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TERMO DE DEPOIMENTO n 2 que presta LUCIO BOLONHA FUNARO

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penais por eÊ

t r) e partícipes da organização criminosa e das infrações

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Ministério Público Federal Procuradoria-Geral da República

TERMO DE DEPOIMENTO n°2 que presta LUCIO BOLONHA FUNARO

Aos 23 dias do mês de agosto de 2017, na cidade de Brasília/DF, na sede da Procuradoria-Geral da República, com vistas a prestar declarações no bojo de procedimento de negociação de acordo de colaboração premiada a ser celebrado entre o declarante e o Ministério Público Federal, presentes os membros do Ministério Público Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, Sérgio Bruno Cabral Fernandes, Sara Moreira de Souza Leite e Luana Vargas Macedo, integrantes do Grupo de Trabalho instituído pelo Procurador-Geral da República e da Força-Tarefa Greenfield, por meio das Portarias PGR/MPF n° 459/2016, 64/2017, 357/2017, 521/2017 e atualizações, o Delegado de Polícia Federal Marlon Oliveira Cajado dos Santos e o colaborador LUCIO BOLONHA FUNARO, brasileiro, casado, economista, portador da Cédula de Identidade RG n° 11659179-1, e inscrito no CPF/MF sob o n° 173318908-40, atualmente recolhido no Presídio da Papuda, residente e domiciliado na Rua Guadalupe, 54, Jardim América, São Paulo/SP, na presença e devidamente assistido por suas advogadas MARIA FRANCISCA S. N. SANTOS, OAB/PR 77507, JESSICA ALVES DE MORAIS, OAB/DF 54.690, e LAISE MONTEIRO LOPES, OAB/DF 50.980, conforme determina o §15 do art. 40 , da Lei n° 12.850/2013, manifesta a sua espontânea vontade de contribuir de forma efetiva e integral com as investigações e com a instrução de processos criminais, mediante a prestação de informações e fornecimento de documentos e outras fontes de prova que permitam: a) a identificação dos demais coautores

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praticadas; b) a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; c) a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; d) a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa (art. 40, I, II, III e IV, da Lei 12.850/2013). Nesse sentido, o declarante renúncia, na presença de seus defensores, o direito ao silêncio e o direito de não se autoincriminar, bem como firma expressamente o compromisso legal de dizer a verdade, nos termos do § 14, do art. 4°, da Lei n° 12.850/2013. Sobre o anexo relativo às RELAÇÕES COM O GRUPO JBS - NEGOCIAÇÕES COM AGENTES PÚBLICOS E POLÍTICOS PARA BENEFICIO DA JBS (PAGAMENTOS DE PROPINAS ATRAVÉS DE COMISSÕES AO COLABORADOR), passa a prestar as seguintes informações: QUE o primeiro contato que teve com o grupo JBS foi através de JOESLEY BATISTA em 2011; QUE no primeiro semestre de 2011 conheceu JOESLEY através do PAULINHO DE ANDRADINA, o empresário sócio do Grupo BERTIN PAULO SERGIO FORMIGONI, conforme já narrado anteriormente; QUE a reunião se deu em uma sala anexa ao escritório de JOESLEY; QUE seis meses depois da reunião a sobrinha de JOESLEY se casou com o filho de PAULINHO; QUE o primeiro projeto que trabalhou para o Grupo JBS foi o relacionado à liberação de um financiamento do FI/FGTS para a ELDORADO CELULOSE; QUE na primeira reunião que teve com JOESLEY, este pediu que o depoente lhe apresentasse FABIO CLETO, então vice presidente na Caixa Econômica Federal; QUE o encontro se deu em um jantar na casa do depoente, numa quinta-feira, ocasião em que JOESLEY

passou a discutir com FABIO sobre o projeto Eldorado, a necessida• e daka funding, e se tinha como o projeto andar mais rápido dentro da CEF; QUE as

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tratativas foram travadas com JOESLEY BATISTA e com o presidente da ELDORADO, ADÉSIO LIMA (EX-VICE PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL e pessoa de extrema confiança do JOESLEY); QUE também tratou do tema Eldorado com ANTONIO BARRETO, diretor financeiro da empresa, e JOSE CARLOS GRUBISICH; QUE após a definição de que o DEPOENTE iria atuar dentro da CEF, começaram os encontros com ADÉSIO para as tratativas técnicas do projeto, ressaltando que nunca tratou de comissões e pagamentos de propina com ele; QUE estes assuntos eram tratados com JOESLEY, JOSÉ CARLOS GRUBISICH e WESLEY BATISTA; QUE mantinha relacionamento profissional com outro executivo da JBS, FRANCISCO DE ASSIS, o qual geria a parte jurídica, e com quem o DEPOENTE atuou na aquisição do GRUPO BIG FRANGO, operação lícita; QUE a 31135 tinha um funcionário chamado DENILTON, o qual era responsável por produzir e operar o caixa 2 e contabilidade paralela (a qual englobava grande parte dos recebimentos do DEPOENTE); QUE DENILTON foi quem organizou os pagamentos feitos ao DEPOENTE no exterior; QUE o depoente recebia propinas pagas por JOESLEY basicamente por meio de notas fiscais que suas empresas emitiam (VISCAYA e ARAGUAIA), cerca de 95%; QUE também recebia através de boletos, R$ 3 milhões de reais que JOESLEY doou para a campanha de CHALITA, e pouca coisa por meio de transferências bancarias, no Brasil e no exterior; QUE a partir de certo momento DENILTON parou de frequentar as dependências da JBS e, pelo o que sabe, foi para o exterior, onde residia sua filha; QUE com a saída de DENILTON, o depoente

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passou a tratar de pagamentos com o SR. ANTÔNIO BARRETO, que assum. essa função; QUE de seus interlocutores no GRUPO JBS, os que tratava de assuntos relacionados à propina eram JOESLEY, WESLEY, JOSÉ CARLOS

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GRUBISICH, ANTÔNIO BARRETO E DENILTON e raramente com RICARDO SAUD; QUE com este ultimo se lembra apenas de ter tratado de repasses de propina no valor de 30 milhões de reais para as eleições de 2014, sendo que tais repasses foram operacionalizados por RICARDO; QUE para recebimentos no exterior, a JBS utilizava os serviços de um doleiro chamado RAUL, baseado no Uruguai, fato esse confirmado pelo doleiro TONY que prestava serviços ao DEPOENTE; QUE, como já dito, não teve muitos recebimentos através de operação de câmbio no exterior, sendo que a maioria dos recebimentos advindos da JBS foram através de emissão de nota fiscais emitidas pelas empresas do DEPOENTE; QUE quando o DEPOENTE precisava de dinheiro em espécie ou remessas para o exterior se utilizava dos serviços de JUCA e TONY (PETER), muitas vezes através de um esquema de pagamentos de boletos de supermercado; QUE a maioria das operações feitas para o GRUPO J&F, lícitas e ilícitas, tinham pagamento de comissões para o DEPOENTE, e giravam em torno de três por cento, no caso de operações envolvendo a CEF, mas que não era assim em absolutamente todos os casos; QUE se lembra de que, por exemplo, no caso da opção de compra da DELTA, detalhada adiante, o depoente cobrou 10 milhões pela operação, e que esse valor alto se deveu ao fato de que se tratava de uma das maiores empresas de construção do Brasil; QUE cabe ressaltar que o DEPOENTE tinha um acordo com JOESLEY na qual todas as operações que eram feitas sob o CNPJ da JBS no âmbito da CEF, não gerariam créditos de comissão, pois a JBS já era uma empresa consolidada no mercado; QUE todos os recebimentos e créditos em aberto do DEPOENTE com a JBS constam em planilhas e documentos j apreendidos, contendo a descrição dos contratos e valores exatos; Q conforme relatado em termo de depoimento, o contrato firmado com a

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depois da primeira busca e apreensão contra o DEPOENTE, em 2015, serviu para dar cobertura às notas envolvendo pagamentos de propina que o DEPOENTE tinha emitido para empresas do grupo JBS; QUE do mesmo modo foi elaborado um contrato semelhante com o GRUPO BERTIN, pois o DEPOENTE instruiu NATALINO BERTIN a fazê-lo para dar lastro aos pagamentos de comissões recebidos da BERTIN através da emissão de notas da empresa do DEPOENTE, o que também se encontra detalhado em termo de depoimento próprio; QUE o DEPOENTE acabou executando na justiça o contrato em aberto com a JBS acima referido, sendo que esclarece que JOESLEY contabilizou na conta corrente interna do DEPOENTE as notas já pagas pela ELDORADO nesse contrato; QUE o correto seria a contabilização de comissão por serviços prestados no âmbito de obtenção de recursos no âmbito do FI FGTS, restando o contrato referente a Eldorado sem nenhum pagamento. QUE ainda não foram pagos os valores devidos no contrato de R$ 32.000.000,00, entre a empresa VISCAYA com a ELDORADO; QUE o DEPOENTE acabou também executando judicialmente o contrato da ELDORADO; QUE considerando todas as operações, lícitas e ilícitas, que o depoente fez para JOESLEY, entre 2011 e 2015, o depoente calcula que JOESLEY teria que ter feito pagamentos ao grupo FUNARO/PMDB (Eduardo Cunha, Geddel, Antônio Andrade, Henrique Eduardo Alves) no valor total de R$ 177 milhões (ou seja: R$ 144 milhões + 3 milhões da diferença devida na operação envolvendo a DELTA + mais 30 milhões referentes ao acerto envolvendo o BERTIN); QUE desse total R$ 41,08 milhões seria devido em decorrência de operações lícitas, e R$ 144 milhões decorrentes de operaçoe ilícitas; QUE o valor referente às operações licitas (R$ 41,08 milhões) não pago por JOESLEY; QUE os 144 milhões decorrentes de o erações ilícitas,

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todavia, foram pagos;QUE a porcentagem que recebeu referente aos contratos da CEF foram em torno de 3% dos valores liberados; QUE entre as operações que realizou com o Grupo JBS, estão ainda um repasse de empréstimos da CEF nos valores de quinhentos milhões de reais, uma operação de trezentos milhões e uma de dois bilhões e setecentos milhões para a compra da ALPARGATAS, além de operações de credito envolvendo as empresas FLORA, VIGOR e ELDORADO; QUE ainda houve a transação da compra da DELTA ENGENHARIA, na qual a JBS teve a opção de compra da DELTA para exercer entre 30- 60 dias por um real; QUE a JBS acabou não exercendo a opção de compra; QUE entende que grande parte do lucro da JBS é relacionado ao esquema de fraude e sonegação do ICM e o incentivo fiscal que ele conseguia através de pagamento de propina a políticos de vários Estados, o que aconteceu fortemente no Mato Grosso; Que ainda que outro fator determinante para o crescimento exponencial do Grupo JBS foi a grande oferta de crédito por parte de Bancos Públicos, beneficiando o GRUPO; Que há, ainda, a venda de ativos superavaliados para fundos de pensão estatais, assunto do qual não tem conhecimento direto, todavia; QUE, que entre o último semestre de 2014 e primeiro semestre de 2015, JOSE CARLOS GRUBISICH e JOESLEY pediram ao DEPOENTE que sondasse junto ao FI/FGTS a possibilidade de se transformar a dívida (debit) da ELDORADO junto ao FI/FGTS em equity (participação acionaria). QUE o DEPOENTE entendia que essa operação não seria viável, mesmo se aprovada, pois os valores de avaliação do FI/FGTS não coincidiriam com os da ELDORADO, tendo o projeto não evoluído; QUE em 2014, o DEPOENTE foi procurado po HUMBERTO JUNQUEIRA DE FARIAS, para tentar que o FI/FGT apodasse valores em outro projeto do grupo J&F, dessa vez ligado à uma

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empresa da área de energia chamado AMPLA; QUE neste caso o DEPOENTE solicitou a HUMBERTO que procurasse FABIO CLETO e seu correspondente na VITER; QUE embora o projeto tenha sido levado até o ROPI, não evoluiu pois a valuation utilizada pelo grupo J&F não foi aceito pela VITER; QUE logo após, JOESLEY decidiu desacelerar investimentos no setor de infraestrutura, devido a operação lava jato; Que esse ROPI (Relatório de Oportunidade de Investimento) está disponível junto a VITER na CEF; QUE neste caso também haveria o pagamento de propina na aprovação do projeto; QUE que no início de 2014, JOESLEY e RICARDO SAUD solicitaram diretamente ao EX-MINISTRO DA AGRICULTURA ANTONIO ANDRADE a liberação de certos frigoríficos, e proibição de outros, ao direito de exportarem carne para determinados países, para assim beneficiar a exportação da JBS; QUE o então MINISTRO ANTONIO ANDRADE determinou que o SR RODRIGO FIGUEREDO, funcionário do Ministério, tomasse as devidas providências, através de uma portaria do Mapa, para atender tal demanda; QUE em contrapartida, o EX-MINISTRO solicitou propina no valor de R$ 25.000.000,00, alegando que precisava de tais recursos para a campanha de pré-candidato a vice-governador de Minas Gerais; QUE esses recursos seriam destinados a candidatos a Deputados Federais e Estadual do PMDB; QUE esses Deputados Estaduais auxiliariam na indicação de ANTONIO ANDRADE para vice na chapa de FERNANDO PIMENTEL na convenção Estadual do PMDB; QUE o pagamento de tal valor foi feito durante o período eleitoral através de uma doação oficial para o PMDB de Minas Gerais no valo

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de R$ 1.000.000,00, pagamentos de R$ 9.800.000,00 para fornece diversos indicados por ANTONIO ANDRADE, dos quais soment 8.300.000,00 foram liquidados e pagamentos de R$ 15.000.000 ti através de

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doações oficiais de um supermercado de Minas Gerais. Tudo sob orientação de ANTONIO ANDRADE; QUE ficou determinado que o saldo de R$ 4.200.000,00 seria quitado em espécie; QUE o DEPOENTE e EDUARDO CUNHA não participaram dessa operação e tomaram conhecimento dos fatos após as eleições; Que tal operação será detalhada em termo de depoimento próprio; QUE o depoente participou de outras duas operações envolvendo o Ministério da Agricultura e JOESLEY, que serão detalhadas em termo de depoimento próprio, e que dizem respeito atos normativos do MAPA; QUE fora a relação comercial com o grupo JBS, o DEPOENTE também tinha um relacionamento pessoal com a família de JOESLEY; QUE, por exemplo, em 2012, JOESLEY estava muito contente devido ao grande numero de operações fechadas com o auxilio do depoente, e que, como retribuição, emprestou-lhe seu iate com todas as despesas pagas; Que isso aconteceu na ilha de San Barth; QUE também demonstra essa relação próxima e pessoal uma festa de aniversário organizada pela esposa de JOESLEY em 23/01/2017, quando o DEPOENTE já estava preso, na qual está, acompanhada de sua mãe, filho, irmã, sobrinha e uma amiga foram até a casa do DEPOENTE levar bolo e vários presentes para sua filha; QUE quanto aos pagamentos recebidos da JBS após a sua prisão, esclarece que avisou seu irmão e sua esposa que se algo lhe acontecesse deveriam procurar JOESLEY, o que também foi detalhado em termo de depoimento próprio; QUE durante todo o período em que manteve relação com JOESLEY, os dois tiveram algum tipo de stress em apenas três oportunidades: quando da operação Alpargatas, quando da operação Seara, e quando JOESLEY tentou dar um "bypass" no depoente e em EDU • ' CUNHA e contactar diretamente o Ministro Antônio Andrade; Q depoente acredita que GEDDEL possui uma pessoa de sua influencia dentro/

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Nada mais havendo, lavrou-s esente termo de de oimento.

PIQUE CORDEIRO 1 PES

rador da República

A ELMO H

Promotor Just'ça Proc República

O BRUNO CABRAL FERNANDES

MARLON OLIVE

Delega o de Polícia

OS SANTOS

deral

Ministério Público Federal Procuradoria-Geral da República

da CEF responsável por travar ou acelerar operações; QUE há boatos de que tais pessoas eram o DERZIÊ ou o GIOVANNI, mas que não pode afirmar com certeza; QUE a vantagem em trabalhar com JOESLEY era que este tinha uma enorme facilidade em conseguir dinheiro e em liquidar operações com rapidez.

SARA MOREI E SOUZA LEITE

Procu epública

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ONTEIRO LOPES MARIA FRANCISCA S. N. SANTOS

Referências

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