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A REFORMA AGRÁRIA E A LUTA PELA TERRA NO TRIÂNGULO MINEIRO: A CRIAÇÃO DE ASSENTAMENTOS RURAIS O BALANÇO DE UMA DÉCADA ( )

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A REFORMA AGRÁRIA E A LUTA PELA TERRA NO TRIÂNGULO MINEIRO: A CRIAÇÃO DE ASSENTAMENTOS RURAIS – O BALANÇO DE UMA DÉCADA (1996-2007)

Danielle Fabiane da Silva – Universidade Federal de Uberlândia dani.fabiane@hotmail.com Andrêza Gomes de Souza – Universidade Federal de Uberlândia andrezgeo@yahoo.com.br Lucimeire de Fátima Cardoso – Universidade Federal de Uberlândia ludageo@yahoo.com.br Mariana Martins Rodrigues de Oliveira – Universidade Federal de Uberlândia mari.lagea@gmail.com João Cleps Junior – Universidade Federal de Uberlândia jcleps@ufu.br RESUMO

A análise e compreensão da estrutura fundiária no estado de Minas Gerais, especificamente no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, remete às transformações ocorridas no Cerrado brasileiro. Como conseqüência, o bioma passa a ser destaque produtivo no cenário agrícola nacional, tendo como conseqüências o aumento significativo de grandes propriedades rurais e das contradições sócio-econômicas, processo intrínseco à modernização conservadora.

Nesse contexto, de intensa exploração e expropriação do campesinato na região, (re)surgem os movimentos de luta no espaço agrário, que reivindicam acesso à terra e condições dignas de trabalho e (re)produção.

A forma mais comum e eficiente de acesso à terra configura-se nas ocupações de latifúndios improdutivos e como conseqüência dessas ações, a criação de projetos de assentamentos rurais. Nesse sentido, pretende-se analisar as políticas de criação de assentamentos, bem como a relevância da criação destes para a reforma agrária na região do Triângulo Mineiro.

Além disso, serão utilizados os dados do DATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra para ilustrar a quantidade de assentamentos criados na região no período de 1995 a 2007.

No presente artigo serão analisados dois assentamentos no Triângulo Mineiro, no município de Campo Florido e Uberlândia, que configuram importantes ações dos movimentos de luta pela terra na região.

PALAVRAS-CHAVE: Reforma Agrária, Luta pela terra, ocupações, Triângulo Mineiro, assentamentos rurais.

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ABSTRACT

Land reform and struggle for land in the Triangulo Mineiro: Creation of Country Settlements.

The analysis and understanding of the land structure in the state of Minas Gerais, specially in Triangulo Mineiro and Alto Paranaiba, refers to transformations in the Brazilian Cerrado.

As a consequence, Cerrado starts to be productive prominence in the national agricultural scene, significant increase of the great country properties as well as the social-economic contradictions, an intrinsic process to the conservative modernization. In this context, of intense exploration and expropriation of the campesinato in the region, the movements of fight in the agrarian space resurge, that demand access to the land and worthy conditions of work and (re)production

The most common and efficient form of access to the land is configured in the occupations of unproductive lands and as a as consequence of these actions, the creation of projects of agricultural settlements. In this direction, it is intended to analyze the politics of creation of settlements, as well as the relevance of the creation of these for the agrarian reform in the region of the Triangulo Mineiro. Moreover, the informations of DATALUTA - Database of the Fight for the Land

- will be used to ilustrate the amount of settlements that were created in this region in the period of 1995 to 2007. In the present article will be analyzed two settlements in Triangulo Mineiro, in the cities of Campo Florido and Uberlândia, that configure important actions of the fight for the land movements in the region.

KEY-WORDS: Land Reform, The fight for land, occupation, Triangulo Mineiro.

Introdução

A modernização da agricultura brasileira se intensificou principalmente a partir das décadas de 1960/70. O espaço agrário passa por uma reconfiguração, modernizando suas tecnologias e meios de produção, alterando as relações de trabalho até então existentes. Essa modernização atingiu as áreas de cerrado, especificadamente no Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, região com presença de grandes propriedades agrícolas.

A inovação tecnológica no campo surge para atender os grandes produtores como impulsionadora para o aumento da produtividade e conseqüente aumento de renda, sendo que dessa maneira os mesmos poderiam pagar maiores salários e oferecer mais oportunidades de emprego aos trabalhadores rurais, mas o resultado como pode ser visto foi completamente antagônico.

A região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba constituiu-se nos anos 1970 uma fronteira que necessitava ser ocupada pelo capital. Isso tanto pelo fato de sua posição geográfica, próxima aos mercados consumidores, quanto também “por suas características físico-ambientais, que propiciavam a expansão da produção agropecuária nos padrões da nova agricultura moderna, baseada no pacote tecnológico da ‘Revolução Verde’” (SILVA, 2000). Essa conquista das áreas do cerrado foi resultado de ações governamentais, através de programas de ocupação e exploração do cerrado brasileiro.

Outra questão relevante para compreendermos a ocupação do espaço agrário na região foram os projetos de colonização, incentivados pela ditadura militar na década de 1970, com o intuito de

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substituição à reforma agrária. Dentre os principais projetos podemos citar o PIN – Plano de Integração Nacional, PROTERRA – Programa de Redistribuição de Terras e de Estímulo à Agroindústria do Norte e Nordeste, POLONORDESTE – Programa de Desenvolvimento de Áreas Integradas do Nordeste, POLAMAZÔNIA – Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia. De acordo com a análise de Pessôa, esses projetos

[...] não passaram de simples formulação de projetos que atenderam apenas a um determinado grupo de pessoas (médios e grandes proprietários) uma vez que são estes e não os pequenos proprietários que têm acesso ao crédito rural. (PESSÔA, 1988, p. 47).

Dessa forma, os governantes do período da ditadura militar optaram pela capitalização do campo, por meio de projetos de colonização1, especialmente nas áreas de cerrado brasileiro e a ocupação de áreas até então ditas “desocupadas”, tais como, Amazônia, Mato Grosso e Goiás e Minas Gerais. Nesse período, uma das questões mais relevantes pela ditadura é que estas regiões de cerrado que não estavam “suficientemente e devidamente” ocupadas, seriam transformadas em ‘silo’ mundial, ou seja, teria a produção voltada especificamente para o mercado externo. (ORTEGA, 1997). A disseminação do modelo agro-exportador difundido pela Revolução Verde teve um grande impacto no cerrado brasileiro, uma vez que,

O modelo agrícola adotado no cerrado brasileiro é o mesmo, salvo as adaptações necessárias, que foi propiciado pela internacionalização do pacote tecnológico da Revolução Verde, e que foi difundido no Brasil depois de meados da década de 60. Este pacote está baseado na utilização de sementes melhoradas, utilização de máquinas e insumos químicos. (ORTEGA, 1997. p. 324).

Esses projetos custaram altos investimentos aos cofres públicos e geraram também um alto custo social, uma vez que, beneficiou apenas poucas famílias, não cumprindo suas metas. Ao mesmo tempo em que esse processo não contribui com a desconcentração fundiária agravou-a, fortalecendo grandes latifundiários que tiveram suas terras valorizadas, acompanhada de uma modernização capitalista, o que agravou ainda mais as dificuldades de acesso à terra pelos pequenos produtores. Portanto, a condição de concentração fundiária brasileira teve como pano de fundo a intervenção efetiva do Estado, que desempenhou um papel importante na reconfiguração e modernização da agricultura, uma vez que criou mecanismos de favorecimento da capitalização da grande propriedade, oferecendo subsídios financeiros e recursos a juros irrisórios. (GRAZIANO DA SILVA, 1980).

Em meio à modernização, os trabalhadores rurais continuaram ganhando salários baixos e a grande maioria sem emprego permanente, apenas sazonal. Tendo em vista essa realidade excludente no

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campo brasileiro, temos como conseqüência o êxodo rural, a migração dos proprietários descapitalizados, na maioria das vezes pequenos produtores, sem condições de continuar trabalhando em suas terras, que terminam por vendê-las aos grandes proprietários.

As pequenas propriedades perdem terreno, ou seja, são engolidas pelas grandes no que convencionou chamar, à semelhança do fenômeno biológico onde as grandes bactérias engolem e digerem as pequenas à sua volta, “processo de fagocitose”. (GRAZIANO DA SILVA, 1982, p. 53-54).

Com o aumento do número de máquinas pesadas e modernas, a demanda por trabalhadores diminui sensivelmente, pois as mesmas substituem os trabalhadores de uma maneira extraordinária.

Além da necessidade por poucos trabalhadores, a modernização traz a necessidade por aumento de qualificação profissional, sendo que dessa maneira a ocupação do trabalhador braçal diminui consideravelmente. A partir dessa realidade, o proprietário deixa de empregar o trabalhador permanente sem qualificação, substituindo o mesmo pelo trabalhador temporário ou trabalhador volante.

O aumento das desigualdades de renda no campo atingiu diretamente, uma pequena parcela de produtores rurais, em sua maioria médios e grandes proprietários absorveram a maioria da oferta de créditos rurais oferecidas pelo Estado, fazendo com que os pequenos produtores ficassem desamparados em relação à política de incentivo e respaldo estatal.

A partir desse processo de modernização da agricultura, o tamanho das grandes propriedades tem um aumento significativo, consequência essa explicada pelo fato que a utilização de tecnologia esta intrinsecamente relacionada com o tamanho das mesmas, aumentando dessa forma o número e o tamanho dos latifúndios no território brasileiro, reforçando a concentração da propriedade de terra no Brasil.

Conforme afirma Graziano da Silva (1982) entre 1967-72, que corresponde ao período de intenso crescimento e que ficou conhecido como “milagre brasileiro”, aumenta também o número de grandes propriedades.

A degradação ambiental é outro fator relevante no que se refere às conseqüências da ocupação do Cerrado brasileiro. Esse bioma foi bastante alterado pela ocupação humana, pela pecuária extensiva e expansão agrícola, sendo que atualmente resta apenas 20% da vegetação original (SHIKI, 2000). Os impactos ambientais foram uma das maiores conseqüências do processo de modernização do campo, sobretudo pelo peso das máquinas, causando compactação do solo e ainda a retirada de mata nativa, contribuindo para o assoreamento dos rios e causando um desequilíbrio natural da região afetada.

A partir desse contexto de exclusão, expropriação e pauperização da população rural, (re) surgem no cenário nacional os movimentos de luta pela terra, principalmente a partir da segunda metade da

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década de 1970. Após anos de forte repressão política representada pela ditadura militar, os trabalhadores do campo e da cidade se organizam para lutar pela (re)democratização e reconquista dos direitos usurpados pela violenta repressão do período ditatorial nas décadas de 1960 e 70. O (re)surgimento dos movimentos de luta pela terra se dá em virtude do “enfraquecimento” da ditadura militar e possibilidade de manifestações dos movimentos sociais. Em 1975, surge na cidade de Goiânia a Comissão Pastoral de Terra – CPT – uma entidade ligada aos setores progressistas da Igreja Católica que objetiva o apoio à luta dos trabalhadores rurais em diferentes regiões do país, sistematizando e criando uma organização de luta pela terra.

A CPT denuncia as condições de vida da população e apóia o acesso a terra, “defendia o direito instituído de propriedade, mas reconhecia a necessidade de uma reforma agrária que fosse feita por meio de desapropriações com justa indenização”. (MEDEIROS, 2003, p. 18).

No ano de 1984 surge o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST. O seu primeiro encontro ocorre em Cascavel, no Paraná, com aproximadamente cem pessoas de 12 estados brasileiros. Nesse encontro se afirmou a necessidade de manter a autonomia política e de lutar para que a terra estivesse em mãos de quem produzisse.Em 1985 ocorreu em Curitiba o primeiro congresso nacional do MST, com a participação de cerca de 1500 trabalhadores, com representantes de quase todos os estados brasileiros, o que demonstra o grande e rápido avanço desse movimento de luta pela terra. Nesse momento o MST além de todas as propostas articuladas em 1984, levanta a bandeira da ocupação como forma de direito à terra, que demonstra claramente a disposição de luta que esse movimento demonstra frente ao poder público e aos grandes latifundiários brasileiros. Nesse mesmo ano, o governo de José Sarney – primeiro presidente da Nova República – aprova o I Plano Nacional de Reforma Agrária – PNRA, que tinha como principal objetivo oferecer aplicabilidade eficiente ao Estatuto da Terra e viabilizar a reforma agrária até o fim do mandato do presidente, com meta de assentarem 1,4 milhão de famílias. Porém, o governo Sarney conseguiu assentar apenas 90 mil, ou seja, apenas 6% das metas estabelecidas no I PNRA.

Em contrapartida, também em 1984, é criada a União Democrática Rural – UDR na cidade de Presidente Prudente, em oposição aos interesses dos trabalhadores sem-terra, com o intuito de defender os interesses dos latifundiários, tendo como princípios a preservação do direito de propriedade e a manutenção da ordem e respeito às leis do país.

Segundo análise de Fernandes (2003, p. 33) “vinculados ao governo, influenciaram politicamente para a derrubada do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e impediram que o PNRA fosse implantado.”Com a elaboração da nova Constituição em 1988, a reforma agrária sofre um retrocesso por meio da atuação da bancada ruralista, uma vez que, seria necessária uma lei complementar para a sua realização, sendo que, somente em 1993 com a aprovação de uma lei complementar é que foi possível executar a desapropriação de terras.

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Contudo, segundo Fernandes,

[...] mesmo com a existência desta nova Lei, os ruralistas conseguem impedir a desapropriação de terras, arrolando os processos desapropriatórios, conseguindo até mesmo reverter situações em processos já assinados pelo presidente da República. (FERNANDES, 2003, p.33).

A partir do exposto, é notável o poder político e amplitude de atuação da UDR junto ao governo por meio da bancada ruralista no Congresso Nacional, que consegue impedia efetivação da reforma agrária, privilegiando interesses particulares em detrimento à grande massa de população expropriada do campo brasileiro.

Metodologia

A metodologia utilizada para a organização deste artigo está organizada nas seguintes etapas: A primeira etapa foi realizada a revisão teórica dos autores, conceitos e dados sobre os principais temas abordados na pesquisa, tais como agricultura familiar, Reforma Agrária, luta pela terra no Triângulo Mineiro. A segunda etapa consistiu na coleta de informações a partir da pesquisa de campo e de fontes de dados. Os dados quantitativos utilizados neste trabalho foram coletados do DATALUTA – Banco de Dados da Luta Pela Terra, projeto desenvolvido pelo Laboratório de Geografia Agrária (LAGEA), do Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia, em convênio com o Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (NERA), do Departamento de Geografia da FCT/ UNESP – Campus de Presidente Prudente desde o ano de 2005. Tais dados apresentados no projeto, por meio de relatórios anuais constituíram como uma importante fonte de informações uma vez que através deles, foi possível fazer a reflexão acerca das ocupações realizadas no Triângulo Mineiro. Na terceira etapa do projeto, foram realizadas as análises e reflexões integrando os dados quantitativos ao referencial teórico.

As ocupações de terra no Triângulo Mineiro e sua importância para a criação

dos assentamentos rurais

A história da questão agrária no Brasil foi marcada pela concentração da posse de terras nas mãos de poucos proprietários. Desde o período colonial, grande parte da população não teve oportunidade de produzir dignamente em sua própria terra, apesar de inúmeros meios legais para tentar alterar essa realidade e democratizar o acesso a ela. Notadamente, a questão agrária no Brasil é ainda um problema não solucionado, mesmo tendo “inúmeros mecanismos legais e institucionais, ao longo da nossa história, que visavam, ao menos teoricamente, uma maior democratização do direito à terra. (GOMES, 2002, p.89).

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Frente às falhas destes mecanismos impostos em favor da democratização do acesso à terra, os trabalhadores rurais optaram para reverter sua condição de excluídos do modo de produção, pela prática das ocupações de propriedades. Trata-se de uma maneira ativa de lutar contra a exclusão social originada pelos capitalistas e proprietários de latifúndios que sempre determinaram o quadro agrário brasileiro.

Ao apresentar a ocupação como forma de obter a terra, deve-se compreendê-la como uma ação de resistência ligada essencialmente à formação camponesa no interior do processo de desenvolvimento do capitalismo. As ocupações se constituem como forma de mobilização social mais eficaz de conquistar a terra, porque exercem uma pressão maior sobre o governo e sociedade favorável a realização da Reforma Agrária. Além disso, por meio das ocupações, os trabalhadores rurais sem-terra especializam sua luta contra a expropriação no campo, (re) conquistam seu espaço na sociedade e territorializam a ação de seus movimentos. Consequentemente, estas manifestações e articulações entre os trabalhadores rurais viabilizam o crescimento político e o desenvolvimento das potencialidades dos movimentos socioterritoriais.

Estas ações dos movimentos socioterritoriais impulsionam, por sua vez, a criação dos assentamentos rurais, os quais são compreendidos como espaços de reterritorialização dos trabalhadores no campo. A criação de assentamentos rurais no Brasil tem sido uma medida adotada na tentativa de enfraquecer os conflitos sociais no campo, assim como a maneira em que eles se mostram frente à sociedade.

Criados para responder a pressões, marcados pela ausência de um planejamento prévio de localização e de mecanismos de apoio, dispersos espacialmente, muitos dos assentamentos enfrentam situações bastante adversas no que se refere às condições de produção, formas de sociabilidade e estabilidade (LEITE & MEDEIROS, 1999, p.11).

Analisando os dados coletados pelo DATALUTA - Banco de Dados da Luta pela Terra, desenvolvido pelo Laboratório de Geografia Agrária (LAGEA), UFU, em parceria com o Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos sobre Reforma Agrária (NERA), a UNESP, Campus de Presidente Prudente, essa relação entre as ocupações e a criação de assentamentos se mantém na região do Triângulo Mineiro.

Na tabela 1, onde consta aos números de ocupações por município e por ano, entre os períodos de 1995 – 2007, pode ser observado que o município de Uberlândia possui o maior número de ocupações nesse período, com 45 ocupações e em segundo lugar posiciona-se o município de Santa Vitória com 21 ocupações. Vale notar que o ano de 1998 destacou-se por ser o período em que houve o maior número de ocupações no Triângulo Mineiro, com cerca de 44 ocupações realizadas, seguido do ano de 2006, com 30 ocupações.

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Tabela 1 - Triângulo Mineiro - Ocupações por município e por ano (1995-2007) MUNICÍPIOS 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 Total Araguari 1 2 2 5 Araxá 1 1 7 2 11 Campina Verde 1 5 2 1 1 9 Campo Florido 1 Campos Altos 1 1 Canápolis 1 1 2 Capinópolis 1 1 Carneirinho 2 2 Comendador Gomes 1 2 3 Coromandel 3 2 1 1 3 10 Frutal 1 1 2 Guimarânia 1 1 Gurinhatã 1 2 1 2 6 Ibiá 1 3 2 1 1 2 10 Ituiutaba 3 1 1 3 3 1 12 Iturama 1 1 Limeira do Oeste Monte Alegre de Minas 3 1 4 Nova Ponte 3 3 Patrocínio 3 1 1 1 6 Perdizes 2 1 1 1 1 6 Prata 3 5 4 12 Rio Paranaíba 2 2 Sacramento 2 1 1 3 7 Santa Vitória 2 3 11 1 1 1 1 20 São Francisco de Sales 2 2 Serra do Salitre 1 1 Tapira 1 1 Tiros 1 1 Tupaciguara 1 1 2 4 Uberaba 1 1 2 Uberlândia 1 13 5 4 5 1 2 4 4 4 2 45 União de Minas 1 1 Veríssimo 1 2 3 Total 4 6 6 44 20 5 15 5 8 17 18 30 19 201

Fonte: DATATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra, 2008. LAGEA, 2008, NERA, 2008. Com relação à criação de assentamentos rurais, entre os períodos de 1996 2007, pode-se destacar a sua relação com as ocupações de terra, com o elevado número de assentamentos criados em decorrência das pressões realizadas pelas ocupações. No período, em Uberlândia foram estabelecidos 13 projetos, seguido de Campina Verde. com 9 projetos de assentamentos, conforme demonstrado na tabela 2:

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Tabela 2 - Triângulo Mineiro – Assentamentos Rurais por município e ano 1996 – 2007 MUNICÍPIOS 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 Total Araguari 1 1 2 Campina Verde 1 1 1 1 2 3 9 Campo Florido 1 1 Campos Altos 1 1 Coromandel 1 1 2 Campina Verde 1 1 1 1 2 3 9 Gurinhatã 1 1 1 3 Ibiá 3 1 4 Ituiutaba 3 1 1 5 Limeira do Oeste 1 1 Nova Ponte 1 1 Patrocínio 1 1 2 Perdizes 2 1 1 4 Prata 3 3 Rio Paranaíba 1 1 2 Sacramento 1 1 Santa Vitória 2 1 1 5 São Francisco de Sales 1 1 2 Serra do Salitre 1 1 Tapira 1 1 Tupaciguara 1 1 Uberaba 1 1 2 Uberlândia 1 3 1 1 3 3 1 13 União de Minas 1 1 Veríssimo 3 3 TOTAL 6 4 7 13 3 4 2 1 5 15 5 4 72

FONTE: DATATALUTA – Banco de Dados da Luta pela Terra, 2008. LAGEA, 2008, NERA, 2008.

No ano de 2005 houve o maior número de assentamentos no Triângulo Mineiro, com a criação de 15 na região. Esse acontecimento teve influência da criação do II Plano Nacional de Reforma Agrária: paz, produção e qualidade de vida no meio rural – II PNRA, realizado no Governo Lula que concebia a Reforma Agrária como política de desenvolvimento territorial.

O segundo ano com destaque na criação de assentamentos no Triângulo Mineiro foi 1999, quando foram instituídos 13 projetos decorrentes de uma ampla política de criação de assentamentos rurais realizada pelo Governo Fernando Henrique Cardoso.

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A trajetória de luta à criação dos assentamentos: os P.As. Nova Santo Inácio

Ranchinho e Fazenda Tangará

A criação de assentamentos resulta das ocupações e consequentemente das pressões realizadas pelos movimentos de luta pela terra e de tal modo, o objetivo dessa luta consiste na tentativa da desconcentração fundiária e ao acesso à terra. Para tanto, os assentamentos são criados como resposta à luta que os movimentos socioterritorias realizam e não como política de desenvolvimento rural. Ainda, os assentamentos são considerados metas dos movimentos socioterritoriais, contudo sua materialização dá início a uma nova dinâmica de luta: agora pela “tentativa” de inserção no modo de produção capitalista.

Os assentamentos rurais constituem-se como o final do processo de luta pela terra, após anos de militância e persistência, participações em ocupações e vivências em acampamentos. Além disso, são considerados como uma conquista que põem fim a luta pela terra. De certa forma, esta declaração se confirma, já que após o estabelecimento das famílias em seus lotes, muitas vezes, sua perseverança e determinação são substituídas por preocupações contíguas, tais como: acesso ao financiamento para a construção de suas residências, para garantia da produção de culturas agrícolas ou para a criação de animais.

A concretização dos assentamentos é um tipo de política pública, que no caso brasileiro, vincula-se a tentativa de controlar e atenuar a violência dos conflitos sociais no campo, que ganharam uma grande dimensão por meio do surgimento e da atuação das Ligas Camponesas. Compreende-se que a criação de assentamentos rurais envolve a concepção de como deve ser gerada a propriedade agrícola para os pequenos produtores rurais, sendo que este projeto se relaciona com os diversos atores envolvidos e relaciona-se a conflitos na luta pela terra ou pela permanência nela.

Tendo em vista estes princípios que ressalta a importância das ocupações para a materialização dos Projetos de Assentamento, serão apresentadas duas situações que exemplificam estes pressupostos. Ao analisar a atuação dos movimentos de luta pela terra na região do Triângulo Mineiro, deve-se resgatar a história e trajetória dos trabalhadores rurais do P.A. Nova Santo Inácio Ranchinho, que por meio de sua articulação com o Movimento dos Sem-Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Animação Pastoral no Meio Rural (APR), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Minas Gerais (FETAEMG) e entidades sindicais, obtiveram com êxito a conquista por seu espaço no campo.

O P.A. Nova Santo Inácio Ranchinho, localizado em Campo Florido, resulta da persistência das ações dos trabalhadores rurais sem-terra, iniciada em 1990, ano em que iniciaram as ocupações de propriedades improdutivas em Iturama. Segundo GUIMARÃES (2009), com esta iniciativa os trabalhadores e suas famílias, despertaram a atenção da classe ruralista da região, já que estas ações resultaram na efetivação de seu despejo, impulsionado pela ação do poder judiciário e da polícia

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local, em parceria com à União Democrática Ruralista (UDR).Vale notar nesta manifestação, a presença de apoiadores da causa da Reforma Agrária, dentre eles: estudantes, religiosos, advogados e sindicalistas, que também foram presos e conduzidos a delegacia do município de Iturama. Posteriormente, os sem-terra decidiram acampar na BR-497, numa área situada a cerca de 12 km do município de Iturama, outrora estabelecido no distrito de Vila União. Esta ocupação ocorrida na Fazenda Varginha foi mantida por nos meses, por aproximadamente 200 trabalhadores, que foram expulsos de maneira violenta pela polícia. No entanto, a repressão imposta aos trabalhadores não conseguiu desarticular sua organização, tampouco sua determinação e anseio em almejar a terra. Neste âmbito, cabe ressalta que,

Não se trata mais de uma luta simbolicamente representada pela oposição latifúndio-campesinato e ideologicamente referenciada pela utopia revolucionária, difundida à época pelos partidos de esquerda, se bem que ainda persistam, na atualidade, posicionamentos político-ideológicos baseados na idéia da reforma agrária como instrumento de transformação social. (ARAÚJO, 2009.p.2)

Certamente, a luta pela conquista de um espaço próprio, reivindicada pelos sem-terra, pequenos produtores e expropriados do campo, envolvia ainda a garantia dos direitos de cidadania, democracia e ao acesso de serviços básicos (saúde, educação, cultura) que foram precarizados ou negligenciados pelas políticas, gerada a partir da concentração de capital nas mãos de grandes proprietários e representantes do agronegócio. Assim, as lutas travadas repercutem para muito além de seus locais de conflitos, já que incentivam os oprimidos a lutarem por seus direitos e interesses, e funcionam como mecanismo de transformação da realidade social no campo brasileiro.

A atuação e persistência destes trabalhadores sem-terra em de dezembro de 1990 resultou na consumação de práticas favoráveis as causas da Reforma Agrária, uma vez que foi sugerida a desapropriação da Fazenda Nova Santo Inácio Ranchinho (propriedade de 3.958,62 ha.) em abril de 1991. Conforme as afirmações de GOMES (2002), a partir deste período, iniciou-se um nova luta, desta vez judicial, entre os herdeiros da fazenda e os sem-terra e novamente estes últimos demonstraram perseverança. As famílias continuaram acampadas na BR-497 até maio de 1993, e cansadas de assistirem as promessas não cumpridas pela justiça, depois um período de 3 a 4 anos de resistência decidiram ocupar a fazenda Nova Santo Inácio Ranchinho situada a 250 km da BR-497. Entretanto, foi somente no mês de maio de 1994 que Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) propôs a criação do Projeto de Assentamento Nova Santo Inácio Ranchinho, onde foram estabelecidas 115 famílias.

Nesse sentido,

Ocupando, é dessa forma, que os trabalhadores sem terra vêm a público, dimensionam o espaço de socialização política, intervindo na realidade, construindo o espaço de lutas e resistência, quando ocupam a terra ou acampando nas margens das rodovias. (FERNANDES, 2001. p.8)

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Tendo em vista o processo de formação e consolidação do Projeto de Assentamento em Campo Florido, compreendem-se como as ocupações se traduzem na possibilidade de criação de novos territórios para a agricultura familiar. Ainda em concordância com FERNANDES (2001), as ocupações são manifestações decorrentes das e expectativas dos sem-terra, que criam fatos e desvendam situações, resultantes da necessidade de sobrevivência. Assim, as ocupações ocorridas em Campo Florido simbolizam verdadeiro marco na luta pela terra no Triângulo Mineiro, que levou também reativação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais local com a criação do P.A. Nova Santo Inácio Ranchinho.

Outra ação de grande visibilidade para os trabalhadores rurais no Triângulo Mineiro teve como cenário a Fazenda Tangará, que foi ocupada pela primeira vez em 1999 e traz em seu histórico uma particularidade muito relevante. A área ocupada pertencia a uma grande empresa do ramo de reflorestamento, Companhia de Integração Florestal (CIF) pertencente a um grupo de empresários de Uberlândia.

A ocupação da Fazenda Tangará gerou uma grande repercussão política e social, “tendo, inclusive, sido convocada pelo INCRA, uma audiência pública com vistas a fazer uma ‘consulta’ à sociedade acerca do ‘caso Tangará’. (GOMES, 2004, p. 174).

Dessa forma, é possível notar a importância dessa ocupação para o fortalecimento e reafirmação dos sem-terra na região e a demonstração de enfrentamento frente aos grandes latifundiários, presentes historicamente na região do Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba.

A luta realizada na Fazenda Tangará foi uma das primeiras ações do MLST – Movimento de Libertação dos Sem-Terra – que alcançou grande visibilidade, até mesmo nos meios de comunicação, uma vez que os sem-terra demonstraram persistência e resistência frente às dificuldades enfrentadas na área ocupada.

Considerações

A modernização da agricultura brasileira trouxe muitas inovações tecnológicas e ao mesmo tempo provocou grandes desigualdades sociais e impactos ambientais em todo Cerrado mineiro, especialmente na região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, com a implantação de propriedades que praticam os cultivos agrícolas modernos destinados à exportação. Neste contexto, o agronegócio é incentivado pelo Estado, promovendo a capitalização de propriedades voltadas à produção de monoculturas, principalmente soja, milho dentre outras, voltadas para atender essencialmente o mercado externo. Nesse processo, os Pequenos produtores rurais foram excluídos e ficaram à margem da modernização agrícola, pois os mesmo não possuíam capital e muito menos

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crédito para aquisição e desenvolvimento de suas plantações no novo modelo imposto pelos pacotes tecnológicos.

A dinâmica do processo produtivo presente na maioria das áreas do Cerrado, caracterizada pela monocultura voltada para exportação, constitui um entrave para produção e reprodução dos pequenos produtores rurais, uma vez que, dá continuidade ao sistema concentrado de distribuição de terras e conseqüentemente a sua característica mais perversa que é a exclusão social. Para reverter essa tendência, os trabalhadores rurais sem-terra se mobilizam e participam de movimentos sociais, a fim de resgatar seus direitos.

Notadamente, as ocupações se constituem como o meio mais eficiente de conseguir a terra, se constituindo como a maneira ativa de lutar contra a exclusão social no campo e ainda, na pressão para a criação dos assentamentos.

Referências

ARAÚJO, M.L.C. Luta pela terra e modernização da agricultura. Disponível em: < http://

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