Vera Lucia Vieira de Souza
Terapeuta Ocupacional – Prof. do Departamento de Terapia Ocupacional – FM-CCS-UFRj
Módulo:
Aspectos Gerais das deficiências
Curso de Especialização em Acessibilidade Cultural
Departamento de Terapia Ocupacional - UFRJ Ministério da Cultura
• Vivências, reflexões e disseminação de informações sobre a inclusão de pessoas com deficiência, focando, sempre, a
questão da deficiência, da éSca da diversidade, da acessibilidade na
comunicação, da não discriminação e dos direitos humanos.
EMENTA
• Conhecer as caracterísScas, os problemas enfrentados, as condições que restringem e as que favorecem a
parScipação em aSvidades culturais das pessoas com deficiência Xsica, visual, audiSva, intelectual e das pessoas com Transtorno do Espectro AuSsta.
• RefleSr os processos de inclusão e exclusão da pessoa com deficiência na sociedade.
• Conhecer a legislação sobre direitos humanos e acessibilidade para as pessoas com deficiência.
• IdenSficar as necessidades de adequação dos espaços e das aSvidades de cultura para proporcionar a
parScipação de pessoas com diferentes condições.
OBJETIVOS
• Singularidades das pessoas com deficiências Xsica, visual, audiSva, intelectual e
transtorno do espetro auSsta; e outras condicoes com necessidades especificas.
• Direitos Humanos e Legislação no campo da deficiência
• Experiências de inclusão no campo da cultura
Programa
• Julho: AGD e TA I
• Agosto: AGD e TA I
• Outubro: TA I e II
Aspectos Gerais das deficiências
e Tecnologia AssisSva I e II
Stephen Hawking.
Foto: Domínio público / Wikipédia Disponivel em hcps://
www.acidigital.com/noScias/stephen-hawking-sacerdote-georges- lemaitre-e-o-pai-da-teoria-do-big-bang-14042
• Conversando sobre
Deficiências e
necessidades
específicas
reações sociais expressão da
diferença
• O contexto sócio-políSco-econômico da
sociedade ao longo do tempos influencia a forma como a sociedade se relaciona com a parcela da população consStuída pelas
pessoas com deficiência.
Vida em sociedade
• na guerra – pode ser herói
• após a guerra– podem sofrer exclusão
Considerar as consequências sociais que resultam em limitação ou caracterísSca considerada
desvantajosa.
O que é considerado deficiência depende da
importância dada a determinada competência.
Ex: em um mundo de cegos, quem Sver um olho será rei?
Fenômeno social das deficiências
• algumas diferenças causam estranheza
especial: rompe com o esperado e quebra a expectaSva, causando espanto.
ex: uma criança deficiente intelectual bonita e esperta; um cego agitado e hosSl.
Fenômeno social das deficiências
pouco se sabe;
as informações provêm de passagens na literatura grega e romana: morte e
abandono
“a única ocupação para os retardados mentais encontrada na literatura anSga é a de bobo ou de palhaço, para a diversão dos senhores e seus hóspedes”. Kanner, 1964 apud Aranha, 2001
Idade AnSga
CrisSanismo – visão religiosa da deficiência:
todos são filhos de Deus, possuidores de uma
alma e portanto merecedores do respeito à vida e a um tratamento caridoso.
Bíblia - referências ao cego, ao manco e ao leproso – a maioria dos quais sendo pedintes ou rejeitados pela comunidade, seja pelo medo da doença, seja porque se pensava que Deus estava punindo os doentes.
Doença, fraqueza e deficiência eram resultantes de cas/go ou punição demoníaca.
Idade Média
Burguesia –indivíduos não produSvos são vistos como deficientes.
problemas teológicos problemas médicos Hospitais - confinamentos
surgem novas ideias sobre a deficiência quanto à organicidade de sua natureza, produto de
infortúnios naturais – passa a ser tratada através da alquimia, da magia e da astrologia.
Locke, filósofo inglês - defendeu que o homem é uma
tábula rasa (uma folha em branco) a ser preenchida pela experiência, encaminhou para a crença na
educabilidade do deficiente mental.
Séculos XVI e XVII
Diversidade de aStudes -InsStucionalização:
a deficiência mental conSnuava a ser considerada hereditária e incurável e as pessoas eram relegadas a hospícios, albergues, asilos ou cadeias locais. Pessoas com deficiência =sica “ou eram cuidadas pela família ou colocadas em asilos” Rubin; Roessler, 1978 apud Aranha, 2001
-Educação Especial: primeiras experiências com ensino de surdos a se comunicarem
1800- primeira insStuição para cuidado e tratamento de deficientes mentais - Suiça
Séculos XVIII
Paradigma de Ins/tucionalização
cuidado e tratamento em ambientes segregados Ins/tuições totais – afastamento de familiares e
sociedade
Goffman, 1961: insStucionalização afasta
significaSvamente o indivíduo da sociedade, bem como o liga à vida insStucional,
consStuindo um esSlo de vida diXcil de ser reverSdo.
Século XIX
Modelo médico – pedagógico
normal x patológico
na medicina e nas ciências sociais
Deficiência passa a alvo de estudos,
classificação e intervenções específicas
• InsStuições especializadas para deficientes sensoriais e mentais
Século XIX
• 1854 – Imperial InsStuto dos meninos cegos – InsStuto Benjamin Constant - IBC
• 1857- Imperial InsStuto dos Surdos-Mudos InsStuto Nacional de Educação de Surdos – INES
• 1874 – Hospital Estadual de Salvador –
Hospital Juliano Moreira – assistência aos deficientes mentais
Brasil - Império
• 1913 – lei federal nos EUA – recursos para governo assumir a reabilitação
• I e II Guerra Mundial
• convivem insStuições totais, educação domiciliar e não trabalho.
• Ideologia da Normalização – anos 70
• DesinsStucionalização
Século XX
Fracasso da Ins/tucionalização: na busca de restauração de funcionamento “normal” do indivíduo no contexto das relações
interpessoais, na sua integração na sociedade e na sua produSvidade no trabalho e no estudo.
Desins/tucionalização: inicia-se no mundo ocidental o movimento pela
desinsStucionalização baseado na ideologia da normalização, como uma nova tentaSva para integrar a pessoa com deficiência na sociedade.
Século XX
• Anos 50 - Reabilitação – apontam as barreiras para locomoção
ACESSIBILIDADE
DÉCADA DE 70: Integração
• o “direito” e a necessidade das pessoas com deficiência de serem “trabalhadas” para se
encaminhar o mais proximamente possível para os níveis da normalidade.
• A mudança social era a garanSa de serviços e recursos para a modificação (escolas e
classes especiais; centros de reabilitação) em subsStuição às insStuições fechadas.
• Conceito de equiparação de oportunidades
Paradigma de serviços
Década de 80: Movimento das Pessoas com deficiência 1981 – ONU - Ano internacional das pessoas deficientes 1994 - Declaração de Salamanca – educação inclusiva
Inclusão
• Suporte: a pessoa com deficiência tem direito à convivência não segregada e ao acesso aos recursos disponíveis aos demais cidadãos. Para tanto, faz-se necessário idenSficar o que poderia garan/r tais prerrogaSvas.
• Favorece à Inclusão social, processo de ajuste mútuo: no desenvolvimento do sujeito e no reajuste da realidade social.
• ParScipação de pessoas com deficiência nas decisões sobre as pessoas com deficiência
Paradigma de suporte
• MODELO MÉDICO DA DEFICIÊNCIA
Abordagem centrada na pessoa com deficiência X
• MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA Abordagem centrada no meio
Atualmente: Visão interacionista entre fatores consStucionais (pessoais) e ambientais (meio)
Modelo
Diniz, D. O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense, 2007. 96 p. (Coleção Primeiros Passos).
• Modelo Médico:
a lesão causa a deficiência
• Modelo Social:
opressão social leva pessoas com lesões a experimentarem a deficiência
Relação de causa-deficiência
• OMOTE, 2008: Ações para possibilitar a oportunidade de parScipação como
cidadãos às pessoas com as mais variadas diferenças incapacitantes.
Conceito de Inclusão
• Leitura e discussāo de textos
experimentando alguma limitaçāo funcional.
• Apresentação dos grupos, relacionando leitura e vivência.
Vivência em grupo
• Aranha, M. S.F. Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com deficiência. Revista do Ministério Público do Trabalho, Ano XI, no. 21, março, 2001, pp. 160-173.
• Diniz, D. O que é deficiência. São Paulo: Brasiliense, 2007. 96 p. (Coleção Primeiros Passos).
• GOFFMAN, E. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Ed. PerspecSva, 1961.
• GOFFMAN, E. Es/gma – Notas sobre a manipulação da idenSdade deteriorada. São Paulo: Ed. PerspecSva, 1963, 4ª.Ed.
• KNISLEY,.E.P. Bem-vindo à Holanda. 1987. Disponivel em hcp://
www.movimentodown.org.br/2013/07/bem-vindo-a-holanda/. Acessado em 05 jul 2018.
• OMOTE, S. Diversidade, Educação e Sociedade Inclusiva. In OLIVEIRA, A. A. S.
D.; OMOTE, S.; GIROTO, C. R. M. Inclusão Escolar: As Contribuições da Educação Especial. São Paulo - SP: Cultura Acadêmica Editora, 2008. 288.
Complementar:
• QUEIROZ, A. DINIZ, Débora. O que é deficiência?. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 15, n. 3, p. 827, set. 2007. ISSN 1806-9584. Disponível em:
<hcps://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/arScle/view/
S0104-026X2007000300020>. Acesso em: 12 jul. 2018.
• SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1999.