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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

Nome da tecnologia: Formação de Transportadores de Suínos Ano de avaliação da tecnologia: 2011

Unidade: Embrapa Suínos e Aves

Equipe de Avaliação: Marcos Novaes Osmar Dalla Costa Jonas I. dos Santos João D. Henn

Victor Grings

Marcio Gilberto Saatkamp Idair Pedro Piccinin

Levino José Bassi Joel Antônio Boff Jacir Albino Mauro Sulenta

Luizita Salete Suzin Marini Carlos Sulenta

Márcia Mara Tessmann Zanotto

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA

1.1. Nome/Título

Formação de Transportadores de Suínos

1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU

Objetivo Estratégico PDE/PDU

X Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio Inclusão da Agricultura Familiar

X Segurança Alimentar – Nutrição e Saúde Sustentabilidade dos Biomas

Avanço do Conhecimento Não se aplica

1.3. Descrição Sucinta

Iniciativa inédita no país, a Embrapa Suínos e Aves, a Cooperativa de Produção e Consumo Concórdia (Copérdia) e a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) promoveram em Concórdia o I Curso de Formação de Transportadores de Suínos. Em 2010 a ação envolveu outras 14 cooperativas ligadas à Cooperativa Central Oeste Catarinense Aurora. O objetivo foi de melhorar o bem-estar e a qualidade da carne, através da atualização e troca de informações com referência aos principais cuidados a serem adotados durante os procedimentos do manejo pré-abate. Em 2009, os cursos ocorreram em Chapecó, SC (de 22/05 a 31/07), em Sarandi, RS (de 03/07 a 04/09) e em Joaçaba, SC (de 03/07 a 06/09). As três edições do curso realizadas em 2009 se inserem em um conjunto de ações da Aurora para reduzir a mortalidade no transporte de suínos para abate. É apresentado em aulas teóricas e práticas, que abrangem 8 módulos: direção econômica, direção defensiva, manutenção preventiva do caminhão, orientações e exercícios laborais antes e após uma jornada de trabalho, efeito do manejo pré-abate dos suínos sobre o bem-estar e a qualidade da carne, acompanhamento do embarque dos suínos na granja, avaliação prática das conseqüências das falhas no manejo pré-abate no bem-estar e na qualidade da carne e avaliação do curso e identificação dos pontos críticos no transporte de suínos.

1.4. Ano de Lançamento: 2008

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1.6. Abrangência

Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul

AL AC DF ES PR BA AM GO MG RS X CE AP MS RJ SC X MA PA MT SP PB RO PE RR PI TO RN SE 1.7. Beneficiários

Os beneficiários da tecnologia são os suinocultores, as empresas e cooperativas agroindustriais que abatem suínos, os transportadores de suínos, os consumidores de carne suína (no Brasil e nos países importadores) além de ter impacto no bem-estar dos suínos.

2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

Os II, III, IV e V Cursos de Formação de Transportadores de Suínos abordam de forma ampla (teoria e prática) questões relativas aos cuidados com bem-estar animal no transporte de suínos para abate, abrangendo também o motorista e o caminhão. É um trabalho pioneiro que vem sendo realizado no Brasil, que formou 100% dos transportadores de suínos para abate de 14 cooperativas ligadas à Coopercentral. Aurora (92 transportadores que atendem a 2.683 suinocultores em sistema de parceria que realizam a engorda e a terminação dos animais).

Identificam-se diversos impactos econômicos advindos da adoção da tecnologia. Os mais importantes são a redução da mortalidade no transporte de animais e a redução das lesões. As condições de embarque e de transporte têm impacto na produtividade e na qualidade da carne, além disso, podem suscitar ações protecionistas baseadas em critérios de bem-estar animal. Tem o potencial de reduzir os custos de transporte pela maior capacitação do motorista. Por outro lado, do ponto de vista da agregação de valor não se identificou benefício econômico, tendo em vista que não afetou os preços pagos pelos clientes (empresas e cooperativas que abatem suínos).

Do ponto de vista social, verifica-se a valorização do motorista (freteiro), que passou a ser parceiro no processo, integrante do círculo de qualidade da cooperativa. Há forte impacto em capacitação e melhora das condições de trabalho (ginástica laboral). Do ponto de vista ambiental houve investimento em melhorias nas carrocerias, com a instalação de tanques para que o dejetos não sejam espalhados na estrada (mudança no caminhão), bem como mudança na forma de molhar os animais após o embarque, com a economia de água.

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3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS

A Unidade utilizou a metodologia do excedente econômico: sim ( X ) não ( )

A mortalidade no transporte antes, em comparação com a situação após o curso, apresentou uma redução em 0,12 pontos percentuais. A mortalidade, assim como a qualidade da carcaça, têm causas multifatoriais, não sendo possível atribuir este resultado diretamente ao curso em bem-estar. A Cooperativa Central Oeste Catarinense Aurora vem desenvolvendo diversas ações na área de qualidade que também têm impacto nestes critérios de eficiência e qualidade. Além disso, verifica-se uma tendência de redução na mortalidade no transporte nos últimos sete anos, o que sugere que a redução entre 2008 e 2011 seja a continuidade de um processo mais amplo e de mais longo prazo.

Entretanto, para fins deste relatório de avaliação dos impactos gerados pela formação de transportadores, estipulou-se que a adoção da tecnologia teria sido responsável por 25% da redução de mortalidade verificada entre 2008 e 2011. Na Tabela1 - C, temos o preço médio dos suínos, ano após ano, conforme informações obtidas no Instituto de Planejamento e Economia Agrícola de Santa Catarina - ICEPA, referentes ao peso médio de 115Kg. Desta forma, temos um ganho líquido unitário (Tab. 1 - E) de R$ 538,55, em 2011, referente a redução das mortes de suínos durante o transporte, o que seria equivalente a ter poupado em torno de 2 animais para cada 1.000 transportados.

Tabela 1. Ganhos Líquidos Unitários por aumento de produtividade. 2012 Projeção.

Em 2009 a Aurora transportou aproximadamente 2.016 mil animais, sendo que as cooperativas que participaram dos cursos em 2008 e 2009 representam 1.714 animais desse total.

Entretanto, como os cursos ocorreram entre maio e setembro, considerou-se para a área de abrangência apenas os animais transportados no segundo semestre deste ano, ou seja, 857 mil cabeças. Assim, e considerando-se a participação da Embrapa de 25%, estima-se um benefício econômico em função de ganhos de produtividade de R$30.921,55 (Tabela 2). Ano Unidade de Medida (UM) Mortal. Antes no Transporte Cabeças / UM (A) Mortal. Atual no Transporte Cabeças / UM (B) Preço Unitário R$/ Cabeça (C) Custo Adicional R$/UM Ganho Unitário R$ / UM E= [(B-A)xC]-D 2008 17 15 272,55 - 648,67 2009 17 15 202,40 - 481,71 2010 16 14 265,65 - 595,06 2011 15 13 256,45 - 538,55 2012 15 13 269,27 - 565,47 1.000 cabeças Suíno de 115 kg

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Tabela 2. Benefícios Econômicos na Região. 2012 Projeção.

Para cálculo dos benefícios econômicos regionais, entende-se que a área de abrangência da formação de transportadores, tenha sido de 30% da produção de suínos em Santa catarina e cerca de 5% da produção no Rio Grande do Sul. Considerando-se que a participação da Embrapa tenha ficado em torno dos 25% dos esforços para redução da mortalidade, temos então um benefício econômico acumulado de 1,4 milhões de reais ao longo dos 4 anos (25%). Num total de mais de 5,6 milhões economizados desde a implementação do programa e R$ 348.190,28, somente em 2011.

4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS

A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social ( X ) sim ( ) não.

Para 2011, o impacto social é positivo (coeficiente de 1,85 na Tabela 3), mantendo-se os resultados obtidos em 2010 e, não tendo sido realizadas entrevistas com novos beneficiários ou especialistas, apenas entrevistas com o pesquisador responsável pela formação de transportadores de suínos.

Tabela 3. Impactos sociais

Indicadores Não se aplica Especialistas

Capacitação 5,3

Oportunidade de emprego local Qualificado X Oferta de emprego e condição do trabalhador X

Qualidade do emprego X

Geração de Renda do estabelecimento 3,8

Diversidade de fonte de renda X

Valor da propriedade 1,3

Saúde ambiental e pessoal X

Segurança e saúde ocupacional X

Segurança alimentar 4,5

Dedicação e perfil do responsável 7,5

Condição de comercialização X Reciclagem de resíduos 1,0 Relacionamento institucional X Total 1,85 Ano Participação da Embrapa - % (D) Ganho Líquido Embrapa - R$/UM E=(CxD) Produção em SC e RS (F) (1.000 Cabeças) Área de Adoção proporção por Estado Área de Adoção: 1.000 Cabeças SC e RS (G) Benefício Econômico R$ H=(Ex(FxG)) 2008 100% 648,67 14.788 30% SC e 5% RS 2.331 1.511.982,57 2009 100% 481,71 15.699 30% SC e 5% RS 2.550 1.228.221,09 2010 100% 595,06 15.611 30% SC e 5% RS 2.512 1.494.810,42 2011 100% 538,55 16.072 30% SC e 5% RS 2.586 1.392.761,10 2012 100% 565,47 16.072 30% SC e 5% RS 2.638 1.491.647,14

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4.1. Aspecto Emprego

O indicador “Capacitação” apresenta coeficiente de impacto no valor de 5,3, conforme entrevista realizada com o pesquisador responsável (especialista). A tecnologia avaliada/ formação de transportadores de suínos, em se tratando de curso de formação, tem expressivo impacto no tipo de capacitação e nível, sendo um evento local, de curta duração e, de nível técnico.

A intensa troca de informações e capacitação entre os técnicos da Empresa e transportadores não surtiu efeito ou não foi percebido impacto nos indicadores de “Oportunidade de Emprego Local Qualificado”, quanto a origem ou qualificação do trabalhador, “Oferta de Emprego e Condição do Trabalhador”, com atributos referentes a condição do trabalhador (temporário, permanente, parceiro ou familiar), ou “Qualidade do Emprego”, sem mudanças percebidas nos atributos sobre a legislação trabalhista e benefícios trabalhistas auferidos aos tratadores/produtores.

4.2. Aspecto Renda

O indicador “Geração de Renda no Estabelecimento” apresenta coeficiente com resultado de 3,8. A partir da adoção do curso de formação, foi apontado impacto na renda da propriedade, estando este relacionado ao atributo de estabilidade. O fato é que o curso de formação afeta diretamente o manejo dos animais, melhorando as condições de bem-estar dos suínos, reduzindo-se a mortalidade e os custos de produção, desta forma, favorecendo a manutenção da atividade de transporte, melhorando a renda e garantindo o emprego dos transportadores.

Para o indicador “Diversidade de Fontes de Renda”, com variáveis de diversificação desta renda, dentro e fora dos estabelecimento, não sofre impacto ou não pode ser identificado. O último indicador do aspecto renda diz respeito ao “Valor da Propriedade”. Apresentando valor de 1,30. É percebido de forma menos expressiva e, está relacionado ao aumento do valor da propriedade em função das mudanças na carroceria dos caminhões e a redução de vazamentos de dejetos no transporte.

4.3. Aspecto Saúde

Para os indicadores “Saúde Ambiental e Pessoal” e “Segurança e Saúde Ocupacional”, não foram percebidos impactos advindos da adoção do curso de formação. O impacto da tecnologia Embrapa sobre aspectos de insalubridade/doenças, emissão de poluentes atmosféricos e hídricos, periculosidade ou exposição a agentes biológicos que poderiam afetar direta ou indiretamente a saúde do tratador, não puderam ser identificados ou confirmados pelo entrevistado.

O impacto no indicador “Segurança Alimentar”, a partir da adoção curso de formação de transportadores, é citada de forma expressiva pelo especialista, valor de 4,50. Neste caso, o entrevistado atribui a redução do número de carcaças condenadas/ lesões na ocasião do abate, bem como uma menor mortalidade, à adoção do curso

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de transportadores de suínos, impactando diretamente e de forma positiva na oferta de carne/ alimento.

4.4. Aspecto Gestão e Administração

O indicador “Dedicação e Perfil do Responsável” apresenta impacto positivo bastante expressivo a partir da adoção da formação de transportadores, com valor de 7,5. Afetando diretamente a variável de capacitação dirigida a atividade, mesmo porque “capacitação” é a finalidade do serviço/ tecnologia avaliada. O engajamento familiar também sofre impacto, uma vez que a formação de transportadores permite que os beneficiários organizem melhor suas atividades com maior envolvimento da mão-de-obra familiar. Por fim, a variável de certificação e rotulagem, também é afetada, isto porque a formação de transportadores busca a normatização das atividades/ manejo pré-abate dos suínos, com ênfase na certificação do bem-estar animal.

Para o indicador “Condição de Comercialização”, não foram percebidos impactos, seja no tipo de venda, processamento, propaganda, marca ou cooperação com outros produtores locais. Quanto ao indicador “Disposição de Resíduos”, é percebido e, apresenta impacto positivo com o valor de 1,0, com menor geração de resíduos da produção no que diz respeito ao maior aproveitamento da carne produzida (menos lesões e condenações da carcaças). Temos ainda o indicador “Relacionamento Institucional”, com variáveis de alcance institucional e capacitação contínua não tendo sido afetadas/ impactadas pelo curso de formação. Observando- se que a formação dos transportadores de forma contínua depende de muitos fatores que estão sendo analisados.

5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA GERAÇÃO DE EMPREGOS

O impacto do curso de formação de transportadores de suínos sobre a geração de empregos foi estimado tomando-se como base a elasticidade dos preços ou custos de produção de 1 quilograma de carne suína e, a relação desta variável com a possível exclusão de produtores caso a tecnologia avaliada/ curso de formação não estivesse disponível ao mercado. Para fins destes cálculos, foi considerada a elasticidade de preço (Tab. 4 – A), com valor de 0,889% (Pintos – Payeras, 2009). Também foram considerados: A variação/ diferença entre os custos de produção antes e após a realização do curso (Tab. 4 - B) e; Os empregos envolvidos com a atividade suinícola, proporcionais a adoção da tecnologia (Tab. 4 – D), cerca de 75% dos empregos que estão relacionados a atividade de produção de carne suína em Santa Catarina e, cerca de 10% no Rio Grande do Sul.

A ausência do curso de formação de transportadores de suínos, aumentaria os custos de produção, em percentual, conforme Tabela 4 – B. Temos então a variação percentual provocada na produção, a partir da adoção da tecnologia Embrapa (Tab. 4 - C), sendo (C) = (A) x (B) e, por fim, temos o número de empregos atribuídos a adoção da tecnologia Embrapa (Tab. 4 - E), sendo (E) = (C) x (D). A partir do exposto, conclui-se então que aproximadamente 4 empregos (E), foram mantidos ou gerados com a adoção da tecnologia, uma quantidade pouco expressiva que de fato

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não reflete os ganhos econômicos, sociais e ambientais atribuídos a adoção desta tecnologia.

Tabela 4 – Empregos Atribuídos a Adoção da Tecnologia Embrapa

6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC ( X ) sim ( ) não.

Para 2011, o impacto ambiental é positivo (coeficiente de 0,66 na Tabela 5), mantendo-se os resultados obtidos em 2009 e, não tendo sido realizadas outras entrevistas, apenas uma entrevista com o pesquisador responsável pela formação de transportadores de suínos.

Tabela 5. Impactos ambientais

Indicadores Não se aplica Especialistas

Uso de agroquímicos/insumos químicos e ou materiais X

Uso de energia X

Uso de recursos naturais 0,6

Atmosfera 1,5 Qualidade do Solo X Qualidade da Água X Biodiversidade X Recuperação ambiental X Qualidade do produto X Capital Social X

Bem-estar e saúde do animal 5,3

Total 0,66

6.1. Alcance da Tecnologia

O curso de formação de transportadores de suínos foi realizado em 2008, 2009, 2010 e 2011, abrangendo dois estados brasileiros, Santa Catarina, beneficiando direta e indiretamente cerca de 75% dos seus empregos que estão relacionados a atividade de produção de suinícola e, Rio Grande do Sul, com cerca de 10 % dos seus empregos na suinocultura. O curso de formação de transportadores foi ministrado no Meio-oeste de Santa Catarina, alcançando cerca de 20% da produção de carne suína brasileira, influenciando os agentes produtivos envolvidos e participando da redução de custos na cadeia produtiva desta carne.

ANO Elast. Preço Var. Custos Var. Produção Emp. Avicultura Emp. Embrapa 2010 (A) (B) (C) = (A) x (B) % Adoção (D) (E) = (C) x (D)

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6.2. Aspecto Eficiência Tecnológica

Os indicadores “Uso de Insumos Materiais” e, “Uso de Energia”, com atributos de impacto relacionados ao uso de insumo veterinários (frequência, variedade, resíduos) e a alimentação (ração, volume/ silagem, suplementos) ou, uso de combustíveis fósseis, biomassa e eletricidade não se aplicam ou não puderam ser identificados pelo entrevistado a partir da adoção do curso/ tecnologia avaliada. Quanto ao indicador “Uso dos Recursos Naturais”, temos um impacto positivo com valor de 0,60 e, refere-se principalmente a redução na utilização de água para o manejo durante o transporte, especialmente na hora de molhar os animais após o embarque

6.3. Aspecto Conservação Ambiental

O impacto sobre o indicador “Atmosfera” é positivo, com valor de 1,50. É entendimento que a formação de condutores impactou no atributo “odores”, com redução deste tipo de poluente durante o transporte dos animais (mudanças na carroceira dos caminhões). Já no que diz respeito aos indicadores de “Qualidade do solo”, “Qualidade da água” ou, “Biodiversidade”, não foi percebido pelos entrevistados produtores e especialistas ou não se aplicam a tecnologia avaliada.

6.4. Aspecto Recuperação Ambiental

O Indicador “Recuperação Ambiental”, com atributos de degradação dos solos ou ecossistemas, APPs ou Reserva Legal, não se aplica a tecnologia/ curso avaliado ou não pode ser identificado pelo entrevistado especialista.

6.5. Aspecto Qualidade do Produto

O Indicador “Qualidade do Produto”, com variáveis de aditivos, resíduos químicos ou contaminantes biológicos, relacionados a carne, não se aplica a tecnologia/ curso avaliado ou não pode ser identificado pelo entrevistado especialista.

6.6. Aspecto Bem-estar e Saúde Animal

O indicador de “Bem-estar Animal Sob Pastejo” não se aplica a tecnologia avaliada, uma vez que a formação de transportadores é direcionada para a produção de suínos em sistemas confinados. Quanto ao indicador “Bem-estar Animal Sob Confinamento”, temos neste caso o coeficiente que mais impactou na Avaliação Ambiental, com valor positivo de 5,3. Este resultado se deve as orientações prestadas durante o curso de formação, especialmente a respeito do acesso dos animais as fontes de alimento (água) durante a operação de transporte. Com o manejo adequado, reduz-se o stress dos suínos, favorecendo-se o bem-estar animal.

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6.7. Capital Social

O aspecto “Capital Social” não se aplica a esta tecnologia, uma vez que, para fins deste trabalho, o módulo utilizado foi o Ambitec - Produção Animal.

7. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE CONHECIMENTO, CAPACITAÇÃO E POLÍTICO-INSTITUCIONAL

O desenvolvimento da tecnologia trouxe impactos no conhecimento, na capacitação e no âmbito político-institucional (Tabela 5). Houve um incremento no conhecimento das diversas realidades de campo na área de bem-estar animal, um maior intercâmbio de conhecimento com a equipe da WSPA e um aumento da diversidade de conhecimentos no que tange à formação de equipes a campo.

No que tange à capacitação, destaca-se a parceria entre as três instituições e a socialização do conhecimento através do curso. Por fim, no âmbito político-institucional, destacam-se a melhora nas relações público-privadas, na imagem da instituição e da cooperativa e na capacidade de captar recursos para o curso (através do MAPA).

Tabela 5. Impacto sobre o Conhecimento, Capacitação e Político-Institucional

Indicadores Não se

aplica Avaliador

Nível de geração de novos conhecimentos 1

Grau de inovação das novas técnicas e métodos gerados X

Nível de intercâmbio de conhecimento 1

Diversidade dos conhecimentos aprendidos 3

Patentes protegidas X

Artigos técnico-científicos publicados em periódicos indexados X

Teses desenvolvidas a partir da tecnologia X

Capacidade de se relacionar com o ambiente externo 3

Capacidade de formar redes e de estabelecer parcerias 3 Capacidade de compartilhar equipamentos e instalações X

Capacidade de socializar o conhecimento gerado 3

Capacidade de trocar informações e dados codificados X

Capacitação da equipe técnica 1

Capacitação de pessoas externas 1

Mudanças organizacionais e no marco institucional X Mudanças na orientação de políticas públicas X

Relações de cooperação público-privada 1

Melhora da imagem da instituição 3

Capacidade de captar recursos 3

Multifuncionalidade e interdisciplinaridade das equipes X Adoção de novos métodos de gestão e de qualidade X

Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem mudança (0): sem alteração ou alterações que representam reduções ou aumentos menos de 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%.

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8. AVALIAÇÃO INTEGRADA E COMPARATIVA DOS IMPACTOS GERADOS

O Curso de Formação de Transportadores de Suínos é uma iniciativa inédita no país, através de uma parceira da Embrapa Suínos e Aves, a Copérdia e a WSPA, tem como objetivo melhorar o bem-estar e a qualidade da carne, através da atualização e troca de informações com referência aos principais cuidados a serem adotados durante os procedimentos do manejo pré-abate.

Apresenta benefícios econômicos modestos, mas pondera-se que além de ter diversos benefícios não mensurados por esta avaliação, o ano de 2008 se caracterizou por uma área de abrangência bastante reduzida (apenas 4º trimestre). Esta aumentará nos anos subsequentes à adoção da tecnologia. Por outro lado, não é possível afirmar que a redução da mortalidade no transporte verificada seja determinada pela realização do curso. Os impactos sociais são importantes e se relacionam aos benefícios econômicos porque advêm da capacitação dos motoristas e seu engajamento na atividade. Os benefícios ambientais também são importantes. Por fim, há diversos desdobramentos sobre o conhecimento, a capacitação e a esfera político-institucional que apontam para a avaliação positiva da tecnologia.

9. CUSTOS E RECEITAS DA TECNOLOGIA

O desenvolvimento do curso utilizou conhecimento da Embrapa Suínos e Aves acumulado ao longo de diversos projetos e linhas de pesquisa e cursos de formação de pessoal (mestrado e doutorado). Estes custos não serão contabilizados porque já foram incorridos (conceito econômico de custos afundados) e porque servem a uma vasta gama de produtos, processos, tecnologias e conhecimentos gerados pela empresa, não havendo uma regra clara e objetiva para seu rateio. Para os custos relacionados diretamente com o curso, utilizou-se apenas a dedicação dos empregados na sua realização.

Os custos da Embrapa com o desenvolvimento e execução dos cursos em 2011 foram de R$ 133.271,30 (Tabela 6), referentes as horas de um pesquisador e de três assistentes, custos administrativos e patrocínios. O montante de gastos entre 2008 e 2011, foi de R$ 280.776,30, onde inclui-se os custos com transferência da tecnologia. Além disso, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) disponibilizou R$55 mil, sendo que estes valores não foram contabilizados porque não houve desembolso por parte da Embrapa. Por fim, destaca-se que o curso não obteve receita e foi gratuito para as cooperativas e os motoristas participantes. Tab. 6.

Tabela 6 – Demonstração dos custos da Formação de Transportadores de Suínos (Histórico 2008-2010).

Custos com Custos com Depreciação Custos de Custos de

Pessoal Pesquisa de Capital Administração Transf. de Tecn.

2008 22.752,00 - - 55.000,00 500,00 78.252,00 2009 21.238,00 - - - 21.238,00 2010 48.015,00 - - - - 48.015,00 2011 50.688,00 80.000,00 2.583,30 133.271,30 Total 142.693,00 - - 135.000,00 3.083,30 280.776,30 ANO TOTAL

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Quanto as receitas, não existem vendas diretas, ou outras, ou royalties correlacionadas a tecnologia, entretanto devemos considerar a economia proporcionada com redução de custos a partir da adoção da tecnologia avaliada/ curso de formação. Somente em 2011, temos o valor de R$ 1.392.761,10 que a sociedade economizou reduzindo-se as perdas no transportes dos suínos para o abate e fases do sistema. Vale destacar que o benefício econômico acumulado chega ao montante de 5,6 milhões de reais referentes aos anos de 2008 até 2011. Por fim, se considerarmos os custos, então temos um superávit acumulado de R$

5.346.998,88 referentes a redução de custos para a sociedade (2008 -2010). Tab. 7. Para cálculo da taxa interna de retorno (TIR) que envolve as operações com

o curso de transportadores de suínos, consideramos o benefício econômico gerado pela tecnologia a partir da redução de custos para a sociedade. Desta forma a TIR fica em 1.904,36 % em 4 anos de implementação da tecnologia – o retorno tão alto é justificado porque os custos são muito baixos em comparação com a receita. Em 2012, a projeção do benefício econômico para os usuários da tecnologia/ curso, fica em cerca de 1,49 milhões de reais. Tabela 7.

Tabela 7 – Formação de Transportadores de Suínos - Demonstração dos Resultados.

10. AÇÕES SOCIAIS

Não foram desenvolvidas ações sociais relacionadas a esta tecnologia para fins do Balanço Social da Empresa.

11. FONTE DE DADOS

O procedimento de coleta de dados e informações compõem-se de quatro partes. A entrevista com pesquisadores e técnicos da Embrapa Suínos e Aves para caracterizar a tecnologia, seus beneficiários e a área de abrangência. Os preços, área de abrangência e redução na mortalidade foram disponibilizados pela Aurora. A parte mais importante foi a de campo, a partir de 06 entrevistas com dois técnicos e quatro motoristas que realizaram o curso, obteve-se informações acerca da caracterização dos beneficiários e dos benefícios econômicos. Também se obteve os dados para a metodologia Ambitec. As entrevistas foram amparadas por um

Curso de Transportadores ANO ANO Acumulado

(*) Projeção 2011 2012 * 2000-2011

Receitas (R$) - - -Custos Operacionais/ Pesquisa (50.688,00) - 142.693,00 Despesas Administrativas e de TT (82.583,30) - 138.083,30 Outras Despesas - - -Resultado (133.271,30) - (280.776,30) Benefício Econômico (R$) 1.392.761,10 1.491.647,14 5.627.775,18 Resultado com Benefício Econômico 1.259.489,80 1.491.647,14 5.346.998,88 Taxa Interna de Retorno (TIR) 1.904,36 %

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roteiro que foi elaborado e discutido com toda a equipe. Por fim, para as estimativas de custo da tecnologia foram realizadas consultas à área orçamentária e ao setor de vendas da Unidade.

12. BIBLIOGRAFIA

DALLA COSTA, O. A., PARANHOS DA COSTA, M. J. R., FAUCITANO, L., COLDEBELLA, A, TRIQUES, N. J., LUDKE. J. V., ARAÚJO, P.A; ATHAYDE, N.B, CIOCCA, J. R. Efeitos da mistura de lotes sobre indicadores fisiológicos de estresse em suínos destinados ao abate. In: IV FÓRUM INTERNACIONAL DE SUINOCULTURA: Trabalhos Técnicos. Anais... Curitiba, 2008, p. 277-278, vol.II. DALLA COSTA, O. A.; ARAÚJO, A.P.; CIOCCA, J.R.P.; ATHAYDE, N.B; PARANHOS DA COSTA, M. J. R.; KLEIN, E. L.; BAGGIO, E. E. Avaliação das condições de transporte, desembarque e incidência de quedas dos suínos na perspectiva do bem-estar animal. Concórdia: EMBRAPA suínos e aves, 2007. (Comunicado Técnico, 459).

DALLA COSTA, O. A; ARAÚJO, A. P.; BAGGIO, E. E.; CIOCCA, J. R. P.; ATHAYDE, N. B. Técnicas de manejo racional no desembarque de suínos destinados ao abate. Concórdia: EMBRAPA suínos e aves, 2008. 2 folhas, (EMBRAPA suínos e aves. Instrução Técnica ao Suinocultor, 21).

DALLA COSTA, O.A.; MIRANDA, C.; ATHAYDE, N.B.; ARAÚJO, A.P.; CIOCCA, J.R.P.; BALBINOTT, L.; ARBORTE, C.; ROÇA, R.O. Fatores que influenciam a taxa de mortalidade dos suínos durante o manejo pré-abate: uma visão de produtores, transportadores e técnicos. In: 35º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA (CONBRAVET). Anais... Gramado, 2008.

LUDTKE, C.B.; SILVEIRA, E.T.F.; DALLA COSTA, O.A.; ARAÚJO, A.P.; MELLO JÚNIOR, A.S; AZAMBUJA, N.S.; ROÇA, R.O.; ATHAYDE, N.B. Bem-estar animal no transporte e a influência na qualidade da carne suína. In: IV FÓRUM INTERNACIONAL DE SUINOCULTURA: Trabalhos Técnicos. Anais... Curitiba, 2008, p. 279-280, vol.II.

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(14)

13. EQUIPE RESPONSÁVEL (Contatos)

Nome Função Matrícula Correio Eletrônico

Marcos Novaes Entrevistas, impactos econômicos, sociais e ambientais; custos e receitas

316819 mnovaes@cnpsa.emb

rapa.br Jonas Irineu dos Santos

Filho

impactos econômicos e sociais 291785 Jonas@cnpsa.embrapa

.br João Dionísio Henn Entrevistas, impactos econômicos, sociais e

ambientais; custos e receitas

352639 Joa.henn@cnpsa.embrapa.br

Márcia Mara Tessmann Zanotto

Referências

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