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PROCEDIMENTOS APLICADOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO

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Academic year: 2021

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Curso/Disciplina: Direito Processual do Trabalho Objetivo Aula: Nulidades no Processo do Trabalho

Professor (a): Leandro Antunes Monitor (a): Rafael Cardoso Martins

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PROCEDIMENTOS APLICADOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO

PROVAS NA JUSTIÇA DO TRABALHO

Testemunhas

Continuação da aula anterior.

Art. 829 da CLT. Em certos casos, conforme este artigo, a testemunha não terá que prestar compromisso (parentes até terceiro grau, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes). A CLT não é clara sobre o que é testemunha suspeita, testemunha impedida e testemunha incapaz; por tal razão, aplica-se o art. 447 do CPC (que faz esta explicação)

Art. 829 (CLT) - A testemunha que for parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, não prestará compromisso, e seu depoimento valerá como simples informação.

Art. 447 (CPC/15). Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.

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Ex.: Flávia ajuizou reclamação contra LX LTDA. Manuel é testemunha de Flávia. Em audiência, a empresa diz que Manuel não pode ser testemunha compromissada por ter ajuizado ação em face da mesma empresa. Com base na Súmula 357 do TST, este fato não torna a testemunha suspeita. Para que Manuel fosse declarado suspeito, ele teria que ser, por exemplo, inimigo capital da empresa, ou o juiz poderia ver uma troca de favores entre Manuel e Flávia, dentre outras hipóteses.

Súmula nº 357 do TST

TESTEMUNHA. AÇÃO CONTRA A MESMA RECLAMADA. SUSPEIÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador.

Obs.: no exemplo acima, se Manuel de algum modo fazer propagandas contra a empresa, ou agir contra ela, objetivando lhe dar má fama, ainda que Manuel tenha trabalhado na empresa e ajuizado reclamação contra ela, a empresa poderá pedir que o juiz reconheça ele como inimigo capital da empresa, para que se torne testemunha suspeita.

Ex.2: Flávia ajuizou reclamação contra LX LTDA. Manuel é testemunha de Flávia. Manuel ajuizou ação contra a mesma empresa, tendo Flavia como sua testemunha na sua ação. Na ação deles, se quer a equiparação salarial, tendo Bento como paradigma (tanto Manuel quanto Flávia exercem a mesma função na empresa); um terá interesse na procedência do pedido do outro; neste caso, pode-se enxergar que há troca de favores. Assim, Manuel ou Flávia não serviria como testemunha. Se o objeto das ações fosse diverso, um poderia ser testemunha do outro, contudo.

Orientação Jurisprudencial 233 da SDI1. Ex.: Julio ingressou com reclamação contra a empresa X Ltda. requerendo horas extras por um período de três anos. Indica Manuel como testemunha. Manuel só trabalhou com Julio por 1 ano e 2 meses. Manuel disse que, no período em que trabalharam juntos, viu Julio fazer as horas extras. Como o juiz deve julgar neste caso? Aplicando a OJ citada, o juiz, se ficar convencido pela testemunha, pode dar procedência total ao pedido de Julio, reconhecendo que este trabalhou por três anos.

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OJ-SDI1-233 HORAS EXTRAS. COMPROVAÇÃO DE PARTE DO PERÍODO ALEGADO (nova redação) - DJ 20.04.2005

A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou documental não ficará limitada ao tempo por ela abrangido, desde que o julgador fique convencido de que o procedimento questionado superou aquele período.

NULIDADES NO PROCESSO DO TRABALHO

Artigos 794 ao 798 da CLT.

Segundo Sérgio Pinto Martins (Direito Processual do Trabalho, 28ª Edição, página 163, editora Atlas), “Nulidade é a sanção determinada pela lei, que priva o ato jurídico de seus efeitos normais, em razão do descumprimento das formas mencionadas na norma jurídica”.

Ou seja, um ato jurídico teria sua consumação, mas por não haver observação de determinada norma prevista, o ato será considerado nulo. Não basta haver desobediência à norma para que o ato seja declarado nulo; para isso, deve-se verificar (i) se o ato não atingiu resultado (se atingiu, o ato pode ser declarado válido), e (ii) se não há prejuízo (em regra, caso não se enxergue nenhum prejuízo, também não há que se falar em nulidade – art. 794 da CLT).

Vícios Processuais Podem ser:

1. Sanáveis: divididos em (i) nulidade relativa (nulidade de interesse da parte, e não de interesse público), (ii) anulabilidade (ato que é anulável) e (iii) meras irregularidades; ou

2. Insanáveis: divididos em (i) inexistência e (ii) nulidade absoluta (compromete todo o processo, se originando quando há interesse público e e matéria de orem pública).

Ex.: o juiz prolatou sentença. A sentença foi assinada a lápis. A assinatura existe, mas devia ter sido feita a caneta. Tal vício é sanável. O juiz pode sanar o vício assinando a sentença à caneta.

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Ex.2: sentença sem assinatura é considerada inexistente. Tal nulidade é insanável.

Pelos exemplos postos, verifica-se que nulidade não é uma palavra tão forte, pois existem casos em que pode haver correção da irregularidade.

Princípios

1. “Princípio Instrumentalidade das Formas”, ou “Princípio da Finalidade”: ainda que a forma não tenha sido seguida, caso a finalidade seja alcançada, não há que se falar em nulidade (art. 188 e art. 277, ambos do CPC);

Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.

[...]

Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.

Na execução trabalhista, a notificação é diferente da que ocorre na fase de conhecimento. Quando se notifica na fase de execução, o executado recebe a notificação e tem 48 horas para nomear bens e cumprir os demais atos que lhe cumprem. Na forma do art. 880, §2° da CLT, esta notificação deve ser por oficial de justiça (por mandado), enquanto a notificação na fase de conhecimento é por via postal. Se a notificação na execução não for por oficial de justiça, ocorre uma nulidade; mas se a notificação ocorrer por outra forma e mesmo assim se atingir o objetivo pretendido, não há que se falar em nulidade – o ato será válido.

Art. 880. Requerida a execução, o juiz ou presidente do tribunal mandará e xpedir mandado de citação do executado, a fim de que cumpra a decisão ou

o acordo no prazo, pelo modo e sob as cominações estabelecidas ou,quand

o se tratar de pagamento em dinheiro, inclusive de contribuições sociais de vidas à União, para que o faça em 48 (quarenta e oito) horas ou garanta a e xecução, sob pena de penhora.

[...]

§ 2º - A citação será feita pelos oficiais de diligência.

2. “Princípio do Prejuízo” ou “Princípio da Transcendência”: art. 794 da CLT. Ou seja, só ocorre nulidade se houver prejuízo; se não houver prejuízo, não há nulidade.

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Art. 794 - Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

3. “Princípio da Preclusão”, ou “Princípio da Oportunidade”, ou “Princípio da Convalidação”: art. 795 da CLT. Se a parte não fala sobre o prejuízo, o ato será convalidado, e o direito da parte está precluso. Este princípio só se aplica se a nulidade for relativa, pois a nulidade absoluta pode ser declarada a qualquer tempo, e até mesmo de ofício pelo juiz.

Art. 795 - As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.

§ 1º - Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.

§ 2º - O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua decisão.

§1° do art. 795 da CLT. Nulidade fundada em competência de foro deve ser declarada de ofício. Obs.: a palavra “foro” neste parágrafo não se refere ao lugar, mas à matéria – ou seja, a incompetência ocorre em razão da matéria. 4. Princípio da Economia Processual: Art. 796, “a”, da CLT.

Art. 796 - A nulidade não será pronunciada:

a) quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato;

5. Princípio do Interesse: art. 796, “b”, da CLT.

Ninguém pode ser beneficiado por sua própria torpeza. Por isso, quando uma parte argui a nulidade, não é porque ela deu causa a isso, pois há risco dela se beneficiar de sua própria torpeza. Ou seja, a parte só pode alegar a nulidade se não tiver dado causa a ela.

Art. 796 - A nulidade não será pronunciada: [...]

b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa.

6. Princípio da Utilidade: art. 797 e 798 da CLT. Um ato não prejudicará outros atos que não dependam daquele.

Art. 797 - O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.

Art. 798 - A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam conseqüência.

Referências

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