Métodos e Técnicas em
Parasitologia Clínica
Populações que não dispõem de água potável correm alto risco de infecções (Foto OMS).
Habitação rústica infestada de insetos triatomíneos e habitada por pacientes com a Doença de Chagas.
Áreas endêmicas de malária no Brasil
Importância do diagnóstico
Prevalência significativa no mundo (OMS) – NTD
Doenças Tropicais Negligenciadas
Expectativas do diagnóstico
Médico – diagnóstico acurado.
Paciente – conforto na coleta, poucas coletas.
Laboratório – custo x benefício (baixo custo, fácil
Métodos laboratoriais
• Recurso indispensável para o diagnóstico
das infecções
• Estudo dos parasitos
• Epidemiologia
• Relação parasito-hospedeiro
• Critérios de cura
Exame parasitológico do sangue
Hemoscopia
• Doenças parasitárias com estágios no
sangue.
• Malária, filariose, doença de Chagas.
• Parasito vivo ou fixado e corado.
• Mais indicado o uso de material fresco –
método executado imediatamente após coleta de
sangue.
Exame parasitológico do sangue
Coleta do sangue
Punção da polpa digital ou lóbulo da orelha.
Punção venosa.
Exame parasitológico do sangue
Exame direto
•
Gota no centro da lâmina coberta com lamínula.
•
Adicionar salina ou citrato.
•
Avaliação imediata.
•
Visualização de parasitos vivos – movimentação dos
flagelos agitam hemácias.
Tripanossomos•
Escassez de parasitos ou pouca mobilidade –
preparação de lâminas fixadas e coradas.
Exame parasitológico do sangue
Preparação de lâminas
Gota espessa
Parasitos escassos.
3 ou 4 gotas de sangue próximas espalhadas de forma
circular.
Gota estendida
Exame parasitológico do sangue
Preparação de lâminas
Corantes
Giemsa – necessário fixação prévia com álcool metílico.
Leishman – não é necessário fixação com álcool
Xenodiagnóstico
•
Diagnóstico de Doença de Chagas.
•
Método introduzido por Brumpt em 1914 é largamente
empregado ainda nos dias atuais no diagnóstico da
doença de Chagas.
Xenodiagnóstico
•
Multiplicação
do
T.
cruzi
no
trato
digestivo
do
triatomíneo permite sua detecção nas fezes dos
insetos alimentados com sangue do paciente ou de
animais suspeitos.
•
Utilização
de
ninfas
de
3
oa
5
oestádio
de
desenvolvimento, as quais são criadas em condições
controladas em laboratório, sendo portanto livres do
parasita.
Xenodiagnóstico
1. Ninfas de 3o a 5o estádio
2. Ninfas em jejum alimentar de 20 a 30 dias.
3. Pequenas caixas cobertas com tela, aplicadas diretamente sobre o hospedeiro por 30 a 60 minutos (humamos, a caixa é aplicada no antebraço).
4. Exame dos insetos para pesquisa do T. cruzi é realizada aos 30 e 60 dias após o repasto sanguíneo.
Exame parasitológico de fezes
1. Exame macroscópico
– verificar a consistência das
fezes, presença de muco, sangue ou vermes adultos.
2. Exame microscópico
- ovos ou larvas de helmintos
- Cistos ou trofozoítos
Exame parasitológico de fezes
1. Métodos
quantitativos
– avaliar intensidade da
parasitemia.
Kato-Katz
Coprotest
®2. Métodos qualitativos
– presença de parasitas.
Método direto
Métodos de enriquecimento
– número pequeno de formas
parasitárias eliminadas.
Exame parasitológico de fezes
Escolha do método:
Não existe método único
– capaz de identificar todos os
parasitos.
Métodos gerais:
1. Sedimentação espontânea (Hoffman, Pons e Janner
–
HPJ).
Exame parasitológico de fezes
Maioria dos pedidos não é relatada a suspeita clínica:
> Realização de um dos métodos gerais
Relato de suspeita clínica:
Exame parasitológico de fezes
Melhor exame:
1. Fácil execução 2. Menor tempo
3. Identificação de maior número de parasitos
Qualidade dos exames:
1. Técnica correta
2. Um exame isolado negativo não deve ser conclusivo
CADASTRO DO PACIENTE:
- Número de registro de identificação do paciente gerado pelo LAB - Nome completo do paciente;
- Tipo de convênio; - Idade, sexo;
- Telefone e/ ou endereço do paciente;
- Nome e contato do responsável em caso de menor de idade ou incapacitado; - Nome do solicitante;
- Data e hora do atendimento;
- Horário da coleta, quando aplicável; - Exames solicitados e tipo de amostra;
- Informações adicionais: medicamento em uso
(laxantes, antiácidos, ingestão de meios de contrastes) - Data prevista para entrega do laudo;
DADOS CLÍNICOS
- Origem geográfica do paciente;
- Deslocamento em áreas endêmicas (com datas); - Antecedentes parasitários;
- Tratamento já recebidos;
- Resultados anteriores ( fezes – hemograma ); - Suspeita clínica.
Exame parasitológico de fezes
Coleta e conservação
1. Evacuação deve ser feita em recipiente limpo e seco e as fezes transferidas para recipiente próprio.
2. Fezes sem conservador devem ser enviadas ao laboratório imediatamente.
3. Coleta de amostras múltiplas – dias alternados e utilização de conservador.
Exame parasitológico de fezes
Conservadores:
Formol 10%
MIF (mercurocromo, iodo e formol)
SAF- fixador usado para conservar cistos e trofozoitos.
Coloração
– Lugol
Iodo, iodeto de potássio e água destilada. Utilizada para corar ovos, cistos e larvas.
LAUDO
O laudo deve conter no mínimo: a) identificação do laboratório;
b) endereço e telefone do laboratório; C) identificação do RT;
D) número de registro do RT no respectivo conselho; E) identificação do profissional que liberou o exame;
F) número de registro do laboratório no respectivo conselho; G) nome e registro de identificação do cliente no laboratório; H) data da coleta da amostra;
i) data de emissão do laudo;
J) nome do exame, tipo de amostra e método analítico; K) resultado do exame;
L) limitações técnicas da metodologia e dados para interpretação; M) observações pertinentes.
Resultado - Negativo
No material examinado, não foram encontrados ovos ou larvas de helmintos, nem cistos ou trofozoitos de protozóarios.
Resultado - Positivo
Presença de Ovos de Ascaris lumbricoides Cistos de Giardia duodenalis
Método Empregado: Direto, Lutz ou HPJ, Kato-Katz. Observações: coleta amostra única
três amostras em dias alternados.
CONTROLE DE QUALIDADE
•
Controle Interno da Qualidade:
duplo cego;
amostra aleatória.
• Controle Externo da Qualidade;
Devem ser documentados !!!
Exame parasitológico de fezes
Exame direto a fresco:
1. 2 a 3 gotas de salina em lâmina.
2. Tocar
comum
palito
vários
pontos
das
fezes,
transferindo para a lâmina.
3. Espalhar as fezes na lâmina.
4. Para identificação de cistos de protozoários e larvas de
helmintos corar com lugol.
5. Examinar a lâmina com objetiva de 10X e/ou 40X.
Exame parasitológico de fezes
Sedimentação espontânea (Hoffman, Pons e Janer ou Lutz):
1. 2g de fezes em um frasco Borrel e 5 mL de água, triturar bem. 2. Acrescentar mais 20 mL de água.
3. Filtrar a suspensão em cálice utilizando gaze dobrada em quatro e lavar os detritos com mais 20 mL de água.
4. Completar o volume do cálice (200 mL) com água. 5. Deixar a suspensão em repouso de 2 a 24h.
6. Sobrenadante límpido, colher uma amostra do sedimento utilizando pipeta.
7. Corar a lâmina com lugol e examinar em objetivas de 10X e/ou 40X.
Exame parasitológico de fezes
Sedimentação por centrifugação (MIFC)
1. Colher as fezes em MIF. 2. Homogeneizar bem,
3. Filtrar a suspensão em gaze dobrada em quatro.
4. Transferir 1 a 2 mL do filtrado em tubo cônico de centrifugação. 5. Adicionar 4 a 5 mL de éter sulfúrico e agitar vigorosamente
(desengordurar o material).
6. Centrifugar a 1500 rpm por 1 minuto. 7. Descartar o sobrenadante.
8. Adicionar uma gota de lugol ao sedimento e recolher uma parte para análise em lâmina e cobrir com lamínula.
Exame parasitológico de fezes
Exame parasitológico de fezes
Faust
– Centrífugo-Flutuação
1. 10 g de fezes em 20 mL de água (homogeneizar bem). 2. Filtrar em gaze e transferir para um tubo de hemólise. 3. Centrifugar a 2.500 rpm por 1 minuto.
4. Desprezar o sobrenadante e ressuspender o sedimento em água. (Repetir esta operação até o sobrenadante fique claro)
5. Ressuspender o sedimento em solução de sulfato de zinco a 33%. (densidade = 1,18 g/mL)
Exame parasitológico de fezes
Faust
– Centrífugo-Flutuação
Os cistos e alguns oocistos de protozoários e ovos leves de helmintos ficarão na película superfícial.
Retirar com alça de platina, adicionar uma gota de lugol e analisar em lâmina.
Exame parasitológico de fezes
Baermann-Moraes
1. Colocar 8 a 10 g de fezes em uma gaze dobrada.
2. Colocar sobre um funil fechado com um tubo de borracha. Adicionar água (45°C) ao funil em quantidade suficiente para entrar em contato com as fezes.
3. Deixar uma hora em repouso.
4. Recolher 5 a 7 mL de água em tubo e centrifugara 1.000 rpm por 1 minuto.
5. Colher o sedimento sem desprezar o sobrenadante, adicionar o lugol e examinar ao microscópio. (avaliar a presença de larvas)
Exame parasitológico de fezes
Rugai
1. Retirar a tampa do recipiente que acondiciona as fezes e envolvê-lo em gaze (fazendo uma pequena trouxa).
2. Colocar o material com a abertura para baixo num cálice de sedimentação com água aquecida (45°C).
3. Deixar uma hora em repouso.
4. Colher o sedimento no fundo do cálice, corar com lugol e observar ao microscópio.
Exame parasitológico de fezes
Kato
– Katz
1. Preparar uma solução de verde malaquita (conservar as fezes e clarificar as formas parasitárias).
2. Cortar papel celofane semipermeável em pedaços de 24X30mm e deixá-los mergulhados na solução de verde malaquita por pelo menos 24 horas.
3. Comprimir as fezes com um pedaço de tela meiálica. Nesta malha passam ovos de helmintos e detritos menores do que eles.
4. Retirar as fezes que passaram para a parte superior da tela e transferi-las, com o auxílio de um palito, para o orificio (6mm de diâmetro) de um cartão retangular de plástico, colocado sobre uma lâmina de microscopia.
Exame parasitológico de fezes
Kato
– Katz
5. Após encher completamente o orificio, retirar o cartão, cuidadosamente, deixando as fezes (aproximadamente 42mg) sobre a lâmina de vidro.
6. Cobrir as fezes com a lamínula de papel celofane embebida na solução de verde malaquita, inverter a lâmina, sobre uma folha de papel absorvente e comprimi-la.
7. Aguardar uma a duas horas e examinar ao microscópio.
Exame parasitológico de fezes
Método de Graham (fita gomada)
1. 5 a 6 cm de fita adesiva transparente com tiras de papel nas extremidades para identificação.
2. Colocar a fita sobre o fundo de um tubo de ensaio com o lado adesivo voltado para fora.
3. A porção aderente deve ser encostada várias vezes à mucosa da região perianal, e em seguida colar na lâmina.
4. Examinar a lâmina em microscópio.
Material deve ser colhido de manhã, antes que o paciente se levante ou realize qualquer tipo de higiene.