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UTILIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP) COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE DA ÁREA TÉCNICA DE UM LABORATÓRIO

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COMO FERRAMENTA DE ANÁLISE DA

ÁREA TÉCNICA DE UM LABORATÓRIO

LEONARDO BRENO PESSOA DA SILVA (UEPA) leonardobrenopessoa@hotmail.com LARA ESTEFANE DAL PRA DE LIMA (UEPA) larastefanydp@hotmail.com julli anne miranda azevedo (UEPA) julliazevedo@live.com DAYANE DIAS DE JESUS (UEPA) dayane.dias15@hotmail.com Rodrigo Pacheco de Lima Ramalho (UEPA) roodrigopacheco.rp@gmail.com

Este artigo apresenta um estudo de caso realizado em um laboratório de análises clinicas e diagnóstico por imagem, tem como objetivo, fazer uso de ferramentas do Planejamento e Controle da Produção (PCP), buscando analisar as atividades, que permitem o cálculo da capacidade operacional, rede PERT e balanceamento de linha, bem como a previsão de demanda e MRP. Essas análises permitem uma visão macro do processo, proporcionando uma tomada de decisão baseado em ferramentas amplamente utilizadas. Portanto, foi realizado uma análise do setor de área técnica da referida empresa, já que é a área responsável por produzir o laudo clinico, que é o que o cliente demanda. Como resultado encontrou-se a melhor forma de

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balanceamento de linha, bem como o modelo mais adequado de previsão de demanda apresentado aos produtos classe A. Com essas previsões é possível organizar uma tabela MRP que permite calcular a necessidade de reagentes necessários para atender a demanda, já que um dos principais problemas era a questão da falta dos reagentes, impossibilitando a realização do exame. Os resultados obtidos foram analisados e servem como base para uma tomada de decisão relacionado ao setor em questão.

Palavras-chave: Planejamento e Controle da Produção, Rede PERT,

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3 1. Introdução

Diante de um mercado competitivo, empresas buscam cada vez mais auxílio de técnicas e planejamentos para gerenciar a produção de um bem ou serviço para assim atender sua demanda com qualidade e eficiência, reduzindo o tempo de espera, erros e/ou retrabalho. A ferramenta PERT (Avaliação de Programa e Técnica de Revisão) contribui para sequenciar e planejar atividades, assim, solucionando problemas gerenciais, estimando quanto tempo necessário para realizar determinada atividade e quais atividades são consideradas críticas existentes dentro do processo produtivo.

Outra ferramenta de suma importância utilizada nesse trabalho é o Manufacturing Resource

Planning (MRP) que visa um melhor planejamento de estoque, possibilitando o cumprimento

de prazos e controlando as quantidades de materiais adquiridos, evitando a falta reagentes e um estoque de segurança estabelecido para assegurar oscilações na demanda e possíveis retrabalho.

O presente artigo visa analisar as atividades de um processo de análises clínicas em um Laboratório localizado na cidade de Marabá-PA, auxiliados por ferramentas do PCP (Planejamento e Controle da Produção), calculando a capacidade operacional e construindo uma rede PERT para entendimento do processo.

A aplicação de tal estudo disponibiliza a gerencia uma visão macro do processo e proporciona melhores decisões em relação a quantidade de funcionários, estoque e tempo de processo. Favorecendo para que os laudos clínicos sejam entreguem dentro do prazo, que o estoque atenda a demanda e a forma mais adequada de distribuir a mão de obra.

2. Referencial Teórico

A pesquisa delimitou-se cientificamente em relação aos conceitos explorados e técnicas utilizadas, como forma de obter credibilidade aos resultados alcançados, sendo que abaixo descreve-se as referências base da pesquisa.

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4 2.1 Planejamento da Capacidade de Produção – PCP

O PCP aborda a responsabilidade pela coordenação e aplicação de recursos produtivos, para atender da melhor maneira possível os planos estabelecidos a nível estratégico, tático e operacional (TUBINO, 2009). Em essência, o proposito do PCP é garantir que a produção ocorra de forma eficaz e produza bens e serviços de acordo com o planejado, o que requer que os recursos produtivos estejam disponíveis na quantidade certo, no momento exato e no nível de qualidade adequado. Para planejar, sequenciar e acompanhar projetos, é utilizado uma técnica conhecida como PERT/CPM.

2.2 Rede PERT

A rede PERT (Avaliação de Programa e Técnica de Revisão) é definida como um conjunto de processos e técnicas para planejamento, programação e controle de operação, cuja característica principal é a indicação dentre as várias sequencias operacionais, daquela que possui duração máxima, além de indicar o grau de prioridade relativo, demostrando a distribuição de recursos e a interdependência entre as várias ações que são necessárias para o desenvolvimento da atividade (HIRSCHELD, 1987).

Segundo a explicação de Tubino (2006), uma rede PERT é formada por um conjunto interligado de nós e setas. Os nós representam o momento de início e fim das atividades, que são dadas como eventos, já as setas representam as atividades do projeto que consomem determinados recursos e/ou tempo. Quando duas atividades possuem o mesmo nó de início e de fim, não é possível identificá-los, sendo assim, temos uma que não consome tempo e nem recursos, chamada atividade “fantasma”.

2.2.1 Cálculo dos tempos de uma rede PERT

 Cedo e Tarde: Para cada atividade e necessário calcular dois tempos que indicam os limites de tempo de cada atividade. O cedo e um evento é o tempo necessário para que este mesmo evento ocorra, desconsiderando atrasos ou imprevistos. O Tarde é a data-limite de realização de um evento. Quando a execução passa da data ocorrerá atraso no projeto planejado (HIRSCHFELD, 1987).

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5  Folga: A folga de um evento é a diferença entre o cedo e o tarde deste mesmo evento, descrito como: Folga = L- E. O controle do uso de folgas é definido para que o projeto cumpra o prazo estipulado. Para cada atividade constante e definido o tipo de folga, sendo elas: Folga Total (FT) é o maior prazo que uma tarefa possa ser concluída sem que o projeto atrase; Folga Livre (FL) é a disponibilidade de tempo que a atividade pode utilizar, tendo início na data mais tarde e conclusão na data mais cedo de seu evento final; Folga Dependente (FD) é o período de disposição para a realização da atividade, iniciando-se no tarde do evento inicial e não ultrapassando tarde do evento final; Folga Independente (FI) é a disponibilidade de tempo que atividade pode utilizar, iniciada na data mais tarde de seu evento início e tenha conclusão na data mais cedo de seu evento fim (TUBINO, 2006).

 Caminho Crítico: É definido como o caminho com a maior sequência de atividades. O caminho crítico determina a duração mínima de execução de um projeto. As atividades deste caminho, chamadas de atividades críticas, onde as mesmas não podem sofrer atrasos, pois caso tal fato ocorra, o projeto sofrerá atraso como um todo (VARGAS, 2009).

2.3 Balanceamento de Linha

Segundo Martins e Laugeni (2002), uma linha de produção é composta por um conjunto de postos de trabalho dada posição e sequencia é estabelecida pela lógica de operações sucessivas a serem realizadas. Um único ou vários operadores manuais eventualmente assistidos por ferramentas ou pequenos equipamento é o que compõe um posto de trabalho. Cada operador possui habilidades e características próprias, desta forma, a medida de tempos é de extrema importância no estabelecimento dos padrões para definir programas de produção.

O balanceamento de linha visa empregar, eficientemente, os recursos produtivos na linha de produção, de forma, a nivelar a capacidade de produção dos segmentos em suas respectivas operações. O estudo do balanceamento de processos produtivos exigi a máxima atenção quanto aos montadores disposto sequencialmente em seus postos de trabalhos, a rotina de operações-padrão, o tempo total de ciclo estabelecido onde ao final de cada ciclo um produto acabado seja “despachado” (TUBINO, 2006).

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6 2.4 Previsão de Demanda

A previsão é a estimativa de ocorrências futuras. A previsão de demanda é a base do planejamento de uma empresa, já que o ato de planejar é comum a qualquer tipo de organização (MOREIRA, 2009).

Os métodos de previsão podem ser classificados de acordo com diversos critérios, no entanto a classificação mais comum é a que leva em consideração o tipo de abordagem utilizado. Por este critério os métodos podem ser qualitativos e quantitativos. A previsão de demanda qualitativa, se dá por meio de dados subjetivos. Em contrapartida, os métodos de previsão quantitativos abrangem a análise numérica de dados passados (TUBINO, 2000).

Segundo Fernandes e Filho (2010), as variações do método da média simples são:

 Média móvel: são levados em consideração somente os N períodos mais recentes. Se o período atual é o período T, a média móvel, levando-se em conta N períodos passados, é dada matematicamente por: ; Onde: = média móvel para o período T; A previsão para k períodos à frente é dado por: .

 Média ponderada: leva-se em consideração somente os N períodos passados mais recentes. A média móvel ponderada para o período T é dado por: ; Onde: = média móvel ponderada para período T; = pesos atribuídos aos dados reais de demanda; A previsão de demanda para k períodos à frente para a média móvel ponderada e dada por: .

 Média móvel exponencial: ocorre quando os pesos decrescem exponencialmente do tempo presente em direção ao passado. Fornece a previsão para o próximo período como sendo a previsão para o período atual, corrigida pelo erro ocorrido no período atual (real – previsão). É dado um peso α a esse erro. Matematicamente descrito como: Onde: = previsão para o período T; = previsão para o

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7 período T-1, o qual é igual a ; α= constante; = demanda real no período T; =previsão para o período T+.

2.5 Sistema MRP

O MRP (Planejamento da Necessidade de Materiais) é um sistema que visa o estabelecimento de procedimentos e decisões, para atender as necessidades de produção em um tempo determinado para cada item que irá fazer parte de um produto final. Segundo Dias (2010), o MRP é um imponente instrumento para realizar o planejamento das necessidades de materiais de acordo com as varrições recorrentes na produção e capaz de registrar os componentes de cada produto e inventários.

Baseia-se na ideia de que, se são conhecidos todos os componentes de determinado produto e os tempos de obtenção de cada um deles, podemos, com base na visão de futuro das necessidades e disponibilidades do produto em questão, calcular os momentos e as quantidades que devem ser obtidas, de cada um dos seus componentes para que não haja falta nem excesso de nenhum deles, no suprimento das necessidades de produção do referido produto (CORRÊA et al, 2014).

Lustosa et al (2008), afirmam que no âmbito do PCP, o MRP busca atender às necessidades de planejamento de materiais, os quais devem atender a demanda adequadamente, reduzir a obsolescência do estoque, proporcionar flexibilidade para empresa e otimizar o processo de transformação, resultando em satisfação dos clientes na busca do produto.

3. Métodos de Pesquisa

O estudo foi realizado na área técnica de um laboratório de análises clinica localizado na cidade de Marabá, sudeste do Pará, o qual é uma instituição de referência na região. A empresa está em processo de auditoria interna para a implementação do certificado de acreditação CNPQ (Programa Nacional de Controle de Qualidade).

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8 A empresa dispõe de sete postos de coleta, quatro deles no município de Marabá e três em cidades próximas. O fluxo mensal de exames está em torno de 35500. Contudo, o fluxo de exames no ambiente estudado é de aproximadamente 30.000 ao mês.

Os setores técnicos do laboratório são: hematologia, bioquímica, imunologia, endocrinologia, microbiologia, micologia, urinálise, parasitologia, exames radiológicos dentre outros. Contudo este trabalho abordou apenas um ambiente, no qual ocorre o processo de analises clinicas dos setores de hemoglobina, bioquímica, hormônios e imunologia.

A engenharia do maquinário utilizado no processo possui sistema e métodos de análises altamente avançados, aliados à uma grande capacidade de trabalhos simultâneos, que gera um tempo de resposta que possibilita a otimização do trabalho do operador. Apesar de sua alta capacidade, os equipamentos em questão, apresentam ótima versatilidade, adaptando-se a demanda da empresa sem desperdício de reagente ou riscos de alteração dos resultados, mantendo assim os padrões de qualidade estabelecidos.

O levantamento dos dados foi por meio de pesquisas qualitativas, quantitativas e exploratória através dos seguintes recursos: entrevistas com os colaboradores, observação e acompanhamento dos processos e relatórios disponibilizados pela empresa. Uma vez entendido o processo, foram aplicadas as ferramentas cálculo da capacidade produtiva e encontrar a utilização e eficiência do sistema, a rede PERT, balanceamento de linha e MRP. Para melhor entendimento da didática utilizada, a figura 1 demonstra o fluxograma do método de pesquisa utilizado para esse trabalho.

Figura 1. Fluxograma do processo de pesquisa

Fonte: autores 2016

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9 O estudo foi delimitado a área técnica de análises clínicas de um laboratório localizado em Marabá – PA. Tais análises acontecem da seguinte forma: o material coletado e encaminhado para o setor responsável onde são feitas as análises pertinentes a ordem de serviço emitido; os lotes de tubos chegam ao local, onde ocorre uma triagem decorrendo para centrifuga e conforme o pedido de exames os mesmos são encaminhados para o maquinário que se divide entre os setores de análises: de hemoglobina, bioquímica, hormônios e imunologia.

Concluído este processo e feito uma nova triagem para certificar que todos os procedimentos foram realizados corretamente. Por fim é emitido um laudo pelo profissional habilitado. Com o objetivo de analisar a Capacidade de Produção do setor especificado, primeiramente é necessário calcular a capacidade projetada e a capacidade operacional do setor para posteriormente construir a rede PERT.

4.1 Capacidade Projetada e Capacidade Operacional

A capacidade produtiva do setor e totalmente dependente da capacidade das máquinas de análise. Sendo assim, de acordo com dados técnicos do fabricante, a soma da capacidade de cada máquina é a capacidade projetada do setor e a capacidade operacional ocorre de acordo com a demanda, o quanto da capacidade disponível é utilizada. O total da capacidade estão descritos na tabela 1.

Tabela 1. Capacidade das máquinas

Fonte: autores 2016

De acordo os resultados da tabela 1, percebe-se que a capacidade projetada é extremamente maior que a operacional. Entretanto vários fatores influenciam diretamente na capacidade

Máquina Capacidade Projetada Capacidade Operacional

Hemoglobina 11 0,03

Bioquímica 36,16 1,22

Hormonios 12,5 0,45

Imunologia 0,6 0,14

Total 60,26 1,84

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10 operacional, os principais são demanda e o fator humano. A demanda é notavelmente menor que a capacidade das maquinas, porém, o maquinário se adapta a demanda da empresa. O fator o humano no processo também pode interferir, já que a mão-de-obra, pode restringir a quantidade produzida. Levando em consideração os principais fatores descritos, a capacidade operacional é estabelecida em aproximadamente 2 exames/minuto em comparação a projetada que é aproximadamente 60 exames/minuto. Portanto, caso ocorra o aumento na demanda não previsto, capacidade de máquina é capaz de realizar. Entretanto há restrições em relação a mão-de-obra e a quantidade de reagente necessária para elaborar o exame.

A utilização do setor produtivo é a razão entre a capacidade operacional e projetada, onde em dados percentuais pode-se calcular a taxa de utilização do setor. Outro coeficiente pertinente é o de eficiência que mostra o quão eficiente encontra-se o setor.

A taxa de utilização do sistema é de 3,05 %, isso demostra o quanto da capacidade projetada é utilizada. Quanto a eficiência, está relacionada ao melhor uso dos recursos de produção. Para esse coeficiente o cálculo da eficiência é de 87%.

4.2 Rede PERT

De acordo com a ordem de atividades que cada exame é submetido até transformar-se no produto final para o cliente, que é o laudo, foi estabelecido uma rede PERT para demonstrar a sequência de atividades. A figura 2 exibi a rede PERT e a tabela 2 organiza todos os dados necessários para montar essa mesma rede; bem como seus tempos de folga, que determina qual atividade apresenta tempo de sobra caso ocorra interrupção em determinada atividade e a determinação do caminho crítico que exigi atenção redobrada do gestor, por não haver tempo de folga.

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Fonte: autores 2016

Tabela 2. Atividades, dependências e tempo de folga

Fonte: autores 2016

Sendo assim, com a sequência de dependência de atividades e seus tempos de duração, pode-se calcular os tempos mais cedo e mais tarde de cada atividade, bem como os pode-seus respectivos tempos de folga. Pelo tempo de folga das atividades é possível determinar o caminho crítico é visualizar que atividades não possuem folgas, sendo que o mesmo restringe o processo da área técnica do laboratório.

O tempo de folga retratou que a atividade C, D, e F possuem folgas em seus processos sendo eles 93, 78 e 65 respectivamente. Ou seja, o seu processo pode durar até 110,5 minutos para ser concluída e mesmo assim finaliza-se paralelamente ao tempo da atividade E.

Dependência t (min) Cedo (i) Cedo (f) Tarde (i) Tarde (f) TD FT FL FD FI

Triagem A _ 0,5 0 0,5 0 0,5 0,5 0 0 0 0 Centrifuga B A 5 0,5 5,5 0,5 5,5 5 0 0 0 0 Hemoglobina C B 12 5,5 17,5 5,5 110,5 105 93 0 93 0 Bioquímica D B 27 5,5 32,5 5,5 110,5 105 78 0 78 0 Imunologia E B 105 5,5 110,5 5,5 110,5 105 0 0 0 0 Hormônios F B 40 5,5 45,5 5,5 110,5 105 65 0 65 0 Triagem G C, D, E 55 110,5 165,5 110,5 165,5 55 0 0 0 0 Laudo H F 80 165,5 245,5 165,5 245,5 80 0 0 0 0 Atividade

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12 As atividades que compõem o caminho crítico são as atividades que não possuem folgas, ou seja, aquelas que necessitam terminar em seus respectivos tempos para não atrasar o processo. Sendo assim, pela tabela pode-se determinar o caminho crítico que é a sequência de atividades: A – B – E – G – H. Totalizando que o processo para emitir 60 laudos de exames, que é a quantidade feita em um lote, e de 245,5 minutos.

4.3 Balanceamento de Linha

A linha de produção do setor analisado e composta por 8 atividades, sendo elas atividades manuais, automatizada ou mista. Para fazer o balanceamento de linha, é considerado somente os tempos de atividades manuais, já que as automatizadas necessitam apenas de operadores quando se inicia e finaliza-se a atividade. É necessário ter o conhecimento do tempo de duração das atividades analisadas. Esses tempos estão especificados na tabela 2.

A empresa possui uma demanda média de exames de 15 lotes diários, sendo que o dia trabalhado e composto por 8 horas (as horas permissíveis foram descontadas de hora extra que é rotina na empresa). Então, calcula-se o Tempo de Ciclo para poder ser elaborado o balanceamento da linha de produção.

Com o tempo de ciclo, calcula-se a quantidade de funcionários que, teoricamente, seria capaz de suprir as necessidades dessa linha de produção. Ressalta-se que essa quantidade somente diz respeito as atividades manuais.

A partir do número teórico, encontrasse o real, utilizando os tempos onde não se pode ultrapassar o tempo de ciclo. Desta forma, o balanceamento foi feito com as atividades

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13 manuais para encontrar o número real de funcionários que esse setor necessita. A tabela 3 detalha a distribuição de funções bem como a sua taxa de ocupação.

Tabela 3. Distribuição de Funções

Operadores 1 2 3, 4 e 5 TC Atividades A, B e G A, B e G H 32 min/lote Tempo 30,25 30,25 80 Ocupação 95% 95% 83% Distribuição de Funções Fonte: autores 2016

Conforme descrito na tabela 3, necessita-se de 5 trabalhadores, que dividem-se nas funções manuais da área técnica da empresa. Com o número teórico e o número real de funcionários, calcula-se a eficiência do balanceamento, onde:

A eficiência do balanceamento demostra o quão eficiente essa linha de produção é em relação a delegação de funções. O cálculo mostrou uma eficiência de 87 %, consideravelmente bom para a atividade em questão.

4.4 Previsão de Demanda

Para a previsão de demanda, foram escolhidos apenas um tipo de exame, que são elaborados em cada máquina. Foram selecionados os exames de classe A, ou seja aqueles que possuem uma maior demanda dentro da lista de diagnósticos oferecidos pela empresa. Como técnica de previsão, foram escolhidas as técnicas quantitativas baseada em series temporais, média móvel, e foram feitas três ramificações dela, a média móvel simples, a exponencial e a ponderada. A série temporal escolhida cobre somente os meses 06/2016 a 10/2016, devido a empresa sofrer um processo de mudança de sistema recentemente e o banco de dados possui série histórica apenas desde a data da mudança para os dias atuais. A tabela 3 organiza as previsões dos exames selecionados.

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Tabela 3. Previsão de demanda

Fonte: autores 2016

Encontrado as previsões, calcula-se o 4*MAD que é um modelo de validação da previsão, onde mostra qual o limite que o Erro Absoluto da Previsão (Real – Previsão) pode oscilar.

n meses Demanda Mm(2) Erro Abs Mmp(0,6 0,4) Erro Erro Abs Mme(0,3) Erro abs

1 Junho 1402 2 Julho 2298 1402 896 3 Agosto 2386 1850 536 1939,6 446,4 446,4 1670,8 715,2 4 Setembro 2526 2342 184 2350,8 175,2 175,2 1885,4 640,6 5 Outubro 2370 2456 86 2470 -100 100 2077,6 292,4 MAD 268,67 240,53 636,07

n meses Demanda Mm(2) Erro Abs Mmp(0,6 0,4) Erro Erro Abs Mme(0,3) Erro abs

1 Junho 697 2 Julho 1053 697 356 3 Agosto 1164 875 289 910,6 253,4 253,4 803,8 360,2 4 Setembro 1130 1108,5 21,5 1119,6 10,4 10,4 911,9 218,1 5 Outubro 1228 1147 81 1143,6 84,4 84,4 977,3 250,7 MAD 130,5 116,07 296,26

n meses Demanda Mm(2) Erro Abs Mmp(0,6 0,4) Erro Erro Abs Mme(0,3) Erro abs

1 Junho 238 2 Julho 270 238 32 3 Agosto 233 254 21 257,2 -24,2 24,2 247,6 14,6 4 Setembro 238 251,5 13,5 247,8 -9,8 9,8 243,2 5,2 5 Outubro 240 235,5 4,5 236 4 4 241,7 1,7 MAD 13 12,67 13,37

n meses Demanda Mm(2) Erro Abs Mmp(0,6 0,4) Erro Erro Abs Mme(0,3) Erro abs

1 Junho 282 2 Julho 558 282 276 3 Agosto 360 420 60 447,6 -87,6 87,6 364,8 4,8 4 Setembro 315 459 144 439,2 -124,2 124,2 363,4 48,4 5 Outubro 417 337,5 79,5 333 84 84 348,9 68,1 MAD 94,50 98,60 99,33

PREVISÃO DE EXAMES DE GLICOSE (MÁQUINA BIOQUÍMICA)

PREVISÃO DE EXAMES DE TSH (MÁQUINA HORMÔNIO)

PREVISÃO DE EXAMES DE HIV (MÁQUINA IMUNOLOGIA)

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16 Com isso, a técnica torna-se valida, porém necessita de acompanhamento periódico pois no futuro ela pode não ser válida.

Para o exame de glicose, a melhor técnica de previsão foi por média móvel ponderada (0,6; 0,4), pois apresentou o menor MAD. Os limites que o erro pode oscilar ficou entre 1220,67 e -721,6 ou seja, a técnica e válida para a série temporal analisada. O exame referente a máquina de hormônios analisado foi o de TSH, é apresentou a técnica por média móvel ponderada como sendo a mais apropriada para a série analisada, que obteve o menor MAD. Os limites de oscilação do Erro ficaram entre 580,33 e 348,2 validando a técnica para o intervalo de tempo analisado.

A máquina de imunologia possui uma grande demanda em exame de HIV, onde baseado nos dados obtidos mostrou que a técnica que mais adequa-se a série e por média móvel ponderada. Os limites de erro ficaram entre 63,33 e -38. E por fim, a máquina de Hemoglobina, que apresentou a técnica por média móvel simples como sendo a mais adequada. Os limites que o erro pode oscilar ficaram entre 472,5 e – 283,5.

A previsão de demanda dá início a outro nível do PCP, o quadro MRP. No MRP aborda o principal material para a realização do exame: o reagente. Sem o reagente especifico para cada exame é impossível realizar a análise necessária para emitir o laudo. Logo, cada exame utiliza um reagente diferente, a Tabela 4 organiza a previsão de acordo com a técnica mais adequada de previsão de demanda para os próximos 6 meses.

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Tabela 4. Previsões para os próximos 6 meses

n meses Demanda Mmp(0,6 0,4) 6 Novembro 2432 2432,4 7 Dezembro 2407 2407,44 8 Janeiro 2417 2417,424 9 Fevereiro 2413 2413,416 10 Março 2415 2414,88 11 Abril 2414 2414,16 n meses Demanda Mmp(0,6 0,4) 6 Novembro 1188 1188,8 7 Dezembro 1204 1204 8 Janeiro 1197 1197,6 9 Fevereiro 1199 1199,8 10 Março 1198 1198,2 11 Abril 1198 1198,4 n meses Demanda mm (2) 6 Novembro 366 366 7 Dezembro 291 391,5 8 Janeiro 328 328,5 9 Fevereiro 309 309,5 10 Março 318 318,5 11 Abril 313 313,5 n meses Demanda Mmp(0,6 0,4) 6 Novembro 239 239,2 7 Dezembro 239 239,4 8 Janeiro 239 239 9 Fevereiro 239 239 10 Março 239 239 11 Abril 239 239

PREVISÃO DE EXAMES DE GLICOSE

PREVISÃO DE EXAMES DE TSH

PREVISÃO DE EXAMES DE HIV PREVISÃO DE EXAMES DE HBGL

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Fonte: autores 2016

Elaborado as previsões, é possível utilizar a ferramenta MRP para planejar a necessidade de reagentes para os próximos meses. A Tabela 5 organiza o MRP do período de Novembro/16 a Abril/17, onde as necessidades brutas correspondem as previsões calculadas na tabela anterior.

Tabela 5. MRP

Item: Reagente Glicose (1/700)

Período 6 7 8 9 10 11

Necessidades Brutas 2432 2407 2417 2413 2415 2414

Recebimentos Progamados _ _ _ _ _ _

Estoque Projetado 1400 1768 1461 1844 1531 1916 1602 Recebimentos de Ordens Planejadas 2800 2100 2800 2100 2800 2100 Liberação Planejada de Ordens 2800 2100 2800 2100 2800 2100

Item: Reagente TSH (1/200)

Período 6 7 8 9 10 11

Necessidades Brutas 1188 1204 1197 1199 1198 1198

Recebimentos Progamados _ _ _ _ _ _

Estoque Projetado 400 412 408 411 412 414 416

Recebimentos de Ordens Planejadas 1200 1200 1200 1200 1200 1200 Liberação Planejada de Ordens 1200 1200 1200 1200 1200 1200

Item: Reagente HIV (1/100)

Período 6 7 8 9 10 11

Necessidades Brutas 239 239 239 239 239 239

Recebimentos Progamados _ _ _ _ _ _

Estoque Projetado 200 261 222 283 244 205 266

Recebimentos de Ordens Planejadas 300 200 300 200 200 300 Liberação Planejada de Ordens 300 200 300 200 200 300

Item: Reagente HBGL (1/300)

Período 6 7 8 9 10 11

Necessidades Brutas 366 391 328 309 318 313

Recebimentos Progamados _ _ _ _ _ _

Estoque Projetado 600 834 743 715 706 688 775

Recebimentos de Ordens Planejadas 600 300 300 300 300 675 Liberação Planejada de Ordens 600 300 300 300 300 300

Planejamento de Recursos de Materiais

ES = 1400 PL = Multiplo 700 Lead Time = 1

ES = 600 PL = Multiplo 300 Lead Time = 1 ES = 400 PL = Multiplo 200 Lead Time = 1

ES = 200 PL = Multiplo 100 Lead Time = 1

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19 5. Considerações Finais

O estudo de Planejamento e Controle da Produção proporciona a empresa um upgrade na gestão. A presente pesquisa possibilita ao gestor compreender fenômenos ligados a linha de produção e permite que processos seja otimizado. Essa otimização de processos pode ser ligada ao: número de funcionários atuando na linha de produção, compra de máquinas, tempo de produção, padrões de qualidade, custo, dentre outros.

A título de exemplo, uma tomada de decisão para adquirir uma nova máquina. É possível observar através dos cálculos que processou-se uma taxa de 3% da capacidade projetada disponível. Ou seja, não é necessário que a empresa adquira uma nova máquina que realize os mesmos exames, pois a mesma apresenta uma ampla capacidade ainda sem utilização.

Uma ferramenta que viabiliza esse estudo é a rede PERT, no qual é possível calcular o tempo de produção da linha analisada, identificar as atividades críticas do processo. Nesse estudo, das 8 atividades analisadas, 5 foram consideradas críticas por não possuírem tempo de folga para suprir algum imprevisto que possa ocorrer no meio produtivo. Isso mostra que 62,5 % do processo é considerado crítico.

Logo, é possível concluir que essa importante ferramenta embasa estudos no PCP da empresa devido a poder de otimizar tempos de produção e quais atividades merecem uma atenção redobrada do gestor da empresa.

O balanceamento de linha possibilita uma melhor alocação de funcionários, que leva em consideração o tempo de ciclo. Esse tempo de ciclo permite que o gestor organize e delimite atividades para seus colaboradores de forma que respeite um tempo máximo disponível para realizar a atividade sem atrasar o processo produtivo. Portanto, para as atividades manuais realizadas no setor analisado foi calculado uma quantidade de 5 funcionários necessários para suprir as necessidades de tempo do processo. O número teórico é de 4,39, conclui-se que o balanceamento proposto tem uma taxa de eficiência de 87%.

Por fim, foram feitas previsões de demanda para exames classe A, sendo os que ocorrem com maior frequência nas máquinas analisada. Para cada exame estudado foi determinado a

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20 técnica mais adequada que se adapta as séries temporais analisada e posteriormente foram feitas previsões para os próximos 6 meses.

A partir de tais previsões foi possível elaborar um MRP, para o planejamento da necessidade de reagentes para a realização dos exames. Tal planejamento requer atenção minuciosa, pois a falta de regente força a organização a terceirizar o exame, resultando em prejuízo para a empresa pois a mesma paga o valor de mercado para a terceirizada.

Como proposta de trabalho futuro, sugere-se uma aplicação das ferramentas de Planejamento e Controle da Produção para os outros setores de análises clínicas que a empresa possui, pois, esse estudo possibilita identificar variáveis na área técnica e aplicar as mesmas ferramentas e propostas para que otimizem o sistema produtivo da empresa como um todo.

REFERÊNCIAS

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DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 5. ed. São Paulo, SP: Atlas, 2010.

FERNANDES, F. C. F; GODINHO FILHO, M. Planejamento e Controle da Produção. 1.ed. São Paulo: Atlas, 2010.

HIRSCHFELD, Henrique. Planejamento com PERT/CPM e análise do desempenho: método manual e por computadores eletrônicos aplicados a todos os fins, construção civil, marketing etc. 9.ed. ref. e ampl. São Paulo, Atlas, 1987.

LUSTOSA, L.; MESQUITA, M. A.; QUELHAS, O.; OLIVEIRA, R. Planejamento e Controle da Produção. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

MARTINS, Petrônio G., LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. 1ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

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VARGAS, R. V. Gerenciamento de Projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. Rio de Janeiro: Brasport, 7º Ed., 2009.

Referências

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