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O Protocolo de Nagoia sobre Acesso a Recursos Genéticos e Repartição Justa e Equitativa de Benefícios Derivados de sua Utilização

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(1)

O Protocolo de Nagoia sobre

Acesso a Recursos Genéticos e

Repartição Justa e Equitativa de

Benefícios Derivados de sua

Utilização

Sec. Larissa Maria Lima Costa Divisão do Meio Ambiente

Itamaraty

Rio de Janeiro, 6 de outubro de 2011 Fundação Oswaldo Cruz

(2)

• A Convenção sobre Diversidade Biológica: noções

gerais

– 1989: Criação de grupo de peritos para elaborar a

preparação de instrumento jurídico internacional para

a conservação e uso sustentável da biodiversidade.

– 1992: Finalização das negociações e adoção do texto

da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).

– 1992: Rio 92 – o texto da CDB é aberto para

assinatura dos Estados.

– 1993: A CDB entra em vigor 30 dias após o depósito do

90º instrumento de ratificação.

– 1994: O Brasil deposita seu instrumento de

ratificação à CDB junto ao Secretariado das Nações

Unidas.

– 1998: O Decreto 2.519, de 16 de março, incorpora o

texto da CDB à legislação brasileira.

(3)

• Objetivos/Pilares da

CDB:

– Conservação da

biodiversidade;

– Uso sustentável dos

seus componentes;

– Repartição justa e

equitativa dos

benefícios derivados

do uso de recursos

genéticos da

biodiversidade.

CDB

Conservação Da Biodiversidade Uso Sustentável Dos seus Componentes Repartição Justa e Equitativa Dos Benefícios

(4)

A Convenção sobre Diversidade Biológica: principais

premissas

– Reconhecimento do valor da diversidade biológica e seus componentes;

– Conservação da biodiversidades como preocupação comum da humanidade;

Reconhecimento do direito soberano dos Estados sobre seus recursos naturais;

– Reconhecimento da responsabilidade dos Estados pela conservação e uso sustentável da biodiversidade;

– Necessidade desenvolver capacidades técnica e científica para identificar as medidas de conservação necessárias; – Reconhecimento do papel primordial da conservação in-situ

de ecossistemas e habitats naturais;

Reconhecimento da importância da conservação ex-situ; – Reconhecimento da dependência direta do modo de vida

tradicional de comunidades indígenas e locais em relação aos recursos da biodiversidade.

(5)

A Convenção sobre Diversidade Biológica: principais

conceitos utilizados (artigo 2º)

– “Diversidade biológica”significa a variabilidade de organismos vivos

de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.

“Biotecnologia”significa qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus derivados,para

fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica.

“Material genético”significa todo material de origem vegetal,animal, microbiana ou outra que contenha unidades funcionais de

hereditariedade.

“Recursos biológicos” compreende recursos genéticos, organismos ou partes destes, populações, ou qualquer outro componente biótico de ecossistemas, de real ou potencial utilidade ou valor para a

humanidade.

“Recursos genéticos”significa material genético de valor real ou potencial.

(6)

A Convenção sobre Diversidade Biológica: principais

dispositivos sobre recursos genéticos

Artigo 15

Acesso a Recursos Genéticos

1. Em reconhecimento dos direitos soberanos dos Estados sobre seus recursos

naturais, a autoridade para determinar o acesso a recursos genéticos pertence aos

governos nacionais e está sujeita à legislação nacional.

2. Cada Parte Contratante deve procurar criar condições para permitir o acesso a recursos genéticos para utilização ambientalmente saudável por outras Partes Contratantes e não impor restrições contrárias aos objetivos desta Convenção.

3. Para os propósitos desta Convenção, os recursos genéticos providos por uma Parte

Contratante, a que se referem este Artigo e os Artigos 16 e 19, são apenas aqueles providos por Partes Contratantes que sejam países de origem desses recursos ou por Partes que os tenham adquirido em conformidade com esta Convenção.

4. O acesso, quando concedido, deverá sê-lo de comum acordo e sujeito ao disposto no presente Artigo. 5. O acesso aos recursos genéticos deve estar sujeito ao

consentimento prévio fundamentado da Parte Contratante provedora desses recursos, a

menos que de outra forma determinado por essa Parte.

6. Cada Parte Contratante deve procurar conceber e realizar pesquisas científicas baseadas em recursos genéticos providos por outras Partes Contratantes com sua plena participação e, na medida do possível, no território dessas Partes

contratantes.

7. Cada Parte Contratante deve adotar medidas legislativas, administrativas ou

políticas, conforme o caso e em conformidade com os Artigos 16 e 19 e, quando

necessário, mediante o mecanismo financeiro estabelecido pelos Artigos 20 e 21,

para compartilhar de forma justa e eqüitativa os resultados da pesquisa e do

desenvolvimento de recursos genéticos e os beneficias derivados de sua utilização comercial e de outra natureza com a Parte Contratante provedora desses recursos. Essa partilha deve dar-se de comum acordo.

(7)

A Convenção sobre Diversidade Biológica: principais

dispositivos sobre transferência de tecnologia

Artigo 16

Acesso à Tecnologia e Transferência de Tecnologia

1. Cada Parte Contratante, reconhecendo que a tecnologia inclui biotecnologia, e que tanto o acesso à tecnologia quanto sua transferência entre Partes Contratantes são elementos essenciais para a realização dos objetivos desta Convenção, compromete-se, sujeito ao

disposto neste Artigo, a permitir e/ou facilitar a outras Partes Contratantes acesso a tecnologias que sejam pertinentes à conservação e utilização sustentável da diversidade biológica ou que utilizem recursos genéticos e não causem dano sensível ao meio ambiente, assim como a transferência dessas tecnologias.

2. O acesso a tecnologia e sua transferência a países em desenvolvimento, a que se refere o

parágrafo 1 acima, devem ser permitidos e/ou facilitados em condições justas e as mais favoráveis, inclusive em condições concessionais e preferenciais quando de comum acordo, e,

caso necessário, em conformidade com mecanismo financeiro estabelecido nos Artigos 20 e 21. No caso de tecnologia sujeita a patentes e outros direitos de propriedade intelectual, o acesso à tecnologia e sua transferência devem ser permitidos em condições que reconheçam e sejam compatíveis coma adequada e efetiva proteção dos direitos de propriedade intelectual. A aplicação deste parágrafo deve ser compatível com os parágrafos 3, 4 e 5 abaixo.

3. Cada Parte Contratante deve adotar medidas legislativas, administrativas ou políticas,

conforme o caso, para que as Partes Contratantes, em particular as que são países em

desenvolvimento, que provêem recursos genéticos, tenham garantido o acesso à tecnologia que utilize esses recursos e sua transferência, de comum acordo, incluindo tecnologia protegida por patentes e outros direitos de propriedade intelectual, quando necessário, mediante as disposições dos Artigos 20 e 21, de acordo com o direito internacional e conforme os parágrafos 4 e 5 abaixo.

• 4. Cada Parte Contratante deve adotar medidas legislativas, administrativas ou políticas, conforme o caso, para que o setor privado permita o acesso à tecnologia a que se refere o parágrafo I acima, seu desenvolvimento conjunto e sua transferência em beneficio das instituições governamentais e do setor privado de países em desenvolvimento, e a esse respeito deve observar as obrigações constantes dos parágrafos 1, 2 e 3 acima.

• 5. As Partes Contratantes, reconhecendo que patentes e outros direitos de propriedade intelectual podem influir na implementação desta Convenção, devem cooperar a esse respeito em conformidade com a legislação nacional e o direito internacional para garantir que esses direitos apoiem e não se oponham aos objetivos desta Convenção.

(8)

A Convenção sobre Diversidade Biológica: principais

dispositivos sobre cooperação gestão da biotecnologia

Artigo 19

Gestão da Biotecnologia e Distribuição de seus Benefícios

1. Cada Parte Contratante deve adoto medidas legislativas, administrativas ou

políticas, conforme o caso, para permitir a participação efetiva, em atividades de pesquisa biotecnológica, das Partes Contratantes, especialmente países em

desenvolvimento, que provêem os recursos genéticos para essa pesquisa, e se possível nessas Partes Contratantes.

2. 2. Cada Parte Contratante deve adotar todas as medidas possíveis para promover e antecipar acesso prioritário, em base justa e eqüitativa das Partes Contratantes, especialmente países em desenvolvimento, aos resultados e benefício derivados de biotecnologia baseadas em recursos genéticos providos por essas Partes

Contratantes. Esse acesso deve ser de comum acordo.

3. As Partes devem examinar a necessidade e as modalidades de um protocolo que

estabeleça procedimentos adequados, inclusive, em especial, a concordância prévia fundamentada, no que respeita à transferência, manipulação e utilização seguras de todo organismo vivo modificado pela biotecnologia, que possa ter efeito negativo para a conservação e utilização sustentável da diversidade biológica.

4. Cada Parte Contratante deve proporcionar, diretamente ou por solicitação, a

qualquer pessoa física ou jurídica sob sua jurisdição provedora dos organismos a que se refere o parágrafo 3 acima, à Parte Contratante em que esses organismos devam ser introduzidos, todas as informações disponíveis sobre a utilização e as normas de segurança exigidas por essa Parte Contratante para a manipulação desses organismos, bem como todas as Informações disponíveis sobre os potenciais efeitos negativos desses organismos específicos.

(9)

O Protocolo de Nagoia sobre Acesso a Recursos Genéticos e Repartição Justa e Equitativa de Benefícios derivados de sua utilização (Protocolo ABS): noções gerais

– Necessidade de implementar o terceiro pilar da CDB;

– 2002: Rio+10 Johanesburgo – chamada para a negociação de um regime internacional, no âmbito da CDB, que promovesse e salvaguardasse a repartição justa e equitativa de

benefícios pelos usos dos recursos genéticos;

– 2004: COP-7 da CDB – criação de grupo de trabalho aberto para negociar o regime internacional sobre ABS em

implementação aos artigos 8j e 15 da Convenção;

– 2010: COP-10 da CDB – adoção do Protocolo de Nagoia sobre ABS;

– 2011: O Protocolo ABS é aberto para assinatura na sede das Nações Unidas;

– 2011: O Brasil é um dos primeiros países a assinar o

Protocolo. No momento, há 64 assinaturas, mas o Protocolo somente entrará em vigor 90 dias após o depósito do 50º instrumento de ratificação.

(10)

Protocolo ABS: Premissas

– Repartição justa e equitativa como uma dos três objetivos da CDB;

– Contribuição da ciência e da tecnologia para o

desenvolvimento sustentável e para a criação de capacidade de pesquisa e inovação que agreguem valor aos recursos

genéticos dos países em desenvolvimento;

– Potencial contribuição do ABS para a conservação da

biodiversidade, a redução da pobreza, a sustentabilidade ambiental e para o alcance dos objetivos do Milênio;

– Reconhecimento da natureza especial da diversidade

biológica agrícola e da necessidade de soluções distintas para seus problemas;

– Reconhecimento da relação entre recursos genéticos e conhecimentos tradicionais das comunidades indígenas e locais

– Reconhece e retoma o sistema multilateral de ABS da FAO/ TIRFAA.

(11)

Protocolo ABS: objetivo

Artigo 1

OBJETIVO

O objetivo do presente Protocolo é a repartição

justa e equitativa dos benefícios derivados da

utilização dos recursos genéticos, mediante,

inclusive, o acesso adequado aos recursos

genéticos e a transferência adequada de

tecnologias pertinentes, levando em conta todos

os direitos sobre tais recursos e tecnologias,

e mediante financiamento adequado, contribuindo

desse modo para a conservação da diversidade

biológica e a utilização sustentável de seus

(12)

Protocolo ABS: principais conceitos utilizados

“Utilização de recursos genéticos”significa a realização

de atividades de pesquisa e desenvolvimento sobre a composição genética e/ou bioquímica dos recursos genéticos, inclusive por meio da aplicação da

biotecnologia, conforme definido no Artigo 2 da CDB; – “Biotecnologia”, conforme definido no Artigo 2 da CDB,

significa qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos ou seus derivados para criar ou modificar produtos ou processos para

utilização específica;

“Derivado” significa um composto bioquímico de ocorrência

natural resultante da expressão genética ou do

metabolismo de recursos biológicos ou genéticos, mesmo que não contenha unidades funcionais de hereditariedade.

(13)

• Protocolo ABS: escopo

Artigo 3

ESCOPO

Este Protocolo aplica-se aos recursos genéticos

compreendidos no âmbito do Artigo 15 da

Convenção e aos benefícios derivados da

utilização desses recursos. O Protocolo

aplica-se também ao conhecimento tradicional associado

aos recursos genéticos compreendidos no âmbito

da Convenção e aos benefícios derivados da

(14)

Protocolo ABS: principais disposições sobre acesso e

repartição de benefícios

Artigo 5

REPARTIÇÃO JUSTA E EQUITATIVA DE BENEFÍCIOS

1. De acordo com o Artigo 15, parágrafos 3 e 7 da Convenção, os benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, bem como as aplicações e comercialização

subseqüentes, devem ser repartidos de maneira justa e equitativa com a Parte provedora

desses recursos que seja o país de origem desses recursos ou uma Parte que tenha adquirido os recursos genéticos em conformidade com a Convenção. Essa repartição deve

ocorrer mediante termos mutuamente acordados.

2. Cada Parte deve adotar medidas legislativas, administrativas ou políticas, conforme o caso, com vistas a assegurar que os benefícios derivados da utilização dos recursos

genéticos detidos por comunidades indígenas e locais, de acordo com a legislação

nacional relativa aos direitos estabelecidos dessas comunidades indígenas e locais sobre esses recursos genéticos, sejam repartidos de maneira justa e equitativa com as

comunidades relacionadas, baseado em termos mutuamente acordados.

3. Para implementar o parágrafo 1 acima, cada Parte deve adotar medidas legislativas, administrativas ou políticas, conforme o caso.

4. Os benefícios podem incluir benefícios monetários e não-monetários, incluindo, mas não limitados àqueles listados no Anexo.

5. Cada Parte deve adotar medidas legislativas, administrativas ou políticas, conforme o caso, para que os benefícios derivados da utilização do conhecimento tradicional associado a recursos genéticos sejam repartidos de maneira justa e equitativa com as comunidades indígenas e locais que detenham tal conhecimento. Essa repartição deve ocorrer mediante termos mutuamente acordados.

(15)

Protocolo ABS: principais disposições sobre acesso e

repartição de benefícios

Artigo 6

ACESSO AOS RECURSOS GENÉTICOS

1. No exercício dos direitos soberanos sobre os recursos

naturais, e sujeito à legislação ou requisitos reguladores nacionais de acesso e repartição de benefícios, o acesso a recursos genéticos para sua utilização está sujeito ao

consentimento prévio informado da Parte provedora desses recursos que seja país de origem desses recursos ou uma Parte que tenha adquirido os recursos genéticos em

conformidade com a Convenção, a menos que diferentemente determinado por aquela Parte.

2. De acordo com a legislação nacional, cada Parte deve adotar medidas, conforme o caso, com vistas a assegurar que se

obtenha o consentimento prévio informado ou a aprovação e a participação das comunidades indígenas e locais para acesso aos recursos genéticos quando essas tiverem o direito

(16)

Protocolo ABS: principais disposições sobre acesso e

repartição de benefícios

Artigo 6

ACESSO AOS RECURSOS GENÉTICOS

3. De acordo com o parágrafo 1 acima, cada Parte que solicitar consentimento prévio

informado deve adotar as medidas Legislativas, administrativas ou políticas necessárias, conforme o caso, para:

– Proporcionar segurança jurídica, clareza e transparência em sua legislação ou

requisitos reguladores nacionais de acesso e repartição de benefícios;

Proporcionar normas e procedimentos justos e não arbitrários sobre o acesso a recursos genéticos;

Proporcionar informação sobre como requerer o consentimento prévio informado;Conceder uma decisão escrita clara e transparente de uma autoridade nacional

competente, de maneira econômica e em um prazo razoável;

Providenciar a emissão, no momento do acesso, de uma licença ou seu

equivalente como comprovante da decisão de outorgar o consentimento prévio informado e do estabelecimento de termos mutuamente acordados, e notificar o

Centro de Intermediação de Informação sobre Acesso e Repartição de Benefícios; – Conforme o caso e sujeito à legislação nacional, estabelecer critérios e/ou

procedimentos para a obtenção do consentimento prévio informado ou aprovação e participação de comunidades indígenas e locais para acesso aos recursos

genéticos; e

Estabelecer normas e procedimentos claros para o requerimento e

estabelecimento de termos mutuamente acordados. Tais termos devem ser

estabelecidos por escrito e podem incluir, entre outros: • Uma cláusula sobre solução de controvérsias;

• Cláusulas sobre a repartição de benefícios, inclusive em relação a direitos de propriedade intelectual;

• Cláusulas sobre a utilização subsequente por terceiros, caso haja; e • Cláusulas sobre mudanças de intenção, quando aplicável.

(17)

Protocolo ABS: principais disposições sobre acesso e

repartição de benefícios

Artigo 7

ACESSO AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO AO RECURSO GENÉTICO

Em conformidade com a legislação nacional, cada Parte deve adotar medidas, conforme o caso, com vistas a assegurar que o conhecimento tradicional associado a recursos genéticos detido

por comunidades indígenas e locais seja acessado mediante o consentimento prévio informado ou a aprovação e participação dessas comunidades indígenas e locais, e que termos mutuamente

(18)

Protocolo ABS: principais disposições sobre acesso e repartição de benefícios

Artigo 12

CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO AOS RECURSOS GENÉTICOS

1. No cumprimento das obrigações oriundas do presente Protocolo, as Partes devem, de acordo com a lei nacional, levar em consideração leis consuetudinárias,

protocolos e procedimentos comunitários das comunidades indígenas e locais, quando apropriado, em relação ao conhecimento tradicional associado a recursos genéticos.

2. As Partes, com a participação efetiva das comunidades indígenas e locais

concernentes, devem estabelecer mecanismos para informar potenciais usuários de conhecimento tradicional associado a recursos genéticos sobre suas obrigações, incluindo medidas disponibilizadas por meio do Centro de Intermediação de

Informação sobre Acesso e Repartição de Benefícios para acesso a esse

conhecimento e repartição justa e equitativa dos benefícios derivados de sua utilização.

3. As Partes devem empenhar-se em apoiar, conforme o caso, o desenvolvimento, pelas comunidades indígenas e locais, incluindo mulheres dessas comunidades, de:

Protocolos comunitários relativos ao acesso a conhecimento tradicional associado a recursos genéticos e à repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização de tal conhecimento;

Requisitos mínimos para termos mutuamente acordados para assegurar a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização de conhecimento tradicional associado a recursos genéticos; e

Cláusulas contratuais modelo para repartição de benefícios derivados da utilização de conhecimento tradicional associado a recursos genéticos.

4. As Partes, na implementação do presente Protocolo, não restringirão, na medida do possível, a utilização costumeira e a troca de recursos genéticos e

conhecimento tradicional associado nas comunidades indígenas e locais e entre elas, de acordo com os objetivos da Convenção.

(19)

Protocolo ABS: principais disposições sobre acesso e

repartição de benefícios

Artigo 10

MECANISMO MULTILATERAL GLOBAL DE REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS

As Partes devem considerar a necessidade de e as modalidades para um mecanismo multilateral global de repartição de benefícios

para tratar a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos e do

conhecimento tradicional associado a recursos genéticos que ocorram em situações transfronteiriças ou para os quais não seja possível outorgar ou obter consentimento prévio informado. Os benefícios compartilhados por usuários de recursos genéticos

e conhecimento tradicional associado a recursos genéticos por meio deste mecanismo devem ser usados para apoiar a conservação

da diversidade biológica e a utilização sustentável de seus componentes em nível mundial.

(20)

• Protocolo ABS: Premissas relacionadas à Saúde

Parágrafo Preambular 15 do Protocolo ABS:

Tendo em conta o Regulamento Sanitário

Internacional (2005) da Organização

Mundial da Saúde e a importância de

assegurar o acesso a patógenos humanos

para fins de preparação e resposta à

saúde pública

,

(21)

Protocolo ABS: Premissas relacionadas à Saúde

Artigo 8

CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS

1. No desenvolvimento e implementação de sua legislação ou requisitos reguladores sobre acesso e repartição de benefícios, cada Parte deve: 2. Criar condições para promover e estimular pesquisa que contribua para a

conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica, particularmente em países em desenvolvimento, inclusive por meio de medidas simplificadas de acesso para fins de pesquisa não-comercial, levando em conta a necessidade de abordar mudança de intenção dessa pesquisa;

3. Prestar a devida atenção a casos de emergências atuais ou iminentes que ameacem ou causem danos à saúde humana, animal ou vegetal, conforme determinado nacionalmente ou internacionalmente. As Partes podem considerar a necessidade de acesso expedito a recursos genéticos e repartição justa, eqüitativa e expedita dos benefícios derivados da utilização desses recursos genéticos, inclusive acesso a tratamentos acessíveis aos necessitados, especialmente nos países em

desenvolvimento;

4. Considerar a importância dos recursos genéticos para a alimentação e agricultura e seu papel especial para a segurança alimentar.

(22)

Protocolo ABS: Provisões relacionadas à Saúde

Artigo 4

RELACIONAMENTO COM OUTROS ACORDOS

3. Este protocolo deve ser implementado de modo a poiar-se

mutuamente com outros instrumentos internacionais pertinentes ao presente Protocolo. Deve-se dar a devida atenção ao trabalho ou prática em curso úteis e pertinentes no âmbito desses

instrumentos internacionais e organizações internacionais

pertinentes, desde que apoiem e não se oponham aos objetivos da CDB e do presente Protocolo.

4. Este protocolo é o instrumento para a implementação dos dispositivos sobre acesso e repartição de benefícios da Convenção. Nos casos em que se aplique um instrumento

internacional especializado de acesso e repartição de benefícios que seja compatível com e não contrário aos objetivos da

(23)

• Obrigada!

http://www.itamaraty.gov.br/

Referências

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