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ESTRUTURAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE OVINOS REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS - PARANÁ. Bartmeyer, T.N. 1

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ESTRUTURAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DE OVINOS

REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS - PARANÁ

Bartmeyer, T.N.

1

RESUMO

O consumo da carne de cordeiro no Brasil está em expansão e hoje há uma demanda deste

produto em restaurantes, churrascarias e casas de carnes. Contudo o Brasil não é auto-suficiente

na produção de ovinos e isto levou o país a aumentar em 25% a importação de carne ovina

(cortes) nos últimos dois anos. O Uruguai é o maior exportador de carne ovina para o Brasil. No

Brasil a ovinocultura está em fase de estruturação e, no Paraná, algumas regiões estão se

organizando em forma de cooperativas e associações para a produção de carne ovina. Na região

dos Campos Gerais os produtores estão investindo na ovinocultura, mas encontram muitas

dificuldades para viabilizar esta atividade, principalmente em técnicas de produção e canal de

comercialização. Na sua grande maioria a forma de administração das propriedades ocorre por

uma estrutura profissionalizada, porém com Administração Familiar. Nesta região a

ovinocultura possibilita a diversificação da propriedade e o uso do sistema de Integração

Lavoura-Pecuária e agregação de renda ao produtor. Existe um nicho de mercado formado por

restaurantes e supermercados que atendem consumidores das classes A e B da região dos

Campos Gerais e de outros centros urbanos do Paraná que precisa ser atendida com carne de

cordeiro de qualidade, aliando, assim, a necessidade de agregar valor ao produtor e atender uma

demanda por este produto.

Palavras-chave: cordeiro, nicho de mercado, Campos Gerais

Introdução

Os ovinos foram uma das primeiras espécies de animais domesticados pelo homem. A sua

criação possibilita alimento, principalmente pelo consumo da carne e do leite, e proteção, pelo

uso da lã, fibra que servia como abrigo aos povos nativos.

A ovinocultura está presente em praticamente todos os continentes. A ampla difusão da espécie

de deve a seu poder de adaptação a diferentes climas, relevos e vegetações. A criação de ovinos

basicamente está destinada à exploração econômica como à subsistência das famílias das zonas

rurais.

Segundo dados do IBGE do ano de 2005, o Brasil possui 15,5 milhões de cabeças ovinas

distribuídas por todo o país, porém mais concentradas no Estado do Rio Grande do Sul e na

região nordeste. A criação no Rio Grande do Sul é baseada em ovinos de raças de carnes,

laneiras e mistas. Na região nordeste os ovinos pertencem a raças deslanadas que se adaptam ao

clima tropical e apresentam alta rusticidade e produzem carne e pele. Destaca-se ainda o

aumento na criação de ovinos nos Estados de São Paulo, Paraná e na região centro-oeste que são

regiões de grande potencial para a produção deste tipo de carne (VIANA, 2008).

A ovinocultura está em fase de estruturação a nível nacional e no Paraná muitas regiões estão se

organizando em forma de cooperativas e associações para a produção de carne ovina. Na região

dos Campos Gerais os produtores estão investindo na ovinocultura, devido ao aumento da

demanda de consumo. Apesar deste impulso na área de produção, a maioria dos produtores não

está organizada, encontrando muitas dificuldades para viabilizar esta atividade, desde técnicas

de produção até a comercialização.

Esta atividade possibilita a diversificação da propriedade e o uso do sistema de Integração

Lavoura-Pecuária, de maneira a agregar renda ao produtor. A estruturação desta cadeia de

maneira organizada possibilita o acesso ao mercado consumidor tornando a atividade

economicamente viável.

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Necessidade de mercado a ser atendida

Em curto prazo o objetivo é atender um nicho de mercado formado por restaurantes e

churrascarias que atendam consumidores das classes A e B, além de supermercados e açougues

dos principais centros urbanos do Estado do Paraná que buscam carne ovina de qualidade, com

segurança alimentar e sabor diferenciado.

Em médio e longo prazo a proposta é ultrapassar as divisas do Estado e do país.

Cenários futuros para o mercado

O consumo da carne ovina de qualidade está em expansão no mercado mundial e brasileiro,

impulsionada pelo crescimento demográfico, pela urbanização e pelas variações das

preferências e dos hábitos alimentares dos consumidores (FAO, 2007).

O Brasil pode beneficiar-se do aumento da demanda de carne ovina pelos países importadores.

O aumento do rebanho de ovinos e o fortalecimento da cadeia produtiva por meio da

organização de produtores são desafios a serem alcançados para que o país possa exportar carne

ovina para países de maior consumo.

Nos Estados do Paraná e de São Paulo o consumo ainda é baixo, mas observa-se que os hábitos

alimentares estão mudando. Percebe-se um crescente aumento do consumo de carne de cordeiro

no Brasil de um modo geral. Para tornar esse crescimento cada vez mais significativo e levar o

mercado de carne ovina a ser tão competitiva quanto de outras carnes tradicionalmente

consumidas, vários são os desafios a serem superados. Tais desafios dependem não só dos

produtores, mas também de frigoríficos e dos pontos de comercialização dessa carne no sentido

da adoção de práticas que se comprometam com a oferta de um serviço sério voltado para

qualidade do produto final para não regredirmos nesta conquista (GALLO, 2006).

Há uma resistência de mercado em relação ao preço, por isso é necessário destacar as qualidades

da carne de cordeiro à questão nutricional, ou seja, os benefícios de seu consumo à saúde,

evidenciando o fator “custos versus benefícios”, um produto diferenciado, com preço

diferenciado.

Os rebanhos existentes na região sudeste, ainda são pequenos, se comparados aos rebanhos da

região nordeste do País, entretanto percebe-se que existe alto nível de crescimento e

desenvolvimento principalmente no segmento de animais de elite. Percebe-se que em 2006

ocorreu uma comercialização crescente, com volume e preços expressivos. Isso mostra que São

Paulo está se tornando um pólo de genética. Até em função do perfil das propriedades que em

geral são pequenas. O clima é favorável e os criadores têm o perfil de investidor, o que tem

ajudado a alavancar o segmento. A carne ovina tem um custo maior, mas a qualidade também é

melhor. É necessário aumentar a quantidade de carne produzida, mantendo uma regularidade, o

que já se percebe que vem acontecendo. A avaliação é positiva. Para os próximos anos existem

previsões de maior crescimento no consumo, assim como o aumento de criadores (VIEIRA,

2007).

Visão do negócio

O Brasil está alcançando destaque na Agropecuária, com aumento da produtividade e do volume

de negócio, sendo que o Agronegócio tem sido de fundamental importância para elevar o PIB

(Produto Interno Bruto). Isto se deve a adoção de tecnologias de produção por parte dos

produtores e da abertura de novos mercados consumidores. Diante desta situação, algumas

cooperativas estão estruturando a ovinocultura a fim de se beneficiar desta abertura de mercado

e melhorar a renda de seus cooperados.

Na região dos Campos Gerais, o sistema de cooperativismo está coordenando a estruturação da

cadeia produtiva de ovinos por meio de ações que possibilitam a organização dos produtores, o

suprimento de insumos e serviços (técnicos e de gestão econômica) e a melhoria da

produtividade e comercialização.

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Missão do projeto

Estruturar e coordenar a cadeia produtiva de ovinos da Cooperativa de modo a suprir sua

necessidade em insumos, assistência técnica e comercialização, para assim gerar uma melhor

produtividade e renda ao cooperado.

Análise Swot

1. Análise do ambiente externo

1.1. Oportunidades

Crescimento da aceitação da carne ovina de qualidade pelo consumidor interno e externo;

Falta de carne ovina de qualidade nos principais centros consumidores;

Possibilidade de exportação de cortes nobres;

Alto potencial de aumento do consumo per capita;

Prioridades de Governo: combate à fome, distribuição de renda, geração de empregos,

desoneração tributária do setor produtivo, incentivo às exportações, entre outros;

Tamanho do mercado brasileiro: potencial consumidor de mais de 180 milhões de pessoas;

O perfil do novo consumidor, buscando conveniências, segurança alimentar, rastreabilidade,

garantia de origem, entre outros.

1.2. Ameaças

Importação de carne ovina, principalmente do Uruguai;

Renda per capita brasileira ainda é baixa e mal distribuída;

Alta taxa de tributos no setor de alimentos;

Abate clandestino de animais;

O Brasil convive ainda em algumas regiões com febre aftosa – por consequência não é

reconhecido internacionalmente como um país livre da doença – barreira para acessar

importadores de carne ovina;

Instabilidade nas políticas comerciais internacionais, ora facilitando a entrada de produtos

cárneos no Brasil e ora dificultando a venda aos países importadores de carne.

2. Análise do ambiente externo

2.1. Pontos Fortes

Empresa bem capitalizada, sólida e em expansão;

Associados com participação ativa nas decisões valorizando o cooperativismo;

Grande potencial para expansão da atividade, através da integração lavoura-pecuária;

Possibilidade de produção no inverno, época de baixa oferta de pastagem em muitas

regiões do Brasil;

Domínio de técnicas para produção de forragens de qualidade;

Produtores dispostos a usar tecnologia;

Possibilidade de terminação confinada, com uso de silagens, fenos, concentrados e

outros alimentos de qualidade disponíveis na região;

A Cooperativa dispõe de uma boa estrutura e fornecimento de insumos e serviços

destinados à produção – Fábrica de Rações e Concentrados – Loja Agropecuária –

Programa de Gestão Técnica e Econômica;

Possibilidade de garantir a qualidade do produto na origem (especificações de segurança

alimentar, rastreabilidade, peso, tipo de carcaça, livre de resíduos de medicamentos),

com boa base genética e possibilidade de cruzamento industrial;

Possibilidade de agregar valor às safras, principalmente no inverno, com uso da

Integração Lavoura-Pecuária;

Disposição para estabelecer parcerias com outros agentes do sistema agro-industrial da

carne como frigoríficos e distribuidores;

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Boa localização geográfica em relação à ponta da produção e à ponta do mercado

consumidor: Grande São Paulo, Grande Curitiba, Litoral Catarinense e ao Porto de

Paranaguá (exportação);

Imagem forte relacionada a altos padrões de qualidade, à tecnologia de produção,

seriedade (fazer bem feito) e base para construir e fortalecer a marca;

Pessoas qualificadas, cultura organizacional voltada para o desempenho e qualidade e

fortes investimentos em desenvolvimento profissional;

Boa relação com órgãos do Governo como SENAR/FAEP;

Fácil acesso a novas tecnologias, através de órgãos de pesquisa (Universidades, IAPAR,

Fundação ABC, etc.);

Possibilidade de parceria com empresas do município e região como abatedouros,

indústrias de embutidos, couro e outras.

2.2. Pontos Fracos

Falta de um modelo na criação da cadeia produtiva sem vícios;

A comercialização de animais na região não está estruturada e os produtores dependem

de frigoríficos para prestação de serviços de abate;

Falta de coordenação direta dos fluxos de informações e tecnologia para a produção

cooperada de ovinos;

Insuficiência de vigilância sanitária para produtos de origem animal fortalecendo o

abate clandestino;

Falta de estruturação da produção com utilização de técnicas adequadas à realidade da

região (genética, manejo alimentar e sanitário);

A produção de carne ainda é sazonal;

Falta de estruturação de um sistema de comercialização, de maneira a diminuir os riscos

de mercado;

Falta de políticas diferenciadas para o pagamento ao produtor de acordo com a

qualidade de carcaça (peso, cobertura de gordura e idade);

Sistema de Integração Lavoura-Pecuária pouco difundido e com pouca aceitação;

Falta especialização do produtor;

Dificuldade para aquisição de animais de criação (falta de animais e preços altos);

Alto custo para viabilizar uma estrutura de cortes em instalação própria da cooperativa.

Frigoríficos locais sem Serviço de Inspeção Federal (SIF).

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Figura 1. Região dos Campos Gerais, Paraná, Brasil.

Fonte: Cooperativa Agropecuária Castrolanda

www.castrolanda.coop.br

, 2013

1. Recursos físicos

O abate dos animais é terceirizado e realizado em um frigorífico do município de Castro, com

registro no Serviço de Inspeção Estadual (SIP). No mesmo local são realizados os cortes

especiais.

A distribuição dos produtos é realizada através de veículo refrigerado, com capacidade de 1.500

kg, e que mantêm a temperatura entre -16º C e -18º C.

O setor administrativo e técnico conta com dois veículos para coordenação e assistência técnica.

Estão sendo adquiridas 10 (dez) geladeiras (freezer) personalizadas para a promoção dos

produtos em supermercados e eventos do setor.

2. Recursos humanos

A cooperativa coordena e administra todas as etapas da cadeia produtiva (Tabela 1), desde a

produção até a comercialização, sendo apenas os serviços de abate contratados.

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6

Tabela 1. Relação de cargos e funções.

CARGO

QUANTIDADE

FUNÇÃO

Gerente da área

01

Administrar e organizar a cadeia

Coordenador

01

Coordenar as ações operacionais e

administrativas do projeto

Auxiliar Administrativo

01

Emissão de NFs e controles

Técnico em cortes

01

Realizar cortes especiais

Auxiliar de Operações

04

Auxiliar na realização de cortes e

controles de estoque

Técnico em Pecuária

01

Assistência Técnica aos produtores

Vendedor

01

Venda e entrega dos produtos

Considerações finais

Diante da crescente demanda do mercado consumidor por carne de cordeiro com qualidade,

faz-se necessária a estruturação desta cadeia produtiva de modo a suprir esta carência de mercado e

gerar renda ao produtor.

Contudo depara-se ainda com alguns desafios, dentre eles, definição de um sistema de produção

adequado à região, infraestrutura de abate deficiente, abate clandestino, alto custo com tarifas

governamentais.

O sistema cooperativista favorece a organização dos produtores e a superação dos desafios

acima expostos.

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