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Instituto Educacional BM&F. MERCADO FUTURO: Conceitos e Definições

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Instituto Educacional BM&F

MERCADO FUTURO:

Conceitos e Definições

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FICHA CATALOGRÁFICA

(Catalogado na fonte pela Biblioteca da BM&F – Bolsa de Mercadorias & Futuros)

B67m

Mercado futuro: conceitos e definições. São Paulo : BM&F, 2007.

47p.

Nota: Apostila utilizada nos cursos “ADD e Operador de Pregão Online

1.Derivativos 2. Mercado Futuro 3. Mercado a Termo 4. Mercados BM&F

CDU 336.761.2

1ª Edição: Dez/2007

Direitos desta edição reservados à: BM&F – Bolsa de Mercadorias & Futuros

Rua Boa Vista, 280 – 4º andar – Cep 01014-000 – São Paulo – SP Tel.: (11) 3119-2000 / Fax: (11) 3242-7649

www.bmf.com.br/educacional e-mail: cursos@bmf.com.br

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Índice

Mercado Futuro: conceitos e definições ... 4

1. Derivativos... 5

1.1. Conceito de Derivativos ... 5

1.1.1 Liquidação futura ... 5

1.2. Principais derivativos... 6

1.3. Bolsa versus Balcão ... 7

1.4. Participantes dos mercados de derivativos ... 7

2. Mercado a Termo ... 10

2.1. Definição... 10

2.2. Características... 11

Exemplos de operações a termo... 11

2.3. Deficiências dos contratos a termo ... 14

3. Futuros: Mecânica Operacional ... 16

3.1. Definição... 16

3.2 Ambiente de Negociação em Bolsa ... 16

3.3. Características... 20

3.3.1 Variáveis Padronizadas ... 20

3.3.2 Controle de Posições ... 22

3.3.3 Intercambialidade de Posições... 24

3.3.4 Ajustes Diários ... 26

3.3.5 Margem de Garantia ... 28

3.3.6 O papel da Clearing... 28

3.3.7 Liquidação das Operações... 30

3.4. Regulação da Bolsa... 31

Regulação da Bolsa ... 31

4. Funções do Mercado Futuro ... 34

4.1. Hedge... 34

4.2. Descoberta de preços ... 35

4.3. Benefícios gerados pelos mercados futuros ... 36

5. Formação do Preço Futuro... 38

5.1 Padronização dos contratos e preços futuros ... 38

5.2. Arbitragem e preços futuros ... 39

5.3. Padrões de preço... 40

5.4. Conceito de base ... 41

5.4.1 Base e convergência de preços ... 41

5.4.2 Oscilações da base ... 42

5.5. Convergência de preços ... 43

5.6. Arbitragem e custo de carrego... 43

6. Operações no Mercado Futuro ... 45

Definição de Hedge, especulação e arbitragem... 45

6.1. Operações de hedge ... 45

6.2. Operações de arbitragem ... 46

Exemplo de arbitragem no mercado futuro de açúcar da BM&F e da

Liffe-Londres... 47

6.3. Operações de especulação... 47

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Mercado Futuro: conceitos e definições

Bem vindo ao Curso Mercado Futuro: conceitos e definições.

Este curso foi desenvolvido especialmente para as pessoas que desejam entender o funcionário básico dos mercados futuros.

Nosso objetivo é auxiliá-los no entendimento de conceitos de derivativos, características do mercado futuro e exemplos de negociações para profissionais interessados no mercado financeiro em geral.

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1. Derivativos

1.1. Conceito de Derivativos

Suponha que eu e você moremos no interior de São Paulo, em Araçatuba. Eu sou pecuarista e você planta milho em uma fazenda a 25km de distância da minha. Nos últimos anos, tenho comprado seu milho como ração para meu rebanho, pagando a vista, ao preço vigente no mercado, no dia da entrega.

O milho é uma commodity fundamental para nós dois. Entretanto, temos uma grande diferença: eu torço para que o preço do milho caia o máximo possível; você, ao contrário, anseia que o preço, após a safra, seja o mais alto possível.

¾ Como fazer para evitar tanta incerteza?

Considere que estamos a cinco meses da safra e que, nas últimas semanas, as cotações do grão estão muito voláteis, causando apreensão nas duas partes. Nesse cenário, podemos fazer o seguinte acordo: fixamos o preço do milho que será colhido cinco meses mais tarde. Escolheremos um preço razoável para os dois, que permita obter bons lucros nas respectivas atividades.

Desse modo, não precisaremos nos preocupar com o que vai acontecer na próxima safra. Sabendo de antemão o preço do milho, podemos planejar: eu, a engorda de bois, e você, o plantio. Esse acordo é chamado de “contrato a termo” e pode ser considerado o embrião do que estudaremos aqui.

1.1.1 Liquidação futura

A estória acima ilustra o fato dos ativos poderem ser negociados por meio de operações a vista e/ou de liquidação futura. Nas operações no mercado a vista (ou mercado spot), a transação é liquidada imediatamente, com a entrega do ativo e seu pagamento. Nas operações de liquidação futura, a entrega do ativo e seu pagamento ocorrem em momento posterior ao da negociação. Essas últimas operações são instrumentalizadas por meio dos chamados contratos de derivativos.

Definição

Contratos deDerivativos são contratos financeiros cujas características estão

vinculadas a outros títulos, ou ativos, que lhe servem de referência.

A origem do termo “derivativos” está associada à idéia de que os preços desses contratos possuem estreita ligação, ou seja, derivam dos preços do ativo subjacente ao contrato.

Definição

Ativo-objeto designa o ativo primário dos derivativos. Por exemplo, os

contratos futuros podem estar referenciados em ações, índices, agropecuários, etc.

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1.2. Principais derivativos

Derivativos é o nome dado à família de mercados em que operações com liquidação futura são implementadas, tornando possível a gestão do risco de preço de diversos ativos. Quatro modalidades de contratos são negociadas nesses mercados: “‘termo”, “futuro”, “opções” e “swaps”.

Esses contratos podem ser negociados no mercado de balcão ou no mercado de bolsa. Os derivativos negociados no mercado de balcão são os contratos a termo, swaps e opções flexíveis, definidos abaixo:

Definição

Contratos a termo são acordos de compra e venda de um ativo, a certo preço

estabelecido entre as partes, para liquidação em uma data futura específica. Esses contratos são intransferíveis e sua negociação pode ocorrer tanto em mercado de balcão como em bolsa.

Definição

Swaps são acordos privados entre duas empresas ou instituições financeiras para a troca futura de fluxos de caixa, respeitada uma fórmula preestabelecida. Consistem em um tipo de contrato a termo. Os swaps podem ser registrados em bolsa para facilitar o uso de garantias quanto ao cumprimento dos itens acordados.

Definição

Opções flexíveis são acordos privados entre duas partes nos quais os termos

dos contratos são negociados. Com um pagamento inicial, a parte compradora da opção tem o direito de comprar (nas opções de compra) ou vender (nas opções de venda) o ativo, em certa data futura, a um preço preestabelecido. A outra parte da operação, o vendedor da opção, recebe esse pagamento como remuneração por sua exposição ao risco e tem a obrigação de vender (para opção de compra) ou a obrigação de comprar (para a opção de venda) o ativo, caso a contraparte exerça o seu direito. As opções flexíveis recebem este nome, pois os termos do contrato da opção são livremente negociados entre as partes, dificultando a saída de posições. As negociações com opções flexíveis são feitas em balcão, mas registradas em bolsa.

Já os derivativos negociados em bolsa são os contratos futuros e contratos de opções:

Definição

Contratos futuros são acordos de compra/venda de um ativo para uma data

futura a um preço estabelecido entre as partes quando da negociação. Esses contratos são padronizados em relação à quantidade e qualidade do ativo, formas de liquidação, garantias, prazos de entrega, dentre outros, e têm negociação apenas em bolsa, sendo possível a liquidação do contrato antes do prazo de vencimento.

Definição

Contratos de opções são acordos nos quais uma parte adquire o direito de

comprar (vender) um ativo a um preço preestabelecido até certa data futura e a contraparte se obriga a vender (comprar) esse ativo, em troca de um único pagamento inicial. As opções negociadas em bolsa diferenciam-se das opções flexíveis por possuírem todos os seus termos padronizados, com exceção do

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preço de compra da opção, denominado prêmio, livremente negociado em bolsa. Como conseqüência da padronização, as partes envolvidas na negociação conseguem sair de suas posições comprada ou vendida a qualquer momento até o vencimento do contrato.

1.3. Bolsa versus Balcão

As negociações com derivativos podem ocorrer no mercado de balcão ou em bolsas organizadas.

O mercado de balcão é, em boa parte dos casos, espontâneo e informal. Surge, geralmente, entre grandes instituições, sem local fixo de encontro, com baixa transparência na divulgação de preços e não segue regras específicas. É, basicamente, um mercado em que as partes negociam diretamente entre si. Por essa razão, nada impede que na mesma hora e até no mesmo lugar se pratiquem preços diferentes na compra-venda de produtos semelhantes. Nesse sentido, afirma-se que o mercado de balcão se caracteriza por sua baixa transparência na divulgação de preços e por não seguir regras específicas.

Na negociação de derivativos de balcão as partes envolvidas definem livremente os termos do contrato. Isto é, os derivativos negociados em mercado de balcão são feitos “sob medida”, existindo grande flexibilidade na negociação dos itens do contrato, tais como a qualidade e a quantidade do ativo, as garantias do negócio, a forma de liquidação etc. Os riscos devem ser totalmente assumidos pelas partes, cabendo a eles a requisição de garantias à contraparte para assegurar a boa liquidação do negócio. Isto é, garantias que assegurem que o pagamento será feito e a mercadoria entregue, respeitando os padrões de qualidade previstos na negociação.

A principal desvantagem de tais derivativos é o risco de crédito que as partes estão expostas.

Exemplos desses derivativos são os contratos a termo, os swaps e as opções flexíveis.

9 Saiba mais: a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) permite o registro dos seguintes derivativos de balcão: swaps (com diferentes tipos de variáveis) e opções flexíveis de taxa de câmbio R$/US$, de Ibovespa e de índice de taxa de juros spot.

Já as bolsas oferecem locais e sistemas apropriados para negociação, registro, compensação e liquidação das operações de compra e venda de contratos e para divulgação das transações ali realizadas. Além disso, estabelecem mecanismos e normas para o acompanhamento e a regulação dos mercados, garantindo a autenticidade das operações e sua boa liquidação.

Os contratos ali negociados são padronizados, tais como os contratos futuros e de opções.

1.4. Participantes dos mercados de derivativos

Observa-se, em geral, a atuação de três agentes nos mercados de derivativos: os

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¾ Hedgers

Os hedgers atuam nestes mercados visando proteção contra as oscilações de preços dos ativos com os quais trabalham. A principal preocupação do hedger não é obter lucro por meio de operações com derivativos, mas garantir o preço de compra ou de venda de determinado ativo numa data futura e eliminar o risco de variações adversas de preço. Veja alguns exemplos de hedgers.

Exemplo

• Produtor agrícola que participa do mercado futuro para travar o preço de venda, visando gerenciar o risco de queda da cotação da commodity produzida.

• Uma empresa que tem um passivo em dólares. Como seu risco está associado à alta do dólar, ela compra contratos de taxa de câmbio de reais por dólar no mercado futuro.

¾ Especuladores

Os especuladores são participantes cujo principal objetivo é a obtenção de lucro. Sua atuação consiste na negociação de derivativos apenas com o objetivo de ganhar o diferencial entre o preço de compra e o de venda, não tendo nenhum interesse no ativo-objeto.

O conceito de especulador tem recebido, freqüentemente, conotação muito depreciativa, talvez devido ao fato de seu objetivo ser apenas o lucro. No entanto, sua participação é fundamental nestes mercados, pois são os únicos tomadores de risco. Quando os hedgers entram no mercado, eles não estão propriamente eliminando o risco de variações adversas de preços, mas transferindo esse risco para outro participante, o especulador. Nesse contexto, o especulador tem o papel importante de equalizador de oferta e demanda, pois nem sempre o volume de hedgers procurando proteção contra queda de preços iguala-se ao volume de hedgers procurando proteção contra alta de preços.

Os especuladores dificilmente mantêm suas operações em aberto por muito tempo devido à magnitude do risco assumido e por não estarem envolvidos com a negociação física do ativo-objeto. Em geral, eles abrem e fecham posições rapidamente, provocando o aumento do volume negociado no mercado e assim favorecendo sua liquidez. Formam um grupo muito variado de participantes, incluindo instituições, fundos de commodities, membros do público em geral e outros participantes que procuram ganho financeiro e tomam posições em mercados voláteis. A operação de especulação mais conhecida é a de day trade.

Definição

day trade: operação que consiste na abertura e no encerramento da posição

no mesmo dia. A compra e a venda são realizadas no mesmo pregão, para o mesmo cliente, pela mesma corretora de mercadorias e registradas pelo mesmo agente de compensação. A compra e a venda possuem como objeto contratos idênticos e em igual número.

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¾ Arbitradores

O arbitrador é um participante que tem como objetivo o lucro, evitando assumir riscos diretamente. Sua atividade consiste em identificar distorções de preços entre mercados e tirar proveito dessa diferença ou da expectativa futura dessa diferença. A estratégia do arbitrador consiste em comprar no mercado em que o preço está mais baixo e vender naquele em que estiver mais alto, tendo como lucro o diferencial de compra e de venda. Atuando geralmente com operações simultâneas, elimina riscos de mercado porque ele sabe exatamente por quanto ele comprará e por quanto venderá.

É importante notar que, uma vez que os arbitradores compram no mercado A e vendem no mercado B estão aumentando a procura no mercado A (e, conseqüentemente, seus preços), enquanto há aumento de oferta e queda de preços no mercado B. Num dado momento, os dois preços tendem a voltar ao equilíbrio. Dessa forma, o arbitrador acaba por agir exatamente como um árbitro por acabar com as distorções de preços entre os mercados.

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2. Mercado a Termo

As operações a termo solucionavam alguns problemas importantes na comercialização agrícola do século XIX. Contínuos aperfeiçoamentos deram espaço a um novo mercado, em que hedgers e especuladores propiciam importantes contribuições à atividade econômica. No entanto, é importante ter conhecimento sobre o mercado a termo, pois ainda existe um volume considerável desse tipo de operações. Além disso, entender as definições e as características deste mercado auxilia na compreensão da dinâmica de funcionamento dos mercados futuros.

2.1. Definição

No mercado a termo, as partes se obrigam a liquidar, em uma data definida entre elas, no futuro, a operação combinada no presente.

No vencimento (tn), o vendedor entrega a commodity negociada, conforme definido no

contrato, e o comprador paga o valor combinado em t0. Note que a mercadoria não

troca de mãos até a chegada da data de entrega acertada entre as partes. No diagrama:

¾ t0 é o momento atual no qual se desenvolve a negociação a termo;

¾ tn é a data do vencimento, data em que as partes estão obrigadas a cumprir

sua parte;

¾ comprador é quem se obriga a pagar, em outra data, o preço negociado no presente, nas condições definidas pelo contrato termo;

¾ vendedor é quem se obriga a entregar o(s) produto(s) no vencimento do contrato, nas condições nele determinadas;

¾ operação é o ato de negociação em que as partes definem os itens do contrato (quantidade, qualidade, condições de entrega e de liquidação financeira). O preço da operação é resultado da barganha entre compradores e vendedores.

A origem das operações nos mercados a termo está associada ao problema que a sazonalidade dos mercados agrícolas produz nos preços das commodities. Para se

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proteger dessas variações de preços, comprador e vendedor acordavam um preço do ativo ou commodity que seria entregue no futuro, em uma data determinada. Operações deste tipo ainda são uma das modalidades de negociação mais freqüentes nos mercados agrícolas.

O mercado a termo é semelhante ao mercado futuro. No entanto, possuem características diferentes já que são acordos particulares entre duas instituições financeiras e/ou seus clientes. Os contratos a termo são liquidados financeiramente pelas partes na data de vencimento da operação. Nos contratos futuros essa liquidação pode ser liquidada a qualquer momento entre o fechamento da negociação e o vencimento do contrato.

O contrato a termo, assim como o contrato futuro, como veremos na próxima seção, é um acordo para comprar ou vender um ativo em determinada data no futuro a preço previamente estabelecido. Entretanto, enquanto o contrato futuro é negociado no mercado de bolsa, o contrato a termo é negociado no mercado de balcão.

2.2. Características

As características básicas do mercado a termo são:

¾ Negociação direta entre as partes: a negociação do contrato no mercado a termo consiste em um comprador e um vendedor que são obrigados a comprar ou a vender certa quantidade de uma commodity a determinado preço e em determinada data futura.

¾ Contratos não-padronizados: itens do contrato negociáveis entre as partes e preços são determinados privadamente pelo comprador e pelo vendedor.

¾ Os riscos são assumidos pela contraparte, e não existe um mecanismo de segurança de recebimento (físico ou financeiro).

¾ A freqüência da entrega física do ativo-objeto acordado no contrato é muito alta.

¾ Liquidação no vencimento: não existe a possibilidade de se encerrar a posição antes da data de liquidação do contrato.

¾ A regulação desses mercados é feita pelas leis comerciais. Exemplos de operações a termo

a) Considere a situação de um produtor e um torrefador de café no início da safra. O produtor não tem nenhuma garantia do preço que poderá ser praticado ao final da safra; já o torrefador, que compra o café do produtor e vende para o consumidor final, também não sabe a que preço poderá negociar o café no final da safra

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De forma geral, podem ocorrer duas situações:

Situação A – safra recorde Situação B – escassez de café

As condições climáticas favoreceram o cultivo de café e ocorreu superprodução no período. O excesso de oferta levará à queda acentuada de preços de venda, reduzindo a margem de lucro do produtor. Pode ser possível que o valor de venda seja insuficiente até para cobrir os custos de produção.

A ocorrência de pragas, geadas ou outras intempéries dificultara o cultivo, provocando sua escassez. Essa situação também poderia ser causada por eventos externos que estimulem a exportação em detrimento do abastecimento no mercado local. Nesses casos, haverá alta nos preços e o produtor conseguirá vender sua produção por preço mais elevado.

A fim de eliminar os riscos de variações adversas de preços, o cafeicultor e o produtor negociam um contrato a termo ao preço de R$200,00/saca de 60kg. Dessa forma, assumem um compromisso de compra e de venda, em que:

• o produtor se compromete a vender café de determinada qualidade em local específico a esse preço no final da safra

• o torrefador se compromete a comprar esse café por essa quantia na data predeterminada.

Independentemente do resultado da safra e dos preços estabelecidos no mercado a vista no período da entrega, ambos terão seus preços de compra e de venda travados em R$200,00/saca.

Veja a seguir dois possíveis cenários no momento da safra.

Situação A – safra recorde Situação B – escassez de café

Suponha que, no final da safra, esteja vigorando o preço de R$180,00.

Produtor: obterá êxito nessa operação, pois

conseguirá vender sua produção por R$200,00, preço superior ao do mercado (R$180,00). Os custos de produção serão cobertos e a lucratividade garantida.

Torrefador: pagará preço mais alto do que o

preço no mercado a vista, mas que ainda lhe convém, pois R$200,00 é preço que o torrefador considera razoável dentro de sua atividade.

Suponha que o preço em vigor no final da safra seja de R$220,00.

Produtor: venderá a mercadoria para o

torrefador a um preço inferior ao estabelecido pelo mercado, mas que ainda assim cobre todos seus custos de produção e garante lucratividade razoável para sua atividade.

Torrefador: obterá êxito nessa operação ao

comprar por R$200,00, mercadoria cujo valor de mercado é de R$220,00.

Tanto para o comprador como para o vendedor no mercado a termo e nas duas situações (alta ou queda de preços), o prejuízo realizado não será encarado propriamente como um prejuízo e sim como algo que se deixou de ganhar, como um prêmio de seguro. Nesse exemplo, ao preço de R$200,00/saca, ambos tinham seus custos cobertos e a lucratividade dentro de suas atividades garantida. Quando o

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participante entra no mercado, com a finalidade de obter proteção, estará abrindo mão de possível ganho para não incorrer num prejuízo efetivo.

b) Suponha o caso de uma empresa brasileira com dívida em dólar com um banco, que vencerá daqui a seis meses, no valor de US$ 200.000,00. Suponha também que essa empresa acerte com outro banco a cotação de R$ 2,30/US$ na data zero para a compra de dólar a termo. Com isso, ela garantiu que, em qualquer caso, a dívida custará US$ 200,000 x R$ 2,30/US$ = R$ 460.000,00. Imagine duas situações para a cotação à vista do dólar seis meses depois e admita acerto financeiro por diferença:

1ª) R$ 2,50/US$ 1

Pagamento da dívida = (R$ 500.000) Recebimento na operação a termo = R$ 40.000

(R$ 460.000)

2ª) R$ 2,15/US$ 1

Pagamento da dívida = (R$ 430.000) Pagamento na operação a termo = ( R$ 30.000)

(R$ 460.000)

Com isso, a empresa conseguiu seu objetivo de travar a cotação que pagará no futuro, deixando de correr o risco de uma desvalorização do real. Muitas vezes, um resultado negativo como o da segunda situação costuma ser questionado nas empresas. Não deve. O objetivo de uma empresa é obter lucro na sua atividade principal. A operação a termo evitou que uma eventual desvalorização do real provocasse perdas financeiras que dependendo da magnitude, poderiam trazer conseqüências mais graves.

c) Suponha agora o caso de uma empresa brasileira exportadora, que receberá US$ 100.000 daqui a quatro meses. Suponha também que essa empresa acerte com um banco, na data zero, a venda de dólar a termo à cotação de R$ 2,23/US$ 1 para quatro meses. Com isso, ela garantiu, em qualquer caso, o recebimento de US$ 100.000 x R$ 2,23/US$ 1 = R$ 223.000,00 no futuro. Imagine duas situações para a cotação à vista do dólar quatro meses depois e admita acerto financeiro por diferença:

1ª) R$ 2,10/US$ 1

Recebimento da exportação = R$ 210.000 Recebimento na operação a termo = R$ 13.000

R$ 223.000

2ª) R$ 2,35/US$ 1

Recebimento da exportação = R$ 235.000 Pagamento na operação a termo = ( R$ 12.000)

R$ 223.000

Com isso, a empresa conseguiu seu objetivo de travar a cotação que receberá no futuro, deixando de correr o risco de uma valorização do real.

Importante

Entre os principais contratos a termo negociados no mercado internacional e no Brasil, destacam-se os de moedas. Numa operação desse tipo, dois agentes acertam na data zero a cotação pela qual eles negociarão duas moedas na data do vencimento do contrato. Essas operações recebem também a denominação NDF (“Non Deliverable Forward”).

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No Brasil, são muito comuns as operações a termo real/dólar. Na prática, empresas importadoras, exportadoras, com dívidas ou ativos em dólar procuram os bancos para garantir antecipadamente a taxa de câmbio que pagarão ou receberão no futuro. Muitas vezes, a liquidação dessas operações se dá por diferença.

Também são observadas operações com termo de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

Na BM&F, estão listados para negociação contratos a termo de ouro e também são registradas operações, realizadas no mercado de balcão, com contratos a termo de troca de rentabilidade (swaps) entre diversas variáveis e índices. Na Clearing de Ativos desta bolsa, são realizadas operações de compra e de venda a termo de títulos colocados em leilões do Tesouro Nacional a serem liquidados em data futura.

2.3. Deficiências dos contratos a termo

Os contratos a termo não eliminam o risco da contraparte não honrar o contrato. O risco de crédito está relacionado com a ausência de sistema de garantias adequado. Os negócios para liquidação a termo envolvem elevados riscos dessa natureza.

A incerteza com relação ao crédito e o cumprimento do contrato também representam grandes fatores de desestímulo a esse tipo de negociação.

Para resolver o problema, historicamente, desenvolveu-se uma nova prática. Comprador e vendedor depositavam uma soma de dinheiro junto a um terceiro. Caso uma parte não honrasse o acordo, a outra parte receberia o dinheiro como reembolso pela inconveniência ou perda financeira.

No entanto, outros problemas permaneceram especialmente nos mercados agrícolas. Os contratos a termo especificavam o prazo e o local da entrega da mercadoria, assim como sua qualidade mínima e a quantidade sendo negociada. Apesar dessas especificações, na prática diária surgiam muitas dúvidas, contrariedades e disputas, que travavam o crescimento do mercado.

Observe alguns exemplos dos problemas existentes nos contratos a termo: 9 Inadequação dos sistemas de armazenamento;

9 Variação nas condições de pagamento de um contrato para outro; 9 Falta de transparência na formação de preços

Importante

Por serem negociações privadas, não há divulgação formal dos preços praticados. Assim, os participantes do mercado não sabem se estão negociando pelo preço mais justo.

9 Impossibilidade de recompra ou revenda, caso uma das partes deseje sair do contrato antes do prazo estabelecido

Importante

As especificações de cada contrato (quantidade, qualidade, local de entrega, etc.) só atendem às necessidades das partes desse negócio.

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Dificilmente uma delas encontrará um terceiro para substituí-lo, caso queira desfazer a operação antes do seu vencimento.

9 Impasses e litígios surgidos na liquidação dos contratos Importante

Existe a possibilidade de surgirem disputas relacionadas com o estrito cumprimento das condições de liquidação originalmente pactuadas, o que obriga a recorrer a terceiros para dirimi-las, onerando as transações.

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3. Futuros: Mecânica Operacional

A padronização de contratos futuros representa uma evolução histórica na forma de negociação de diversas commodities. Ao promover essa mudança, as Bolsas atendiam necessidades específicas de gestão do risco de preço dos agentes. Os mecanismos de funcionamento dos mercados futuros. Por sua vez, reforçaram o papel central das Bolsas como centro de negociação.

3.1. Definição

Na própria definição de mercado futuro, pode se encontrar uma primeira distinção com relação ao mercado a termo. Embora permaneça a liquidação diferida, ela será realizada sobre a base de uma obrigação diferente.

Importante

No mercado futuro, as partes assumem obrigações de comprar (e a contraparte de vender) uma commodity em data futura, pelo preço negociado e na quantidade e condições determinadas no contrato.

O comprador se obriga a comprar (e não a pagar uma compra já pactuada) e o vendedor se obriga a vender (e não a entregar um produto vendido em uma operação já realizada). A negociação é feita em contratos completamente padronizados criados pelas bolsas.

Ao negociar um contrato futuro em pregão de bolsa, as partes chegam a um preço submetendo suas ofertas de compra e de venda à interferência do mercado. A média dos últimos preços do dia é utilizada para definir o preço de ajuste e este é a base de cálculo dos ajustes diários (ou liquidação das diferenças de preço de um dia para outro). Desta maneira, como preço a vista e futuro convergem no vencimento, as partes terão realizado uma diferença (positiva ou negativa) entre o preço da operação inicial e o verificado no vencimento no mercado a vista, permitindo a realização do

hedge.

Para dar garantia a esse procedimento de liquidação, as bolsas exigem garantias (margens iniciais) que permitam cobrir eventuais faltas de pagamento desses ajustes diários.

3.2 Ambiente de Negociação em Bolsa

A negociação em Bolsa está sujeita a um conjunto de normas, princípios e regras operacionais próprias, caracterizando-se pela existência de agentes ou participantes, com funções e responsabilidades específicas.

Quando um cliente dá uma ordem de compra ou de venda, ela é canalizada para um participante, a corretora de mercadorias, o qual tentará fechar o negócio na Bolsa.

Definições

Cliente: o universo dos clientes que operam nestes mercados é formado por

hedgers, arbitradores e especuladores.

Detentor do Direito de Negociação ou Corretora: por meio de seus

representantes – operadores de pregão ou de sistemas eletrônicos de negociação –, executa operações nos pregões, por ordem de seus clientes ou por conta própria.

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Dessa forma, os agentes negociadores que queiram operar no mercado futuro devem fazê-lo por intermédio de uma corretora. Esta deve manter atualizadas as fichas cadastrais de todos os seus clientes celebrando, com estes contratos de intermediação contendo cláusulas mínimas estabelecidas pela bolsa e garantias adicionais que julguem necessárias.

Estabelece-se assim uma relação entre o cliente e a corretora, que vai executar as ordens dos clientes. Para começar a operar é necessário também que o cliente deposite garantias suficientes para cobrir seus compromissos financeiros perante a Bolsa. O cliente deposita garantias estabelecidas, livremente negociadas entre ele e a corretora.

A bolsa organiza pregões diários onde diariamente se transacionam contratos futuros em ambientes específicos, geralmente divididos em:

9 Pregão de viva voz: sala de negociações da bolsa com acesso exclusivo de detentores do direito de negociação;

9 Pregão eletrônico: ambiente de negociação eletrônico, cujo acesso é restrito aos detentores do direito de negociação, os quais vêm ganhando cada vez mais espaço nos mercados em substituição do pregão de viva voz;

9 Internet-trading: sistemas para negociação direta de clientes utilizando a Internet.

Importante

A BM&F possui os três ambientes de negociação acima descritos.

No pregão viva voz, somente são negociados os vencimentos estabelecidos pela BM&F dos contratos futuros de Taxa de câmbio, DI de 1 dia, Ibovespa, Café Arábica, Milho, Soja e Etanol – veja o mapa do pregão logo abaixo. A BM&F, em um dia típico de funcionamento, reúne em seu pregão de 800 a 1000 pessoas, entre operadores de pregão e auxiliares – representando corretoras, operadores especiais – trabalhando por conta própria – e funcionários da Bolsa.

Operadores especiais: constituem-se em pessoa física ou firma individual,

detentora de direito de negociação, nesta categoria, habilitada a atuar nos pregões, executando operações por conta própria e por conta das corretoras de mercadorias, desde que autorizadas pela bolsa.

No pregão eletrônico, denominado Global Trade System (GTS), é permitida a negociação em todos os mercados abertos à negociação, alguns dos quais com exclusividade (os contratos futuros que não têm vencimentos autorizados no pregão de viva-voz são transacionados exclusivamente no GTS). É possível fazer operações no GTS desde as 9:00h, inclusive nos mercados em que há negociação de viva voz, e a partir do encerramento destes, até as 18:00h, no que se denomina pregão de after-hours. Para os mercados que possuem negociação nos pregões viva voz e eletrônico, enquanto há negociação no primeiro, o segundo pára, reabrindo as negociações no eletrônico após o encerramento do viva voz.

No final de 2004, a BM&F também implantou o WebTrading (WTr), plataforma de negociação em que pequenos investidores podem transacionar míni contratos pela Internet. Estão autorizadas operações com contratos futuros míni de Ibovespa, taxa de câmbio R$/US$, boi gordo e café arábica.

Veja, nas figuras a seguir, como ocorre o fluxo das operações nestes três ambientes de negociação.

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Figura 1. Mapa do Pregão Viva-Voz da BM&F

Figura 2 – Fluxo das operações no pregão viva voz

Figura 3 – Fluxo das operações no GTS

A ordem dos clientes, em geral, é passada por telefone ao operador de mesa da corretora. Em seguida, o operador de mesa instrui, via telefone, para o operador de pregão execute as ordens solicitadas pelo cliente.Este, por sua vez, apregoa sua oferta a viva voz ao declarar sua disposição de comprar ou vender certo número de contratos, com determinado vencimento e cotação. A aceitação do negócio também se faz a viva voz, por meio da expressão “fechado”, seguida da quantidade aceita e indicando a contraparte. Ambos operadores confirmam à mesa da corretora por telefone que o negócio foi feito. O auxiliar de pregão recebe do operador, que vendeu contratos, as anotações dos negócios realizados, levando o boleto da operação até a parte compradora para confirmação, entregando no momento seguinte ao posto de registro da mercadoria. A operação é analisada neste posto quanto à consistência de preços e quantidades e, se aceita, é processada.

O processo de captura de ordens dos comitentes é idêntico ao observado quando a operação é executada no pregão de viva voz. As ordens são colocadas no GTS, agredindo as ofertas anteriores (de compra ou de venda) ou poderão ser agredidas por novas ofertas. É possível colocar ordens com diferentes prazos de validade, condições de preço e quantidade.

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Figura 4 – Fluxo das operações no pregão eletrônico – WTR

Importante

A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) não participa de forma alguma no processo de formação de preços. Ela não compra ou vende e não tem nenhum interesse em que preços fiquem altos ou baixos em momento nenhum do pregão. A receita da Bolsa é proveniente de taxas e emolumentos incidentes sobre as operações realizadas nos mercados por ela organizados e pagos pelos clientes finais.

O papel da Bolsa é fornecer um ambiente adequado para a realização de negócios, no qual são disponibilizadas informações necessárias para que os participantes tomem suas decisões de investimento. Cabe também à Bolsa zelar pela continuidade, eficiência, eqüidade e transparência das negociações.

Após a execução das transações no sistema de pregão viva voz ou eletrônico, as corretoras de mercadorias devem identificar os clientes responsáveis pela operação e especificar os agentes de compensação (ou membros de compensação – MC) registradores das operações no dia em que estas forem realizadas, nos horários estabelecidos pela bolsa.

Definição

Agente de compensação: sociedade corretora de valores, detentores do

direito de negociação, habilitada a registrar, compensar e liquidar as operações realizadas em pregão por corretoras de mercadorias e operadores especiais.

Dessa forma, os membros de compensação são os responsáveis, perante a bolsa, pela compensação e liquidação de todos os negócios realizados em pregão de viva voz ou eletrônico. As posições dos clientes são então registradas em contas individuais, sendo elas subdivididas em níveis: i) cliente; ii) corretora e operadores especiais; iii) membro de compensação. O registro de posições em contas segregadas permite seu monitoramento dentro dos limites de posição estabelecidos pela bolsa. Quando todas as posições estão sendo consolidadas, a câmara de compensação da bolsa se interpõe entre o comprador e o vendedor, tornando-se a contraparte de todos os clientes. Portanto, não importa para um cliente quem é sua contraparte efetiva numa transação, já que é a bolsa que assume, mediante estruturas adequadas, o gerenciamento de risco de todos os participantes.

Assim, a bolsa é a plena responsável pela liquidação de contratos realizados em seus sistemas de negociação.

As ordens são colocadas diretamente pelo cliente, por meio de interface simplificada, no site da Corretora, por ele escolhida, que opera na BM&F. Uma de suas novidades é o mecanismo de pré-margem, que representa o depósito prévio de recursos para que as operações dos participantes, desde o momento de inclusão da oferta, já tenham seu risco adequadamente coberto.

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Agentes Intervenientes no Mercado Futuro

3.3. Características

Muitas características dos contratos futuros surgiram como aperfeiçoamento dos contratos a termo. Duas dessas características – a padronização dos contratos e a liquidação centralizada em uma clearing – são fundamentais para o bom funcionamento do mercado futuro e marcam a diferença em relação ao mercado a termo. A padronização facilita a participação dos agentes e a liquidação centralizada outorga credibilidade e segurança às operações realizadas nesse mercado.

3.3.1 Variáveis Padronizadas

Todos os termos do contrato futuro são padronizados e estabelecidos pela bolsa antes de começar a negociação. Após o comprador ou vendedor escolher o contrato a ser negociado, sua quantidade e a data de vencimento desejada, a única variável sujeita à negociação entre as partes é o preço.

Definição

Contrato padronizado é aquele que possui uma estrutura previamente

definida por regulamentação de bolsa, estabelecendo limites quanto à especificação do produto, à qualidade, aos locais e meses de entrega, aos meios de transporte e às formalidades de entrega e pagamento.

É muito importante que não haja ambigüidade e que todas as cláusulas do contrato estejam bem claras para os participantes. As chamadas especificações contratuais incluem itens, tais como:

¾ o objeto da negociação (em que se define a qualidade da commodity negociada);

¾ a unidade de negociação;

¾ a maneira como a cotação é feita; ¾ a variação mínima da apregoação; ¾ a oscilação máxima diária da cotação; ¾ meses de vencimento;

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¾ número de vencimentos em aberto;

¾ data do vencimento e último dia de negociação; ¾ condições de liquidação;

¾ custos operacionais e outras regras e normas. Veja, a seguir, dois exemplos.

a) Contrato futuro de boi gordo da BM&F

O objeto de negociação é um boi gordo acabado para abate – tipo bovino macho, castrado, bem acabado, em pasto ou confinamento com peso vivo individual entre o mínimo de 450kg e máximo de 550kg (verificado na balança do local de entrega) e idade mínima de 42 meses. A cotação é em reais por arroba líquida. A unidade de negociação é de 330 arrobas líquidas. Os meses de vencimento são todos os meses do ano. A data de vencimento e último dia de negociação é o último dia útil do mês de vencimento. No vencimento, as posições podem ser encerradas de duas maneiras: financeiramente (com base em um índice de preços) ou pela entrega dos bois negociados em cada contrato.

Veja outros itens deste contrato em: www.bmf.com.br – link: Contratos – Agropecuário.

b) Contrato futuro de taxa de câmbio de reais por dólar da BM&F

As especificações do contrato futuro de taxa de câmbio de reais por dólar negociado na BM&F estabelecem que o objeto de negociação é a taxa de câmbio de reais por dólar dos Estados Unidos, para entrega pronta, contratada nos termos da Resolução1690/90, do Conselho Monetário Nacional (CMN). Ao relacionar as condições de liquidação no vencimento, o contrato esclarece que a taxa de câmbio é definida como a taxa média de venda apurada pelo Banco Central do Brasil (Bacen), segundo critérios por ele definidos, e divulgada pelo Sisbacen, transação PTAX800, opção "5-L" (cotação de fechamento), e que será utilizada com até quatro casas decimais.

Veja outros itens deste contrato em: www.bmf.com.br – link: Contratos – Financeiro

¾ Você pode obter as especificações dos contratos futuros negociados na BM&F acessando seu site: www.bmf.com.br – link: Contratos

A padronização dos contratos é condição imprescindível para que a negociação possa ser realizada na bolsa. Isso se deve a duas razões:

a) Viabiliza a negociação em pregão: imagine um pregão em que cada um dos participantes estivesse negociando um tipo de boi ou de café de variedades diferentes ou com cotações e unidades de negociação diferentes. A negociação de pregão seria impraticável. Graças à padronização, os produtos em negociação se tornam completamente homogêneos, tornando indiferente quem está comprando ou vendendo a mercadoria.

Padronização

Existem duas variedades de café (arábica e conillon), que admitem oito tipos de classificação (tipos 1 a 8) e sete qualidades de bebida (dura, mole etc.). Na BM&F, o dólar é cotado em reais por mil dólares, sendo a cotação do mercado de câmbio comercial (não se considera o câmbio turismo).

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b) Intercambialidade de posições: os contratos negociados em balcão não são intercambiáveis, já que são instrumentos particulares e pessoais, sendo praticamente impossível encontrar substituto para uma das partes. Com a padronização dos contratos, esse problema foi substancialmente mitigado. Os contratos podem passar de mão em mão com maior facilidade, tanto entre os vendedores quanto entre os compradores. Assim sendo, nenhum participante precisa carregar sua posição até a data do vencimento do contrato, podendo encerrar sua posição a qualquer momento, desde a abertura do contrato até a data do vencimento. Esse encerramento é feito por meio de uma operação inversa à original, o que implica transferir sua obrigação para outro participante.

Intercambiabilidade

Uma operação iniciada entre “A” e “B” pode transformar-se facilmente em uma operação entre “B” e “C” caso “A” queira ou precise desfazer sua obrigação antes do vencimento. Como o contrato é padronizado, o que foi negociado entre “A” e “B” é o mesmo entre “B” e “C”.

Vale observar que os contratos futuros são perecíveis. Sua vida é limitada, sendo o prazo bem especificado. Por exemplo, o contrato futuro de Ibovespa, negociado na BM&F, tem seu vencimento nos meses pares e o último dia de negociação é a quarta-feira mais próxima do dia 15 do mês de vencimento. O número de vencimentos em aberto é no máximo de seis meses. Já o contrato futuro de dólar tem seu vencimento em todos os meses, sendo 24 o número máximo de vencimentos em aberto.

3.3.2 Controle de Posições

A negociação nos mercados futuros é realizada por meio de contratos padronizados. Todo contrato tem um comprador e um vendedor. No cômputo total dos contratos em aberto em um mercado futuro, o número de posições compradas tem de ser igual ao número de posições vendidas.

Definição

Posição no mercado futuro é o saldo líquido dos contratos negociados por um

mesmo contratante, para um mesmo vencimento, por intermédio de operações no mercado futuro.

De acordo com sua posição líquida para determinado vencimento no mercado futuro, classifica-se o participante como:

ƒ short (vendido): quando o número de contratos vendidos é maior do que o número de contratos comprados;

ƒ long (comprado): quando o número de contratos comprados é maior do que o número de contratos vendidos.

É importante frisar que esse posicionamento líquido é calculado somente para contratos com mesmo vencimento de um mercado futuro.

Como os contratos estão referenciados em uma mercadoria bem definida, em quantidade e condições de entrega claramente preestabelecidas, os participantes

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podem assumir e cancelar obrigações simplesmente pela execução de operações opostas. Considere o caso das operações realizadas pela empresa fictícia BrasilTrade:

23/06 – compra 500 contratos de taxa de câmbio (futuro de dólar) para 01/12 (vencimento dezembro) a R$2.240,00/US$1.000.00.

A BrasilTrade está abrindo uma posição nos mercados futuros. A abertura de posições ocorre sempre que alguém toma uma posição compradora ou vendedora, que anteriormente não possuía, para um determinado vencimento de um mercado futuro. Caso ambas as partes da operação estejam abrindo posições nessa transação, ocorre incremento no número global de posições em aberto.

18/10 – vende 500 contratos de taxa de câmbio (futuro de dólar) para 01/12 (vencimento dezembro) a R$2.233,50/US$1.000.00.

Pode-se dizer que, entre 23/06 e 17/10, a empresa “estava long”, tinha comprado contratos futuros para dezembro e, portanto, sua obrigação estava “em aberto”.

19/10 – vende 500 contratos de taxa de câmbio (futuro de dólar) para 02/01 (vencimento janeiro) a R$2.238,00/US$1.000.00.

A operação do dia 18/10 permitiu cancelar sua obrigação para dezembro; “zerar a posição (de contratos em aberto)” para esse vencimento. No dia seguinte, a empresa ficou “short”, ou vendida, para um novo vencimento (de janeiro).

Importante

Graças à padronização dos contratos, o agente, em momento algum, precisou se preocupar com quem seria a contraparte desses negócios!

O quadro, a seguir, exemplifica quais as contrapartes que poderiam estar associadas às operações da empresa BrasilTrade.

DATA OPERAÇÃO DA BrasilTrade Contraparte

23/06 Compra 500 contratos de taxa de câmbio

(futuro de dólar) para 01/12 (vencimento dezembro) a R$2.240,00/US$1.000.00.

Banco XSZ vende 400 contratos Investy Fund vende 100 contratos

18/10 Vende 500 contratos de taxa de câmbio

(futuro de dólar) para 01/12 (vencimento dezembro) a R$2.233,50/US$1.000.00.

Katy Latys compra 150 contratos Banco Wuill-D compra 300 contratos

Banco XSZ compra 50 contratos

19/10 Vende 500 contratos de taxa de câmbio

(futuro de dólar) para 02/01 (vencimento janeiro) a R$2.238,00/US$1.000.00.

Olly Cars S.A compra 500 contratos

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* No dia 23/06, negociaram-se 500 contratos e, no final do dia, supondo ser essa a única operação do dia no mercado, ficaram 500 contratos ou posições em aberto do vencimento dezembro. O Banco XSZ detém 400 desses contratos em aberto na ponta vendedora e o fundo Investy Fund os outros 100 contratos.

* Em 18/10, também se negociaram 500 contratos, mas ficaram 450 contratos em aberto. A BrasilTrade, que estava comprada, vendeu todos seus contratos e os novos compradores são Katy Latys (150 contratos); o Banco Wuill-D (300 contratos) e o Banco XSZ (50 contratos). Todavia, este último banco estava vendida em 400 contratos. Ao comprar 50 contratos, liquida por reversão 50 contratos, ficando vendido em 350 contratos.

Ao final do dia 18/10, o vencimento dezembro havia diminuído o número total de contratos em aberto de 500 para 450, distribuídos entre estes participantes:

Comprados Quantidade de

Contratos Vendidos Quantidade de Contratos

Katy Latys 150 Banco XSZ 350

Banco Wuill-D 300 Investy Fund 100

* As operações do dia 19/10 (500 contratos) estão referidas ao vencimento janeiro e resultam em 500 contratos em aberto, distribuídos por igual entre a Olly Cars (long) e a BrasilTrade (short).

Importante

O volume de contratos em aberto é usado como um indicador para o estudo de tendências de preços e volume de negócios nos mercados futuros.

Vale mencionar que, no exemplo considerado, as posições foram liquidadas mediante uma operação inversa em relação à original antes do vencimento do contrato (reversão da posição). Este é o procedimento mais comum de liquidação. Dessa forma, a liquidação é feita por meio de um acerto financeiro, pelo diferencial entre compra e venda.

Ao encerrar sua posição, em 18/10, a BrasilTrade realizou um prejuízo de R$162.500 – valor que foi ganho pelo Banco XSZ (R$ 130.000) e pelo Investy Fund (R$32.500).

Cálculos

R$162.500 = (R$2.233,50/US$1.000.00 - R$2.240,00/US$1.000.00) x 50

(unidade de negociação) x 500 (contratos)

R$130.000= (R$2.240,00/US$1.000.00 - R$2.233,50/US$1.000.00) x 50

(unidade de negociação) x 400 (contratos)

R$32.500= (R$2.240,00/US$1.000.00 - R$2.233,50/US$1.000.00) x 50 (unidade

de negociação) x 100 (contratos)

3.3.3 Intercambialidade de Posições

Abertura de posição: Uma transação para abertura de posições ocorre sempre que alguém toma uma posição compradora ou vendedora, que anteriormente não possuía, em um determinado vencimento de um

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mercado futuro. Caso ambas as partes da operação estejam abrindo posições nessa transação, ocorre incremento no número global de posições em aberto.

Encerramento de posição: Para encerrar a posição antes do vencimento do contrato, é necessário realizar operação de natureza inversa à original. Dessa forma, o participante estará transferindo seus direitos e obrigações para outro participante.

Observe que a padronização dos contratos permite o encerramento unilateral das obrigações assumidas. Um participante pode encerrar sua posição a qualquer momento, antes do vencimento, através de operação inversa à original. Com isso, estará transferindo sua obrigação para um terceiro. Acompanhe outro exemplo, seguindo a tabela abaixo.

Exemplo

1° e 2º negócios: considere um mercado que não apresentou negociações até o momento. Passados alguns instantes, o cliente A compra um contrato de B e o cliente C vende dois contratos para D. O número de contratos em aberto e o volume de contratos negociados são iguais a três.

3° negócio: mais adiante, D vende dois contratos para E. Com isso, o volume de negócios passa para cinco, mas os contratos abertos permanecem três. Veja que D havia comprado anteriormente dois contratos e, agora, vendeu dois contratos para o mesmo vencimento. Portanto, está fora do mercado. Observe que é como se o cliente E entrasse no lugar de D em relação aos negócios com C. Assim, o número de contratos em aberto não se altera!

4° negócio: após um período de tempo, A vende um contrato para B. Ou seja, o agente A, que estava comprado em um contrato, e o B, que estava vendido, realizam operação inversa a que detinham para liquidar suas posições. Esse negócio leva a uma queda no número de contratos em aberto (nesse caso, não ocorre "substituição de um agente pelo outro"). O mesmo ocorre com C e E – realizam operações inversas com o objetivo de sair do mercado (5º negócio).

Portanto, os clientes A, B, C, D e E estão compensados e fora do mercado. O número de contratos em aberto é, agora, igual a zero e o volume de contratos negociados registra um total de oito. Observe que cada contrato é contabilizado no volume quando é criado, depois, cada vez que muda de propriedade e, novamente, quando compensado.

Tabela 3 – Exemplo de abertura e fechamento de posições

Seqüência de

negócios Cliente long Cliente short negociadosContratos em aberto Contratos contratos negociadosVolume total de

1° negócio A B 1 1 1

2° negócio D C 2 3 3

3° negócio E D 2 3 5

4° negócio B A 1 2 6

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3.3.4 Ajustes Diários

O preço de ajuste, em geral, é determinado no chamado call de fechamento do pregão, que ocorre após o encerramento do horário normal de negociação do contrato, sendo estabelecido pela cotação do último negócio ou pela melhor oferta prevalecente ao encerramento do call.

Por exemplo, o horário de negociação para café arábica vai das 11:45h às 16:30h, enquanto o call de fechamento ocorre a partir das 16:30h. Toca-se uma campainha e os negócios são feitos em seqüência de meses de vencimento, com certo tempo para começar e encerrar cada mês negociado.

Definição

Call de fechamento: é o período de tempo – os últimos 15 minutos ou meia hora do pregão, ou outro tempo qualquer, conforme estiver especificado no contrato – em que é usada a média ponderada por volume das posições a futuro para definir o preço de ajuste.

Importante

O preço de ajuste é apurado diariamente em todos os vencimentos de todos os mercados. Em mercados mais líquidos, é mais freqüente que o preço de ajuste seja determinado pela média dos negócios registrados nos últimos minutos do pregão normal (15 minutos ou 30 minutos, ou ainda um período maior).

Com base nos preços de ajuste, os ajustes diários são calculados. Os ajustes diários representam o fundamento básico do funcionamento dos mercados futuros, consistindo em um recebimento ou pagamento diário, caso os preços, respectivamente, se movimentem contrária ou favoravelmente à posição assumida. Veja um exemplo a seguir.

Considere o caso do mercado de câmbio, no qual os contratos são de US$ 50.000 e a cotação é R$/US$1.000.

Para as posições abertas no mesmo dia, os ajustes diários podem ser apurados de acordo com a seguinte fórmula:

(

PA

PO

)

n

AD

=

t

×

50

×

Para posições abertas no dia anterior, os ajustes podem ser expressos como:

(

PA

PA

)

n

AD

=

t

t1

×

50

×

Onde:

AD = valor do ajuste diário; Pa(t) = preço de ajuste do dia;

PO = preço da operação; n = número de contratos;

PA(t-1)= preço de ajuste do dia anterior.

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Sendo o AD positivo, o agente comprado em contratos recebe ajuste diário do agente vendido. Observe, portanto, que à medida que o preço de ajuste (Pa(t)) sobe, a parte long obtém

ganhos.

Caso o AD seja negativo, o agente comprado paga ajuste ao vendido. Note, assim, com a queda do preço de ajuste (Pa(t)), a parte short realiza ganho.

Imagine que, em 11 de dezembro, um importador comprou 50 contratos futuros de dólar com vencimento em março por R$2.000,00/US$1.000,00. Vamos acompanhar como ocorre a movimentação dos ajustes diários em alguns dias selecionados entre dezembro e fevereiro. Para simplificar, vamos supor que os preços de ajuste não se modificaram nos dias intermediários entre as datas assinaladas.

A tabela mostra o preço de ajuste, o resultado do dia e o resultado acumulado pelo cliente. A coluna do resultado do dia mostra os débitos (−) que o cliente paga e os créditos (+) que ele recebe diariamente. Como é um comprador de futuros de taxa de câmbio de reais por dólar:

ƒ Pagará ajuste diário para a ponta vendida quando o preço cair (o preço de venda do contrato será menor que o preço de compra);

ƒ Receberá ajuste da ponta vendida quando o preço subir (preço de venda do contrato será maior que o preço de compra).

¾ Note que o fluxo de caixa para o agente vendedor é contrário, ou seja, receberá ajuste quando o preço cair e pagará quando o preço subir. Exemplo de ajuste diário no contrato futuro de taxa de câmbio (R$/US$)*

Dia Preço de ajuste

R$/US$1.000,00 Resultado do dia para um contrato** para 50 contratos Resultado do dia acumuladoResultado

11/dez 1.989,54 (1.989,54  2.000,00) 50 = 523,00 –26.150,00 –26.150,00 12/dez 1.986,45 (1.986,45  1.989,54) 50 = 154,50 –7.725,00 –33.875,00 13/dez 1.995,82 (1.995,82  1.986,45) 50 = +468,50 23.425,00 –10.450,00 ... ... ... ... ... 3/jan 2.014,12 (2.014,12  1.995,82) 50 = +915,00 45.750,00 35.300,00 4/jan 2.025,69 (2.025,69  2.014,12) 50 = +578,50 28.925,00 64.225,00 5/jan 2.020,11 (2.020,11  2.025,69) 50 = 279,00 –13.950,00 50.275,00 ... ... ... ... ... 10/fev 2.050,02 (2.050,02  2.020,11) 50 = +1.495,50 74.775,00 125.050,00 11/fev 2.045,77 (2.045,77  2.050,02) 50 = 212,50 –10.625,00 114.425,00 12/fev 2.038,55 (2.038,55  2.045,77) 50 = 361,00 –18.050,00 96.375,00 * Dados hipotéticos.

** A unidade de negociação (ou tamanho) desse contrato é de US$50.000,00. Como estamos utilizando uma unidade de cotação R$/US$1.000,00, o ajuste do dia deve ser multiplicado por 50 e não por 50.000. Ganhos e perdas são compensados diariamente e, no vencimento, caso ocorra a liquidação por entrega do produto negociado, o valor da liquidação será calculado com base no preço de ajuste do dia precedente e não o valor originalmente contratado (a diferença entre ambos já terá sido liquidada nos ajustes diários!).

¾ E se o cliente não pagar um ajuste diário? A pedido da corretora interveniente, a bolsa o declara inadimplente, executa suas garantias e lhe

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proíbe operar em seus mercados até saldar suas dívidas. Para resguardar outros participantes e os próprios intermediadores, a bolsa inclui o nome da pessoa (física ou jurídica) em uma lista de inadimplentes distribuída para todos os corretores.

3.3.5 Margem de Garantia

A margem de garantia é um dos elementos fundamentais na dinâmica operacional do mercado futuro, pois se trata de sua principal garantia. Quem abrir posições em qualquer mercado futuro deverá estabelecer um depósito a ser mantido até o vencimento ou liquidação do contrato futuro, o qual será utilizado em caso de falta de pagamento de ajustes diários ou de valores devidos na entrega. Caso não haja inadimplência, a margem será devolvida após o encerramento da posição.

O problema das bolsas é fixar uma margem que não seja muito baixa, pois seria insuficiente para cobrir o período de um ou dois dias de uma eventual inadimplência, nem demasiadamente alta, para não desestimular os clientes a entrar no mercado e exagerar na segurança.

A BM&F estabelece um sistema de margens de garantia baseado no valor em risco resultante das operações do participante considerando todos os mercados nos quais ele tem posições em aberto. Para essa finalidade, os mercados da Bolsa são divididos em líquidos e ilíquidos, adotando-se critérios diferentes em cada caso. Ainda em alguns mercados, como os agropecuários, onde não é possível determinar uma relação entre variações de preço de uma e outra commodity, as margens são determinadas para cada mercado, posição por posição.

¾ Na BM&F, os hedgers têm redução de 20% sobre o valor desses depósitos. São aceitos como depósito de margem: dinheiro, ouro, títulos públicos federais, cotas do Fundo dos Intermediários Financeiros (FIF) e, mediante autorização prévia da bolsa, títulos privados, cartas de fiança, ações e cotas de fundos fechados de investimento em ações.

Além da margem inicial, a bolsa pode solicitar o depósito de margem adicional. Trata-se de reforço de garantia exigível quando, a critério da Bolsa, as condições do mercado recomendarem.

Importante

Para as negociações no WTr a BM&F adotou o modelo de pré-margem por meio do qual se exige o depósito de uma quantia fixa em dinheiro para a constituição de uma conta margem. Uma parte desse montante é destinada ao cumprimento dos requisitos de margem de garantia corriqueiramente exigidos quando se abre uma posição no mercado futuro. O saldo restante dessa conta é utilizado para atender eventuais ajustes diários negativos e pagar os custos operacionais. Caso ocorram ajustes positivos eles também serão creditados nessa conta margem.

3.3.6 O papel da Clearing

A Câmara de Compensação, ou Clearing House, é o organismo responsável pelos serviços de registro, compensação e liquidação das operações realizadas e/ou registradas na bolsa.

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Ela assume a posição de contraparte em todos os contratos negociados e garante seu cumprimento. Para tal, protege a sua posição exigindo garantias por parte de seus membros.

Como um suporte para seus usuários e para garantir a integridade financeira do sistema, os procedimentos da clearing administram o risco de posições de todos os participantes do mercado, incluindo os clientes finais. Apesar do controle de posições da clearing para cada participante do mercado, o risco é controlado por meio dos Membros de Compensação, os quais fazem a intermediação financeira para liquidação entre as corretoras e a bolsa, não havendo comunicação direta com os clientes finais Veja a seguir alguns filtros de segurança (salvaguardas), utilizados pela Clearing de Derivativos BM&F para o bom andamento dos negócios:

• Limite de risco intradiário do membro de compensação: possui o objetivo de mensurar o risco dos portfólios dos membros de compensação (MCs) – a cada 20 minutos ao longo de uma sessão, ocorre novo cálculo desse risco. • Limites de concentração de posições: estabelece limites segundo os

vencimentos dos contratos futuros de ativos financeiros e agropecuários e limites globais de posições em aberto de responsabilidade de uma corretora. Nesse sentido, visa impedir a concentração de mercado, evitar manipulações de preços e controlar os riscos de liquidez e de crédito.

Definições

Concentração de mercado: um agente, que esteja posicionado em um

grande número de contratos em relação ao total de contratos em aberto (caracterizando um mercado concentrado), poderá manipular os preços em seu favor, gerando alto risco ao sistema de negociação.

Risco de liquidez é a incapacidade de um agente honrar os seus

pagamentos por dificuldades, por exemplo, de executar operações no nível de preços vigente (dada a falta de negociabilidade do ativo ou a instabilidade das condições de mercado).

Risco de crédito está associado às perdas que poderão ser ocasionadas

pelo não cumprimento das obrigações da contraparte.

• Limites de oscilação diária de preços: também são estabelecidos para controlar os riscos de liquidez e de crédito. Veja os limites de oscilação de preços no endereço eletrônico: www.bmf.com.br – Link: Boletim – Indicadores - Oscilação Máxima Diária

• Fundo especial dos membros de compensação, fundo de liquidação de operações: possuem o objetivo de cobrir possíveis inadimplências de um ou mais membros de compensação.

• Fundo de garantia: assegura aos clientes das corretoras o ressarcimento de perdas advindas de erro na execução de ordens aceitas para cumprimento e uso inadequado de valores pertencentes a clientes.

• Margem de garantia: ao abrir uma posição na bolsa, o agente deve depositar valor estipulado pela própria BM&F, proporcional ao valor do contrato, a fim de cobrir eventuais inadimplências.

¾ Veja outros detalhes sobre essas salvaguardas em:

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A clearing não pertence necessariamente à bolsa para a qual presta serviços, podendo ser um órgão independente, como no caso da Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), câmara de liquidação do mercado brasileiro de ações, mas não pertence à Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).

3.3.7 Liquidação das Operações

Vamos exemplificar a liquidação usando alguns dos contratos futuros listados na BM&F. Existem, normalmente, três formas de se desfazer do contrato:

a) Reversão

Pode ser feita a qualquer momento entre o início da operação de compra ou de venda de contratos e os respectivos vencimentos.

O interessado deve comunicar ao seu corretor a intenção de compra (para quem estiver vendido) ou de venda (para quem estiver comprado) de contratos para o mesmo vencimento.

Caso sejam feitos negócios, a liquidação é feita pelo correspondente número de contratos revertidos. No caso de comprar ou vender todos os contratos necessários, a posição é totalmente liquidada e cessam todas as obrigações do interessado com a Bolsa.

Exemplo:

Em 24/09, um investidor pessoa física vende 40 contratos de Ibovespa-mini para o vencimento outubro a 35.620 pontos. Alguns dias antes do vencimento do contrato, em 04/10, encerra sua posição, comprando 40 contratos de Ibovespa-mini, vencimento outubro, a 35.540 pontos. Com isto, cessa sua obrigação no mercado, tendo auferido ganho de R$640,00 = [(35.620 – 35.540) pontos x 40 contratos x R$ 0,20]1.

b) Entrega Física

Quando a commodity negociada a futuro admite entrega física, como é o caso de alguns produtos agrícolas e combustíveis, o encerramento pode ser feito pela entrega no vencimento. Nesse caso, deverá ser emitido um aviso de liquidação por entrega pelo vendedor em um período definido pela Bolsa.

Exemplo:

Uma indústria, que detém uma posição comprada de 100 contratos de etanol, é escolhida para receber 2.400 m³ (ou 80 contratos – a unidade de negociação do contrato é de 30 m³) em fevereiro. Até o terceiro dia seguinte ao da comunicação, a indústria deve efetuar o pagamento apurado considerando a cotação do mercado futuro do dia do aviso da entrega, por exemplo, R$880/m³, a indústria deverá depositar R$2.112.000 = R$880/m3 ×30 m³ (unidade de negociação) × 80 contratos. Desse

valor, poderá haver dedução de frete (caso o produto seja entregue fora do ponto de entrega previsto no contrato) e acréscimo dos impostos incidentes. Manifestada a conformidade de recebimento, o comprador tem sua posição compradora diminuída de 100 para 20 contratos. Os restantes 20 contratos deverão ser liquidados por reversão ou mediante uma outra liquidação por entrega, nesse mesmo vencimento.

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c) Liquidação Financeira

Os ativos, cuja entrega é de difícil implementação (devido às características do produto e elevado custos operacionais) ou não é permitida por restrições legais, exigiram o desenho de contratos que permitissem a liquidação financeira no vencimento utilizando-se um indicador de mercado.

Exemplos:

¾ O contrato de boi gordo é um exemplo, em que se utiliza um indicador do preço do mercado à vista para realizar a reversão das posições de forma automática no último dia de vigência do contrato. No entanto, a BM&F permite que este contrato seja liquidado por entrega física, desde que as duas partes (compradora e vendedora) concordem com tal liquidação.

¾ O contrato do dólar é liquidado com referência em cotação divulgada pelo Banco Central e o de taxa de juro pelo acúmulo das taxas divulgadas pela CETIP – Câmara de Custódia e Liquidação (onde os bancos registram suas operações do mercado físico).

Nesses contratos, ao se abrir uma posição, não é preciso se preocupar com a entrega e nem com o encerramento das posições antes do vencimento. Depois do último dia de negociação, as posições são encerradas automaticamente através de uma operação inversa de compra ou venda, na mesma quantidade de contratos.

É importante lembrar que a liquidação financeira, em última instância, nada mais é do que uma forma de encerramento da posição por reversão (recompra ou revenda). A grande diferença é que o detentor da posição não tem a alternativa de recomprar ou revender os contratos em pregão, sendo a reversão compulsoriamente feita pelo indicador de preços.

Exemplo:

A posição vendedora de 237 contratos para o vencimento junho do Ibovespa de um fundo de investimentos em ações é encerrada automaticamente na quarta-feira mais próxima de 15/06. Neste dia, ocorre o registro automático de uma compra de 237 contratos ao preço médio do Ibovespa das últimas três horas de negociação – por exemplo, 36.782 pontos. Isso provoca um último ajuste diário para este cliente, que resulta de comparar esse preço com o preço de ajuste do dia anterior do mercado futuro – de, por exemplo, 36.800 pontos. O valor do ajuste será de: (36.800 – 36.782) ×R$ 1,00 × 237 = R$ 4.266,002.

3.4. Regulação da Bolsa Regulação da Bolsa

Os mercados de futuros organizados são, por sua própria natureza, regulados por seus próprios participantes e, também, por órgãos governamentais específicos.

Referências

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