Aula 6 – PIS E COFINS: Sistemática
cumulativa e apuração da base de
cálculo
Prof. Gustavo Gonçalves Vettori
+
1.
PIS
e
COFINS:
Contribuição ao PIS
“Programa de Integração Social” surge com a LC 7/70
Objetivo de promover a integração do empregado na vida e no
desenvolvimento das empresas
CF/46 (art. 157, IV); CF/67 (art. 165, V): integração do trabalhador na vida e
desenvolvimento da empresa, com participação nos lucros.
Tal qual o FGTS, valor existente na conta individual do PIS podia ser utilizado
pelo indivíduo em determinadas ocasiões
Constituição de Fundo de Participação, constituído por recursos
oriundos de:
Parcela do governo: dedução de 2% do IRPJ devido (5% de 1973 em diante)
Parcela da empresa
0,15% do faturamento (1971), atingindo 0,75% em 1976 – aplicável às
empresas que vendiam mercadorias
PIS-Repique, divido por instituições financeiras e demais empresas que não
vendiam mercadorias, calculado sobre o IRPJ devido
Histórico
+
Contribuição ao PIS
1988: Decretos-lei 2.445 e 2449 Alteração da sistemática
Receita de todas as entidades era tributada
Entidades sem fins lucrativos continuavam a recolher PIS sobre folha Alíquotas alteradas (0,65% para empresas)
CF/88: art. 239 recepciona a contribuição ao PIS
Destinada unicamente a atender o seguro-desemprego e o abono anual dos empregados (cf. ADI 1.147-0)
Leis 9.715/98 e 9.718/98
Reformulam a contribuição
Lei 9.718/98 uniformiza o tratamento com o da COFINS Manteve cumulatividade
Lei 10.637/02: trouxe o regime não cumulativo
Lei 10.865/04: PIS-importação
COFINS
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social surge
com a LC 70/91
Cumulativa
Incide sobre o faturamento das sociedades
Surge em momento em que o FINSOCIAL e a CSLL estavam sendo discutidas.
Passa a substituir o FINSOCIAL (mantendo a alíquota de 2%), encerrando
discussão sobre a majoração de alíquota
CSLL prosperou, mas mesmo assim a COFINS foi mantida
Lei 9.718/98
Altera a base de cálculo (outras receitas) e aumenta a alíquota (3%)
Uniformiza tratamento com o PIS
Lei 10.833/03: regime não cumulativo Lei 10.865/04: COFINS-importação
Histórico
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Evolução legislativa (principais)
Programa de Integração Social
LC 7/70
Lei nº 9.715/98
Lei nº 9.718/98
Lei 10.637/02
Lei 10.865/04
Evolução legislativa (principais)
Contribuição Para o Financiamento da
Seguridade Social
LC 70/91
Lei nº 9.718/98
Lei 10.833/03
Lei 10.865/04
+
Base na CF/88
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais (...)
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata
o caput deste artigo: (EC 33/01)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (EC 42/03) III - poderão ter alíquotas:
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada
a pessoa jurídica, na forma da lei.
Base na CF/88
Art. 195. A seguridade social será financiada por
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
b) a
receita
ou o
faturamento
; (EC 20/98)
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou
de quem a lei a ele equiparar. (EC 42/03)
+
Base na CF/88
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas apósdecorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado,não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas.(EC 42/03) § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total
+
2. Conceito de Receita
+
Faturamento vs. Receita Bruta
195, I, a: faturamento 195, I, a: faturamento/receita bruta
27/11/98: Lei 9.718 alarga a base 15/12/98: EC20 alarga a competência 30/12/02: Lei 10.637: PIS não cumulativo (base alargada + possib. de alíquota zero) 29/12/03: Lei 10.833: COFINS não cumulativo (base alargada + possib. de alíquota zero) Lei 12.973/14: Conceito unificado de receita
Regime cumulativo:
faturamento vs. receita
Lei nº 9.718/98
PIS e COFINS incidem sobre a receita bruta da pessoa jurídica
1998 até 2009: Totalidade das receitas, incluindo financeiras “§ 1º Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas
auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”
Afastamento somente com medida judicial
Após 2009: Lei 11.941 revoga o §1º do art. 3º da Lei 9.718/98 Faturamento, i.e., receitas decorrentes das atividades
operacionais da empresa
Contribuições incidem em todas as etapas da cadeia produtiva
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Faturamento vs. Receita Bruta
Discussão faturamento vs. receita bruta e o alargamento da
base de cálculo do PIS e da COFINS (Lei 9.718/98 e EC
20/98)
O que foi a discussão? Totalmente superada?
EMENTA: BASE DE CÁLCULO. RECEITAS FINANCEIRAS. A partir de 28 de maio de 2009, com a revogação do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, o faturamento, para fins de determinação da base de cálculo da Cofins apurada sob o regime cumulativo, passou a ser considerado como a soma das receitas oriundas das atividades empresariais, ou seja, como o conjunto das receitas decorrentes da execução dos objetivos sociais da pessoa jurídica. As receitas financeiras, portanto, desde que não incluídas no objeto social da pessoa jurídica, não devem fazer parte da base de cálculo dessa contribuição. (SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 100, de 30 de Setembro de 2010)
Novo conceito de receita bruta
O novo conceito de receita bruta do art. 12 do
DL.1.598/77 compreende:
➢ O produto davenda de bensnas operações de conta própria
➢ O preço daprestação de serviçosem geral
➢ O resultado auferido nasoperações de conta alheia
➢ As receitas daatividade ou objeto principalda PJ não compreendidas pelas
hipóteses acima
➢
Mais do que a mera venda de bens e serviços. “Atividade ou
objeto principal”
➢
Não incluiu receitas financeiras
➢ Prova disso é que, na apuração da base do lucro presumido, as receitas
previstas no art. 12 do DL1.598/77 são colocadas as lado dos “ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais receitas...
➢ Ver art. 25 da Lei 9.430/96
➢ Se receitas financeiras integrarem objeto social, passam a integrar o art. 12
Lei 12.973/14
+
Regime Cumulativo
Base de Cálculo do PIS e da COFINS:➢ PIS/COFINS calculados com base no faturamento, que correspondia à receita bruta da pessoa jurídica (redação antiga dos arts. 2º e 3º da L.9.718/98)
➢ Entendia-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo
irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas (redação antiga do art. 3º, § 1º da L.9.718/98)
➢ Lei 11.941 revoga o §1º do art. 3º da Lei 9.718/98
O conceito de receita bruta do art. 12, do DL.1.598/77 compreendia:
➢ O produto da venda de bens nas operações de conta própria
➢ O preço da prestação de serviços prestados
Lei 12.973/14 altera o conceito de receita bruta previsto no art. 12, do DL 1.598/77
Lei 12.973/14 também altera sistemática da Lei 9.718/98,
Atrela o conceito de receita bruta trazido no caput do art. 3º da L.9.718/98 ao novo conceito disposto no art. 12 do DL.1.598/77
Regime não cumulativo
➢ Nova redação dada ao art. 1°, das Leis 10.637/02 e 10.833/03 Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins, com a
incidência não cumulativa, incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.
§ 1oPara efeito do disposto neste artigo,o total das receitas compreende a receita
bruta de que trata o art. 12 do Decreto-Lei no1.598, de 26 de dezembro de 1977, e
todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica com os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei no6.404, de 15 de dezembro de 1976.
§ 2o A base de cálculo da Cofins é o total das receitas auferidas pela pessoa
jurídica, conforme definido no caput e no § 1o
Novo conceito de receita?
+
Novo conceito de receita bruta
Na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes
ICMS ISS PIS COFINS
Não se incluem os tributos não cumulativos cobrados,
destacadamente, do comprador ou contratante pelo
vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na
condição de mero depositário
IPI ICMS-ST
Relevância na discussão do ICMS na base do PIS e da
COFINS
ICMS na Base do PIS e da COFINS
Situação atual RE 574.705 – Repercussão Geral
RE 240.785: Julgado de forma favorável ao contribuinte ADC
Discussão:
ICMS, cobrado “por dentro”, deve compor o conceito de faturamento para PIS e COFINS? Ausência de base legal (pré Lei 12.973/14)
Ausência de amparo constitucional
Discussão se aplicaria para outros tributos sobre a receita cobrados “por dentro”? Discussão se aplica à sistemática não cumulativa?
Por enquanto, apenas o ICMS-ST pode ser excluído com segurança. Resultado
positivo da discussão determinou que o ICMS do próprio contribuinte poderá também ser excluído da base de cálculo do PIS e da COFINS. No entanto, é necessário aguardar a publicação e eventual modulação de efeitos.
Discussão judicial
+
ICMS na Base do PIS e da COFINS
L.12.973/14 incluiu os §§4° e 5°, no art. 12, do DL. 1.588/77
➢ §4°: na receita brutanão se incluem os tributos não cumulativos cobrados,
destacadamente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário
➢ § 5º: na receita brutaincluem-se os tributos sobre ela incidentese os valores
decorrentes do ajuste a valor presente
➢ O fato de a Lei nº 12.973 ter incluído o ICMS na base do PIS e da
COFINS após a EC20 afeta a discussão?
➢ A discussão restringe-se ao conceito de faturamento, ou aplica-se também ao
conceito de receita?
➢ Se se aplica ao conceito de receita, também afeta a sistemática não
cumulativa
➢ Deve reduzir a receita e o crédito?
Ajuste a Valor Presente
Nos termos do art. 12 do DL 1.598/77,
conforme alterado pela Lei nº 12.973/14:
AVP não afeta a receita bruta (§5º)
AVP será considerado na receita líquida (§1º, IV)
PIS e COFINS incidem sobre a receita bruta, sem
efeito do AVP
Novo conceito de receita bruta
+
Ajuste a Valor Presente
Exemplo:
VENDA DE MERCADORIA A PRAZO
Data da venda: 30/06/2016
Valor da venda: R$ 100.000
Vencimento: 30/06/2018
Custo da mercadoria vendida: R$ 60.000
Taxa de desconto: 0,04% ao dia
Ajuste a Valor Presente
Novo conceito de receita bruta
30/06/2016 31/12/2016 30/06/2018 100.000
75.000
81.000J: 12.000
J: 6.000
31/12/2017 93.000J: 7.000
• Ajuste a valor presente pede que seja encontrada parcela de juros embutida no preço e que tal parcela seja decomposta durante o fluxo futuro
• Cálculos financeiros apontam para juros totais de 25.000, decompostos em 6.000 em 2016, 12.000 em 2017 e 7.000 em 2018
+
Ajuste a Valor Presente
Lançamentos em 2016 Impacto PIS/COFINS
Receita bruta: 100.000
Débito contas a receber (AC): 100.000 Crédito receita bruta (CR): 100.000
Receita líquida: 75.000
Débito AVP s/ Receita Bruta (CR): 25.000 Crédito Juros a apropriar (AC – credora): 25.000
Juros apropriados em 2016
Débito Juros a apropriar (AC – credora): 6.000 Crédito Receitas financeiras (CR): 6.000
Novo conceito de receita bruta
Base do PIS e da COFINS
Apropriação da receita financeira de AVP não implica nova incidência de PIS e COFINS
• Na sistemática cumulativa, receitas financeira não são tributadas
• Na sistemática não-cumulativa, há exclusão expressa das receitas financeiras de AVP (art. 1º, §3º, VII, da Lei 10.833/03 e VIII da Lei 10.937/02
Conceito de receita
Composição da base do PIS e da COFINS
Valor bruto da venda de mercadorias R$ 1.100.000,00 IPI s/ vendas R$ 100.000,00
RECEITA BRUTA
Receita bruta venda de mercadorias R$ 1.000.000,00 Receita bruta de prestação de serviços R$ 400.000,00
DEUÇÕES DA RECEITA BRUTA
Descontos -R$ 20.000,00 Vendas canceladas -R$ 5.000,00 Ajustes de AVP -R$ 30.000,00 ICMS -R$ 175.500,00 ISS -R$ 20.000,00 PIS -R$ 8.937,50 COFINS -R$ 41.250,00 RECEITA LÍQUIDA R$ 1.099.312,50
Itens como descontos incondicionais e vendas canceladas, pela linguagem do art. 12 do DL 1.598, são relevantes apenas para a apuração da receita líquida. No entanto, serão levados em conta para a formação da base do PIS e da COFINS (exclusões que veremos a seguir)
+
+
3.1. Base de cálculo
+
Base de Cálculo
Conforme visto, no regime cumulativo a base de
cálculo é a receita bruta definida no art. 12 do
Decreto-Lei 1.598/77, alterado pela Lei 12.973/14
Prestação de serviços
Venda de mercadorias
Operação em conta alheia
Outras receitas da atividade ou objeto principal
No regime cumulativo, apenas estas receitas são
tributadas
Determinadas exclusões da base de cálculo são
admitidas
Exclusões da base de cálculo
Valores isentos, alíquota zero ou não alcançados pela incidência Exportação de mercadorias ou serviços
Revenda de mercadorias em que o PIS e a COFINS já incidiram em
etapa anterior no regime de ST
Vendas canceladas
Mercadorias devolvidas (apesar de não expresso na lei, exclusão
tem sido reconhecida – notar que no regime não cumulativo, é crédito e não exclusão)
Descontos incondicionais concedidos
IPI e ICMS-ST destacado e cobrado na condição de substituto
tributário (claramente deixou de integrar o conceito de receita após a Lei nº 12.973)
Regime cumulativo
+
Exclusões da base de cálculo
Reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como
perdas, que não representem ingressos de novas receitas
Resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do
patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados como receita
Receita da venda de bens do ativo não circulante, que tenha sido
computada como receita bruta
Receita reconhecida pela construção, recuperação, ampliação ou
melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos
Exclusões da Base de Cálculo
Exclusão do
custo de aquisição de
participações
societárias
➢ MP 651, convertida na Lei 13.043/14, acrescentou o § 14° ao art. 3°, da L.9.718/98 A pessoa jurídica poderá excluir da base de cálculo do PIS/COFINS incidentes
sobre a receita decorrente da alienação de participação societáriao valor despendido para aquisição dessa participação, desde que a receita de alienação não tenha sido excluída da base de cálculo na forma do inciso IV do § 2º do art. 3º
Ações vendidas por empresas que as mantêm no circulante
+
Alíquotas
PIS: 0,65%
COFINS: 3%
+
Regime de apuração das receitas
Empresas no lucro presumido: regime de caixa
- art. 20 da MP 2.158-35/01
Facultado às pessoas optantes pelo lucro presumido
serem tributadas pelo regime de caixa para fins de
IRPJ e CSLL
PIS e COFINS seguirão o mesmo regime
Aplicação do regime de caixa é opcional e pode ser
gozada mesmo que a empresa mantenha escrituração
contábil regular
Empresas
no
lucro
real
e
sujeitas
à
cumulatividade:
sempre
regime
de
competência
+
Apuração e Pagamento
Nos regimes cumulativo e não cumulativo
Apuração mensal, centralizada na matriz
Prazo para recolhimento: último dia útil do
segundo decêndio (10 dias) subsequente ao mês
de ocorrência dos fatos geradores
+
3.5. Contribuintes sujeitos
à cumulatividade
+
Contribuintes e receitas sujeitos ao
regime cumulativo: alguns exemplos
Lei 10.637
Lucro presumido Instituições financeiras (sistemática própria) Cooperativas SIMPLES (sujeitas a regime próprio) Lei 10.865 venda de jornais laboratórios clínicos transporte aéreo listas telefônicas aviação agrícola call center construção civil hotelaria e eventos Lei 10.925 serviços postais Rodovias Lei 10.637 Telecomunicações contratos antigos jornalismo e radiodifusão Pedra britada Sujeitas a ST Venda em consignação de veículos Lei 10.833 transporte de passageiros hospitais etc educação P E S S O A S R E C E I T A S+
Seguradoras e Entidades de
Previdência Complementar
+
Instituições Financeiras e
assemelhadas
Entidades referidas no § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212/91
Bancos
Sociedades de crédito financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário
Sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários Empresas de arrendamento mercantil
Cooperativas de crédito
Empresas de seguros privados e de capitalização Entidades de previdência complementar privada Associações de poupança e empréstimo
Regime de apuração
Insere-se na sistemática cumulativa: Lei 9.718/98
Obrigatoriedade por esta sistemática
Lucro real
Alíquotas
PIS: 0,65%
COFINS: 4% (Lei nº 10.684/03)
Base de cálculo diferenciada dos demais setores. Sistemática
específica de apuração para cada tipo de contribuinte (bancos,
seguradoras etc.)
Instituições Financeiras e assemelhadas
+
Regime de apuração
Diferenças fundamentais na apuração em relação aos demais setores Instrução Normativa 1285/12 Base leva em conta resultado líquido em futuros (abatimento em operações) Bancos
Despesas de hedge
Despesas na intermediação
Determinadas perdas com renda fixa e variável etc.
Seguradoras podem deduzir
Indenizações pagas correspondentes aos sinistros ocorridos, abatidos os recebimentos de cosseguros e resseguros, salvados e outros
Cosseguros e resseguros cedidos
Parcelas dos prêmios destinados a constituição de provisões ou reservas técnicas Cancelamentos ou restituição de prêmios que foram computados como receitas
Instituições Financeiras
STF declarou que faturamento decorre apenas da
venda de
bens e serviços
(RE 346.084-PR)
Instituições financeiras e seguradoras
➢ Receita da atividade/objeto principal: receitas financeiras
Instituições financeiras não teriam PIS/COFINS sobre a maior
parte de suas receitas
RE 400.479-ED-AgR/RJ Seguradoras
RE 609.096/RS (repercussão geral) – instituições financeiras
Discussão judicial
+
Instituições Financeiras
Lei nº 12.973/14, como já visto, inclui o inciso IV no art. 12, do DL.
1.588/77:
➢ “A receita bruta compreende as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III” (que vão além do produto da venda de bens, serviços e das operações de conta alheia)
➢ Receitas financeiras só entram quando fazem parte do objeto
A alteração da Lei nº 12.973/14 abrange as receitas financeiras e de
locação
Dessa forma, a receita das Instituições Financeiras, Seguradoras e
Locadoras passaria a sofrer incidência do PIS e da COFINS
Com a alteração legislativa, como fica o julgamento doRE 609.096?
Lei nº 12.973/14 foi editada após a EC 20
Instituições Financeiras
Corretoras de seguros
Ato Declaratório Interpretativo (ADI) nº 17/2011
Enquadramento como “sociedades corretoras”: § 1º do art. 22 da Lei nº
8.212/91
Obrigatoriedade ao regime cumulativo COFINS à alíquota de 4%
STJ: AgRgResp nº 1.251.506/PR, julgado em 2011.
Corretoras de seguros não se enquadram no conceito acima
Outros precedentes para CSLL
Questão resolvida com o § 3º do art. 1º da IN 1.285/12, incluído pela IN 1.628/16
“O disposto no inciso II do caput não inclui as sociedades corretoras de
seguros”
+
4. PIS e COFINS: regime
+
4.1. Aspectos gerais da
não-cumulatividade
+
Regime não-cumulativo
Leis 10.637/02 (PIS) e 10.833/03 (COFINS)
Alteração
da
base
de
cálculo
das
contribuições
para
que
incidam
(idealmente)
apenas
sobre
o
valor
agregado em cada etapa da cadeia
produtiva
Regime não cumulativo
Créditos:
Bens para revenda Insumos Aluguéis Leasing Depreciação Benfeitorias Energia elétrica Armazenagem e frete Outros
*
PIS: 1,65%=
COFINS: 7,6% Despesa de PIS e COFINS Receitas totais, exceto as não tributadas Créditos permitidos em lei PIS: 1,65% COFINS: 7,6%*
=
PIS e COFINS a recuperar( – ) Menos
( = ) Igual PIS e COFINS
devidos
+
Regime não-cumulativo: alíquotas
Regime cumulativo: Receita * 3,65%
3% COFINS
0,65% PIS
Regime não-cumulativo: (Receita – Créditos) *
9,25%
7,6% COFINS
1,65% PIS
Regime não-cumulativo
Regime não-cumulativo não revoga o
cumulativo
Há coexistência entre os dois sistemas
Determinados contribuintes permanecem no
regime cumulativo
Determinados tipos de receita permanecem no
regime cumulativo
+
Apuração e Pagamento
Nos regimes cumulativo e não cumulativo
Apuração mensal, centralizada na matriz
Prazo para recolhimento: último dia útil do
segundo decêndio subsequente ao mês de
ocorrência dos fatos geradores
+
4.2. Exercício e exemplos
+
Contribuintes e receitas sujeitos ao
regime cumulativo: alguns exemplos
Lei 10.637
Lucro presumido Instituições financeiras (sistemática própria) Cooperativas SIMPLES (sujeitas a regime próprio) Lei 10.865 venda de jornais laboratórios clínicos transporte aéreo listas telefônicas aviação agrícola call center construção civil hotelaria e eventos Lei 10.925 serviços postais Rodovias Lei 10.637 Telecomunicações contratos antigos jornalismo e radiodifusão Pedra britada Sujeitas a ST Venda em consignação de veículos Lei 10.833 transporte de passageiros hospitais etc educação P E S S O A S R E C E I T A S+
4.2.1.
Impacto
da
alteração de regime
+
Exercício 1
Empresa A: Atua no ramo industrial. Sua receita bruta
anual é de 100.000.000,00, sendo que a sua margem de
lucro é de 10% sobre tal receita bruta. Seus custos e
despesas são compostos da seguinte maneira:
30% matérias primas.
30% materiais secundários e embalagens.
20% depreciação de imóvel.
Exercício 1
Empresa B: Atua no ramo de serviços. Sua
receita bruta anual é de 100.000.000,00, sendo
que a sua margem de lucro é de 10% sobre tal
receita bruta. Seus custos e despesas são
compostos da seguinte maneira:
20% depreciação de imóvel.
80% folha de salários.
+
Exercício 1
Até 2001, como se daria a incidência do PIS e da COFINS em
relação às atividades de cada uma destas empresas?
Como tal incidência se daria após 2003 (considere que
nenhuma das empresas está sujeita à incidência monofásica
ou em regime de ST)?
Alguma das empresas foi prejudicada? Por quê?
Em sua opinião, essa situação deveria ser remediada?
Como?
Quais as medidas que as empresas têm tomado atualmente
para remediar esta situação? Como a jurisprudência tem
lidado com esta questão?
Exercício 1
30% matérias primas. 30% materiais secundários e embalagens. 20% depreciação de imóvel. 20% folha de salários. 20% depreciação de imóvel. 80% folha de salários. Empresa A Empresa B+
Exercício 1
Em fevereiro de 2012, uma medida liminar concedida
pela Justiça Federal de São Paulo (processo nº
0013313-96.2011.403.6119) considerou as folhas de pagamento
como insumos, visto que são uma grande despesa para
os empresários, o que permitiria a tomada de créditos.
SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 395 de 06 de Novembro
de 2008: Também não é admissível a apropriação de
créditos
das
contribuições
relativamente
a
despesas com salários de funcionário, ainda que
diretamente envolvidos na prestação de serviços,
visto que o § 2º da Lei nº 10.833, de 2003, veda,
expressamente, o aproveitamento de crédito referente
ao valor- de mão-de-obra paga a pessoa física.
+
4.2.2. Método da subtração e
coexistência de dois regimes
Método BaseBase: Exemplo 1.1
Cumulativa
ICMS 12%
Não
cumulativa
ICMS 18%
ICMS
COFINS
(alíquota cum. 3%) (alíquotanão-1000
2000
120
Débito: 360
Crédito: 120
Recolhido: 240
30
Débito: 152
Crédito: 76
Recolhido: 76
Total recolhido: 360
Alíquota efetiva: 18%
Total recolhido: 106
Alíquota efetiva: 5,3%
Método Base-Base: Exemplo 1.2
Cumulativa
ICMS 12%
ICMS
COFINS
(alíquota cum. 3%) (alíquota não-cum. 7,6%1000
2000
180
Débito: 240
Crédito: 180
Recolhido: 60
76
Débito: 60
Crédito: N/A
Recolhido: 136
Total recolhido: 240
Alíquota efetiva: 12%
Total recolhido: 136
Alíquota efetiva: 6,8%
Não
cumulativa
ICMS 18%
+
Exemplo 1
Considerar ainda, no exemplo 1.1, efeitos de regime de
caixa na sistemática cumulativa vs. regime de competência
na sistemática não cumulativa. Permitirá que crédito de uma
empresa seja tomado antes do recolhimento da COFINS da
outra, nos casos de pagamento a prazo
Por que o legislador optou pela sistemática da subtração
para implementar a não cumulatividade do PIS e da COFINS?
+
exclusões
e
receitas
financeiras
+
Regime Não Cumulativo
As pessoas jurídicas optantes pela sistemática não cumulativa de PIS e COFINS têm como base de cálculo o total de receitas auferidas
Lei nº 12.973/14 atrelou a noção de “total de receitas auferidas” ao conceito de receita bruta definida
no art. 12, do DL. 1.598/77
➢ Nova redação dada ao art. 1°, das Leis 10.637/02 e 10.833/03
Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins, com a incidência
não cumulativa, incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil.
§ 1oPara efeito do disposto neste artigo,o total das receitas compreende a receita bruta de que
trata o art. 12 do Decreto-Lei no1.598, de 26 de dezembro de 1977, e todas as demais receitas
auferidas pela pessoa jurídicacom os seus respectivos valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei no6.404, de 15 de dezembro de
1976.
Exclusões da base de cálculo
• Valores isentos, alíquota zero ou não alcançados pela incidência • Exportação de mercadorias e serviços
• Vendas canceladas
• Mercadorias devolvidas não são exclusões, pois operam como créditos (exceto se dentro do mesmo mês, hipótese em que serão exclusões)
• Descontos incondicionais
• IPI e ICMS-ST destacado e cobrado na condição de substituto tributário
• Reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perdas, que não representem ingressos de novas receitas
• Resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de participações societárias, que tenham sido computados como receita
• Venda de bens do ativo não circulante, classificado como investimento, imobilizado ou intangível
• Revenda de mercadorias em que o PIS e a COFINS já incidiram em etapa anterior no regime de ST (do PIS e da COFINS)
Exclusões da base de cálculo
• Receitas financeiras decorrentes do ajuste a valor presente, referentes a receitas excluídas da base de cálculo da Cofins
• Receitas de ganhos de avaliação de ativo e passivo com base no valor justo • Receitas financeiras decorrentes do ajuste a valor presente
• Receitas de subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e de doações feitas pelo poder público
• Receitas reconhecidas pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos
• Receitas relativas ao valor do imposto que deixar de ser pago em virtude das isenções e reduções de que tratam as alíneas "a", "b", "c" e "e" do § 1º do art. 19 do DL.1.598/77 (isenções aplicáveis ao lucro da exploração)
• Receitas relativas ao prêmio na emissão de debêntures
Receitas financeiras
• Leis 10.637/02 e 10.833/03 são posteriores à EC 20
– Possibilidade de incidência sobre receita bruta
• Desde 2004: Alíquota zero para receitas financeiras. Regime aplicável mesmo às pessoas que tenham apenas parte das receitas sujeitas à não-cumulatividade
– Receitas de hedge: consideradas receitas financeiras. Tributadas sob Decreto 5.164/04. Alíquota zero após o Decreto 5.442/05.
– Receitas de juros sobre capital próprio: não se aplica a alíquota zero (aplicam-se as alíquotas de 1,65% e 7,6%)
• A partir de 01 de julho de 2015: Decreto 8.426/15. Retorna a tributação do PIS e da COFINS sobre receitas financeiras para as empresas no regime não cumulativo
– 0,65% para o PIS – 4% para a COFINS
– Mantém as alíquotas de 1,65%(PIS) e 7,6%(COFINS) para Juros sobre o Capital Próprio – Problema de legalidade?
• Impossibilidade de tomada de créditos com despesas financeiras