada da gestão florestal na Federação/Estado e o responsável técnico pela elaboração/execução do plano de manejo florestal e por um técnico da equipe proponente do manejo.

7.1.2. Delimitação dos compartimentos

Refere-se à divisão da área a ser explorada em unidades organizacionais, não só para fins de colheita de madeira como também para tratamentos silviculturais. A compartimentação da floresta visa integrar a exploração florestal com a silvicultura.

Um compartimento pode ser delimitado por divisores naturais, tais como: cursos d’água, linhas de cumeada ( divisores de água, encostas etc); caso contrário, utiliza-se picadas e, ou, estradas como delimitadores de compartimentos. Preferencialmente, todos os compartimentos deveriam apresentar iguais áreas (superfícies) e, ou, serem equiprodutivos. Mas, raramente, esta condição é satisfeita. O critério que deve ser seguido é a minimização de custos de exploração, ou seja, minimizar os custos de deslocamentos de máquinas, equipamentos e pessoal entre os compartimentos. As picadas que delimitam os compartimentos deverão ter de 1 a 2 m de largura e serem abertas num sentido previamente estabelecido, por exemplo, no sentido norte-sul ou no sentido leste-oeste. Estima-se que, em floresta tropical, uma equipe de 5 homens pode abrir 2,5 km de picada por dia.

7.1.3. Abertura da floresta dentro dos compartimentos

Refere-se à divisão dos compartimentos em parcelas ou talhões. O tamanho de cada talhão depende, entre outros fatores, de características tais como relevo, topografia, formato geométrico da área, área equiprodutiva (área x produção

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volumétrica) etc. Tal como a picada que delimita o compartimento, as picadas que dividem os compartimentos também deverão ter largura de 1 a 2 metros e serem abertas nos sentidos norte-sul e leste-oeste.

7.1.4. Inventário 100% das árvores potencialmente exploráveis

Refere-se ao inventário florestal pré-corte em 100% das árvores com um diâmetro mínimo de corte (DMC), ou seja, inventariar e localizar no mapa, na escala de 1:1000 todas as árvores de tamanho comercial, por exemplo, com dap ≥ 45 cm, da lista de espécies de valor comercial. Para execução dessa atividade é necessário dispor de um mapa-base dos compartimentos. Os compartimentos deverão ser divididos em setores de inventário, por exemplo, de 4, 5,..., 10 ha cada.

No inventário 100% deverão ser coletados os seguintes dados:

a) Coordenadas (x,y) para localização, no mapa, de cada árvore com DMC; b) Número da plaqueta afixada no tronco da árvore com DMC ;

c) Altura da sapopema, em metros, se esta estiver presente;

d) Diâmetro de tronco à altura de 1,30m do solo (dap), ou diâmetro de tronco acima da sapopema;

e) Altura comercial- refere-se ao comprimento da tora, em metros f) Qualidade da tora

Para executar adequadamente esta atividade, a equipe deverá receber o melhor treinamento possível, para que seus membros sejam capazes tanto de identificar rapidamente árvores exploráveis como de estimar suas dimensões e de qualificar as mesmas. A equipe deve ser composta por 1 (um) técnico florestal (líder) e por mateiros.

7.1.5. Corte de cipós

Cortar, pelo menos, os cipós lenhosos que se encontram presos nas árvores marcadas para abate. O objetivo dessa operação é liberar as copas das árvores para abate, diminuir os danos de abate e garantir maior segurança para a equipe de corte. Usar fação ou foice e executar o corte em, dois lugares, rente ao chão e o mais alto possível.

7.1.6. Instalação e primeira medição de parcelas permanentes

Refere-se ao estabelecimento e medição de parcelas permanentes, antes da exploração florestal. Nesta etapa, ainda não é recomendado plaquetar as árvores para monitoramento. Todavia, o tamanho, a forma e o número de parcelas a serem estabelecidas devem atender o que a legislação de plano de manejo florestal recomenda. Esta atividade objetiva controlar a exploração florestal, ou melhor, conhecer a estrutura e a arquitetura da floresta, para posteriormente:

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avaliar os impactos da aplicação das atividades de exploração florestal; e verificar se as prescrições e o nível de colheitas foram adequadamente executados. Caso tenha excedido demasiadamente os níveis de cortes permissíveis e, ou, menosprezado as regras básicas estabelecidas para execução das operações de colheita, deverão ser aplicadas multas ou penalidades ao executor do plano de manejo.

7.1.7. Estimativas dos cortes permissíveis

Há vários métodos quantitativos e fórmulas que podem ser empregados na determinação dos cortes, ou seja, na elaboração de um guia de corte para manejo de florestas. O ideal é que seja empregado uma combinação de métodos, tal como o Método BDq (CAMPOS et. al., 1983) combinado com o Método Mexicano de Desbastes (BOM, 1997).

A decisão sobre quanto, onde e o que não cortar, deve ser fundamentada, sobretudo, em critérios legais em nos resultados das análises da composição florística e das estruturas fitossociológicas: horizontal; vertical; paramétrica, ou seja, dos diâmetros, das áreais basais e dos volumes; estrutura interna; englobando a qualidade de fuste e valor das madeiras; e, por fim, as análises qualitativas, incluíndo-se, infestação de cipós, danos, presença de ninhos, espécies raras, presença de bromélias, epífitas etc.

7.1.8. Seleção e marcação das árvores para abate

Numa primeira etapa, a seleção das árvores é feita no escritório utilizando-se a listagem de espécies, o mapa de localização das árvores e as demais informações obtidas do inventário 100% ( inventário de prospeção), tais como: espécie, DAP, volume comercial, qualidade de tora, presença de danos (podridão, oco) e habitat em geral. Esta seleção deve seguir algumas regras básicas:

i) a quantidade de madeira explorável em cada unidade (setor) de inventário (4, 5, 6,...10ha) não deverá exceder a taxa de corte permissível;

ii) a máxima prioridade deve ser dada ao povoamento remanescente da exploração florestal, ou seja, nunca adotar o critério de retirar sempre a melhor parte da floresta, tal como cortar o máximo possível das espécies e das árvores mais valiosas.

iii) conservar ao máximo possível o povoamento remanescente da exploração florestal, de forma que os dispêndios em tratamentos silviculturais sejam o mínimo possível.

iv) Não eleger para o abate comercial árvores de espécies raras localmente, protegidas por lei, em perigo ou em vias de extinção e árvores sem retorno marginal (sem aproveitamento). Em geral, estas árvores podem cumprir

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importantes funções ecológicas, como: abrigo, refúgio, nidificação e habitat de flora e fauna, além de servirem de árvores matrizes.

v) eleger, dentre as árvores mais valiosas (genótipo e fenótipo), as árvores matrizes.

vi) as árvores selecionadas para abate devem ser distribuídas o mais uniformente sobre a área e de forma a evitar formação de grandes clareiras.

É possível que a seleção feita no escritório tenha que ser complementada por um trabalho de campo que deverá ser executado juntamente com a marcação definitiva das árvores para abate comercial. As árvores a serem abatidas devem ser marcadas com tinta. A marca poderá ser um círculo duplo, traçado na altura do DAP. Finalmente, como resultado desse processo de seleção poderá ser elaborado o mapa de corte que, juntamente com as demais instruções de abate, serão repassados à equipe de corte.

7.1.9. Locação e demarcação da rede viária florestal

Refere-se às estradas florestais ou trilhas principais e secundárias. O sistema de estradas, em geral, dá acesso à unidade de manejo, e liga os compartimentos, as áreas de colheitas anuais, os acampamentos e os pátios de estocagem de madeiras, e permitem o acesso às árvores abatidas.

As estradas principais permitem o transporte de madeira, de equipamentos e pessoal por caminhões e por tratores, dos pátios de estocagem até a unidade de processamento. Devem permitir o tráfego permanente e regular de veículos. Além disso, estas estradas ligam a área de manejo com a rede viária pública (municipal, estadual e federal). Fazem parte da infra-estrutura permanente de um projeto de manejo. Portanto, devem ser locadas sobre terrenos altos, bem drenados e trafegáveis. São utilizados tanto na exploração florestal, quanto nas atividades de tratamentos silviculturais e de monitoramento.

As trilhas secundárias ou de arraste são espaços abertos entre as árvores, partindo das trilhas principais e em direção às árvores marcadas para abate comercial, previamente identificadas no mapa de localização. Estas trilhas não são permanentes, não necessitam obrigatoriamente serem abertas, seguem o formato “espinha de peixe”, são normalmente utilizadas para extração da madeira do local de abate até as trilhas principais, e seus trajetos variam nos diferentes ciclos de cortes.

As trilhas secundárias ou de arraste não necessitam sequer ser marcadas no campo se a equipe de extração for treinada e ser capaz de utilizar corretamente o mapa de localização das árvores abatidas e das trilhas de arraste.

7.1.10. Abate direcional

É a primeira operação propriamente dita relacionada com a colheita da madeira. Pode causar impactos ambientais negativos e danos nos fustes; envolve

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riscos de acidentes de trabalho; e aumenta os custos da extração, se executada incorretamente. Em florestas nativas, o abate de árvores sempre causa algum dano ao povoamento remanescente e ao solo. Todavia, os efeitos adversos, os riscos de acidentes e os custos de extração das toras são minimizados quando se executa, a priori, o corte de cipós lenhosos, a orientação da direção de queda e se aplica o corte corretamente. O corte de cipós libera as copas das árvores, diminuindo os riscos de acidentes, minimizando os danos de abate e evitando desperdícios de madeira provocados pela permanência de árvores abatidas em pé. O abate direcional influencia tanto no rendimento do arraste, como na intensidade de danos. Antes de derrubar uma árvore, o operador deve preparar uma “área de fuga”. E, finalmente, recomenda-se os seguintes: as árvores devem ser derrubadas num arranjo denominado “espinha de peixe”, ou seja, não abater árvores perpendicularmente às trilhas de arraste; não deixar as copas das árvores nas trilhas de arraste; evitar a concentração de copas numa mesma área e o abate de grupos de árvores, de modo a evitar a formação de clareiras; observar que somente as pessoas que compõem a equipe de abate devem permanecer nas áreas de abate; e utilizar pessoal bem treinado, equipamentos, vestuários e ferramentas de cortes adequados.

7.1.11. Traçamento dos Fustes

Refere-se às normas ou regras gerais a serem obedecidas na atividade de abate comercial e no registro de dados coletados para avaliação dessa operação.

De acordo com o comprimento do tronco comercial e com o comprimento padrão de tora, cada árvore abatida deverá ser seccionada em toras. Cada tora deverá ser numerada, medidos os diâmetros de topo e da base, respectivamente, com uma suta e o comprimento com uma trena. A qualidade da tora deverá ser codificada assim: A= primeira qualidade; B= segunda qualidade; C= rejeitada por causa de defeitos naturais; D= rejeitada por causa de danos de abate. A ocorrência de sapopemas também será registrada, da seguinte maneira: 0= pouca ou nenhuma sapopema; e 1= ocorrência de sapopema.

Normalmente, são feitos três traçamentos dos fustes comerciais. O primeiro é executado na floresta, onde os fustes são traçados no diâmetro mínimo comercial ou no comprimento de máximo aproveitamento. Nesta etapa, normalmente, são eliminadas as porções dos fustes com defeitos, é feito o rebaixamento da galhada e, ou, o traçamento da lenha. O segundo traçamento é feito no pátio de estocagem, onde os fustes são preparados para embarque e transporte. O terceiro é executado na unidade de processamento da madeira. 7.1.12. Arraste

A extração de toras pode ser executada de várias formas, sendo que a mais utilizada é o arraste com guincho, principalmente quando se deseja evitar ou

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quando for difícil penetrar com outros equipamentos no interior das áreas de colheitas. Pode-se utilizar guinchos estacionários ou móveis e o trator florestal arrastador (“skidder”) de pneu ou esteira, tratores agrícolas ou animais (carro de boi, cangalha, zorra, trenó, etc.). Para que a extração seja executada com eficiência é necessário planejar e delimitar previamente as trilhas de arraste e os pátios de estocagem.

7.1.13. Carregamento da Madeira

Normalmente, estão disponíveis vários métodos e equipamentos, porém, deve-se utilizar sempre os mais adequados para cada situação. É importante efetuá-lo com segurança, rapidez e com o menor custo operacional.

7.1.14. Transporte da Madeira

Os tipos de transporte mais empregados na colheita de madeiras em florestas tropicais são o rodoviário e o hidroviário. Todavia há outros, como o ferroviário e o aéreo (aeronaves). Na maioria das vezes, o embarque se dá no pátio de estocagem da madeira. Excepcionalmente, pode se dar na área de corte. 7.1.15. Descarregamento da madeira

Recomenda-se executá-lo com máquina e com a máxima rapidez, economia e segurança possíveis. Pode ser feito com uma carregadeira, com um trator (empurrar), com um guincho autocarga ou usando-se simplesmente uma rampa em que as toras rolam para o pátio.

7.1.16. Segunda medição de parcelas permanentes

Refere-se à medição das parcelas permanentes, após a exploração florestal. Os dados coletados nesta etapa permitirão: i) avaliar os impactos da exploração florestal sobre a arquitetura e a estrutura da floresta; ii) quantificar os cortes efetuados; iii) quantificar e qualificar os danos ao povoamento remanescente; iv) avaliar necessidades, tipos, intensidade e formas de aplicação de tratamentos silviculturais. Nesta etapa, ainda não é recomendado plaquetar as árvores para monitoramento.

7.1.17. Tratamentos silviculturais

Entende-se por tratamentos silviculturais todas aquelas intervenções na floresta que visam aumentar a qualidade e a produtividade.

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Os tratamentos silviculturais que são aplicáveis no manejo das florestas naturais incluem: corte de cipós, exploração florestal, refinamento, liberação e plantio de enriquecimento.

7.1.17.1. Plantio de Enriquecimento

O plantio de enriquecimento visa a melhorar a composição de espécies do povoamento florestal, por meio do plantio de mudas de espécies, autóctones de valor comercial, ambiental e, ou, social. Embora o termo técnico seja plantio de enriquecimento, a semeadura também é recomendada, conforme preconiza o sistema de enriquecimento mexicano.

O plantio de enriquecimento deve ser recomendado mais como uma medida mitigadora de efeitos ambientais negativos do que uma opção silvicultural. Há dúvidas quanto aos resultados técnicos e econômicos do emprego desse tratamento silvicultural. Além disso, os custos de aplicação do mesmo são elevados.

Contudo, prescreve-se o plantio de enriquecimento nas situações em que: a regeneração natural das espécies comerciais for deficitária; houver extinção local de espécie(s) de valor(es) econômico, social ou ambiental; houver interesse na introdução de espécie de valor econômico, ambiental ou social; houver espécies raras, em perigo ou consideradas em extinção; houver necessidade de recuperar as clareiras provocadas por abate, trilhas de arraste e pátios de estocagem de madeira.

Se a decisão for executar o plantio de enriquecimento, deve-se observar o grupo ecofisiológico das espécies e as condições climáticas e edáficas dos locais de plantio.

7.2. Monitoramento ou Inventário Florestal Contínuo

As parcelas de área fixa instaladas e inventariadas antes da exploração (IFC1) e remedidas após a exploração (IFC2) são demarcadas permanentemente após a execução do primeiro tratamento silvicultural (TS1) e as árvores remanescentes, para um determinado nível de inclusão de dap são plaquetadas para

monitoramento. As árvores abaixo do referido nível de inclusão são monitoradas em subparcelas, sendo o processo denominado de monitoramento da

regeneração natural.

As análises comparativas dos IFC1 e o IFC2 servem para avaliar as mudanças na composição florística e nas estruturas e arquitetura da floresta remanescente da exploração florestal. As análises comparativas dos IFC2 e IFC3 permite qualificar e quantificar o primeiro tratamentos silcicultural (TS1) e conhecer a composição, a arquitetura e as estruturas da floresta manejada, isto é,

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a floresta remanescente da exploração e aplicação do TS1. De IFC3 em diante, as parcelas permanentes são inventariadas periodicamente.

O período que decorre entre medições sucessivas está especificado,

geralmente, na legislação de manejo florestal vigente. Enfim, o referido período deve ser fixado como um submúltiplo do ciclo de corte. Em geral, para ciclos de corte de 20, 25, 30 ou 35 anos, conforme for o caso, o período deve ser de 5 anos. Se comparado com o manejo das florestas eqüiâneas de rápido

crescimento, esse peíodo é longo, sobretudo, em decorrência dos lentos

processos de dinâmica de crescimento e de produção das florestas ineqüâneas, mesmo as florestas manejadas.

Para avaliar os processos de dinâmicas de sucessão natural, crescimento e produção florestal, em nível de espécies, classes diamétricas, regimes de manejo, avaliar necessidades, tipos, intensidades e ocasiões apropriadas de aplicação dos tratamentos silviculturais; determinar o ciclo de corte; e avaliar os impactos da aplicação dos cortes de colheita e dos tratamentos silviculturais sobre o povoamento remanescente, deverão ser instaladas parcelas permanentes e efetuadas medições sucessivas e periódicas das mesmas.

Nas matas secundárias de Minas Gerais, há alguma norma que prescreve o emprego de 1,0 ha de amostragem, repartido em 04 parcelas de 2.500 m2 (1/4 ha), distribuídas, proporcionalmente, para cada bloco de 200 ha de floresta manejada.

Tanto na primeira ocasião quanto nas ocasiões sucessivas, todas as árvores das parcelas permanentes, considerando o nível de inclusão de DAP ≥

5,0 cm, recebem uma plaqueta numerada e são avaliadas da seguinte forma: nome vulgar regional e científico, DAP ou CAP e, quando necessário, as alturas comercial e total. Esses dados são anotados em fichas de campo apropriadas ou gravados em coletores de dados e posteriormente transferidos para bancos de dados, permitindo, assim, sua análise a qualquer tempo futuro.

Com os resultados, mesmo os parciais, obtidos do monitoramento, poderão ser aprimorados os regimes de manejo prescritos e aplicados tratamentos silviculturais mais apropriados, considerando, principalmente as características ecofisiológicas das espécies individuais ou grupos.

1. Zoneamento das aptidões e usos da floresta

Refere-se à localização e marcação das áreas com florestas produtivas com restrição de uso e com florestas produtivas sem restrições de uso. Serão consideradas como áreas produtivas com restrições de uso (art. 7º do Decreto Lei Estadual, nº 33.944, de 18/09/92), as áreas de preservação permanente e as integrantes de reserva legal.

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Considerar-se à como área de preservação permanente, na presente proposta de manejo, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

i) ao longo de qualquer curso d’água, desde o seu nível mais alto, cuja largura mínima, em cada margem, seja de 30 metros para cursos d’água com menos de 10 metros de largura; ii) nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados olhos d’água, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m (cinqüenta metros) de largura ; iii) nos topos de morros, montes e montanhas, em áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação em relação à base; iv) nas encostas ou partes destas com declividade superior a 100% (cem por cento) ou 45º ( quarenta e cinco graus) na sua linha de maior declive; v) nas linhas de cumeadas, 1/3 (um terço) superior em relação à sua base, nos seus montes, morros e montanhas, fração esta que pode ser alterada para maior, mediante critério técnico do orgão competente (IEF-MG), quando as condições ambientais assim o exigirem; vi) nas bordas de tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100m (cem metros), em projeções horizontais; vii) outras consideradas de interesse para a preservação dos ecossistemas.

Será considerada área de reserva legal (art. 7º do Decreto Lei Estadual, nº 33.944, de 18/09/92) resalvadas as de preservação permanente e a susceptível de exploração para fins comerciais, um mínimo de (vinte por cento) de cada propriedade, preferencialmente em parcela única e com cobertura arbórea localizada, a critério do Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG), onde não são permitidos o corte raso, a alteração do uso do solo e a exploração com fins comerciais.

Será considerada de produção, a floresta nativa que não se enquadrar nas categorias de preservação permanente e de reserva legal anteriormente especificadas.

Tanto a classificação, quanto a localização e demarcação, no campo, dessas três categorias de áreas, deverão ser executadas/supervisionadas conjuntamente por uma equipe composta de pelo menos, um técnico da Instituição Governamental encarregada da gestão florestal na Federação/Estado IEF-MG e o responsável técnico pela elaboração/execução do plano de manejo florestal e por um técnico da equipe proponente do manejo.

2. Delimitação das Unidades de Produção (UP’s), compartimentos e talhões

Refere-se à divisão da área a ser explorada em unidades organizacionais, não só para fins de colheita de madeira como também para tratamentos

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silviculturais. A compartimentação da floresta visa integrar a exploração florestal com a silvicultura.

Um compartimento pode ser delimitado por divisores naturais, tais como: cursos d’água, linhas de cumeada ( divisores de água, encostas etc); caso contrário, utiliza-se picadas e, ou, estradas como delimitadores de compartimentos. Preferencialmente, todos os compartimentos deveriam apresentar iguais áreas (superfícies) e, ou, serem equiprodutivos. Mas, raramente, esta condição é satisfeita. O critério que deve ser seguido é a minimização de custos de exploração, ou seja, minimizar os custos de deslocamentos de máquinas, equipamentos e pessoal entre os compartimentos. As picadas que delimitam os compartimentos deverão ter de 1 a 2 m de largura e serem abertas num sentido previamente estabelecido, por exemplo, no sentido norte-sul ou no sentido leste-oeste. Estima-se que, em floresta tropical, uma equipe de 5 homens pode abrir 2,5 km de picada por dia.

3. Abertura da Floresta Dentro dos Compartimentos

Refere-se à divisão dos compartimentos em parcelas ou talhões. O tamanho de cada talhão depende, entre outros fatores, de características tais como relevo, topografia, formato geométrico da área, área equiprodutiva (área - produção volumétrica) etc. Tal como a picada que delimita o compartimento, as picadas que dividem os compartimentos também deverão ter largura de 1 a 2 metros e serem abertas nos sentidos norte-sul e leste-oeste.

4. Inventário 100% das Árvores Potencialmente Exploráveis

Refere-se ao inventário florestal pré-corte em 100% das árvores com um diâmetro mínimo de corte (DMC), ou seja, inventariar e localizar no mapa, na escala de 1:1000 todas as árvores de tamanho comercial, por exemplo, com DAP ≥ 45 cm, da lista de espécies de valor comercial. Para execução dessa atividade é necessário dispor de um mapa-base dos compartimentos. Os compartimentos deverão ser divididos em setores de inventário, por exemplo, de 4, 5,..., 10 ha cada.

No inventário de prospecção (inventário 100%) deverão ser coletados os seguintes dados:

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b) Número da plaqueta afixada no tronco da árvore com DMC; c) Altura da sapopema, em metros, se esta estiver presente;

d) Diâmetro de tronco à altura de 1,30m do solo (DAP), ou diâmetro de tronco acima da sapopema;

e) Altura comercial- refere-se ao comprimento da tora, em metros f) Qualidade da tora

Para executar adequadamente esta atividade, a equipe deverá receber o melhor treinamento possível, para que seus membros sejam capazes tanto de identificar rapidamente árvores exploráveis como de estimar suas dimensões e de qualificar as mesmas. A equipe deve ser composta por 1 (um) técnico florestal (líder) e por mateiros.

5. Corte de Cipós

Cortar somente os cipós lenhosos que se encontram presos nas árvores marcadas para abate. O objetivo dessa operação é liberar as copas das árvores para abate, diminuir os danos de abate e garantir maior segurança para a equipe de corte. Usar fação ou foice e executar o corte em, dois lugares, rente ao chão e o mais alto possível.

6. Instalação e Primeira Medição de Parcelas Permanentes

Refere-se ao estabelecimento e medição de parcelas permanentes, antes da exploração florestal. Nesta etapa, ainda não é recomendado plaquetar as árvores para monitoramento. Todavia, o tamanho, a forma e o número de parcelas a serem estabelecidas devem atender o que a legislação de plano de manejo florestal recomenda. Esta atividade objetiva controlar a exploração florestal, ou melhor, conhecer a estrutura e a arquitetura da floresta, para posteriormente: avaliar os impactos da aplicação das atividades de exploração florestal (abertura de acesso, corte de cipós, abate comercial e arraste); e verificar se as prescrições e o nível de colheitas foram adequadamente executados. Caso tenha excedido demasiadamente os níveis de cortes permissíveis e, ou, menosprezado as regras básicas estabelecidas para execução das operações de colheita, deverão ser aplicadas multas ou penalidades ao executor do plano de manejo.

Referências

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