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ASSOCIAÇÃO ENTRE CONSUMO ALIMENTAR E (IN)SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM SÃO JOSE DOS RAMOS - PB

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ASSOCIAÇÃO ENTRE CONSUMO ALIMENTAR E

(IN)SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL EM SÃO

JOSE DOS RAMOS - PB

K.B.B. Oliveira

1

, A. Alvez

2

, A. Neves

3

, C.Modesto

4

, C.C.S.Silva

5

; R.P.T. Vianna

6

1- Discente do Curso de Nutrição - Departamento de Nutrição – Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário I, – CEP: 58059-900 – João Pessoa –PB – Brasil, Telefone: (xx-83) 3216-7499 – Fax: (xx-83) 3216-7419 – e-mail: (karenbeatriz_04@hotmail.com)

2- Discente do Curso de Nutrição - Departamento de Nutrição – Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário I, – CEP: 58059-900 – João Pessoa –PB – Brasil, Telefone: (xx-83) 3216-7499 – Fax: (xx-83) 3216-7419 – e-mail: (alinealves280@yahoo.com.br)

3 - Discente do Curso de Nutrição - Departamento de Nutrição – Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário I, – CEP: 58059-900 – João Pessoa –PB – Brasil, Telefone: (xx-83) 3216-7499 – Fax: (xx-83) 3216-7419 – e-mail: (anaelneves@gmail.com)

4 - Discente do Curso de Nutrição - Departamento de Nutrição – Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário I, – CEP: 58059-900 – João Pessoa –PB – Brasil, Telefone: (xx-83) 3216-7499 – Fax: (xx-83) 3216-7419 – e-mail: (cellymodesto@hotmail.com)

5- Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde – Departamento de Estatística – Centro de Ciências Exatas e da Natureza - Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário I, – CEP: 58059-900 – João Pessoa –PB – Brasil, Telefone: (xx-83) 3216-7592 – Fax: (xx-83) 3216-7487 – e-mail: (cez2004@hotmail.com).

6- Orientador. Prof. do Departamento de Nutrição e do Programa de Pós-Graduação em Modelos de Decisão e Saúde. Departamento de Nutrição – Centro de Ciências da Saúde - Universidade Federal da Paraíba, Campus Universitário I, – CEP: 58059-900 – João Pessoa –PB – Brasil, Telefone: (xx-83) 3216-7499 – Fax: (xx-83) 3216-7419 – e-mail: (vianna-rodrigo@yahoo.com.br)

RESUMO – A prevalência de insegurança alimentar é importante para a avaliação das

condições de vida e planejamento de políticas públicas de combate à fome. A pesquisa foi realizada com 177 famílias de São José dos Ramos, no ano de 2005, através de entrevista. A análise dos dados, através de regressão logistica e do ODDS RATIO, utilizou como variável dependente estar ou não em segurança alimentar, avaliação resultante da aplicação da Ebia, e como variável independente dicotômica o consumo de 15 conjuntos de alimentos. O modelo em regressão logistica e o odds ration mostraram associação do leite integral; manteiga, biscoito, bolacha, bolo com a segurança alimentar. Contudo deve-se levar em consideração o conceito ampliado de Segurança Alimentar e Nutricional que enfatiza outros fatores relevantes além do consumo alimentar como a disponibilidade de alimento, que se incorpora às condições de renda e padrão de vida.

ABSTRAT- : the prevalence of food insecurity is important for the assessment of the

conditions of life and planning of public policies for combating hunger. The survey was conducted with 177 families of São José dos Ramos, in the year 2005, through interview. Data analysis, through logistics regression and ODDS RATIO, used as the dependent variable is in food safety assessment resulting from the application of Ebia, and as a variable dichotomic-independent consumption of 15 sets of food. The regression model Logistics and the odds ration of Association showed whole milk; butter, biscuit, cracker, cake with food safety. However you should take into consideration the expanded concept food and nutritional security that emphasizes other relevant factors beyond the food

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consumption as food availability, which incorporates income conditions and standard of living.

PALAVRAS-CHAVE: Segurança alimentar, Consumo Alimentar, Direito Humano à Alimentação.

KEYWORDS : Food safety, Food Consumption, Human Right to Food.

1.INTRODUÇÃO

É de direito humano uma alimentação adequada disponível. Através da lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, validada em 2006 pelo Presidente da República, é proposta a busca pela qualidade, o acesso e a variedade de alimentos à grande maioria da população. Para a realização deste objetivo, foram criados os programas governamentais a exemplo do Bolsa Família que proporciona certa quantia em dinheiro as famílias para que possam ter uma renda a mais para suas despesas.

Conhecer a prevalência de insegurança alimentar (IA) é de grande importância para a avaliação das condições de vida e, conseqüentemente, para o planejamento de políticas públicas de combate à fome. Neste sentido foi realizado um estudo de base populacional em municípios do interior do estado da Paraíba, com a finalidade de conhecer melhor a situação do Estado, quantificar a prevalência de insegurança alimentar familiar e relacioná-la com o perfil social, demográfico e econômico das famílias desses municípios. (VIANA, SEGAL CORRÊA, 2008)

Considerado um estado de médio desenvolvimento pelo Programa das Nações Unidas (PNUD), a Paraíba encontra-se em uma situação não favorável demonstrada pela pesquisa realizada por Viana e Segal Corrêa (2008) onde dos municípios pesquisados se destacou São José dos Ramos apresentando o maior índice de insegurança alimentar.

A investigação desagregada em municípios do interior do estado permite conhecer características locais que podem não ser percebidas em unidades de análise regionais ou estaduais. Estas características, comuns à grande maioria dos municípios do semi-árido nordestino, mostram as conseqüências das desigualdades regionais e possibilitam dimensionar o contingente populacional sob risco de ocorrência de problemas nutricionais. . (VIANA, SEGAL CORRÊA, 2008)

A avaliação do consumo alimentar representa um papel importante na área de pesquisa em nutrição e saúde, podendo influenciar conseqüentemente no desenvolvimento de programas referentes a esse campo (CAVALCANTE, PRIORI, FRANCESCHINI, 2004).

O tipo de consumo alimentar de uma determinada população é influenciado por fatores econômicos, sociais, nutricionais e culturais (OLIVEIRA, THÉBAUD-MONY, 1997).

Levando em consideração que o conceito de segurança alimentar está diretamente ligado a questão da segurança nutricional, é importante verificar a qualidade da alimentação dos cidadãos que devem consumir alimentos seguros, que satisfaçam suas necessidades nutricionais, respeitando seus hábitos alimentares e culturais e que promovam sua saúde (MALUF, MENEZES, VALENTE, 1996).

Neste contexto notou-se a importância de se avaliar a associação entre a segurança alimentar com algumas variáveis sobre o consumo alimentar dessas famílias através de um modelo explicativo de regressão logística.

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2.MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa realizada foi do tipo transversal, exploratória, descritiva e de abordagem quantitativa. O local do estudo foi o município de São José dos Ramos, no interior da Paraíba, escolhido por apresentar no menor índice de segurança alimentar nutricional (SAN) em pesquisa realizada por Vianna; Segall-Corrêa (2008).

A população do estudo foi composta pelas famílias moradoras da zona rural e urbana deste município, e que recebem o auxílio do Programa Bolsa Família. A amostra foi definida por amostragem aleatória estratificada e para montagem do banco de dados foram utilizadas 177 famílias.

Para coleta de dados, realizada em 2005, foram utilizados a técnica da entrevista e um questionário semi-estruturado que incluíam caracterização da família: dados sócio demográficos; Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia); afirmativas sobre problemas relacionados à insegurança alimentar; idosos, hipertensão e diabetes, quantidade e variedade de alimentos; informações de rendimentos familiares. Foram seguidos os preceitos éticos de acordo com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (MS).

Na análise dos dados foi utilizado como variável dependente estar ou não em segurança alimentar, decisão resultante da aplicação da Ebia, e como variáveis independentes dicotômicas o consumo de 15 conjuntos de alimentos: Leite integral (puro/com café), Leite desnatado (puro/com café); Queijo prato, mussarela e manteiga; Pão francês, Pão de forma; Pão doce; Biscoito, bolacha salgada ou doce, torradas; Farofa, farinha de milho, mandioca; Embutidos (lingüiça, salsicha); Presunto, apresuntado, mortadela e outros frios; Ovos; Açúcar em sucos, café, café com leite; Doce de abóbora, batata doce, caju, goiabada, marmelada; Margarina comum passada no pão, biscoito, bolacha, bolo; Manteiga passada no pão, biscoito, bolacha, bolo; Aveia ou farinha láctea; frutas, sem incluir o suco; Vegetais (verduras, legumes) sem incluir batatas.

A técnica de regressão logística foi utilizada para obtenção de um modelo explicativo sem variáveis “dummies”, ajustando-o a partir do método backward ao nível de significância de 5%. A razão de chances (ODDS RATIO) foi utilizada para medir chance de uma família com SA consumir o alimento que obteve associação significativa no modelo de regressão logística.

3.RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a análise estatística da Figura 1, os alimentos que apresentaram associação significativa com a segurança alimentar foram: Leite integral (puro/com café), Pão francês, Pão de forma; Manteiga passada no pão, biscoito, bolacha, bolo. Isso quer dizer que a família que está em segurança alimentar tem a presença destes alimentos no consumo alimentar de sua casa.

Panigassi et al (2008), corroboram com este resultado ao demonstrar em sua pesquisa que existe um maior consumo, entre os grupos familiares que estão em SA, de alimentos construtores ricos em proteinas como o leite e seus derivados. Já Fávaro et al (2007) encontraram um alto consumo de leite em familias indígenas com IA moderado/grave que pode ser justificada em função da distribuição de leite em pó, realizada pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). E na Paraíba (PB), 52% da sua população pesquisada por Teixeira e Silva (2007) consumiam diariamente este alimento.

Além de ser demonstrado como importante para SA, o leite e seus derivados, como a manteiga, é considerado um alimento completo de elevado valor biológico na alimentação, oferecendo ao indivíduo macro e micronutrientes essenciais ao organismo. Sendo assim, deve ser um componente fundamental da dieta, especialmente na alimentação de crianças e idosos, por ser uma excelente fonte de vitamina A e das vitaminas do complexo B como a tiamina (B1), riboflavina (B2) e cobalamina (B12). A vitamina D e o ácido fólico aparecem em menores quantidades (SANTOS, 2008).

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Em termos de minerais, os mais abundantes no leite e derivados são o cálcio, que contribui para o desenvolvimento dos dentes, para a formação óssea e prevenção da osteoporose; o potássio, importante no equilíbrio acido-básico do organismo e no transporte de oxigênio; o fósforo, relacionado a constituição óssea dos dentes, além de atuar na formação dos ácidos nucléicos, e o sódio, relacionado com o controle da pressão arterial (SANTOS, 2008).

De acordo com Franco (2007), os pães, biscoitos e bolos fazem parte do grupo de cereais que representam a principal fonte de energia para o organismo, compostos por hidratos de carbono ou glicídios, seu valor calórico total na dieta, em algumas regiões do mundo, constitui quase que a fonte exclusiva. Além dessa característica eles exercem a função de poupança sobre as proteínas, transformando-se em gordura, quando em excesso na alimentação.

Com relação ao grupo dos cereais, Teixeira e Silva (2007) relataram consumo diário de 64% dos entrevistados no estado da PB; Já Karam e Barboza (2010), obtiveram que 35,4% dos entrevistados consumindo dois pães por dia, 29,2% consumindo um pão por dia, 20,8% três pães por dia. Uma dieta pobre em carboidratos complexos e rica em açúcares simples e gorduras está associada à obesidade e a outras doenças crônicas como diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial, levando à perda da qualidade de vida e, conseqüentemente, a um maior risco de morbi-mortalidade, principalmente por doenças cardiovasculares (PANIGASSI et al, 2008).

O modelo final explicativo em regressão logístico ajustado para consumo alimentar foi Y= 0,88.X1 – 1,63.X2 + 0,74.X3 -1,32.X4. O Null deviance (176 graus de liberdade) próximo do Residual deviance (172), indica que o modelo é adequado.

Figura 1: Coeficientes estimados do modelo de regressão logística para consumo alimentar e SA.

Por meio do gráfico de quantil-quantil (também conhecido com Q-Q plot), e com auxílios de envelopes simulados, pode-se concluir que o modelo satisfaz as suposições de normalidade exigidas, e, portanto a inferência sobre o mesmo está correta (Figura 2).

Figura 2: Gráfico de Normalidade

Pela a análise do ODDS RATIO, as famílias que estão em segurança alimentar (OR= 2,16) tem 2 vezes mais a chance de ter em seu consumo alimentar o leite integral puro ou com café das que não estão em SA. E possui 3 vezes mais chance de ter no consumo o pão francês e/ou pão de forma (OR = 3,14), como também de manteiga passada no pão, biscoito, bolacha, bolo (OR = 3,01) do que aquelas famílias em situação contrária.

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4.CONCLUSÃO

A pesquisa mostrou que alguns alimentos são essenciais para prevenir a IAN, porém levando em consideração o conceito ampliado de (IN) segurança Alimentar e Nutricional é importante enfatizar que outros fatores além do consumo alimentar, se tornam relevantes, como a disponibilidade de alimento, que se incorpora às condições de renda e padrão de vida, outra fator se refere ao respeito a diversidade cultural.

O modelo explicativo proposto mostrou-se adequado e poderá ser melhorado com a utilização de um banco de dados sobre consumo alimentar com informações atualizadas em novas coletas de dados sobre SA no município de São José dos Ramos.

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAVALCANTE, A.A.M; PRIORE, S.E. Estudos de Consumo Alimentar: Aspectos Metodológicos Gerais e o seu Emprego na Avaliação de Crianças e Adolescentes. Revista Brasileira de Saúde Materno-Infantil.Recife, v.4, p. 229-240, jul/set, 2004.

FRANCO, G. Tabela de Composição Química dos Alimentos. São Paulo: Atheneu, 2007. 307 p. FÁVARO, T. et al. Segurança alimentar em famílias indígenas Térena, Mato Grosso do Sul, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(4): 785-793, abr, 2007

KARAM, K.M.; BARBOZA, L.M.V. Estudos dos hábitos alimentares na educação de jovens e adultos. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/968-4.pdf..Acesso em: 26 de Março de 2012.

PANIGASSI, G. et al. Insegurança alimentar intrafamiliar e perfil de consumo de alimentos. Revista de Nutrição, Campinas, v. 21(Suplemento), p.135-144, jul/ago, 2008.

SALLES-COSTA, R; PEREIRA, R.A; et al. Associação entre fatores socioeconômicos e insegurança alimentar: estudo de base populacional na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, v. 21(Suplemento), p.99-109, jul/ago, 2008.

SANTOS, L.C. Análise da Qualidade Microbiológica e Físico-Química do Leite Pasteurizado Tipo C Padronizado, Envasado e Comercializado na cidade de Pará de Minas-MG e sua influência na saúde do consumidor. Pará de Minas, 2008.

SILVANA,P. DE OLIVEIRA; A. THEBAUD-MONY (1996). Estudo do Consumo Alimentar: em busca de uma abordagem multidisciplinar. Revista de Saúde Publica, v.31, p. 202-207, 1998.

TEIXEIRA, I.B.C.; SILVA, A. G. Nem só de pão vive o homem: a realidade alimentar no rural nordestino. XLV Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Londrina, 22 a 25 de julho de 2007;

VIANA, R.P.T; SEGALL-CORRÊA, A.M. Insegurança alimentar das famílias residentes em municípios do interior do estado da Paraíba, Brasil. Revista de Nutrição, Campinas, v.21(Suplemento), p.111-122, jul/ago, 2008.

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