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Agrupamento de Escolas «O Rouxinol» SEIXAL

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Academic year: 2021

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Agrupamento de Escolas

«O Rouxinol»

S

EIXAL

Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da IGE

Datas da visita: 10, 13 e 14 de Dezembro de 2010

Avaliação Externa das Escolas

Relatório de escola

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I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa.

Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do

Agrupamento de Escolas «O Rouxinol» – Seixal, na sequência da visita efectuada nos dias 10, 13 e 14 de Dezembro de 2010.

Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento,

Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos

fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO Níveis de classificação dos

cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os

pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoa-mento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa indi-viduais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE –Os pontos fortes e os

pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos

sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

O texto integral deste relatório está disponível no sítio da IGE na área

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRU»AMENTO

O Agrupamento de Escolas «O Rouxinol» foi constituído no ano lectivo 2004-2005 e situa-se na freguesia de Corroios, no concelho do Seixal. Inclui a Escola Básica 2,3 de Corroios (sede), duas Escolas Básicas do 1.º Ciclo (D. Nuno Álvares Pereira e José Afonso), bem como a Escola Básica do 1.º Ciclo com Jardim-de-Infância de Miratejo. Na Escola Básica do 1.º Ciclo José Afonso funciona uma Unidade de Apoio Especializado para a Educação a Alunos com Multideficiência. As unidades educativas estão inseridas numa zona suburbana residencial com uma significativa diversidade cultural, com predomínio para os naturais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, sendo que, no presente ano lectivo, 18,0% dos alunos do Agrupamento são estrangeiros. Por outro lado, este insere-se num meio com características socioeconómicas muito diversas com reflexo na acção educativa. Quanto à formação académica dos pais e encarregados de educação, 11,0% têm formação superior, 24,8% o ensino secundário e 47,8% a escolaridade básica (destes, 49,0% concluíram o 3.º ciclo), correspondendo os restantes 16,4% a outras situações não especificadas. Frequentam o Agrupamento 69 crianças na educação pré-escolar (três grupos), 500 alunos no 1.º ciclo (22 turmas), 333 no 2.º ciclo (14 turmas) e 328 no 3.º ciclo (14 turmas), num total de 1230 crianças e alunos. Há 50 alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, dos quais seis estão integrados na Unidade de Apoio Especializado. Os alunos que possuem computador e internet em casa correspondem a 55,3%. A percentagem dos que beneficiam de auxílios económicos, no âmbito da Acção Social Escolar, é de 50,5%, distribuindo-se 30,0% pelo escalão A e 20,5% pelo escalão B. Exercem funções no Agrupamento 114 docentes, dos quais 94 (82,5%) têm contrato de trabalho por tempo indeterminado e 20 (17,5%) possuem contrato a termo resolutivo certo. Quanto ao pessoal não docente, num total de 44 trabalhadores, 38 são assistentes operacionais e seis assistentes técnicos. No Agrupamento desenvolve a sua actividade uma psicóloga a tempo parcial com contrato a termo resolutivo certo.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. Resultados

SUFICIENTE

O Agrupamento tem recolhido informação sobre os resultados académicos e realizado o seu tratamento estatístico, que inclui a evolução e a comparação com as médias nacionais. A consequente reflexão tem permitido identificar causas de insucesso e apresentar estratégias de melhoria. No último triénio, as taxas de sucesso global do 1.º ciclo, apresentam valores muito próximos da média nacional, no 2.º ciclo situam-se acima da média nacional nos dois primeiros anos lectivos e, no 3.º ciclo, sempre abaixo da média nacional. É de salientar, no referido triénio, a inexistência de abandono, no 3.º ciclo, e a sua redução nos 1.º e 2.º ciclos, nos últimos dois anos lectivos. O funcionamento e a articulação do Gabinete do Apoio ao Aluno e à Família com os diferentes elementos da comunidade têm tido impacto no ambiente educativo e na integração socioescolar, com fortes consequências na redução do abandono. A educação para a cidadania e o desenvolvimento cívico dos alunos são, para o Agrupamento, factores essenciais para o sucesso educativo. Neste sentido, tem oferecido actividades e projectos diversificados, designadamente no âmbito do teatro, da solidariedade e do ambiente, promotores do desenvolvimento integral dos alunos nas suas diferentes componentes. Identifica-se a inexistência de um plano concertado de intervenção social, por parte das entidades públicas competentes, integrando a Rede Social do Seixal, que apoie a população com problemas socioeconómicos e socioculturais e que potencie o trabalho do Agrupamento na aproximação às famílias e no combate à indisciplina e ao absentismo dos alunos. Apesar da relevância do trabalho realizado, tem sido limitado o impacto das medidas destinadas a combater a indisciplina na Escola-Sede, devido à inexistência de uma estratégia concertada e partilhada por todos, bem como à fraca monitorização das diferentes situações, como forma de controlo e regulação. É reconhecida a interculturalidade do meio envolvente, como factor de desenvolvimento, possibilitando a integração cultural e social dos alunos e respectivas famílias e criando condições para o desenvolvimento de processos de ensino e de aprendizagem estimulantes. O Agrupamento é uma referência na comunidade e admite, como oportunidade, o estabelecimento de conexões com diferentes entidades externas, no sentido de favorecer o trabalho em rede para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas, nomeadamente para a realização de acções de formação para estrangeiros e de um projecto de Escola de Pais.

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2. Prestação do serviço educativo

SUFICIENTE

O trabalho efectuado em sede de departamento promove alguma articulação ao nível do planeamento e da realização das actividades. No entanto, é incipiente a contextualização do currículo nacional, em matéria de priorização das competências gerais, condicionando uma gestão mais eficaz do currículo e o trabalho desenvolvido ao nível dos projectos curriculares de turma. Do mesmo modo, regista-se uma fraca articulação curricular, como forma de assegurar a sequencialidade na gestão do currículo entre ciclos e ao longo destes. Os coordenadores de departamento acompanham a definição de critérios de avaliação, o planeamento e a organização de actividades. Todavia, não está instituída a supervisão da prática lectiva em sala de aula, enquanto estratégia promotora do desenvolvimento profissional. Assinala-se a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de ensino e de aprendizagem, bem como para promover a partilha de materiais didácticos e a troca de informação entre os docentes. O Agrupamento presta um serviço adequado aos alunos com necessidades educativas especiais, com reflexos significativos nas taxas de sucesso dos mesmos. Aos alunos que têm dificuldades de aprendizagem são disponibilizadas variadas estratégias de apoio, embora as taxas de sucesso destes alunos demonstrem que o trabalho realizado ainda não é suficiente. É reduzida a implementação de práticas de diferenciação pedagógica em sala de aula, como contributo para a melhoria das aprendizagens e do sucesso educativo. O Agrupamento proporciona uma oferta educativa potenciadora de aprendizagens em áreas variadas, com impacto na motivação e na integração socioescolar, designadamente nas áreas da leitura, da arte, do desporto e das ciências.

3. Organização e gestão escolar

BOM

O Projecto Educativo apresenta finalidades, objectivos, linhas de acção e as respectivas estratégias. O Plano Anual de Actividades com uma organização e estruturação segmentada reflecte dificuldades na consolidação da identidade pedagógica e cultural do Agrupamento. A distribuição de serviço baseia-se no conhecimento das competências pessoais e profissionais do pessoal docente e não docente. A Escola-Sede apresenta instalações e alguns equipamentos em mau estado tornando os espaços de aprendizagem pouco aprazíveis e motivadores. De referir a inexistência de um pavilhão gimnodesportivo que proveja a Escola-Sede de infra-estruturas de desenvolvimento e de valorização da dimensão desportiva e de motivação dos alunos para a escola. A sobrelotação do Agrupamento tem implicações ao nível da escassez de espaços na Escola-Sede e no 1.º ciclo obriga ao funcionamento em regime duplo da maioria das turmas. A prática da actividade física e desportiva está condicionada pela falta de equipamentos lúdicos e desportivos. As bibliotecas são espaços bem organizados e acolhedores que desenvolvem um conjunto de actividades variadas e abrangentes no âmbito da leitura com impacto positivo na dinâmica das diferentes unidades educativas e nas aprendizagens das crianças e alunos. As quatro associações de pais e encarregados de educação são conhecedoras da realidade e procuram melhorar o bem-estar e a qualidade do sucesso das crianças e dos alunos. A direcção e as diferentes estruturas do Agrupamento pautam a sua acção pelos princípios de equidade e justiça que se manifesta no desenvolvimento de uma política de integração escolar e social e de prevenção da exclusão.

4. Liderança

BOM

O Agrupamento identifica o sucesso académico, as competências sociais e os espaços físicos como sendo as áreas prioritárias de intervenção. Contudo, não têm sido definidas metas claras e avaliáveis, em tempo oportuno, de modo a mobilizar e a reforçar a coesão da actuação de todos os intervenientes na prestação do serviço educativo. A visão do Director, explícita no Projecto Educativo em construção, incide na qualidade do ensino e nos valores potenciadores das aprendizagens. A sua liderança tem sido de abertura e apoio a iniciativas que promovam a qualidade e a formação integral dos alunos, partilhada pela sua equipa, tal como no incentivo à emergência de lideranças pedagógicas. Do mesmo modo, o clima educativo e as relações interpessoais positivas são facilitadores do apoio e integração dos diferentes profissionais, alicerçados na motivação, no empenho e na dedicação de docentes e não docentes. Assinala-se, ainda, o contributo positivo, disponibilidade e empenho do Conselho Geral para a consolidação do Agrupamento como unidade de gestão significativa e com identidade própria e para o estabelecimento de conexões com as diferentes entidades externas, assente no desenvolvimento de comportamentos de responsabilidade social. Existe abertura à

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inovação, patente na mobilização dos actores educativos para a participação em concursos e projectos diversificados, alguns de âmbito nacional. É de realçar o dinamismo, abertura e ligação à comunidade para o estabelecimento de parcerias, protocolos e projectos, tendo em vista a adesão e o estímulo à participação das crianças e dos alunos e a captação de verbas, como forma de enriquecimento das aprendizagens em áreas variadas e de resolução dos problemas do Agrupamento. Os responsáveis reconhecem também, como mais-valia, o reforço das parcerias com os órgãos autárquicos e outras entidades para a implementação de uma Unidade de Apoio Especializado nos 2.º e 3.º ciclos, de forma a possibilitar a continuidade do apoio educativo aos alunos do 1.º ciclo.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

SUFICIENTE

A auto-avaliação tem permitido reflectir sobre a problemática sucesso/insucesso. Porém, o projecto é incipiente, contribuindo de modo limitado para o desenvolvimento do Agrupamento numa perspectiva estratégica, focalizada e progressiva que garanta a melhoria contínua e se torne num instrumento de gestão. As acções de auto-avaliação desenvolvidas têm identificado problemas, algumas já implementam estratégias de melhoria com resultados em áreas relevantes, mas não existem planos de acção como consequência do diagnóstico efectuado que permitam ciclos de auto-avaliação regulares e bem planeados, com impacto directo nos processos de ensino e de aprendizagem. A reformulação do Projecto Educativo e a integração das Metas de Aprendizagem para o Currículo do Ensino Básico, conjugados com uma liderança determinada do Director, o empenho dos diferentes profissionais e do Conselho Geral, em estreita relação com a comunidade envolvente, são indicadores de que a auto-avaliação será orientada para o desenvolvimento, de modo a permitir maior sustentabilidade da acção e do progresso.

IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

O Agrupamento sempre recolheu informação sobre os resultados académicos dos alunos e procedeu ao seu tratamento estatístico, de forma intencional e sistemática, desenvolvendo, principalmente no Conselho Pedagógico, a sua análise e reflexão. Esta tem permitido identificar como causas de insucesso, as carências socioeconómicas, as baixas expectativas das famílias e o fraco envolvimento parental no desenvolvimento dos educandos, que se reflectem no acompanhamento escolar dos alunos e nos seus hábitos de trabalho. As principais estratégias para colmatar o insucesso escolar têm sido a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, o reforço das aprendizagens dos alunos e as actividades associadas ao desenvolvimento de projectos. No que respeita à educação pré-escolar, têm sido recolhidos e analisados os dados qualitativos relativos ao desenvolvimento das crianças, de forma a permitir, por um lado, a sua avaliação e, por outro, conhecer a sua evolução. Da análise dos resultados escolares, disponibilizados pelo Agrupamento, conclui-se que as taxas de sucesso global (transição/conclusão), no triénio 2007-2008 a 2009-2010, têm no 1.º ciclo (95,3%; 94,8%; 95,3%), valores muito próximos da média nacional (-0,9; -1,3; -0,5). No 2.º ciclo, situam-se acima da média nacional nos dois primeiros anos lectivos do triénio e, no 3.º ciclo, abaixo da média nacional no último triénio. Nestes dois ciclos, os resultados revelam involução, mais acentuada no 3.º ciclo, principalmente no último ano lectivo (2.º ciclo: 82,0%; 82,0%; 78,0% e 3.º ciclo: 90,0%; 86,0%; 73,0%). Apesar da reflexão que tem sido realizada, é manifesta a dificuldade em identificar de forma objectiva as causas dos resultados escolares do 2.º ano, em que as taxas de sucesso têm sido, nos três últimos anos lectivos, as mais baixas relativamente aos outros anos do ciclo, o mesmo ocorrendo no 7.º ano, no último ano lectivo.

Esta dificuldade na identificação dos factores determinantes do menor sucesso, em alguns anos de escolaridade, pode condicionar a melhoria da integração escolar e social e da prevenção da exclusão. Na verdade, as classificações obtidas, no último ano lectivo, nas provas de avaliação externa, apenas atingiram a média nacional em Língua Portuguesa, nos Exames Nacionais do 9.º ano. As classificações obtidas, no último triénio, nas Provas de Aferição do 4.º ano em ambas as disciplinas, mostram involução, particularmente no ano lectivo 2009-2010, enquanto no 6.º ano apresentam flutuação em Língua Portuguesa e involução em

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Matemática. Nos Exames Nacionais do 9.º ano, os resultados obtidos em Língua Portuguesa revelam evolução e em Matemática apresentam flutuação. Não obstante o esforço realizado, existe alguma dificuldade, por parte das estruturas intermédias, numa efectiva análise e reflexão sobre os resultados escolares, de forma a identificar completamente os elementos determinantes dos casos de sucesso/insucesso. É de salientar, no triénio em análise, a inexistência de abandono, no 3.º ciclo, e a redução das taxas de abandono nos 1.º e 2.º ciclos, designadamente nos últimos dois anos lectivos (1.º ciclo: 2,0%; 1,0%; 1,0%. 2.º ciclo: 2,2%; 1,7%; 1,6%). Estes resultados foram conseguidos com a adopção de diferentes medidas decorrentes do trabalho de acompanhamento e encaminhamento de alunos e das famílias, no âmbito do Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família. O funcionamento e a articulação deste Gabinete com os diferentes elementos da comunidade têm tido impacto no ambiente educativo, na integração socioescolar, no encaminhamento e na recuperação dos alunos, com fortes consequências na redução do abandono escolar.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

Decorrente da sua auto-avaliação, o Agrupamento tem investido na educação para a cidadania e no desenvolvimento cívico dos alunos como factores essenciais para o sucesso educativo. Porém, é manifesta a dificuldade em pôr em prática a uniformização de critérios de actuação e o cumprimento de normas, o que tem estado associado à sobrelotação da Escola-Sede e às dificuldades socioeconómicas do meio envolvente. A missão e a visão do Agrupamento visam a promoção de um clima que valorize a disciplina, a tolerância e a cooperação, que torne a escola mais acolhedora, com vista à qualidade educativa. Neste sentido, tem oferecido actividades e projectos diversificados, designadamente no âmbito do teatro, da solidariedade e do ambiente, promotoras do desenvolvimento integral dos alunos nas suas componentes cultural e social. Apesar de o seu envolvimento não incidir tanto na programação das actividades, a abertura e a ligação à comunidade, bem como a promoção das assembleias de delegados, têm sido estratégias intencionais, tendo em vista a co-responsabilização, a adesão e o estímulo à participação das crianças e dos alunos.

1.3 Comportamento e disciplina

Os alunos das diferentes escolas, designadamente do 1.º ciclo, têm um comportamento disciplinado e mostram conhecer as regras de funcionamento do Agrupamento. Todavia, ocorrem casos mais problemáticos de comportamentos desadequados que não permitem, algumas vezes, um ambiente calmo e de respeito que propicie a aprendizagem, principalmente na Escola-Sede. Neste sentido, foi criado, há alguns anos, o Gabinete de Mediação Pedagógica e, recentemente, o Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família, cuja acção é mais alargada, com o objectivo de contribuírem para a prevenção da indisciplina. Apesar da relevância do trabalho realizado, não existe um plano concertado de intervenção social, por parte das entidades públicas competentes, integrando a Rede Social do Seixal, que apoie a população com problemas socioeconómicos e socioculturais, e que potencie o trabalho do Agrupamento na aproximação às famílias e no combate à indisciplina e ao absentismo dos alunos. Nos 2.º e 3.º ciclos, no ano lectivo 2007-2008, foram alvo de medidas disciplinares sancionatórias de suspensão 66 alunos e aplicados 167 dias; no ano lectivo 2008-2009, foram aplicados a 65 alunos 244 dias de suspensão e, no ano lectivo 2009-2010, foram aplicados a 49 alunos 229 dias de suspensão. Tem sido limitado o impacto das medidas destinadas a combater a indisciplina ao nível da Escola-Sede, devido à inexistência de uma estratégia concertada e partilhada por todos, bem como à fraca monitorização das diferentes situações, como forma de controlo e regulação.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

O Agrupamento é uma referência na comunidade e tem proporcionado aos alunos, para além das actividades curriculares, um conjunto de projectos, clubes e actividades diversas, correspondendo, assim, às suas expectativas. É reconhecida a interculturalidade do meio envolvente, como factor de desenvolvimento, possibilitando a integração cultural e social dos alunos e respectivas famílias e criando condições para o desenvolvimento de processos de ensino e de aprendizagem estimulantes. Apesar de a Escola-Sede, como Centro de Exame, ter a responsabilidade de efectuar a prova de Língua Portuguesa para estrangeiros, identifica-se, como oportunidade, o estabelecimento de conexões com diferentes entidades externas, no sentido de favorecer o trabalho em rede para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas, nomeadamente para a realização de acções de formação para estrangeiros e de um projecto de Escola de Pais. No ano lectivo anterior, iniciou-se

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a aplicação do Quadro de Valor e de Excelência, como forma de valorização do conhecimento e da aprendizagem. Contudo, é fraca a sua divulgação e valorização, enquanto estratégia de motivação dos alunos e potenciadora da melhoria dos resultados educativos.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

O planeamento dos conteúdos programáticos por ano e por disciplina, a definição de critérios de avaliação específicos e a partilha de materiais didácticos, bem como a organização de algumas actividades comuns, estão na base da articulação horizontal realizada pelos departamentos. No entanto, é incipiente a contextualização do currículo nacional, em matéria de priorização das competências gerais, condicionando uma gestão mais eficaz do currículo e o trabalho desenvolvido ao nível dos projectos curriculares de turma. É de salientar a realização de actividades promotoras do contacto entre as crianças e os alunos do 1.º ciclo (ou entre estes e os alunos do 2.º ciclo), a reunião de início do ano entre os professores titulares de turma e alguns directores de turma e, ainda, a transversalidade e abrangência das actividades desenvolvidas pelas bibliotecas escolares, com vista a melhorar o processo de ensino e de aprendizagem. Merece igualmente realce o trabalho cooperativo dos técnicos das actividades de enriquecimento curricular com os professores do 1.º ciclo, com os quais reúnem periodicamente, e também das áreas disciplinares correspondentes do 2.º ciclo, a fim de potenciar um trabalho de articulação curricular que permita a melhor preparação dos alunos para o desenvolvimento de competências, com vista ao sucesso. Contudo, regista-se uma fraca articulação curricular, como forma de assegurar a sequencialidade na gestão do currículo entre ciclos e ao longo destes. No corrente ano lectivo, a colocação de uma psicóloga vai permitir a realização de orientação vocacional aos alunos que frequentam o 9.º ano.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

O acompanhamento e a monitorização da prática lectiva são efectuados em sede de departamento curricular, com base na definição de critérios de avaliação, no planeamento e na organização de actividades a realizar ao longo do ano lectivo. Todavia, não está instituída a supervisão da prática lectiva em sala de aula nem estão previstas iniciativas de assessoria pedagógica, enquanto estratégias promotoras do desenvolvimento profissional e da qualidade do ensino. Assinala-se a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de ensino e de aprendizagem, bem como para promover a partilha de materiais didácticos e a troca de informação entre os docentes. Tendo em vista a regulação da avaliação das aprendizagens, está implementada a avaliação diagnóstica, com base num trabalho consolidado de elaboração/aplicação de matrizes comuns nas diferentes disciplinas e em todos os ciclos. No entanto, este procedimento não é generalizado noutros momentos de avaliação. Os projectos curriculares de turma consubstanciam algumas orientações pedagógicas para a actuação dos conselhos de turma, em função do diagnóstico realizado, estando prevista a sua avaliação.

2.3 Diferenciação e apoios

O Agrupamento possui dinâmicas que agilizam a referenciação e o apoio adequado a alunos com necessidades educativas especiais, envolvendo sobretudo o trabalho articulado dos diferentes profissionais e recorrendo ao encaminhamento para o Centro de Saúde de Corroios ou para o Hospital Garcia de Orta. Destaca-se o funcionamento da Unidade de Apoio à Multideficiência, criada em consequência da necessidade sentida por todos de dar uma resposta de qualidade a alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente (problemáticas mais complexas). Estas medidas de apoio, entretanto reforçadas com a contratação de uma psicóloga, têm-se revelado adequadas e com impacto muito forte nas taxas de sucesso destes alunos. Para os que revelam dificuldades de aprendizagem são disponibilizadas estratégias diferenciadas, formalizadas nos apoios educativos, na elaboração de planos de recuperação e de acompanhamento e, ainda, no encaminhamento para actividades de enriquecimento curricular. Neste âmbito, merece destaque a disponibilização aos alunos de uma sala de estudo, numa perspectiva do b-learning, enquanto estratégia pedagógica de apoio ao estudo. Todavia, assinala-se a reduzida implementação de práticas de diferenciação pedagógica em sala de aula, como contributo para a melhoria das aprendizagens e do sucesso educativo. Do mesmo modo, é insuficiente o apoio ao nível da Língua Portuguesa aos alunos estrangeiros do 1.º ciclo, com

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impacto no desenvolvimento das suas competências ao longo do ensino básico. A monitorização das taxas de sucesso dos alunos sujeitos a apoios demonstra que o trabalho realizado ainda não é suficiente, situando-se no último ano do triénio em 69,0% (1.º ciclo), 56,5% (2.º ciclo) e 56,6% (3.º ciclo), no caso dos planos de recuperação, e em 83,0% , 40,5% e 56,3%, respectivamente, no que se refere aos planos de acompanhamento.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

O Agrupamento proporciona uma oferta educativa potenciadora de aprendizagens em áreas variadas, com impacto na motivação e na integração socioescolar. Neste âmbito, é de salientar o funcionamento de clubes, projectos e eventos que permitem aos alunos vivências em áreas como a arte, o desporto e a saúde, entre outras. São de referir, a título de exemplo, pelo envolvimento que induzem e pelo impacto que têm na formação dos alunos, o clube Teatro & Teatro, o AltaMente, o clube de Rádio e as inúmeras iniciativas desenvolvidas no âmbito do Plano Nacional de Leitura. Destaca-se, ainda, o desenvolvimento da componente experimental, transversal a todo o Agrupamento, contribuindo para fomentar uma atitude positiva face ao método científico e à aprendizagem das ciências. Deste modo, o trabalho desenvolvido afirma-se como uma resposta complementar a uma comunidade com uma oferta pouco significativa ao nível cultural, com vista à formação integral dos alunos. O Agrupamento fomenta a valorização do conhecimento e da aprendizagem contínua, através de exposições dos trabalhos, designadamente na Feira de Talentos, assim como da divulgação de actividades por meio dos jornais escolares e dos blogues.

3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O Projecto Educativo que orientou a vida do Agrupamento no último triénio apresenta finalidades, objectivos, linhas de acção e as respectivas estratégias. A organização e a estruturação segmentada do Plano Anual de Actividades reflectem dificuldades na consolidação do Agrupamento, com identidade pedagógica e cultural próprias. Os projectos curriculares de turma dos 2.º e 3.º ciclos centram-se nas planificações a médio prazo dos conteúdos programáticos, não priorizam as competências gerais nem reflectem práticas de articulação disciplinar, com consequências ao nível do processo de ensino e de aprendizagem. Os órgãos e estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica são envolvidos no planeamento do ano lectivo, que é atempadamente divulgado à comunidade, através da página do Agrupamento na Internet. Há uma boa gestão do tempo escolar, de forma a facilitar a articulação das actividades lectivas com as de enriquecimento curricular, e existem, apesar de insuficientes, tempos comuns para o trabalho cooperativo dos docentes.

A atribuição das áreas curriculares não disciplinares nos diferentes ciclos obedece a critérios definidos no Projecto Curricular de Agrupamento, salientando-se os do Estudo Acompanhado do 3.º ciclo, que incide nas disciplinas em que os alunos manifestam mais dificuldades, por proposta do conselho de turma.

3.2 Gestão dos recursos humanos

A direcção conhece as competências pessoais e profissionais do pessoal docente e não docente e tem-nas em conta na distribuição de serviço. No caso dos docentes, baseia-se em critérios como a continuidade pedagógica e a experiência profissional, que apesar de não estarem expressos nos documentos estruturantes, são aplicados na afectação dos docentes às turmas e na atribuição das direcções de turma. O Agrupamento fez um levantamento das suas necessidades de formação, no entanto, não formalizou o respectivo plano.

Apesar disso, fez uma forte aposta na formação interna, sobretudo no âmbito das Tecnologias de Informação e Comunicação e ao nível da formação externa. O reforço da parceria com o Centro de Formação da Associação de Escolas potenciará o desenvolvimento conjunto de acções. Há procedimentos de acompanhamento do desempenho profissional dos docentes, quer pelo coordenador de departamento quer pela direcção, bem como para a recepção aos novos profissionais, tendo estes manifestado o seu agrado pela forma como foram integrados pessoal e profissionalmente. Quanto aos assistentes operacionais, a gestão é da responsabilidade de um elemento da direcção que, em colaboração com a Coordenadora, procede à distribuição do serviço com base em critérios como a experiência e o perfil profissional adequado a cada função. A formação disponibilizada aos assistentes operacionais tem abrangido áreas diversas como a prevenção e mediação de conflitos e os

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primeiros socorros. Quanto aos assistentes técnicos a oferta de formação tem sido insuficiente, contudo foram realizadas acções, nomeadamente no âmbito da Avaliação de Desempenho. Os Serviços Administrativos estão organizados pelo modelo de gestão de processos e respondem às necessidades do Agrupamento.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

As Escolas José Afonso e a de Miratejo destacam-se pelo bom estado de conservação, o que não acontece com a Escola Básica do 1.º Ciclo Nuno Álvares Pereira. A Escola-Sede apresenta instalações e alguns equipamentos em mau estado, ao nível dos pavimentos, das coberturas e dos estores, e o campo exterior está degradado, tornando os espaços de aprendizagem pouco aprazíveis e motivadores. Assinala-se a inexistência de um pavilhão gimnodesportivo, que proveja a Escola-Sede de infra-estruturas de desenvolvimento e de valorização da dimensão desportiva e de motivação dos alunos para a escola, beneficiando ainda a comunidade educativa. Há uma desadequação da oferta da Rede de Educação Pré-Escolar face à procura, originando extensas listas de espera. Por outro lado, a sobrelotação do Agrupamento tem implicações ao nível da escassez de espaços na Escola-Sede e no 1.º ciclo, obrigando ao funcionamento em regime duplo da maioria das turmas.

A inexistência de equipamentos lúdicos e desportivos nos espaços exteriores para as crianças e alunos condiciona a prática da actividade física e desportiva. Apesar de haver medidas preventivas, nomeadamente o controlo de entradas e saídas, não há Plano de Segurança Interno e não são realizados simulacros, com consequências na implementação de uma cultura de segurança. As escolas básicas do 1.º ciclo estão equipadas com computadores e ligação à Internet. Os meios informáticos disponibilizados pelo Plano Tecnológico de Educação na Escola-Sede potenciaram uma maior utilização em sala de aula e da plataforma

moodle. Todas as escolas têm bibliotecas integradas na rede, com excepção da Escola Básica do 1.º Ciclo José

Afonso. Estas têm espaços bem organizados e acolhedores e desenvolvem um conjunto de actividades transversais e abrangentes no âmbito da leitura, com impacto positivo na dinâmica das diferentes unidades educativas e nas aprendizagens das crianças e alunos e dos próprios departamentos. É de relevar o dinamismo dos responsáveis na diversificada captação de recursos financeiros, através de candidatura a programas nacionais e projectos e a apoios da Câmara Municipal que aplicam na resolução de problemas.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

Os responsáveis procuram, com iniciativas diversificadas, como a recepção pela direcção no início do ano e a Festa de Final de Ano, que os pais participem e colaborem com as unidades educativas. Os directores de turma promovem a divulgação de uma síntese do Regulamento Interno, bem como do planeamento curricular, de forma a fomentar uma maior participação e responsabilização de todos. É de salientar o trabalho dos directores de turma pela flexibilidade do horário de atendimento aos encarregados de educação e pelo empenho no apoio aos alunos. Da monitorização da participação dos pais no ano lectivo de 2009-2010, verifica-se que é mais relevante no 1.º Ciclo (83%), diminuindo em relação aos 2.º e 3.º Ciclos (65% e 59%). Há quatro associações de pais e encarregados de educação conhecedoras da realidade, motivadas e empenhadas em participar na vida do Agrupamento, que procuram melhorar o bem-estar e a qualidade do sucesso das crianças e dos alunos. É de realçar o bom trabalho realizado pelas associações das escolas básicas na dinamização do Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família, das actividades de enriquecimento curricular e da componente de apoio à família, o que demonstra o assumir de uma partilha de responsabilidades. Quanto à mobilização de outros elementos da comunidade para a resolução de problemas do Agrupamento, destacam-se, entre outros, o Clube Recreativo e Desportivo de Miratejo na cedência de espaços e o Grupo Flamingo no apoio a acções de educação ambiental.

3.5 Equidade e justiça

A direcção e as diferentes estruturas do Agrupamento pautam a sua acção pelos princípios de equidade e justiça, que se manifesta no desenvolvimento de uma política de integração escolar e social e de prevenção da exclusão das crianças e alunos, de uma comunidade escolar com significativas diferenças socioculturais e económicas. Neste sentido, têm sido implementadas várias medidas, destacando-se a intervenção do Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família, o apoio social e material aos mais carenciados e a implementação da sala de estudo e da tutoria, para os que apresentam dificuldades de aprendizagem e de comportamento. Apesar disso, a retenção/transição em alguns anos, decorre de uma gestão do currículo que tem mais em conta as competências por ano, em detrimento do grupo etário e das competências por ciclo. Os alunos consideram

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haver justiça e equidade na aplicação dos critérios de avaliação das suas aprendizagens. A previsão da abertura de um curso de português para estrangeiros destinados aos pais revela uma preocupação de inclusão das respectivas famílias.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

O Agrupamento identificou, nos últimos anos, as áreas prioritárias de intervenção, designadamente sucesso académico, competências sociais dos alunos (disciplina) e espaços físicos. Contudo, não têm sido definidas metas claras e avaliáveis, em tempo oportuno, de modo a mobilizar e a reforçar a coesão da actuação de todos os intervenientes na prestação do serviço educativo. Na verdade, o Projecto Educativo, do último triénio, apresenta linhas de acção e estratégias sem qualquer priorização e calendarização exequível, nem a atribuição da responsabilidade da sua execução. Tendo em conta a população que serve, o Director deseja que o Agrupamento seja no futuro uma referência na qualidade do ensino e que os valores potenciem as aprendizagens dos alunos. Na sequência desta visão já explícita no Projecto Educativo em construção, a liderança do Director tem sido de abertura e apoio a iniciativas que promovam a qualidade e a formação integral dos alunos, partilhada pela sua equipa, tal como no incentivo à emergência de lideranças pedagógicas.

O Director conhece bem a realidade do contexto e o seu trabalho é reconhecido por todos, traduzindo-se, por exemplo, na promoção de uma cultura de inclusão que reduza, por um lado, as privações que comprometem a satisfação das necessidades básicas dos alunos e, por outro, aumente a qualidade do serviço educativo.

4.2 Motivação e empenho

O Director e respectiva equipa, associados a uma imagem de grande disponibilidade para toda a comunidade educativa, têm conhecimento da sua área de acção, praticando uma gestão que promove, tanto quanto possível, a subsidiariedade e a complementaridade das funções e responsabilidades. As diferentes lideranças são participativas e orientam a sua actuação para a resolução de problemas. Do mesmo modo, o clima educativo e as relações interpessoais positivas são facilitadores do apoio e integração dos diferentes profissionais, alicerçados na motivação, no empenho e na dedicação de docentes e não docentes.

Assinala-se, ainda, o contributo positivo, disponibilidade e empenho do Conselho Geral para a consolidação do Agrupamento como unidade de gestão, significativa e com identidade própria e para o estabelecimento de conexões com as diferentes entidades externas assente no desenvolvimento de comportamentos de responsabilidade social. O sistema de permutas e compensação de aulas para evitar o absentismo docente e, de uma forma geral, o bom entendimento com a direcção, aliados a uma atitude responsável, têm contribuído para aumentar os níveis de assiduidade.

4.3 Abertura à inovação

O Agrupamento revela abertura à inovação, mobilizando os actores educativos na busca permanente de soluções para problemas persistentes. A participação em concursos e projectos, nomeadamente o Mais

Sentidos, tem permitido angariar verbas para melhorar os espaços e equipamentos, possibilitando, por exemplo,

a criação da sala de estudo Tira-Teimas, com repercussões no enriquecimento das experiências de aprendizagem e no apoio a alunos com dificuldades. Também o funcionamento do Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família se revela inovador, tendo a actuação das técnicas reflexos no desenvolvimento de competências sociais dos alunos, através da mediação de conflitos nos recreios e das visitas domiciliárias.

Do mesmo modo, os clubes e projectos internos revestem-se de uma utilidade que supera a esfera do enriquecimento curricular ou da ocupação plena dos tempos escolares, sendo reconhecidos pela vertente de integração socioescolar associada aos mesmos.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

O dinamismo, abertura e ligação à comunidade para o estabelecimento de parcerias, protocolos e projectos são formas de enriquecimento das aprendizagens em áreas variadas e de resolução dos problemas do

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Agrupamento. Este conta com o apoio da Junta de Freguesia de Corroios e com a Câmara Municipal do Seixal ao nível da manutenção dos espaços, na participação em programas de carácter cultural e no apoio a actividades internas. Com outras entidades locais estabelece igualmente parcerias activas para o desenvolvimento da acção educativa, designadamente com a Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas de Seixal e Almada e o Centro de Actividades Sociais de Miratejo. É de assinalar, ainda, que a Associação de Pais da Escola Básica do 1.º Ciclo José Afonso e o Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família integram a Rede Social do Seixal, potenciando a minimização de alguns problemas sociais que afectam a comunidade educativa. Perspectivando o seu desenvolvimento, o Agrupamento reconhece como mais-valia o reforço das parcerias com os órgãos autárquicos e outras entidades para a implementação de uma Unidade de Apoio Especializado nos 2.º e 3.º ciclos, de forma a possibilitar a continuidade do apoio educativo aos alunos do 1.º ciclo.

Tendo em vista a formação integral dos alunos, regista-se também o envolvimento em diversos projectos nacionais, como o Plano Nacional de Leitura, o Plano da Matemática II, o Programa Rede de Bibliotecas Escolares, o Projecto de Educação para a Saúde, o Plano Tecnológico da Educação e o Desporto Escolar. No entanto, não participa em projectos internacionais como forma de diversificar a resposta aos problemas educativos.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

5.1 Auto-avaliação

A auto-avaliação é um projecto em desenvolvimento no Agrupamento desde a sua constituição, cuja finalidade visa contribuir para melhorar o sucesso educativo. Por iniciativa interna, este projecto, coordenado por uma equipa de trabalho, tem contribuído para a auto-reflexão sobre a problemática sucesso/insucesso, com a elaboração de relatórios anuais, que integram a análise detalhada dos resultados académicos. Porém, o projecto de auto-avaliação é incipiente, contribuindo de modo limitado para o seu desenvolvimento numa perspectiva estratégica, focalizada e progressiva que garanta a melhoria contínua e se torne num instrumento de gestão do Agrupamento.

Apesar de não existir um diagnóstico organizacional recente, as diferentes experiências de auto-avaliação em desenvolvimento identificam os problemas e algumas já implementam estratégias de melhoria, designadamente os projectos Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família e Gabinete de Mediação Pedagógica e o recente programa informático, criado internamente, que diagnostica as dificuldades em diferentes áreas (comportamento, cognição, metodologias de trabalho, relações interpessoais, etc.). Contudo, na sequência do diagnóstico efectuado não foram elaborados planos de acção de melhoria que permitam ciclos de auto-avaliação regulares e bem planeados, com impacto directo nos processos de ensino e de aprendizagem.

5.2 Sustentabilidade do progresso

As acções de auto-avaliação desenvolvidas têm permitido tomar decisões em áreas diferenciadas, como na implementação de uma estrutura articulada entre a escola, a família e a comunidade (Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família), na educação especial e na organização e gestão de projectos. Deste modo, melhorou os resultados em áreas relevantes, onde o desempenho foi considerado mais fraco, nomeadamente taxas de abandono e de absentismo escolares, gestão de situações de indisciplina e envolvimento da família na vida do Agrupamento.

A reformulação do Projecto Educativo e a integração das Metas de Aprendizagem para o Currículo do Ensino Básico, conjugado com uma liderança determinada do Director, o empenho dos diferentes profissionais e do Conselho Geral, em estreita relação com a comunidade envolvente, são indicadores de que a auto-avaliação será orientada para o desenvolvimento, de modo a permitir maior sustentabilidade da acção e do progresso.

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V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas «O Rouxinol» (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

Entende-se aqui por:

• Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;

• Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;

• Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos;

• Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

Funcionamento e articulação do Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família com os diferentes elementos da comunidade, com impacto no ambiente educativo e na integração socioescolar, com fortes consequências na redução do abandono;

Oferta de actividades e projectos diversificados, designadamente no âmbito do teatro, da solidariedade e do ambiente, promotores do desenvolvimento integral dos alunos nas suas diferentes componentes;

Utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, com a implementação de formação interna,

no processo de ensino e de aprendizagem, bem como para promover a partilha de materiais didácticos e a troca de informação entre os docentes;

Variedade e abrangência das actividades desenvolvidas pelas Bibliotecas Escolares, nomeadamente no âmbito da leitura, com impacto positivo na dinâmica do Agrupamento e nas aprendizagens;

Existência de quatro associações de pais e encarregados de educação conhecedoras da realidade, motivadas e empenhadas na melhoria do bem-estar e do sucesso das crianças e dos alunos;

Liderança, abertura e apoio do Director a iniciativas que promovam a qualidade e a formação integral dos alunos, partilhada pela sua equipa, tal como no incentivo à emergência de lideranças pedagógicas;

Clima educativo e de relações interpessoais positivas facilitadoras do apoio e integração dos diferentes

profissionais, alicerçados na motivação, no empenho e na dedicação de docentes e não docentes;

Contributo positivo, disponibilidade e empenho do Conselho Geral para a consolidação do Agrupamento

como unidade de gestão, significativa e com identidade própria, e para o estabelecimento de conexões com as diferentes entidades externas que desenvolvam comportamentos de responsabilidade social;

Dinamismo, abertura e ligação à comunidade para o estabelecimento de parcerias, protocolos e

projectos, tendo em vista a adesão e o estímulo à participação das crianças e dos alunos e a captação de verbas, como forma de enriquecimento das aprendizagens e de resolução de problemas.

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Pontos fracos

Impacto limitado das medidas destinadas a combater a indisciplina na Escola-Sede, devido à inexistência de uma estratégia concertada e partilhada por todos, bem como à fraca monitorização das diferentes situações, como forma de controlo e regulação;

Incipiente contextualização do currículo nacional, em matéria de priorização das competências gerais, condicionando uma gestão mais eficaz do currículo e o trabalho desenvolvido ao nível dos projectos curriculares de turma;

Fraca articulação curricular, como forma de assegurar a sequencialidade na gestão do currículo entre ciclos e ao longo destes;

Reduzida implementação de práticas de diferenciação pedagógica em sala de aula, como contributo para a melhoria das aprendizagens e do sucesso educativo;

Organização e estruturação segmentada do Plano Anual de Actividades, reflectindo dificuldades na consolidação do Agrupamento com identidade pedagógica e cultural próprias;

Não definição de metas claras e avaliáveis, em tempo oportuno, de modo a mobilizar e a reforçar a coesão da actuação de todos os intervenientes na prestação do serviço educativo;

Projecto de auto-avaliação incipiente, contribuindo de modo limitado para o seu desenvolvimento numa perspectiva estratégica, focalizada e progressiva que garanta a melhoria contínua e se torne num instrumento de gestão do Agrupamento;

Inexistência de planos de acção de melhoria como consequência do diagnóstico efectuado que permitam ciclos de auto-avaliação regulares e bem planeados, com impacto directo nos processos de ensino e de aprendizagem.

Oportunidades

Interculturalidade do meio envolvente, como factor de desenvolvimento, possibilitando a integração cultural e social dos alunos e respectivas famílias e criando condições para o desenvolvimento de processos de ensino e de aprendizagem estimulantes;

Estabelecimento de conexões com diferentes entidades externas, no sentido de favorecer o trabalho em rede para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas, nomeadamente para a realização de acções de formação para estrangeiros e de um projecto de Escola de Pais;

Reforço das parcerias com os órgãos autárquicos e outras entidades para a implementação de uma Unidade de Apoio Especializado para a Educação a Alunos com Multideficiência nos 2.º e 3.º ciclos, de forma a possibilitar a continuidade do apoio educativo aos alunos do 1.º ciclo.

Constrangimentos

Inexistência de um plano concertado de intervenção social, por parte das entidades públicas competentes, integrando a Rede Social do Seixal, que apoie a população com problemas socioeconómicos e socioculturais e que potencie o trabalho do Agrupamento na aproximação às famílias e no combate à indisciplina e ao absentismo dos alunos;

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Degradação de alguns equipamentos, na Escola-Sede (campo exterior, canalização, estores, coberturas e pavimentos) e na Escola Básica do 1.º Ciclo Nuno Álvares Pereira, tornando os espaços de aprendizagem pouco aprazíveis e motivadores;

Sobrelotação do Agrupamento, com implicações ao nível da escassez de espaços na Escola-Sede e obrigando ao funcionamento em regime duplo da maioria das turmas do 1.º ciclo, bem como a não existência de equipamentos lúdicos e desportivos nos espaços exteriores para as crianças e alunos.

Referências

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