Meio Ambiente e desenvolvimento
do Rio de Janeiro, em 1992, diz
que
“o direito ao desenvolvimento
deve ser exercido de tal forma que
responda eqüitativamente às
necessidades de desenvolvimento
e
ambientais
das
gerações
presentes e
futuras”.
internacionais,
governos
e
organizações
não-governamentais. Isto fez com
que fossem realizados, desde
sua concepção como conceito
até nossos dias, várias reuniões
ou
conferências
de
ordem
mundial, para tratar os assuntos
e propor novas políticas de
crescimento
econômico
em
níveis mundiais.
presente
sem
prejuízo
das
gerações
vindouras.
Nesse
sentido,
o
desenvolvimento
sustentável tem como objetivo a
melhoria das condições de vida
dos indivíduos mas preservando,
simultaneamente,
o
meio
envolvente
a
curto,
médio
e
sobretudo longo prazo. Tal pode
ser conseguido através de um tipo
de
desenvolvimento
economicamente
eficaz,
socialmente
equitativo
e
ecologicamente sustentável
futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar e difundir junto com o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que este é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies.
veio a resumir a forma de pensar e agir economicamente na sociedade contemporânea.
O progresso foi considerado a
principal forma de
desenvolvimento, regendo o mundo capitalista.
Na prática, significou criar fábricas e mais fábricas, incentivar o consumo, construir infra-estrutura para tal e descobrir as formas eficientes de explorar matéria-prima, retirando-a de todas as formas
impacto ambiental negativo
nunca antes visto na Terra.
Os
problemas
decorrentes
são
materializados
por
questões
como
o
aquecimento
global
efeito
estufa, chuva ácida, poluição
do solo e dos rios, inversão
térmica, extinção de animais,
Desenvolvimento progresso a qualquer custo.
A mudança de paradigma começou a ser formulada com a constatação pelos cientistas dos problemas e o início das discussões de alternativas que surgiram na baila do movimento pacifista, embrião do movimento ecologista, dos anos 60 tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.
Primeira
Conferência
das
Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento,
em Estocolmo, Suécia, em
1972.
Reconheceu-se
do
ponto de vista internacional
a
importância
dos
instrumentos
de
gestão
ambiental
para
promoção
A realização da conferência foi uma das maiores contribuições ao
surgimento do conceito de
desenvolvimento sustentável: mesmo que as relações entre desenvolvimento e meio ambiente não houvessem recebido maior atenção, observaram-se indicações
de que o padrão de
desenvolvimento econômico
Em 1987, a Comissão Mundial
sobre
Meio
Ambiente
e
Desenvolvimento das Nações
Unidas adotou o conceito no
famoso relatório Brundtland,
(Nosso
Futuro Comum)
que
discutia o futuro comum dos
habitantes da Terra.
Apresentou
um
novo
olhar
sobre
o
desenvolvimento,
definindo-o como o processo
que
“satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer
a capacidade das gerações
futuras
de
suprir
suas
próprias
necessidades”. É a
partir daí que o conceito de
desenvolvimento
sustentável
passa a ficar conhecido.
Entre as medidas apontadas
pelo
relatório,
constam
soluções
citadas
mais
à
frente, como a diminuição do
consumo
de
energia,
o
desenvolvimento
de
tecnologias
para
uso
de
fontes energéticas renováveis
e o aumento da produção
industrial
nos
países
não-industrializados com base em
tecnologias
ecologicamente
adaptadas.
Aponta para a incompatibilidade
entre
desenvolvimento
sustentável e os padrões de
produção e consumo, trazendo
à
tona
mais
uma
vez
a
necessidade
de
uma
nova
relação
“ser
humano-meio
ambiente”. Ao mesmo tempo,
esse modelo não sugere
a
estagnação
do
crescimento
econômico,
mas
sim
essa
conciliação com as questões
ambientais e sociais
O Relatório Brundtland (1983)
reconheceu que para buscar
soluções
para
o
desenvolvimento sustentável
seria imprescindível:
Tomar consciência do fato
de
que
os
problemas
sociais e ambientais são
interconectados; reconhecer
que
perturbações
ambientais não são restritas
a propriedades
particulares
ou a
limites
geográficos;
experimentadas
em
uma
determinada
região
do
mundo,
conseqüentemente,
afetam
o
bem-estar
de
pessoas em todas as
localidades, e que, apenas
sobre
abordagens
sustentáveis
do
desenvolvimento, poderá se
proteger o frágil ecossistema
do
planeta
e
promover
o
desenvolvimento
da
ocorrida no Rio de Janeiro (Brasil), o conceito tornou-se princípio fundamental e parâmetro para a Agenda 21, uma série de metas, aprovadas pelos mais de 160 países participantes. Em 2002, Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, chamada também de Rio+10, ocorrida em Johanesburgo (África de Sul), ampliou ainda mais a discussão em cima do que seria o tripé da sustentabilidade ou triple bottom line. Esse sim, uma maneira mais sistemática de discutir o desenvolvimento sustentável, mesmo que ainda embrionário em vários aspectos
entendimento de componentes variados (econômicos, políticos,
ecológicos) que formam o
sistema global e chamar a
atenção para uma nova maneira de entender e promover iniciativas e planos de ação. Influenciou, de maneira decisiva, o debate na conferência de Estocolmo.
The Limits to Growth, Limite do crescimento.
limites do crescimento econômico levando em conta o uso crescente dos recursos naturais.
Detectaram que os maiores
problemas eram: industrialização acelerada, rápido crescimento
demográfico, escassez de
alimentos, esgotamento de
recursos não renováveis,
deterioração do meio ambiente. Tinham uma visão ecocentrica e definiam que o grande problema estava na pressão da população
crescimento da população mundial industrialização, poluição,
produção de alimentos e
diminuição de recursos naturais continuarem imutáveis, os limites de crescimento neste planeta serão alcançados algum dia dentro dos próximos cem anos. O resultado mais provável será um declínio súbito e incontrolável, tanto da população quanto da capacidade industrial.
possa manter até um futuro remoto. O estado de equilíbrio global poderá ser planejado de tal modo que as necessidades materiais básicas de cada pessoa na Terra sejam satisfeitas, e que cada pessoa tenha igual oportunidade de realizar seu potencial humano individual.
3. Se a população do mundo decidir
empenhar-se em obter este
segundo resultado, em vez de lutar pelo primeiro, quanto mais cedo ela começar a trabalhar para
alcançá-lo, maiores serão suas
colaborado no desenvolvimento dos princípios desse conceito, em
1974, Ignacy Sachs é quem
geralmente tem recebido os
créditos por sua autoria.
Sachs (1967) elabora “as cinco dimensões dasustentabilidade”
Sustentabilidade Social - melhoria da
qualidade de vida da população, eqüidade na distribuição de renda e de diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular;
Sustentabilidade Econômica -públicos e privados, regularização do fluxo desses investimentos, compatibilidade entre padrões de produção e consumo, equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência e tecnologia;
da poluição, reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência e regras para uma adequada proteção ambiental;
Sustentabilidade Cultural - respeito
aos diferentes valores entre os povos e incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais;
mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas e industrialização descentralizada;
Sustentabilidade Política - no caso do
Brasil, a evolução da democracia representativa para sistemas descentralizados e participativos, construção de espaços públicos comunitários, maior autonomia dos governos locais e descentralização da gestão de recursos;
Sustentabilidade Ambiental -conservação geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração social. Abarca todas as dimensões anteriores através de processos complexos.
Recursos Naturais
Limites do Crescimento, 1971
Estocolmo 72
Nosso Futuro Comum, 1987
Além dos Limites, 1992
superior a da natureza em renová-los;
b) Recursos naturais não renováveis: não devem ser usados em
velocidade superior a do
desenvolvimento de tecnologias que permitam substituí-los quando se tornarem escassos;
c) Conservar a base ambiental (solo, água, biodiversidade, clima);
d) Estabilização da população mundial; e) Produção mais eficiente (redução do
uso de materiais e energia e reciclagem);
f) Melhoria da educação em todo os níveis
(Quênia)
Uma
nova
e
importante
preocupação entrava em cena:
Os
problemas
ambientais
globais
indicavam
que
os
resíduos e a poluição gerados
pelas atividades humanas já
estavam
excedendo,
em
algumas áreas, a capacidade
de
assimilação
da
biosfera.
de Roma foi atualizado, usando
computadores mais poderosos,
e
dados
mundiais
mais
confiáveis.
Os resultados confirmaram:
a) o perigo do esgotamento de
recursos naturais;
b) estamos jogando na Biosfera
mais resíduos e poluição do
que ela consegue absorver.
de Assimilar
Resíduos e Poluição
Nairobi 1982
Nosso Futuro Comum, 1987
Rio 92
Além dos Limites, 1992
uma velocidade superior a capacidade de sua degradação e reintegração aos ciclos naturais;
h) Usar substâncias mais biodegradáveis e menos tóxicas;
i) Produção mais limpa, com redução da geração de resíduos;
j) Aumentar a durabilidade dos produtos;
k) Reciclar (principalmente recursos não renováveis);
l) Conservação da base ambiental; m) Estabilização da população mundial; n) Melhoria da educação em todos os
Questão Social
Para uma Nova Ordem Internacional, 1976
Nosso Futuro Comum, 1987
Rio 92
facilitar o comércio de produtos e
matérias primas dos países em desenvolvimento.
aumentar a ajuda oficial ao
desenvolvimento para 0,7% do PNB dos países industrializados.
promover a transferência de
tecnologias eco-eficientes para os países em desenvolvimento.
p) Conservação da base ambiental;
q) Estabilização da população mundial; r) Melhoria da educação em todos os