Sociedade, Estado e Mercado
Aula 6 – Teoria social de Max Weber
Prof.: Rodrigo Cantu
Max
Weber
Império Alemão (1871-1918) e
República de Weimar (1919-1933)
1871 – Unificação da Alemanha
1878-90 – Leis Anti-socialistas
1883-89 – Criação da seguridade social (saúde, acidente,
aposentadoria)
1914-18 – I Guerra Mundial
1918-19 – Proclamação da República / Tratado de Versalhes
1933 – Hitler assume o poder (Machtergreifung)
•
1904 - A objetividade do conhecimento na
ciência política e na ciência social
•
1904-05 - A ética protestante e o espírito do
capitalismo
•
1915 – A religião da China: confucionismo e
taoísmo
•
1916 – A religião da Índia: hinduísmo e budismo
•
1917 – O judaísmo antigo
•
1919 - A ciência como vocação / Política como
vocação
Gustav von Schmoller (1838-1917) Wilhelm Dilthey (1833-1911) Ferdinand Tönnies (1855-1936)
Temas importantes:
•
Capitalismo
•
Religião
•
Carisma
•
Racionalidade
•
Burocracia
Economia e Sociedade
§ l. Conceito de sociologia e o "significado" no ação social.
A sociologia é uma ciência que tem como objetivo entender
interpretativamente
a ação social para, desse modo,
explicar causalmente seu desenvolvimento e efeitos. Deve ser
entendido por ação o comportamento humano ao qual seu sujeito
ou seus sujeitos relacionem um
sentido subjetivo
(seja um
ato interno ou externo, seja consentindo ou omitindo). A ação
social, portanto, é uma ação onde o sentido subjetivamente visado
se baseia no
comportamento dos outros
e é conduzida por
este no seu desenvolvimento.
“Em todos estes casos a compreensão envolve entendimento
interpretativo do significado presente em uma das seguintes contextos:
(a) como na abordagem histórica, o que é efetivamente o significado
intencionado da
ação individual concreta
; ou (b) como nos
casos de fenômenos sociológicos de massa,
a média
, ou uma
aproximação, do significado realmente pretendido; ou (c) o significado
apropriado a um
tipo puro
cientificamente formulado (um tipo
ideal) de um fenômeno recorrente. Os conceitos e as "leis" da teoria
econômica são exemplos desse gênero de tipo ideal. Eles afirmam que
curso assume determinado tipo de ação humana se fosse estritamente
racional, não afetado por erros ou fatores emocionais e se, além disso,
fosse completamente e inequivocamente dirigido a um único fim, a
maximização da vantagem econômica. Na realidade, a ação assume esse
curso preciso apenas em casos incomuns, como às vezes na bolsa de
valores; e, até mesmo aí, geralmente há apenas uma aproximação com o
tipo ideal”.
Classificação da ação social
•
Ação social
afetiva
•
Ação social
tradicional
•
Ação social
racional
com relação a
valores
Grandes religiões mundiais
Magia
Religião
(padres e profetas)
Visão Teocêntrica
(ocidente)
Visão Cosmocêntrica
(oriente)
Misticismo
Ascetismo
Intramundano
(confucionismo)
Fora do mundo
(budismo)
Intramundano
Surgimento do capitalismo
•
Rejeição
da hipótese
materialista
•
Raízes
religiosas
do comportamento
capitalista
•
Comportamento
ascético
contra a
tradição
•
Devoção
profissional
Diagnóstico da modernidade
Um dos elementos componentes do
espírito capitalista moderno
, e nãosó deste, mas da própria cultura moderna: a
conduta de vida racional
fundada na ideia de
profissão como vocação
, nasceu — como queriademonstrar esta exposição — do espírito da
ascese cristã
. Basta ler mais umavez o tratado de Franklin citado no início deste ensaio para ver como os elementos essenciais da disposição ali designada de “espírito do capitalismo” são
precisamente aqueles que aqui apuramos como conteúdo da ascese profissional puritana, embora sem a fundamentação religiosa, que já em Franklin se apagara. A ideia de que o trabalho profissional moderno traz em si o cunho da ascese também
não é nova. Restringir-se a um
trabalho especializado
e com isso renunciarao
tipo fáustico
do homem universalista é, no mundo de hoje, o pressuposto da atividade que vale a pena de modo geral, pois atualmente “ação” e “renúncia” se condicionam uma à outra inevitavelmente: esse motivo ascético básico do estilo de vida burguês — se é que é estilo e não falta de estilo— também Goethe, do alto de sua sabedoria de vida, nos quis ensinar com os Wanderjahre {Anos deperegrinação} e com o fim que deu à vida de Fausto. Para ele essa constatação significava um adeus de renúncia a uma época de plenitude e beleza da
humanidade, que não mais se repetirá no decorrer do nosso desenvolvimento
Diagnóstico da modernidade
O puritano queria ser um profissional —
nós devemos sê-lo
. Pois a ascese, aose transferir das celas dos mosteiros para a vida profissional, passou a dominar a moralidade intramundana e assim contribuiu com sua parte para edificar esse poderoso cosmos da ordem econômica moderna ligado aos pressupostos técnicos
e econômicos da produção pela máquina, que hoje
determina com pressão
avassaladora o estilo de vida de todos os indivíduos que nascem dentro
dessa engrenagem
— não só dos economicamente ativos — e talvez continue a determinar até que cesse de queimar a última porção de combustível fóssil. Na opinião de Baxter, o cuidado com os bens exteriores devia pesar sobre os ombros de seu santo apenas “qual leve manto de que se pudesse despir a qualquermomento”. Quis o destino, porém, que o manto virasse uma
rija crosta de aço
.No que a ascese se pôs a transformar o mundo e a produzir no mundo os seus efeitos, os bens exteriores deste mundo ganharam poder crescente e por fim irresistível sobre os seres humanos como nunca antes na história.
Diagnóstico da modernidade
A partir do momento em que não se pode remeter diretamente o “cumprimento do
dever profissional” aos
valores espirituais
supremos da cultura — ou que,vice-versa, também não se pode mais experimentá-lo subjetivamente como uma simples coerção econômica —, aí então o indivíduo de hoje quase sempre renuncia a lhe dar uma interpretação de sentido. Nos Estados Unidos, território em que se acha mais à solta porquanto despida de seu sentido metafísico, ou melhor:
ético-religioso, a ambição de lucro tende a associar-se a
paixões puramente
agonísticas
que não raro lhe imprimem até mesmo um caráter esportivo. Ninguém sabe ainda quem no futuro vai viver sob essa crosta e, se ao cabo desse desenvolvimento monstro hão de surgir profetas inteiramente novos, ou um vigoroso renascer de velhas ideias e antigos ideais, ou — se nem uma coisa nem outra — o que vai restar não será uma petrificação chinesa, ou melhor:mecanizada, arrematada com uma espécie convulsiva de auto-suficiência. Então, para os “últimos homens” desse desenvolvimento cultural, bem poderiam
tornar-se verdade as palavras: “
Especialistas sem espírito
, gozadores sem coração:esse Nada imagina ter chegado a um