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O USO DOS JOGOS MATEMÁTICOS NA TERAPIA INFANTIL.

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O USO DOS JOGOS MATEMÁTICOS NA TERAPIA INFANTIL

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Produtos Educacionais relacionados aos processos de Ensino e Aprendizagem de Matemática

Elizabethe Gomes Pinheiro1 Edla Maria de Souza Caminha Ramos2

Resumo: O presente trabalho visa fazer considerações e relatos sobre o uso de jogos educativos matemáticos e materiais manipulativos na sala de aula e nas terapias infantis. Os jogos aqui citados foram idealizados e aplicados pela autora, professora especialista em Matemática , nas salas de aula e em Cursos de Formação Continuada na Região dos Lagos, do Rio de Janeiro , pela co-autora , psicanalista e psicopedagoga, em seu consultório localizado na mesma cidade , por professores e pais . Os experimentos têm mostrado bom retorno dos filhos/alunos/pacientes, no que diz respeito à autoestima e interesse pela disciplina, dentre outros resultados observados.

Palavras-chave: Jogos educativos; Terapia; Matemática.

1. Introdução

Dialogar através do brincar é levar a criança até a mais profunda imaginação e simbolismo. Nenhuma criança brinca por brincar. Nas brincadeiras e jogos, as crianças expressam o simbolismo daquilo que lhes é impedido de falar. O lúdico na psicoterapia infantil favorece a acessibilidade na comunicação e abre caminhos para expressar o que a criança está sentindo. As brincadeiras e jogos são fundamentais para desenvolvimento emocional da criança. São utilizados como instrumentos e estratégias para promover uma intervenção mais saudável e menos diretiva, além de um caráter potencializador clínico e criativo. Na brincadeira, a criança expressa suas fantasias e sentimentos que possibilitam o extravasamento das energias positivas e negativas. Através do brincar, medo, angústia e desapego podem ser superados. Podemos

1 Logos University International - bethematica@hotmail.com 2 União Araruama de Ensino – Unilagos. edlacaminha@gmail.com

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considerar o brincar como alternativa viável, como um antídoto para agressividade. Por meio dos jogos e simulações a criança faz diferenciações entre regras e normas, busca resolução de conflitos, anseios, entre outros.

A partir do brincar a criança transcende uma ação e eleva o contato afetivo a um patamar mais sólido e envolvente em relação ao seu existir. Toda brincadeira estimula a capacidade de desenvolvimento mais saudável, sendo fundamental para a superação de vários aspectos do mundo infantil. Há uma mobilidade psíquica que integra o físico, social, cultural e afetivo que visa extravasar suas tristezas e alegrias, angústias, entusiasmos, passividades e agressividades, envolvendo-se no jogo e nas partilhas, o que proporciona um autoconhecimento assim como o conhecimento do outro.

Os jogos proporcionam interação, são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo como memória, linguagem, atenção, concentração e percepção. Isso, além do desenvolvimento motor, psíquico e emocional.

Deakin e Nunes (2008) definem a psicoterapia infantil como intervenções realizadas com crianças em que o psicoterapeuta tem como objetivo trabalhar problemas que estão causando alguma ameaça ao bem estar emocional das crianças.

A literatura mostra que Melanie Klein foi a primeira a desenvolver uma técnica psicanalítica especifica utilizando brinquedos (AFFONSO, 2012; KLEIN, 1980).

Segundo Klein, a psicanálise da criança envolve compreender e interpretar as fantasias, as ansiedades e as experiências expressas no brincar ou o porquê da inibição deste brincar, se as atividades lúdicas estiverem inibidas.

Segundo Affonso (2012), Ana Freud também foi uma das pioneiras com relação à psicoterapia infantil e uma síntese do seu trabalho se encontra em sua obra publicada em 1927, denominada: O tratamento psicanalítico de crianças. Segundo ela, Ana Freud acreditava que por meio do brinquedo a criança se expressava e elaborava sua angústia, assim como Melanie Klein, porém existiam algumas diferenças entre o trabalho delas.

Na psicoterapia comportamental infantil, a utilização dos materiais lúdicos se iniciou em meados de 1980, quando se começou analisar o brincar, sendo o termo ludoterapia comportamental infantil utilizado pela primeira vez por Gomes em 1998. Devido à dificuldade da criança em realizar relatos verbais, os terapeutas infantis vivem em constante busca de meios

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alternativos para obter informações sobre as variáveis que controlam as contingências do comportamento das crianças (GADELHA; MENEZES, 2004).

É considerado material lúdico tudo o que a criança utiliza para brincar. Na psicoterapia infantil o lúdico envolve qualquer estratégia em que se utilizem jogos, brinquedos, desenhos, livros de história ou qualquer objeto que a criança utilize para brincar e se expressar, facilitando a participação da criança na sessão (GADELHA; MENEZES, 2004).

A criança chega à idade escolar com habilidades que irão contribuir para o seu aprendizado e conhecimento. Sua função executiva irá determinar o bom desenvolvimento principalmente nas séries iniciais sendo considerada peça fundamental na vida escolar.

A pergunta é: o que vem a ser função executiva?

Pode-se definir como um conjunto de práticas relacionadas ao aspecto cognitivo, e tem por objetivo colaborar com diversas tarefas que envolvem planejamento, controle e monitoramento e interação com o espaço em que a criança vive gerando um direcionamento diretamente relacionado aos aspectos sociais, emocionais e intelectuais; dando à criança e consequentemente ao adulto que irá se tornar, a autonomia necessária para realizar suas tarefas diárias.

A criança necessita dessas habilidades no desempenho e autonomia nas tarefas e desafios da escola. Destaca-se o controle inibitório, autorregulação, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva e autocontrole. Observasse que na execução de jogos e brincadeiras a criança necessita destas habilidades de categoria simples para obter sucesso.

Ao brincar / jogar, a criança desenvolve a capacidade de raciocínio, planejamento e resolução de problemas, onde o foco e concentração são indispensáveis. No jogo e nas brincadeiras a criança determina objetivos, planeja, gerencia, prediz e antecipa as ações do jogo ou da brincadeira; obedece às regras e reprograma as estratégias; pensa, retém, calcula, recalcula, memoriza, seleciona, responde, indaga, se comunica, dialoga; mantém a atenção, foco, fixação; durante o jogo todos os sentidos estão sendo acessados e a percepção é estimulada, a criança analisa e critica; desenvolve a memória, persistência, resiliência, inibição, regulação, auto avaliação de ações; improvisa, raciocina indutiva e dedutivamente, conclui o jogo ou a brincadeira para obter resultados e se socializa, interage com o outro.

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Winnicott (1975), a partir dos seus estudos na clínica infantil, defende a tese de que é necessário estudar o brincar como um fenômeno de formas diferenciadas, onde a brincadeira facilita o crescimento, desenvolvendo o potencial criativo e conduz para relacionamentos grupais. Nesse sentido, o autor entende que o brincar é uma terapia com possibilidade auto curativa, único veículo possível de expressão para as crianças, como meio privilegiado de expressão e de apreensão da realidade, onde o brincar permite o acesso ao simbólico e aos processos complexos da vida.

É importante que a escolha do brinquedo feita pelo psicoterapeuta seja coerente com a idade da criança, para evitar a mobilização de angústia perante a sua apresentação, pois poderá mobilizar frustrações pela falta de capacidade cognitiva da criança em utilizar aquele brinquedo. O local deve permitir que a criança movimente-se, pinte a mesa ou a parede, jogue bola, molhe com água, etc. de forma a permitir eventualidades, descontroles lúdicos e a reparação diante do descontrole.

Outro aspecto que o psicoterapeuta deve observar na escolha do brinquedo é o seu tamanho - Klein (citada por Affonso, 2012) sugere que os materiais sejam pequenos, permitindo que a criança os manipule, ou seja, tenha controle sobre os mesmos, mas não tão pequenos que possam colocar sua vida em risco. É importante que os materiais estruturados sejam uma miniatura da realidade, para que a criança possa encontrá-los e reconhecê-los como representantes da sua realidade. O jogo simbólico permite à criança vivenciar do mundo adulto e isto possibilita a mediação entre o real e o imaginário.

Piaget (1996, apud Khishimoto, 2011, p. 40), o desenvolvimento do jogo de forma espontânea, ou seja, conforme se organizam as novas formas de estrutura, surgem novas modificações nos jogos que, por sua vez, vão se integrando ao desenvolvimento da criança por intermédio de um processo denominado assimilação. Nesta perspectiva, o brincar é identificado pela primazia da assimilação.

Vygotsky (1998) explica a influência dos jogos na formação da inteligência e no desenvolvimento do sujeito. Neste sentido, ele valoriza o fator social, diz que: “a criança cria uma situação imaginária e incorpora elementos do contexto social” (p. 112). Para este autor, a questão fundamental do jogo é que ele propicia a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, o jogo é o responsável pelo impulso do desenvolvimento dentro dessa zona. As brincadeiras

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são aprendidas no contexto social, tendo o suporte de seus pares e adultos. Esses jogos contribuem para a emergência do papel comunicativo da linguagem.

Na atividade lúdica, o ser humano, criança, adolescente ou adulto, não pensa, nem age, nem sente; ele vivencia, ao mesmo tempo, sentir, pensar e agir. Na vivência de uma atividade lúdica, como temos definido, o ser humano torna - se pleno, o que implica o contato com e a posse das fontes restauradoras do equilíbrio (LUCKESI,2005).

Conforme afirma Ramos (2011) “o jogo é um recurso importante para ser utilizado em sala de aula, pois favorece a ação do aluno, exige que ele coordene diferentes pontos de vista, torna o erro um fato observável, propõe uma situação-problema e gera dados para análise e reflexão”.

Os jogos, quando usados de forma planejada, possibilitam acompanhar e compreender: os caminhos que a criança percorre para chegar a um resultado ou objetivo; a construção de diferentes estratégias mentais e autônomas que antecipam a ação dos participantes; a interação social motivando a utilização e aprimoramento da linguagem e do pensamento infantil; a articulação de ideias da maneira mais lógica possível para ser compreendida por seus pares, além do estímulo ao desenvolvimento da autonomia, tida como o principal objetivo da educação segundo a teoria construtivista (KAMII; DEVRIES, 1991)

Enquanto joga, a criança pode revelar o seu próprio ser, pondo à mostra o modo social, cognitivo e afetivo que os caracterizam. Os jogos são ferramentas poderosas para auxiliar no desenvolvimento moral da criança, pois podem influenciar nas mudanças de comportamentos. As jogadas permitem a escolha consciente para um caminho a seguir. Um dos fins da educação é dar condições para que, por si própria, a criança possa resolver seus problemas. (SULEIMAN , 2008)

POR QUE É TÃO DESAFIADOR O ENSINO DA MATEMÁTICA?

Temos experimentado certo desprezo pela matemática por parte dos alunos e consequentemente se arrasta para o seio familiar quando ouvimos dos pais:”- Meu filho(a) não aprende a maldita matemática! Só pode ser culpa do professor, ou da Escola! Em nossas reuniões pedagógicas e conselhos de classe a grande vilã desfila imponente e concordamos que o sistema utilizado para o aprendizado da matemática não se mostra nada atraente para os alunos. Lembro-me de ouvir, inúmeras vezes minha avó dizer: “- Educação começa em casa. É

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claro que ela se referia aos bons modos e etiqueta, mas prefiro usar esta frase no sentido mais amplo da palavra Educação.

O sistema de Ensino estigmatiza a matemática e perpetuado há décadas um ensino desconectado da matemática real, daquela que faz sentido para o aluno, que o acompanhará ao longo de sua vida. Apenas uma exposição de regras, exercícios intermináveis, códigos matemáticos e fórmulas não captam a atenção do aluno. Estes precisam de outro modo de aprendizagem mais concreto e dinâmico.

Infelizmente associamos o fato de ser bom em matemática à inteligência, e caímos no erro de analisarmos quem é bom ou mal em matemática. Ao perceber esta comparação o aluno se sente frustrado, envergonhado e se julga menos inteligente que os outros. Por vezes estas comparações começam em casa. “Você não é como seu irmão”. “Você deve ter algum problema”, etc.

A matemática é uma matéria acumulativa, ou seja, cada capítulo é importante para entender e dominar o próximo. Na verdade se não construirmos bem a base, provavelmente não conseguiremos chegar ao topo. Então é preciso agir desde cedo, com uma educação matemática que se inicia em casa, com jogos e brincadeiras familiares.

A análise do erro do aluno e a construção das estratégias de resolução dos problemas de jogo fornecem ao professor subsídios para a sistematização dos conceitos trabalhados durante a situação de jogo. Portanto, o processo de sistematização dos conceitos e/ou habilidades do pensamento matemático que vão emergindo no decorrer das situações de jogo deve ser desencadeado pelo profissional responsável pela intervenção pedagógica com os jogos, seja o professor, o pesquisador, o psicopedagogo, o terapeuta.

O medo da matemática é igualmente relacionado com a esfera das emoções. Então, é importante não deixar cristalizar um medo ou um problema de relacionamento com o professor. Os pais devem discutir sobre o assunto na escola, pedir ajuda a um professor e levar a criança a um profissional específico.

O papel dos pais é muito importante para que a criança volte a ter confiança em si mesma e em suas capacidades. Uma pessoa que é uma negação em matemática pode conseguir e ter um bom nível uma vez que o bloqueio vai embora. Eles podem mesmo seguir seus estudos superiores em matemática ou uma profissão relacionada à matéria.

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Dicas para aprender matemática: Curta cada conquista. Tentativa e erro nos fará chegar lá. Leve a matemática a sério, ela está presente em nosso dia a dia. Medos e angústias podem atrapalhar o processo. Construa grupos de estudo. Sim, é possível aprender matemática se divertindo.

Jogos Educativos Bethemática - Fotos da autora. 2020

Os Jogos Educativos Bethemática foram elaborados pela autora a fim de colaborar com as terapias no que diz respeito às dificuldades apresentadas pelo aluno de ordem pedagógica e emocional em relação à matemática, tornando a aprendizagem num processo lúdico. Esses jogos, em sua maioria, no trabalho do psicopedagogo e do psicanalista clínico favorecem a memória, concentração, persistência, resiliência, relaxamento, rapidez de raciocínio, raciocínio sequencial, respeito às regras e paciência, propiciando assim um ambiente favorável à aprendizagem desse componente curricular.

Jogo 01: Tabuada das mãos, temos a “descoberta” dos fatos básicos do 6 ao 10. Jogo 2: Números Sensoriais, usado para dar significado no ensino de quantidade, ordenação, par e ímpar . Jogo 3 : Encaixe Geométrico tem como função principal o encaixe das formas , cores, abordando também sequência de comandos. Jogo 4: Kit Matemática Divertida , com uma iniciação para a Alfabetização Matemática, atendendo até 2° ano do Ensino Fundamental . Jogo 5 : Adedanha Matemática: jogo publicado na PUC Paraná , no ENEM 2013, sendo aplicado em vários lugares do Brasil, estimulando o raciocínio lógico e desenvolvendo conceitos fundamentais, tais como, antecessor, dobro, triplo , fatos básicos e expressão numérica . Jogo 6: Soma 10, trabalha estimativa e cálculo mental até 10 . Jogo 7: nesse jogo a percepção visual é o foco . Jogo 8: Jogo da Memória dos Números inteiros, favorece a memorização das regras

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de sinais do 8° ano do Ensino Fundamental, assunto base para os anos seguintes .Jogo 9: Pula Cores, foi criado à partir de um jogo conhecido como pula sapo.Desenvolve a concentração e a busca por estratégias . Jogo 10: Coração Gigante é um quebra-cabeça para ser trabalhado em grupo, focando na interação e na Resolução de Problemas colaborativos . Jogo 11: 4 cores trabalha com a percepção visual e o Jogo 12, o Kit Matemática Divertida, foi publicado na IV Feira Nacional de Matemática em Jaraguá do Sul,SC. Estimula o cálculo mental, favorecendo a construção de conceitos fundamentais , os pré-requisitos para o bom desenvolvimento do aluno à partir do 6° ano.

Relatos de Experiências

Ao jogar a criança vivência experiências prazerosas relacionando o que se aprende de forma lúdica. Aprende a respeitar o outro, sua vez, a ganhar e perder, esperar. Cada desafio proposto é um novo meio de aprendizagem e dessa forma vai internalizando o conhecimento adquirido.

Os jogos despertaram mais interesse, em meus filhos e alunos, nas atividades escolares e o rendimento se tornou mais satisfatório. Os desafios são encarados como brincadeiras e a participação é total, eles estimulam a criatividade na elaboração de estratégias para resolução de situações problemas, buscando diferentes soluções.

Através dos jogos vamos preparando as crianças para vida adulta, sabemos quanto é necessário ensinar e aprender a conviver em sociedade. As brincadeiras e jogos tem grande poder educativo, valorizam: o respeito, a ajuda, a cooperação, a alegria e o amor com o próximo e consigo mesmo.

Camilla de Souza Lopes Ferrari Professora e mãe

Fotos da autora

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Utilizamos os jogos, para extrair do paciente, percepções que somente no momento de uma terapia, onde a escuta é a principal abordagem não conseguiríamos. Pode-se desenvolver através dos jogos: a leitura, escrita, raciocínio lógico, resolução de problemas, atenção, concentração, memória, baixa tolerância à frustração. Observa-se ainda as habilidades numéricas e o raciocínio numérico. Essas habilidades nos auxiliam, inclusive, a perceber algumas angústias que a criança apresenta no ambiente familiar e escolar.

A Análise do comportamento é uma linha de atuação que nos direciona a compreender e intervir nas demandas do comportamento infantil. É conhecida como terapia analítico-comportamental infantil. Desenvolve um trabalho que busca acesso a diversos ambientes onde a criança está inserida, tais como: o ambiente familiar, o ambiente escolar e um ambiente onde ela faça amigos. Esses ambientes são de suma importância para que possamos compreender o universo dessa criança e então intervir no comportamento que vem perturbando-a.

O jogo é uma excelente ferramenta para que possamos perceber as ações, reações, reconhecendo essas demandas. Na hora do jogo a criança apresenta gatilhos que apontam para a criatividade, ansiedade, agressividade, dentre outras e o jogo nos permite reconhecer todas.

O brincar possibilita então, uma construção e estabelece uma aliança, uma parceria terapêutica . Isso consequentemente diminui o risco de abandono da terapia e um maior engajamento da criança no processo terapêutico.

Geralmente utilizo os jogos em todas as sessões. Preparo as dinâmicas e os encontros com a criança vão além da sessão terapêutica, é um momento de bate-papo e geralmente utilizo brinquedos e os jogos da Bethemática. A contação de histórias e vídeos estão em todas as sessões . Utilizo minimamente de três a quatro jogos, já que a sessão terapêutica leva de 40 à 50 minutos. Inicio com o acolhimento do paciente, vejo se ele está à vontade e confortável e logo em seguida entro com desenho para que ele possa relaxar. Trabalho a respiração para relaxação.

Trabalho com pintura, em seguida uma contação de história, uma fábula, onde eu posso indagar a criança o final da história, como ela terminaria e já começo a perceber algum indício do comportamento nessa resposta. E seguida, entro com o jogo, não necessariamente um jogo matemático. Em algum momento posso entrar também com jogo de linguagem e isso vai me facilitando vai me dando acesso a questões que a criança traz.

Principais jogos que utilizo na terapia:

Encaixe Geométrico; kit matemática divertida; monte rápido; pula cores; coração partido gigante; 4 cores;

2. Considerações Finais

Nas brincadeiras e jogos infantis é de suma importância vivenciar a ludicidade as crianças terão momentos únicos de descoberta, prazer e afeto com o grupo e o terapeuta que media o processo. O psicoterapeuta que sabe integrar afeto, inteligência e imaginação, no

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convívio estabelece vínculos afetivos e dá-lhes a certeza de que neste mundo se pode confiar nos adultos.

Quando se insere em ambientes enriquecedores, instigantes, estimulantes e cheios de espaços para aprender a criança avança. O seu pensamento evolui e vai estruturando-se a cada nova ideia elaborada, a cada experiência, na interação com discursos diversos que as nutrem para pensamentos cada vez mais complexos.

Há que se pensar num meio de ressignificar o espaço terapêutico levando-se em conta procedimentos que estabeleçam resultados que auxiliem o desenvolvimento global da criança.

A medida do desenvolvimento de suas fases as crianças, dão sentido diversos para os objetos a brincadeira cresce, a boneca, ganha vida e insere-se como filha na brincadeira de casinha, um cabo de vassoura vira num cavalo e assim tudo se transforma em suas mãos. À medida em que vão amadurecendo seus brinquedos e brincadeiras vão tomando novo sentido, novo significado. A criança precisa enxergar no setting terapêutico um espaço de liberdade, um encontro consigo mesma, e que este momento seja uma grande aventura.

3. Referências

AFONSO, M.L. C. Ludodiagnóstico: Investigação clínica através do brinquedo. Porto alegre: Artmed, 2012.

DEAKIN, Elisabeth Kuhn and NUNES, Maria Lucia Tiellet. Investigação em psicoterapia

com crianças: uma revisão. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul [online]. 2008, vol.30

GADELHA, Yvanna Aires, Menezes, Izane Nogueira de. Estratégias lúdicas na relação

terapêutica com crianças na terapia comportamental - DOI: 10.5102/UCS.V2I1.523 [ Links

]

KAMII, C.; DEVRIES, R. Jogos em grupo na educação infantil: implicações da

teoria de Piaget. Tradução: M. C. D. Carrasqueira; prefácio Jean Piaget. São Paulo:

Trajetória Cultural, 1991.

KLEIN, M. (1980). Notes on some schizoid mechanisms. In M. Klein, The writings of Melanie Klein, Vol. 3: Envy and gratitude and other works: 1946-1963 (pp. 1-24). New York: The Hogarth Press. (Trabalho original publicado em 1946.) [ Links ]

KISHIMOTO, Tizuko, M. (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

LUCKESI, Cipriano C. Ludicidade e Atividades Lúdicas: uma abordagem a partir da experiência interna. 2005. Disponível em:

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http://www.luckesi.com.br/artigoseducacaoludicidade.htm. Acesso em: jun. 2020. RAMOS, R. A. de O. O uso de Mídias Interativas na Compreensão de Conceitos da

Lógica Computacional. Dissertação (Mestrado em Tecnologia da Inteligência e Design

Digital) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. SP, 2011.

SULEIMAN, Amal Rahif - O Jogo e a educação matemática: um estudo sobre as

crenças e concepções dos professores de matemática quanto ao espaço do jogo no fazer pedagógico /Amal Rahif Suleiman – 2008 Dissertação (Mestrado em Educação

Escolar) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Campus de Araraquara

VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente. 6ª ed. São Paulo, SP. Martins Fontes Editora LTDA, 1998.

WINNICOTT, D. W. (1975) O brincar & a realidade. Trad. J. O. A. Abreu e V. Nobre. Rio de Janeiro: Imago. [ Links ]

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