• Nenhum resultado encontrado

TRIBUNAL SUPERIOR D E J U S T I Ç A E L E I T O R A L

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "TRIBUNAL SUPERIOR D E J U S T I Ç A E L E I T O R A L "

Copied!
24
0
0

Texto

(1)

ELEITORAL

ESTADOS UNIDOS DO BRASIL

(Decreto n. 21.076, de 24 de fevereiro de 1932)

ANO III RIO D E JANEIRO, 17 DE MARÇO D E 1934 N . 23

S U M Á R I O

I — Projeto de C o n s t i t u i ç ã o :

Parte do Poder Judiciário, aprovado em s e s s ã o de 13 de margo de 1934 pela A s s e m b l é i a Nacional Constituinte.

II Atas do Tribunal Superior:

15" sessão ordinária, em 23 de fevereiro de 1934.

16» s e s s ã o ordinária, em 27 de fevereiro de 1934.

17» sessão ordinária, em 2 de margo de 1934.

18« s e s s ã o ordinária, em 6 de margo de 1934.

19a s e s s ã o ordinária, em 9 de margo de 1934.

III — J u r i s p r u d ê n c i a do Tribunal Superior:

1. Ação penal n. 15 2. Ação penal n. 20

São Paulo.

Minas Gerais.

IV — Editais e avisos.

P r o j e t o d e C o n s t i t u i ç ã o

(PARTE DO PODER JUDICIÁRIO)

Projeto de Constituição aprovado em primeira dis- cussão, na sessão de 13 de março de 1934, da As- sembléia Nacional Constituinte.

TITULO IV Do Poder Judiciário (*)

C A P Í T U L O I DISPOSIÇÕES GERAIS

A r t . 94. 0 Poder J u d i c i á r i o é exercido pela Corte S u - prema, Tribunais de Circuito, T r i b u n a i s e J u i z e s m i l i t a r e s e eleitorais, mantidos pela U n i ã o ; T r i b u n a i s de R e l a ç ã o , juizes de direito, tribunais do j u r i e outros ' t r i b u n a i s e juizes inferiores, mantidos pelos E s t a d o s .

(*) A Justiça Eleitoral ficou incorporada ao Poder J u d i c i á r i o , de acordo com a emenda apresentada pelo deputado Sr. L e v í Carneiro, no parecer apresentado ao relatar a parte referente ao

Poder Judiciário.

Como se vê da redação aprovada (arts. 117 a 119), n ã o pre- valeceu o ponto de vista sustentado pelo relator Sr. I d á l i o Sar- denbcrg (vide "Boletim Eleitoral" n. 15, de 17 de fevereiro p r ó - ximo passado, pags. 185|188), f a v o r á v e l á c r i a ç ã o de lima jus- tiça eleitoral especializada.

Os respetivos Tribunais Eleitorais c o n t i n u a r ã o a ser consti- tuídos segundo o critério determinado no decreto n. 21.076, de 24 de fevereiro de 1932. O T . S. a l é m de seu presidente (Vice- Presidente do S. T . P.), c o m p o r - s e - á de juizes escolhidos do modo seguinte: —f um terço sorteado dentre os ministros da Corte Suprema (nova d e n o m i n a ç ã o dada ao Supremo, no projeto constitucional); outro terço sorteado dentre os desembargadores do Distrito Federal e o terço restante, nomeado pelo Presidente da República, dentre seis c i d a d ã o s de n o t á v e l saber j u r í d i c o e de reputação ilibada, indicados pela Corte Suprema, que n ã o sejam pela lei declarados i n c o m p a t í v e i s . Os Tribunais Regionais com- por-se-âo por processo idêntico, sendo um t e r ç o dentre os de- sembargadores da respectiva sede; outro, dentre os juizes de di- reito da mesma, e o restante, nomeado pelo Presidente da R e p ú - blica, sobre proposta do respetivo T r i b u n a l .

Ao Tit. VII — D i s p o s i ç õ e s gerais, ficou, igualmente, estabe- lecido que as medidas restritivas da liberdade de l o c o m o ç ã o na v i g ê n c i a de estado de sitio, não atingem os membros do Tribunal Superior.

P a r á g r a f o ú n i c o . A U n i ã o o r g a n i z a r á e m a n t e r á a j u s - t i ç a do D i s t r i t o F e d e r a l e dos t e r r i t ó r i o s .

A r t . 9 5 . * Sempre que a p l i c a r e m leis dos Estados, os j u i z e s e T r i b u n a i s federais c o n s u l t a r ã o a j u r i s p r u d ê n c i a dos t r i b u n a i s r e s p e c t i v o s . A s j u s t i ç a s dos Estados a t e n d e r ã o á j u r i s p r u d ê n c i a dos t r i b u n a i s federais, quando interpretarem leis e atos da U n i ã o .

A r t . - 96. Os j u i z e s togados g o z a r ã o das garantias se- guintes :

a) v i t a l i c i e d a d e , n ã o perdendo o cargo s i n â o em virtude de s e n t e n ç a , e x o n e r a ç ã o a pedido, aposentadoria v o l u n t á r i a , ou c o m p u l s ó r i a , aos 75 anos p a r a os M i n i s t r o s da Corte S u - p r e m a e do S u p r e m o . T r i b u n a l M i l i t a r e dos outros t r i b u - nais federais, e, aos 70 anos, p a r a os juizes singulares;

b) i n a m o v i b i l i d a d e , salvo r e m o ç ã o a pedido, por promo- ção aceita, ou por d e c i s ã o de dois t e r ç o s dos juizes efetivos da Corte S u p r e m a , atendendo a& interesse p ú b l i c o ,

c) i r r e d u t i b i l i d a d e de vencimentos, sujeitos, todavia, ao»

impostos g e r a i s .

P a r á g r a f o ú n i c o . Os juizes aposentados c o m p u l s ó r i a » mente, por m o t i v o de idade, t e r ã o direito aos vencimento»

i n t e g r a i s de seus cargos.

A r t . 97. Os cargos j u d i c i á r i o s , exceto os dos T r i b u n a l » E l e i t o r a i s , a i n d a que o t i t u l a r se ache em disponibilidade, são i n c o m p a t í v e i s com o u t r a qualquer função de c a r á t e r p ú b l i c o , salvo o m a g i s t é r i o s u p e r i o r . A violação deste p r e - ceito i m p o r t a na p e r d a do cargo j u d i c i á r i o e de todas as v a n -

tagens c o r r e s p o n d e n t e s .

A r t . 98. É vedado aos magistrados ter ativiOTUy n o l l - t i c o - p a r t i d a r i a .

A r t . 99. Compete aos t r i b u n a i s :

a) organizar seus regimentos internos e dos j u í z o s s i n - gulares a êle imediatamente subordinados, assim como seus c a r t ó r i o s , secretarias, e mais s e r v i ç o s , propondo ao Poder L e g i s l a t i v o competente a c r i a ç ã o ou s u p r e s s ã o de e m p r e g o » e os vencimentos respectivos;

b) l i c e n c i a r seus juizes, a s s i m como os magistrado?, &

eles i m e d i a t a m e n t e subordinados, e os respectivos serven- t u á r i o s e m a i s a u x i l i a r e s da j u s t i ç a , nos termos da l e i ;

c) p r o v e r á s u b s t i t u i ç ã o i n t e r i n a dos juizes, s e r v e n t u á - rios e mais a u x i l i a r e s de J u s t i ç a , licenciados ou impedidos

P a r á g r a f o ú n i c o . Os regimentos dos T r i b u n a i s r e g u l a r ã o : a) a n o m e a ç ã o , s u b s t i t u i ç ã o e d e m i s s ã o dos f u n c i o n á r i o s de suas secretarias, ou c a r t ó r i o s , observados os p r i n c í p i o s estabelecidos nesta C o n s t i t u i ç ã o ;

6) as c o n d i ç õ e s e os prazos das e l e i ç õ e s dos presidentes e vice-presidentes r e s p e c t i v o s ;

c) a o r d e m de j u l g a m e n t o das causas de sorte que se observe, em cada e s p é c i e , tanto quanto p o s s í v e l , a p r e c e d ê n - c i a c r o n o l ó g i c a .

A r t . 100. É vedado ao P o d e r J u d i c i á r i o tomar conhe- cimento de q u e s t õ e s e x c l u s i v a m e n t e p o l í t i c a s .

A r t . 101. O p r o n u n c i a m e n t o de i n c o n s t i t u c i o n a l i d a d e de l e i , ou ato do Governo, t e r á l u g a r somente pelo voto expresso da m a i o r i a absoluta dos j u i z e s do t r i b u n a l .

A r t . 102. N e n h u m a percentagem s e r á concedida a m a - gistrado pela c o b r a n ç a de q u a l q u e r d í v i d a fiscal .

A r t . 103. O j u í z o a r b i t r a i t e r á lugar nos casos e pclís f o r m a que as leis o r d i n á r i a s a u t o r i z a r e m ,

(2)

332 Sábado 17 BOLETIM ELEITORAL Março de 1934

A r t . 104. T a r a d e r i m i r q u e s t õ e s entre p a t r õ e s e empre- gados, p o d e r á a l e i federal i n s t i t u i r j u n t a s de c o n c i l i a ç ã o e a r b i t r a g e m , a t r i b u i n d o plena e f i c i ê n c i a ás suas d e c i s õ e s , res- salvado o disposto no a r t . 105.

A r t . 105. A s d e c i s õ e s de autoridades, ou t r i b u n a i s ad- m i n i s t r a t i v o s organizados s e m ' as garantias e formalidades desta C o n s t i t u i ç ã o , n ã o e x c l u e m a a p r e c i a ç ã o , no j u í z o c o m u m competente, da p r o v a p r o d u z i d a sobre m a t é r i a de fato e da i n t e r p r e t a ç ã o da l e i a p l i c á v e l .

C A P I T U L O II

DA CORTE S U P R E M A

A r t . 10G. A Corte S u p r e m a , com sede na Capital da Re- p ú b l i c a e j u r i s d i ç ã o em todo o t e r r i t ó r i o n a c i o n a l , compor- s e - á de onze M i n i s t r o s .

P a r á g r a f o ú n i c o . O n ú m e r o de m i n i s t r o s s e r á i r r e d u - tível, podendo, t o d a v i a , ser aumentado, por l e i o r d i n á r i a , ate quinze, sob p r o p o s t a da Corte S u p r e m a .

A r t . 107. Os M i n i s t r o s da Corte S u p r e m a s e r ã o n o m e a - dos polo P r e s i d e n t e da R e p ú b l i c a , com a p r o v a ç ã o da C â m a r a dos Estados, dentro os b r a s i l e i r o s natos, de n o t á v e l saber j u - rídico e r e p u t a ç ã o i l i b a d a , a l i s t á v e i s como eleitores, com mais de 35 anos e menos de 65 anos de idade, n ã o se aplicando, p o r é m , esta ú l t i m a r e s t r i ç ã o quando a n o m e a ç ã o recaia em quem j á faça p a r t e da m a g i s t r a t u r a .

P a r á g r a f o ú n i c o . Pode a l e i o r d i n á r i a , por proposta da Corte Suprema, d i v i d i r a mesma Corte em c â m a r a s ou tur- mas, e d i s t r i b u i r entre estas, ou aquelas, o julgamento dos feitos de sua c o m p e t ê n c i a .

A r t . 108. Nos c r i m e s de responsabilidade, os M i n i s t r o s da Ofirte S u p r e m a s e r ã o processados o julgados pelo T r i b u - nal Especial, a que se refere o a r t . 74.

A r t . 109. A Corte S u p r e m a , comipete:

Io) processar e j u l g a r o r i g i n a r i a m e n t e :

a) o Presidente da R e p ú b l i c a o os M i n i s t r o s da Corte Suprema, nos crimes c o m u n s ; b) os M i n i s t r o s de Estado, o Procurador Geral da R e p ú b l i c a , os membros dos t r i b u n a i s federais, e da R e l a ç ã o dos Estados, do T r i b u n a l de Contas e do Conselho Nacional, os E m b a i x a d o r e s e M i n i s t r o s d i p l o m á - ticos, nos crimes c o m u n s e nos de responsabilidade; c) as causas e conflitos entre a U n i ã o e os Estados, ou entre estes; d) as causas e r e c l a m a ç õ e s entre n a ç õ e s estrangeiras e a U n i ã o , ou os E s t a d o s ; e) os conflitos de j u r i s d i ç ã o entre tribunais federais, entre estes e o dos Estados e entre j u i z e s ou tribunais de Estados d i f e r e n t e s ; f) a e x t r a d i ç ã o de c r i m i - nosos, pedida por outras n a ç õ e s , e a h o m o l o g a ç ã o de senten- ças estrangeiras; g) as a ç õ e s r e s c i s ó r i a s dos seus a c ó r d ã o s ; h) o habeas-corpus, se o paciente for, ou o constrangimento alegado proceder, de t r i b u n a l , f u n c i o n á r i o ou autoridade, cujos atos estejam sujeitos imediatamente á j u r i s d i ç ã o da Corte; se se t r a t a r de c r i m e sujeito a essa mesma j u r i s d i ç ã o , em p r i m e i r a ou em ú n i c a i n s t â n c i a ; se h o u v e r perigo de se consumar a v i o l ê n c i a antes que outro j u i z ou t r i b u n a l c o - n h e ç a do pedido; i) o mandado de s e g u r a n ç a contra atos do Presidente da R e p ú b l i c a e m i n i s t r o s de E s t a d o ; j) -as r e c l a - m a ç õ e s c o n t r a a i n o b s e r v â n c i a dos d i s p o s i t i v o s da C o n s t i - t u i ç ã o , em q u a l q u e r t r i b u n a l , ou por parte de q u a l q u e r t r i - bunal, federal ou local, ou em j u í z o i n f e r i o r depois de desa- tendida pelo t r i b u n a l respectivo, sempre que a m a t é r i a n ã o possa v i r a ser a,preciada em r e c u r s o ; nesses casos, s e r á o u - vido apenas o presidente do mesmo T r i b u n a l , no prazo que o relator f i x a r , cabendo á Corto S u p r e m a d e t e r m i n a r todas e quaisquer p r o v i d ê n c i a s n e c e s s á r i a s ;

2°, j u l g a r :

I — os e m b a r g o s :

a) nas causas, excedentes da a l ç a d a legal, resolvidas por juizes e t r i b u n a i s federais; b) á s d e c i s õ e s dos t r i b u n a i s de cicuito, sobre mandado de s e g u r a n ç a , quando e n v o l v e r e m q u e s t ã o c o n s t i t u c i o n a l ; c) á s d e c i s õ e s do T r i b u n a l S u p e r i o r de J u s t i ç a E l e i t o r a l no caso do art. 118 § Io; d) ás d e c i s õ e s dos j u i z e s e t r i b u n a i s estaduais, ou dos t r i b u n a i s de c i r c u i t o , opostos p e l a F a z e n d a Nacional, como terceiro prejudicado e nos casos do a r t . 111 § 2°; e) á s suas p r ó p r i a s d e c i s õ e s nos casos de sua c o m p e t ê n c i a o r i g i n á r i a , e nos de recurso e x t r a - o r d i n á r i o , em que a l e i os a d m i t i r ; •

TI — 'em recurso e x t r a o r d i n á r i o , as causas decididas pelas j u s t i ç a s estaduais, em/ ú n i c a bu em ú l t i m a i n s t â n c i a ' : a) quando se questionar sobre a v i g ê n c i a , ou a ealidade em face desta C o n s t i t u i ç ã o , ou sobre a a p l i c a ç ã o de leis f e -

derais, e a d e c i s ã o do t r i b u n a l local lhes f ò r c o n t r á r i a ; 6) quando se contestar a v a l i d a d e de leis, ou atos, de gover- nos locais, em face desta C o n s t i t u i ç ã o , ou de leis federais, e a d e c i s ã o dos t r i b u n a i s locais j u l g a r v á l i d o s os atos. ou leis i m p u g n a d a s ; c) quando h o u v e r diversidade de i n t e r p r e t a ç ã o d e f i n i t i v a da m e s m a l e i federal entre dois ou mais t r i b u n a i s de R e l a ç ã o , ou entre u m desses t r i b u n a i s , e a p r ó p r i a Corte S u p r e m a , ou outro t r i b u n a l federal, ou entre d e c i s õ e s de u m mesmo t r i b u n a l .

P a r á g r a f o ú n i c o . Nos casos do n . 2, II, c) o recurso p o d e r á t a m b é m ser interposto pelo P r e s i d e n t e de qualquer dos t r i b u n a i s de que se trate, ou pelo P r o c u r a d o r da R e p ú - b l i c a .

III — E m recurso o r d i n á r i o , as d e c i s õ e s sobre habeas- corpus.

A r t . 110. Cabe ao Presidente da Corte S u p r e m a c o n - ceder exequatur a cartas r o g a t ó r i a s de j u s t i ç a s estrangeiras.

C A P Í T U L O III

DOS TRIBUNAIS E J U Í Z E S INFERIORES

A r t . 111. Compete aos T r i b u n a i s de C i r c u i t o :

1) Rever, a favor dos condenados, nos casos e pela f ô r m a que a l e i d e t e r m i n a r , os processos findos em m a t é r i a c r i m i - nal, i n c l u s i v e os m i l i t a r e s , a r e q u e r i m e n t o do sentenciado, ou de q u a l q u e r pessoa, e do P r o c u r a d o r G e r a l da R e p ú b l i c a .

2) J u l g a r , em a,pelação ou a g r a v o :

a) as causas propostas pelo G o v e r n o da U n i ã o , ou F a - zenda N a c i o n a l ;

6) as causas em que a l g u m a das partes fundas a ação, ou a defesa, d i r e t a e e x c l u s i v a m e n t e , em d i s p o s i t i v o desta C o n s t i t u i ç ã o ;

c) as causas propostas c o n t r a o G o v e r n o da U n i ã o , ou a F a z e n d a N a c i o n a l , ou em que festa i n t e r v o n h a a qualquer t í t u l o , e as que se fundarerr) em c o n c e s s ã o ou contrato da U n i ã o ;

d) os l i t í g i o s entre u m E s t a d o e habitantes de outro;

e) as causas entre E s t a d o estrangeiro e pessoa d o m i c i - l i a d a no B r a s i l ;

/) as causas m o v i d a s por estrangeiros, com fundamento ene c o n v e n ç õ e s du tratados da U n i ã o ;

g) as q u e s t õ e s de d i r e i t o m a r í t i m o e n a v e g a ç ã o , no oceano, nos r i o s e lagos da R e p ú b l i c a , ou ae-rea, ou refe- rentes a e m b a r c a ç õ e s de alto mar, ou de n a v e g a ç ã o i n t e r - estadual, e a aeronaves;

h) as q u e s t õ e s de d i r e i t o c r i m i n a l , ou privado, i n t e r - n a c i o n a l e as que se fundarem, d i r e t a e exclusivamente, em c o n v e n ç õ e s ou tratados i n t e r n a c i o n a i s ;

i) os c r i m e s p o l í t i c o s , ou c o n t r a s e r v i ç o s ou interesses da U n i ã o , ressalvado o disposto no a r t . 118 A,;

j) os habeas-corpus, quando se t r a t a r de c r i m e da a l í - nea i ou quando a c o a ç ã o p r o v i e r de autoridade federal;

l) os mandados de s e g u r a n ç a contra atos de án c i d a d e s

federais. \

§ 1.° A s causas a que se referem todas as l \ 'as do artigo antecedente s ã o processadas e julgadas, no c K i l , em p r i m e i r a i n s t â n c i a , pelo j u i z de D i r e i t o dos F e i t o s da F a - zenda, ou onde n ã o o h o u v e r pelo que, na c a p i t a l do Estado, fòr competente p a r a j u l g a r as causas contra a Fazenda es- t a d u a l ; ^io c r i m e , em p r i m e i r a i n s t â n c i a , por u m ou mais j u i z e s de D i r e i t o das V a r a s C r i m i n a i s da C a p i t a l do Estado, e em todos os casos com a s s i s t ê n c i a do respectivo P r o c u r a - dor da R e p ú b l i c a .

§ 2.° O disposto no presente artigo, l e t r a c, n ã o e x c l ú e a c o m p e t ê n c i a dos T r i b u n a i s de R e l a ç ã o p a r a os recursos nos processos das f a l ê n c i a s e dos demais feitos, a que a Fazenda N a c i o n a l c o n c o r r a como credora, ou em que tenha outro interesse s e c u n d á r i o .

§ 3." A l e i p o d e r á a m p l i a r a c o m p e t ê n c i a dos T r i b u n a i s de C i r c u i t o aos casos do a r t . 109.

A r t . 112. A l e i o r d i n á r i a d e t e r m i n a r á as c o n d i ç õ e s de n o m e a ç ã o dos j u i z e s dos t r i b u n a i s federais inferiores, sem- pre mediante concurso e sujeitas á a p r o v a ç ã o da C â m a r a dos Estados,

C A P Í T U L O I V

DA J U S T I Ç A MILITAR

ti" 'i l» t • ' " 1

A r t . 113. Os m i l i t a r e s e assemelhados t e r ã o ' f o r o espe- c i a l nos delitos m i l i t a r e s definidos em l e i .

(3)

Sábado 17 BOLETIM ELEITORAL Março de 1934 333

Este foro p o d e r á excepcionalmente ser extensivo aos civis, nos casos definidos em l e i , p a r a r e p r e s s ã o de c r i m e s contra a s e g u r a n ç a externa do p a í s , ou c o n t r a as i n s t i t u i ç õ e s m i l i t a r e s .

A r t i 114. A lei r e g u l a r á t a m b é m a j u r i s d i ç ã o lios j u i z e s m i l i t a r e s e a a p l i c a ç ã o das penas de l e g i s l a ç ã o m i l i t a r , em tempo de guerra, ou na zona de o p e r a ç õ e s , d u r a n t e g r a V é c o m o ç ã o intestina.

A r t i 1151 O foro m i l i t a r c o m p õ e - s e do S u p r e m o T r i - b u n a l M i l i t a r e de outros j u i z e s e t r i b u n a i s i n f e r i o r e s , o r g a - nizados na forma da l e i .

A r t . l l ü . A i n a m o v i b i l i d a d e dos magistrados m i l i t a r e s n ã o exclue a o b r i g a ç ã o de acompanhar as f o r ç a s j u n t o ás quais tenham de s e r v i r .

C A P Í T U L O V

DA JUSTIÇA ELEITORAL

A r t . 117. A Jtfstiça E l e i t o r a l , com f u n ç õ e s a d m i n i s t r a - tivas e contenciosas, t e r á por ó r g ã o s : o T r i b u n a l S u p e r i o r , na Capital da R e p ú b l i c a ; u m T r i b u n a l Regional, na C a p i t a l de cada Estado, na do T e r r i t ó r i o do A c r e e no D i s t r i t o F e - d e r a l ; e juizes singulares nos lugares e com as a t r i b u i ç õ e s que a l e i designar, a l é m das j u n t a s especiais a d m i t i d a s no art. 118, § 2°.

§ 1." O Código E l e i t o r a l r e g u l a r á a o r g a n i z a ç ã o dos j u i z e s e t r i b u n a i s a que se refere este a r t i g o .

§ 2.° O T r i b u n a l S u p e r i o r s e r á p r e s i d i d o pelo V i c e - Presidente do Supremo T r i b u n a l , e os R e g i o n a i s pelos "Vice- Presidentes dos T r i b u n a i s da R e l a ç ã o ou onde h o u v e r m a i s de u m V i c e - P r o s i d e n t e pelo J u i z m a i s antigo do mesmo T r i b u n a l . »

§ 3.° O T r i b u n a l S u p e r i o r , a l é m de seu Presidente, c o m - p ô r - s e - á de Juizes efetivos e substitutos escolhidos d i modo seguinte:

a) u m terço, sorteado dentre os M i n i s t r o s da Corte S u - p r e m a ;

6) outro t e r ç o , sorteado dentre os desembargadores do D i s t r i t o F e d e r a l ;

c) o torço restante, nomeado pelo P r e s i d e n t e da R e p ú - b l i c a , dentro seis c i d a d ã o s de n o t á v e l saber j u r í d i c o e r e p u - t a ç ã o ilibada, indicados pela Corte S u p r e m a , que n ã o sejam pela lei declarados i n c o m p a t í v e i s .

§ 4.° Os T r i b u n a i s Regionais c o m p ô r - s e - ã o por p r o - cesso idêntico, sendo u m t e r ç o dentre os desembargadores da respectiva sede; outro, dentre os j u i z e s de d i r e i t o da mesma, e o restante nomeado pelo P r e s i d e n t e da R e p ú b l i c a sobre proposta do respectivo T r i b u n a l .

§ 5.° Se o n ú m e r o de j u i z e s n ã o fôr exatamente d i v l - sível por três, o T r i b u n a l S u p e r i o r de J u s t i ç a E l e i t o r a l de- t e r m i n a r á a d i s t r i b u i ç ã o entre as categorias a c i m a d e t e r m i - nadas de sorte que caiba ao P r e s i d e n t e d a R e p ú b l i c a a d e - s i g n a ç ã o da m i n o r i a .

§ 6.° Os membros dos T r i b u n a i s E l e i t o r a i s s e r v i r ã o por dois anos, pelo menos, o b r i g a t o r i a m e n t e , salvo excusa c o n - cedida nso termos da l e i , pelo T r i b u n a l S u p e r i o r , o g o z a r ã o das garantias do a r t . 9G, letras b e c.

§ 7 ° Gabem a juizes l o c a i s v i t a l í c i o s , segundo a l e i d e - terminar, as funções de j u i z e l e i t o r a l , com j u r i s d i ç ã o plena.

A r t . 118. Á J u s t i ç a E l e i t o r a l , que t e r á c o m p e t ê n c i a p r i v a t i v a nas e l e i ç õ e s federais, estaduais e m u n i c i p a i s , c a - tferá:

o) organizar a d i v i s ã o e l e i t o r a l da U n i ã o e dos Estados só podendo a l t e r á - l a , q u i n q u e n a l m e n t e , salvo em caso de modificação na d i v i s ã o j u d i c i á r i a ou a d m i n i s t r a t i v a do E s - tado, ou T e r r i t ó r i o , e em c o n s e q ü ê n c i a desta;

b) fazer o alistamento;

c) adotar e propor as p r o v i d ê n c i a s n e c e s s á r i a s p a r a que as eleições se r e a l i z e m no tempo e na f o r m a determinados em l e i ;

d) fixar as datas das e l e i ç õ e s o r d i n á r i a s ou e x t r a o r d i - n á r i a s , quando n ã o determinadas nesta C o n s t i t u i ç ã o , ou na dos Estados, do m a n e i r a que se efetuem, quando p o s s í v e l , nos úttimos ou nos p r i m e i r o s meses dos p e r í o d o s g o v e r n a - mentais;

e) resolver sobre casos de i n e l e g l b i l i d a d e e i n c o m p a t i - bilidade;

f) conceder habeas-corpus em m a t é r i a e l e i t o r a l ;

g) proceder á a p u r a ç ã o dos s u f r á g i o s e á p r o c l a m a ç ã o dos eleitos; ,

h) processar e j u l g a r os delitos eleitorais.

§ 1." As d e c i s õ e s d o , T r i b u n a l S u p e r i o r s ã o i r r e c o r r í - v e i s , salvo quando p r o n u n c i a r e m a n u l i d a d e , ou i n v a l i d a d e ,

de ato ou l e i , em face d a C o n s t i t u i ç ã o F e d e r a l , caso em que h a v e r á recurso p a r a a Corte S u p r e m a .

§ 2." Sobre e l e i ç õ e s m u n i c i p a i s , os T r i b u n a i s Regionais d e c i d i r ã o em ú l i t m a i n s t â n c i a , exceto nos casos do § 1°, em que cabe r e c u r s o p a r a a Corte S u p r e m a , a s s i m como nos do § 4o. A l e i p o d e r á organizar j u n t a s especiais de t r ê s membros, p a r a a p u r a ç ã o das e l e i ç õ e s m u n i c i p a i s , contanto que, em m a i o r i a , se c o m p o n h a m de juizes togados.

§ 3.° E m r e l a ç ã o á s e l e i ç õ e s federais e estaduais, i n - clusive de governadores, d a r - s e - á recurso da d e c i s ã o final dos T r i b u n a i s Regionais, p a r a o T r i b u n a l S u p e r i o r , sobre p r o c l a m a ç ã o de eleitos.

§ 4." E m todos os casos, c a b e r á recurso da d e c i s ã o do T r i b u n a l R e g i o n a l , p a r a o T r i b u n a l S u p e r i o r , quando n ã o observada á j u r i s p r u d ê n c i a dôsfe mesmo T r i b u n a l .

§ 5." A o T r i b u n a l S u p e r i o r compete r e g u l a r a forma e o processo dos recursos, p a r a êle interpostos, nos casos acima determinados.

A r t . 119. Os magistrados em f u n ç ã o nos T r i b u n a i s E l e i - torais p o d e r ã o , por m o t i v o de a c ú m u l o de s e r v i ç o s , ser l i c e n - ciadus, d u r a n t e o b i ê n i o o b r i g a t ó r i o , pelos t r i b u n a i s o r d i n á - r i o s de que f a ç a m parte, sem perda de quaisquer vantagens, continuando, t o d a v i a , a funcionar nas causas que j á tenham examinando, como relatores ou revisores, e a tomar parte nas d e l i b e r a ç õ e s de c a r á t e r a d m i n i s t r a t i v o .

C A P Í T U L O 7 1

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

A r t . 120. O M i n i s t é r i o P ú b l i c o s e r á organizado nos Jus- t i ç a s da U n i ã o p o r l e i s federais e, nas dos Estados pelas respectivas A s s e m b l é i a s L e g i s l a t i v a s .

§ 1.° O Chefe do M i n i s t é r i o P ú b l i c o Federal nos j u í z o s comuns, ó o ' ' P r o c u r a d o r G e r a l da R e p ú b l i c a , de l i v r e n o - m e a ç ã o e d e m i s s ã o do Presidente da República, aprovada pela C â m a r a dos Estados, com os mesmos requisitos dos M i - n i s t r o s da Corte S u p r e m a e iguais vencimentos.

§ 2." A n o m e a ç ã o do P r o c u r a d o r Geral da R e p ú b l i c a po- d e r á r e c a i r n u m dos M i n i s t r o s da, Corte Suprema, dispen- sando neste caso, a a p r o v a ç ã o da Carnara dos Estados.

§ 3.° Quando a Corte Suprema, no julgamento do algum feito, declarar i n c o n s t i t u c i o n a l o dispositivo de l e i ou ato g o v e r n a m e n t a l , i n c u m b e ao P r o c u r a d o r Geral da R e p ú b l i c a c o m u n i c a r , conforme a e s p é c i e , ao Presidente da R e p ú b l i c a , ou ao G o v e r n a d o r do Estado, e ao Presidente da A s s e m b l é i a N a c i o n a l , o u da A s s e m b l é i a L e g i s l a t i v a Estadual, a d e c i s ã o tomada.

§ 4.° Os membros do M i n i s t é r i o P ú b l i c a F e d e r a l s e r ã o nomeados mediante concurso de provas e só p e r d e r ã o os cargos por s e n t e n ç a , o u decreto fundamentado do Presidente da R e p ú b l i c a , precedendo proposta do P r o c u r a d o r G e r a l , ou processo a d m i n i s t r a t i v o em que sejam ouvidos.

A r t . 121. O M i n i s t é r i o P ú b l i c o nas j u s t i ç a s M i l i t a r e E l e i t o r a l s e r á organizado nos termos das leis especiais res- pectivas, que t a m b é m d i s p o r ã o sobre os procuradores ge- r a i s , nessas mesmas j u s t i ç a s .

C A P Í T U L O V I I

DA JUSTIÇA DOS ESTADOS

A r t . 122. Cabe aos Estados fazer a d i v i s ã o e a o r g a n i - z a ç ã o j u d i c i á r i a s dos seus t e r r i t ó r i o s e nomear os juizes que as preencham, observados os d i s p o s i t i v o s dos arts. Io, § 2o, 6 a 18 (it. P o d e r J u d i c i á r i o ) desta C o n s t i t u i ç ã o , adaptados aos p r i n c í p i o s s e g u i n t e s :

a) i n v e s t i d u r a nos p r i m e i r o s graus, mediante concurso de provas, organizado pelo T r i b u n a l da R e l a ç ã o , sendo a c l a s s i f i c a ç ã o , sempre que p o s s í v e l , em l i s t a t r í p l i c e ;

b) i n v e s t i d u r a nos graus superiores, mediante acesso, metade p o r a n t i g ü i d a d e e metade p o r merecimento, r e s s a l - vado o disposto no § 5o.

c) r e m o ç ã o , a i n d a que por m u d a n ç a da sede do j u í z o , e x c l u s i v a m e n t e a pedido do p r ó p r i o j u i z , ou pelo voto de dois t e r ç o s dos j u i z e s efetivos do T r i b u n a l da R e l a ç ã o , e m v i r t u d e de interesse p ú b l i c o , o u por acesso, se o j u i z o a c e i t a r ;

d) i n a l t e r a b i l i d a d e da d i v i s ã o e da o r g a n i z a ç ã o j u d i c i á - r i a s estabelecidas, antes de c i n c o anos, salvo proposta do T r i b u n a l da R e l a ç ã o ; i

e) i n a l t e r a b i l i d a d e do n ú m e r o de j u í z a s ' d o T r i b u n a l da R e l a ç ã o , salvo propQsta do mesmo T r i b u n a l 1

f) f i x a ç ã o dos vencimentos dos desembargadores dos T r i b u n a i s de R e l a ç ã o , em q u a n t i a n ã o i n f e r i o r ao que p e r -

(4)

334 Sábado 17 BOLETIM ELEITORAL Março de 1934

cebam os s e c r e t á r i o s do E s t a d o ; dos j u i z e s , das c a p i t a i s , pelo menos em dois t e r ç o s dos desembargadores; e dos de- mais juizes, com d i f e r e n ç a n ã o excedente a 30 % de u m a c a - tegoria p a r a o u t r d ;

g) c o m p e t ê n c i a p r i v a t i v a do T r i b u n a l da R e l a ç ã o p a r a o processo e j u l g a m e n t o dos j u i z e s inferiores, n ó s c r i m e s c o - muns e nos de r e s p o n s a b i l i d a d e ;

h) o r g a n i z a ç ã o do M i n i s t é r i o P ú b l i c o com as f o r m a l i - dades e garantias do a r t . 120 desta C o n s t i t u i ç ã o :

§ 1.° Nos casos de p r o m o ç ã o p o r a n t i g ü i d a d e , d e c i d i r á , p r e l i m i n a r m e n t e , o T r i b u n a l da R e l a ç ã o , em e s c r u t í n i o se- creto, se deve ser proposto o j u i z m a i s a n t i g o ; e se t r ê ^ quartos dos votos forem pela negativa, p r o c e d e r - s e - á á v o - t a ç ã o sobre D i m e d i a t o em a n t i g ü i d a d e , e a s s i m s u c e s s i v a - mente a t é se f i x a r a i n d i c a ç ã o . S e r ã o aposentados o s . j u i z e s que o T r i b u n a l , por essa f o r m a , se r e c u s a r a, i n d i c a i p á r a a p r o m o ç ã o .

§ 2." Os Estados p o d e r ã o manter a j u s t i ç a do paz eletiva, f i x a n d o - l h e a c o m p e t ê n c i a , ressalvado r e c u r s o de ,->uas de- c i s õ e s p a r a j u i z togado.

§ 3.° A idade da aposentadoria c o m p u l s ó r i a p o d e r á ser reduzida a t é GO anos p a r a os j u i z e s l o c a i s de p r i m e i r a i n s - t â n c i a , e a da p r i m e i r a n o m e a ç ã o , a t é 25 anos.

§ 4.° N a c o m p o s i ç ã o dos t r i b u n a i s superiores p o d e r ã o ser reservados lugares, n ã o excedentes de u m q u i n t o do n ú m e r o lotai, p a r a serem preenchidos por advogados, ou membros do M i n i s t é r i o P ú b l i c o , de d i s t i n t o merecimento, dentre u m a lista t r í p l i c e , organizada pelo T r i b u n á f d e R e l a ç ã o , ou m e - diante concurso, conforme a l e t r a a.

TRIBUNAL SUPERIOR D E J U S T I Ç A E L E I T O R A L

ATAS

15" SESSÃO ORDINÁRIA, E M 23 D E F E V E R E I R O D E 1934 PRESIDÊNCIA DO S R . MINISTRO HERMENEGILDO D E BARROS,

PRESIDENTE

1) Abertura da s e s s ã o ; 2) Leitura e aprova- ção da ata da s e s s ã o anterior, assim como pu- b l i c a ç ã o dos a c ó r d ã o s referentes aos processos julgados naquela mesma s e s s ã o ; 3) Julgamento do Recurso Eleitoral n. 54 — Pernambuco;

4) Julgamento do processo n. 600 — Rio Grande do Norte — sobre a impossibilidade de se reabrir o alistamento, por falta de classificadores de f i - chas d a c t i l o s c õ p i c a s e de arquivos eletorais 5) Julgamento do processo n. 601 — P a r a í b a — Sobre a s u b s t i t u i ç ã o do juiz eleitoral de Uaibu- seiro; 6) Encerramento da s e s s ã o .

. .. % w», Ás treze e m e i a horas, presentes os j u i z e s : m i n i s t r o s Carvalho M o u r ã o e P l i n i o Casado, este convocado no i m p e - dimento do m i n i s t r o E d u a r d o E s p i n o l a , que f a l t o u com causa justificada, desembargador J o s é L i n h a r e s , doutores Affonso Penna J ú n i o r e M o n t e i r o de Sales, cinco (5), o o desembar- gador Renato T a v a r e s , p r o c u r a d o r geral, abre-se a s e s s ã o . É lida o, som debate, aprovada a ata da s e s s ã o anterior, a s s i m como s ã o p u b l i c a d o s os a c ó r d ã o s referentes aos processos julgados n a q u e l a m e s m a s e s s ã o . O S R . JOSÉ L I N H A R E S r e - lata o recurso e l e i t o r a l n . 54, de P e r n a m b u c o , em que é recorrente o p r o c u r a d o r r e g i o n a l e r e c o r r i d o o T r i b u n a l Regional desse Estado, e vota, de acordo c o m o parecer d o p r o c u r a d o r geral, no sentido de se dar p r o v i m e n t o ao r e - curso p a r a que o T r i b u n a l a quo c o n h e ç a e j u l g u e o f e i t o . O voto do r e l a t o r é unanimemente aceito pelo T r i b u n a l . O mesmo j u i z relata o proccsso-consulta n . 600 (do R i o G r a n d e do Norte, sobre i m p o s s i b i l i d a d e de r e a b r i r o alistamento p o r falta de elassificadores de fichas d a c t i l o s c ó p i c a s , e de a r q u i - vos e l e i t o r a i s ) . Com a p a l a v r a , o m i n i s t r o C a r v a l h o M o u r ã o tratando do assunto faz, igualmente, c o n s i d e r a ç õ e s sobre a necessidade de u m a p r o v i d ê n c i a por parte do governo quanto ao ^ r e g u l a r prosseguimento do alistamento, m a t é r i a de que o T r i b u n a l j á se ocupou l a r g a m e n t e . O T r i b u n a l S u p e r i o r , pelo voto do m i n i s t r o C a r v a l h o M o u r ã o , c o n t r a o do senhor J o s é L i n h a r e s , d e c i d e : Io, que a falta de c l a s s i f i c a ç ã o das fichas d a c t i l o s c ó p i c a s e a o r g a n i z a ç ã o dos a r q u i v o s e l e i t o - rais, n ã o i m p o s s i b i l i t a a r e a b e r t u r a do a l i s t a m e n t o ; 2°, que á c l a s s i f i c a ç ã o s i s t e m á t i c a das fichas d a c t i l o s c ó p i c a s s or mente s e r á feita n a S e c r e t a r i a C e n t r a l , ( a r t s . 57 e 70 d ò Regimento G e r a l ) , sendo quo nas Secretarias Regionais a c l a s s i f i c a ç ã o se faz p o r s é r i e s correspondentes á s zonas e l e i -

t o r a i s da r e g i ã o e dentro de cada s é r i e pela ordem n u m é r i c a , n ã o sendo, pois, i m p r e s c i n d í v e l que em tais Secretarias a o r g a n i z a ç ã o do registo d a c t í l o s c ó p i c o , seja feito por t é c n i c o em dactiloscopia, que quanto aos m ó v e i s p a r a os v á r i o s registos de que se c o m p õ e o a r q u i v o , é conveniente aguardar-se a p r o v i d ê n c i a que o governo v a i t o m a r sob f o r m a de decreto, no q u a l s e r ã o largamente modificadas as d i s p o s i ç õ e s do C ó - digo E l e i t o r a l , sobre c o m p o s i ç ã o e s u b d i v i s ã o do arquivo em v á r i o s r e g i s t o s ; 4o, que quanto ao m a t é r i a ! padronizado pode o T . R . fazer a r e q u i s i ç ã o p a r a ser atendido. É de- signado p a r a r e l a t a r o a c ó r d ã o o S r . C a r v a l h o M o u r ã o , c o n - siderando-se v e n c i d o o S r . J o s é L i n h a r e s , pois embora de acordo c o m as c o n c l u s õ e s do S r . C a r v a l h o M o u r ã o , entendis d e v e r aguardar-se o decreto do governo sobre a c o n s o l i d a ç ã o das leis eleitorais, fixando-se, e n t ã o , depois, u m a n o r m a geral p a r a as r e g i õ e s . O S R . A F F O N S O P E N N A JÚNIOR r e l a t a o p r o - cesso de c o n s u l t a n . 601 ( P a r a í b a ) , sobre a s u b s t i t u i ç ã o do j u i z e l e i t o r a l de U m b u z e i r o e v o t a no sentido de que o j u i z

e l e i t o r a l que e n t r o u em gozo de l i c e n ç a , concedida pelo T r i b u n a l Regional, deve ser s u b s t i t u í d o por q u e m f ô r o subs-

t i t u t o de d i r e i t o n a f o r m a da o r g a n i z a ç ã o j u d i c i á r i a l o c a l . É o voto do r e l a t o r aceito u n a n i m e m e n t e . Nada mais h a - vendo a tratar, o S r . Presidente declara encerrada a sessão.

L e v a n t a - s e a s e s s ã o á s quatorze horas e quarenta e cinco m i n u t o s .

16» SESSÃO ORDINÁRIA, E M 27 D E F E V E R E I R O D E 1934 P R E S I D f í N C I A DO S R . M I N I S T R O I J E R M E N E O I L D O D E HARROS,

P R E S I D E N T E

1) Abertura da s e s s ã o ; 2) Leitura e aprova- ção da ata da s e s s ã o anterior, assim como publi- c a ç ã o dos a c ó r d ã o s referentes aos processos jul- gados naquela mesma s e s s ã o ; 3) Leitura pelo se- nhor Carvalho M o u r ã o do aviso-gabinete que re- cebeu do ministro da J u s t i ç a sobre o decreto con- solidando as leis eleitorais; 4) Julgamento da A p e l a ç ã o Criminal n. 11 — S ã o Paulo; 5) Jul- gamento do processo n. 65 — D i v i s ã o eleitoral do Estado da B a í a ; 6) Julgamento do processo n. 390 — Sobre o pedido de cancelamento do re- gisto da U n i ã o Progressista Fluminense; T) E n - cerramento da s e s s ã o .

Ás treze e m e i a horas, presentes os j u i z e s : ministros C a r v a l h o M o u r ã o e P l i n i o Casado, este j u i z convocado no i m p e d i m e n t o do m i n i s t r o E d u a r d o E s p i n o l a , que faltou com causa j u s t i f i c a d a , desembargador J o s é L i n h a r e s , doutores Affonso P e n n a J ú n i o r e M o n t e i r o de Sales, c i n c o (5), e o desembargador Renato T a v a r e s , p r o c u r a d o r geral, abre-se a s e s s ã o . É l i d a e sem debate aprovada a ata da sessão ante- r i o r , sendo publicados, em seguida, os a c ó r d ã o s referentes aos processso julgados naquela mesma s e s s ã o . O S R . CAR- VALHO MOURÃO, no expediente, c o m u n i c a haver recebido do S r . m i n i s t r o da J u s t i ç a u m ofício, que passa a lêr, em que dá as r a z õ e s p o r que tem demorado a p u b l i c a ç ã o do decreto sobre alistamento, e d e c l a r a que n u n c a d u v i d o u rio zelo de S. E x . e congratula-se com a n o t í c i a de que brevemente s e r á r e s o l v i d o esse i m p o r t a n t e assunto. O S R . PLÍNIO C A - SADO r e l a t a a a p e l a ç ã o c r i m i n a l n . 11, de São Paulo, em que são apelantes A n t ô n i o F r a n c i s c o L e a n d r o e outro, e apelado o p r o c u r a d o r r e g i o n a l desse Estado, o v o t a no sentido de não tomar conhecimento da a p e l a ç ã o de A n t ô n i o F e r r e i r a dos Santos, por ter sido interposta fora do prazo legal; dar p r o v i m e n t o á de A n t ô n i o F r a n c i s c o L e a n d r o para anular quanto a èle o processo de f l s . 70 em diante, por n ã o ter sido i n t e i r a d o da s e n t e n ç a o c u r a d o r nomeado. O T r i b u n a l resolve, unanimemente, n ã o t o m a r conhecimento da apela- ção de A n t ô n i o F e r r e i r a dos Santos, por ter sido interposta fora do prazo l e g a l ; conhecer e d á r p r o v i m e n t o á a p e l a ç ã o de A n t ô n i o F r a n c i s c o L e a n d r o , por ser nulo, quanto a êle, o processo de f l s . 67 em diante, por n ã o ter sido intimado da s e s s ã o em que f o i p r o f e r i d o o j u l g a m e n t o ; O S R . CAR- VALHO MOURÃO, relata o processo de consulta n . 65, sobre a l t e r a ç ã o na d i v i s ã o do E s t a d o da B a í a em zonas eleitorais, e v o t a no sentido de ser aprovada a a l t e r a ç ã o feita por estar de acordo com as e x i g ê n c i a s legais, com e x c e ç ã o da dispensa do e s c r i v ã o dos feitos eiveis, por n ã o ser legal a escusa de ter m a i s du 60 anos de idade p a r a os que s e r v e m em r a z ã o do c a r g o . O voto do realtor é aceito, u n a n i m e m e n t e . O S R . A F F O N S O P E N N A JÚNIOR re- l a t a o processo de c o n s u l t a n . 390, para ser apreciado um pedido de cancelamento do registo do P a r t i d o U n i ã o P r o - gressista F l u m i n e n s e por t e r sido dissolvido esse Partido, e v o t a no sentido de n ã o se t o m a r conhecimento desse pe-

(5)

Sábado 17 BOLETIM ELEITORAL Março de 1934 335

dido por estar assinado por pessoa que n ã o e s t á a c r e d i t a d a p a r a talar em nome do P a r t i d o . É o voto do r e l a t o r aceito, u n a n i m e m e n t e . Nada mais havendo a tratar, o S r . p r e s i - dente declara encerrada a s e s s ã o . L e v a n t a - s e a s e s s ã o á s quatorze horas e t r i n t a e cinco m i n u t o s .

Cópia do aviso do ministro da Justiça e N e g ó c i o s In- teriores, lido em s e s s ã o de 37 de fevereiro de 1934, pelo Sr. ministro Carvalho Mourão.

Gabinete — Rio de Janeiro, em 24 de fevereiro de 1934

•— Exmo. S r . ministro Carvalho Mourão — Corresponden- do, com prazer, ao apelo que V . E x . me dirigiu^ ontem, em sessão do Tribunal Superior de Justiça Eleitoral, tenho a informar-lhe que o Governo não se desinteressara do anda- mento do expediente relativo á consolidação da maténia elei- tora!. A demora na lavratura do decreto respectivo tem de- corrido tão só da necessidade de serem estudadas e atendi- das, quanto possível, diversas sugestões que vieram ter a este ministério, de vários pontos do país.

O esboço do decreto está, agora, pronto, e o submeterei, na semana entrante, á consideração de S . E x . o S r . Chefe do Governo.

Reitero-lht i expressãt do meu elevado apreço. — An- tunes Maciel.

17* S E S S Ã O O R D I N Á R I A , E M 2 D E M A R Ç O D E 1934 PRESIDÊNCIA DO S R . MINISTRO H E R M E N E G I L D O DE BARR0S,

PRESIDENTE

1) Abertura da s e s s ã o ; 2) Leitura e aprova- ção da ata da s e s s ã o anterior, assim como publi- c a ç ã o dos a c ó r d ã o s referentes aos processos j u l - gados naquela mesma s e s s ã o ; 3) Julgamento do

"habeas-corpus" n. 20 — São pacientes — Os diretores do Partido Socialista de S ã o Paulo;

4) Julgamento do processo n. 5 80 — Sobre a a p u r a ç ã o de e l e i ç õ e s que se realizem em Gua- j a r á - M i r i m ; 5) Julgamento do processo n. 602 —- Sobre o pessoal do Tribunal Regional de Minas Gerais; 6} Encerramento da s e s s ã o .

Ás treze e m e i a horas, presentes os j u i z e s : m i n i s t r o s Carvalho M o u r ã o e P l i n i o Casado, este j u i z convocado no impedimento do m i n i s t r o E d u a r d o E s p i n o l a , que f a l t o u c o m causa j u s t i f i c a d a , desembargador J o s é L i n h a r e s , doutores Affonso P e n n a J ú n i o r e M o n t e i r o de Sales, cinco (5), e o desembargador Renato T a v a r e s , p r o c u r a d o r geral, abre-se a s e s s ã o . É l i d a e sem debate a p r o v a d a a ata d a s e s s ã o a n - terior, p u b l i c a n d o - s e em seguida os a c ó r d ã o s referentes aos processos julgados n a q u e l a m e s m a s e s s ã o . O S R . A F F O N S O P E N N A JÚNIOR r e l a t a o habeas-corpus n . 20, de S ã o P a u l o , em que ó i m p e t r a n t e C a r m e l o S a l v a d o r F r a n c i s c o J o s é S i - gismundo C r i s p i n o e pacientes os d i r e t o r e s do P a r t i d o S o - c i a l i s t a de São P a u l o , e v o t a no sentido de negar p r o v i m e n - to ao recurso p a r a c o n f i r m a r a d e c i s ã o r e c o r r i d a , que n ã o tomou conhecimento do p e d i d o . O T r i b u n a l decide de a c o r - do com o voto do r e l a t o r , u n a n i m e m e n t e . O S R . JOSÉ L I N H A - RES relata o processo de c o n s u l t a n . 580 (de Mato G r o s s o , sobre a a p u r a ç ã o de e l e i ç õ e s que se r e a l i z e m em G u a j a r á - M i r i m ) , j á r e s o l v i d a pelo T r i b u n a l , p o r ter o S r . m i n i s t r o da J u s t i ç a solicitado que o T r i b u n a l s u g i r a a p r o v i d ê n c i a que j u l g a r mais acertada, e v o t a no sentido de que seja dada a u m a j u n t a local c o m p e t ê n c i a p a r a a p u r a r as e l e i ç õ e s . O SR. A F F O N S O P E N N A JÚNIOR p r o p õ e que se s u g i r a ao G o v e r n o dar a u t o r i z a ç ã o ao T r i b u n a l S u p e r i o r p a r a s o l u c i o n a r este e outros casos semelhantes como l h e parecer m a i s acertado.

O S R . CARVALHO MOURÃO declara p r e f e r i r o a l v i t r e do r e l a - tor para que se organize u m a j u n t a l o c a l c o m p o s t a do j u i z eleitoral, do j u i z m u n i c i p a l e c i d a d ã o s de r e c o n h e c i d a i d o - neidade m o r a l , p a r a fazer a a p u r a ç ã o das e l e i ç õ e s f u t u r a s em G u a j a r á - M i r i m . O S R . A F F O N S O P E N N A JÚNIOR, c o n s i - derando que h a u m a c o m i s s ã o encarregada de estudar as medidas a serem enviadas ao G o v e r n o sobre a m e l h o r f ô r - ma de se r e a l i z a r a v o t a ç ã o e a a p u r a ç ã o , p r o p õ e que se adie a d e c i s ã o desta c o n s u l t a p a r a aguardar a s o l u ç ã o que a c o - m i s s ã o d é r ao assunto. E s t a proposta é aceita, u n a n i m e - mente. O S R . MONTEIRO DE S A L E S relata o processo de c o n - sulta n . 602 (oficio do S r . m i n i s t r o d a J u s t i ç a , s o l i c i t a n d o o parecer do T r i b u n a l sobre u m m e m o r i a l dos f u n c i o n á r i o s da S e c r e t a r i a do T r i b u n a l R e g i o n a l de M i n a s G e r a i s ) , e v o t a no sentido de que se responda achar o T r i b u n a l j u s t o o que s o l i c i t a m esses f u n c i o n á r i o s . É aceito o voto do r e l a t o r

u n a n i m e m e n t e , tendo o S r . C a r v a l h o M o u r ã o declarado que n e n h u m aumento de vencimentos deve ser feito antes de ser aumentada a g r a t i f i c a ç ã o dos e s c r i v ã e s e l e i t o r a i s . N a d a m a i s havendo a tratar, o S r . presidente declara e n c e r r a d a a ses- s ã o . L e v a n t a - s e a s e s s ã o á s quatorze horas e t r i n t a e cinco m i n u t o s .

18" SESSÃO ORDINÁRIA, E M 6 D E MARÇO D E 1934 PRESIDÊNCIA DO SR. MINISTRO HERMENEGILDO D E BARROS,

PRESIDENTE

1) Abertura da s e s s ã o ; 2) Leitura e aprova- ção da ata da s e s s ã o anterior, assim como pu- b l i c a ç ã o dos a c ó r d ã o s referentes aos processos julgados naquela mesma s e s s ã o ; 3) Julgamento da A p e l a ç ã o Criminal n. 22 — B a í a ; 4 Julga- mento da A p e l a ç ã o Criminal n. 23 — Santa Ca- tarina; 5) Encerramento da s e s s ã o .

Ás treze e m e i a horas, presentes os j u i z e s : m i n i s t r o s C a r v a l h o M o u r ã o e P l i n i o Casado, este j u i z convocado no i m p e d i m e n t o do m i n i s t r o E d u a r d o E s p i n o l a , que f a l i ou com causa j u s t i f i c a d a , desembargador J o s é L i n h a r e s , doutores Affonso P e n n a J ú n i o r e Monteiro de Sales, cinco (5), e o de- sembargador Renato Tavares, p r o c u r a d o r geral, abre-se a s e s s ã o . É l i d a e sem debate aprovada a ata d a s e s s ã o ante- r i o r , sendo, em seguida, p u b l i c a d o s os a c ó r d ã o s referentes aos processos julgados naquela mesma s e s s ã o . O Sn. CARVA- L H O MOURÃO relata a a p e l a ç ã o c r i m i n a l n . 22, da B a í a , em que é apelante J o ã o F e l i x Gantalino e apelado o P r o c u r a d o r R e g i o n a l , e v o t a no sentido de dar p r o v i m e n t o , em parte, á a p e l a ç ã o , p a r a condenar o acusado no g r a u m i n i m o do a r - tigo 107, § 3o do Código E l e i t o r a l , p o r estar provado nos a u - tos o seu e x e m p l a r comportamento a n t e r i o r . O T r i b u n a l , unanimemente, aceita o voto do r e l a t o r , tendo os Sr-s. José L i n h a r e s e M o n t e i r o de Sales declarado que v o t a v a m pela c o n c l u s ã o , por j u l g a r e m que n a e s p é c i e e s t á provado o dólo com que a g i u o acusado. O S R . J O S É L I N H A R E S r e l a t a a ape- l a ç ã o c r i m i n a l n . 23, de Santa C a t a r i n a , em que s ã o apelan- tes H e i t o r W e b e k i n dos Santos, V i c t o r R i b e i r o da L u z e H e r - menegildo Dalmazzo e apelado o P r o c u r a d o r Regional desse Estado, e v o t a no sentido de d a r p r o v i m e n t o ás a p e l a ç õ e s dos acusados H e i t o r W e b e k i n dos Santos, V i c t o r Ribeiro da L u z e Hermenegildo Dalmazzo, quanto ao p r i m e i r o por não h a - ver p r o v a de que tenha agido c o m dólo ao i n c l u i r n;t lista de q u a l i f i c a ç ã o " e x - o f f i c i o " u m m e n o r de v i n t e anos, e quanto aos outros dois acusados p o r n ã o ter ficado provado o fato delituoso que se lhes i m p u t a . O T r i b u n a l , de acordo com o voto do relator, u n a n i m e m e n t e , d á p r o v i m e n t o á s a p e l a ç õ e s dos~ acusados, para a b s o l v ê - l o s . N a d a m a i s havendo a tratar, o S r . presidente d e c l a r a e n c e r r a d a a s e s s ã o . Levanta-se a s e s s ã o ás quinze horas e dez m i n u t o s .

19a SESSÃO ORDINÁRIA, E M 9 D E MARÇO D E 1934 PRESIDÊNCIA DO S R . MINISTRO H E R M E N E G I L D O DE BARROS,

PRESIDENTE

1) Abertura da s e s s ã o ; 2) Leitura e apro- v a ç ã o da ata da s e s s ã o anterior, assim como pu- b l i c a ç ã o dos a c ó r d ã o s referentes aos processos julgados naquela mesma s e s s ã o ; 3) Julgamento

• do "habeas-corpus" n. 21 — Distrito Federal — Paciente, c a p i t ã o Alfredo Augusto Ribeiro J ú - nior; 4) Julgamento do processo n. 604 — E s - pirito Santo — Sobre a. c o m p e t ê n c i a do Tribunal Regional para indeferir a e x p e d i ç ã o de tituios eleitorais; 5) Julgamento do processo n. 605 — Sobre a p r o r r o g a ç ã o do prazo para a e x e c u ç ã o do disposto no art. 119 do C ó d i g o ; 6) Encerramento da s e s s ã o .

Ás treze e m e i a horas, presentes os j u i z e s : m i n i s t r o s C a r v a l h o M o u r ã o e P l i n i o Casado, este j u i z convocado no i m p e d i m e n t o do m i n i s t r o E d u a r d o E s p i n o l a , que f a l t o u com causa j u s t i f i c a d a , desembargador J o s é L i n h a r e s , doutores Affonso Penna. J ú n i o r e M o n t e i r o de Sales, cinco (5), e o desembargador Renato T a v a r e s , p r o c u r a d o r geral, abre-se a s e s s ã o . É l i d a e sem debate a p r o v a d a a ata da s e s s ã o a n - t e r i o r , sendo p u b l i c a d o em seguida os a c ó r d ã o s referentes aos processos julgados n a q u e l a m e s m a s e s s ã o . O S R . M O N - TEIRO DE S A L E S r e l a t a o habeas-corpus n . 21, do D i s t r i t o F e - deral, em que ó i m p e t r a n t e o c a p i t ã o A l f r e d o A u g u s t o R i b e i - ro J ú n i o r , e v o t a no sentido de n ã o se conhecer do pedido por n ã o compreender n e n h u m a das h i p ó t e s e s do' a r t . 98 do Código E l e i t o r a l , que f i x a a c o m p e t ê n c i a dos t r i b u n a i s e l e i - torais para conceder habeas-corpus. O T r i b u n a l , n a n i m e -

(6)

3â6 Sábado 17 BOLETIM ELEITORAL M a r ç o de 1934

mente, n ã o toma c o n h e c i m e n t o do pedido, de acordo com o voto do r e l a t o r . O S R . CARVALHO MOURÃO r e l a t a o processo n-. 604 (do E s t a d o do E s p i r i t o Santo, sobre c o m p e t ê n c i a do T r i b u n a l Regional p a r a i n d e f e r i r a e x p e d i ç ã o de títulos e l e i - t o r a i s ) , e v o t a no sentido de que, sob pretexto a l g u m , pode o T r i b u n a l R e g i o n a l d e i x a r de ordenar a i m e d i a t a e x p e d i ç ã o e entrega dos t í t u l o s e l e i t o r a i s , desde que a i n s c r i ç ã o n ã o tenha sido i m p u g n a d a ou quando a s e n t e n ç a que j u l g o u i m - procedente a i m p u g n a r ã o h o u v e r passado em j u l g a d o . O voto do relator é aceito u n a n i m e m e n t e . O S R . JOSÉ L I N H A - RES relata o processo n . 605 (do A m a z o n a s , sobre a c o n v e - n i ê n c i a de nova p r o r r o g a ç ã o do prazo p a r a e x e c u ç ã o do d i s - posto no a r t . 119 do Código E l e i t o r a l ) , e v o t a no sentido de que se deve s u g e r i r ao G o v e r n o a c o n v e n i ê n c i a de ser n o v a - mente p r o r r o g a d o o prazo p a r a se t o r n a r o b r i g a t ó r i o o t i - tulo e l e i t o r a l , conforme d i s p õ e o Código E l e i t o r a l , a r t . 119, e isto p o r q u ê se acha a t é boje p a r a l i s a d o o a l i s t a m e n t o em todo o p a i s com e x c e ç ã o das c a p i t a i s dos Estados e do D i s - t r i t o F e d e r a l . É o voto do r e l a t o r u n a n i m e m e n t e a c e i t o . Nada mais- havendo a tratar, o S r . presidente d e c l a r a e n - c e r r a d a a s e s s ã o . L e v a n t a - s e a s e s s ã o á s .quatorze horas e cinco m i n u t o s .

J U R I S P R U D Ê N C I A

Ação Penal n. 15 *

A p e l a g ã o SAO P A U L O

( A ç ã o movida contra Fernando Krunfli, como incurso na san- ção do § 2o do art. 107 do Código Eleitoral — Fazer í a l s a de- c l a r a ç ã o para fins eleitorais).

Juiz relator — O S r . M o n t e i r o de Sales.

Dá-se provimento á apelação, para absolver o acusado, por não ter ficado provada a falsidade da sua de- claração de cidadania.

ACÓRDÃO

I — D o s autos se v ê que o D r . P r o c u r a d o r R e - g i o n a l do E s t a d o de S ã o P a u l o , d e n u n c i a a F e r n a n d o K r u n f l i , como i n c u r s o na pena do art. 107, § 2° do Código E l e i t o r a l , pelo fato de, sendo s í r i o , h a v e r r e - gistado seu nascimento em Campinas, E s t a d o de S ã o P a u l o , e de, c o m esta falsa d e c l a r a ç ã o , h a v e r obtido a l i s t a m e n t o como eleitor no d i s t r i t o de S ã o Caetano, m u n i c í p i o de S ã o B e r n a r d o , comarca de S ã o P a u l o . I I — A d e n ú n c i a foi i n s t r u í d a com diversos d o - cumentos, q u a i s :

•t a) c e r t i d ã o passada pelo e s c r i v ã o da 14° Z o n a E l e i t o r a l , da comarca d a c a p i t a l do E s t a d o de S ã o P a u l o , da q u a l se vê que o r é u r e q u e r e u alistamento alegando a c i d a d a n i a b r a s i l e i r a p o r h a v e r nascido em Campinas, aos 17 de agosto de 1899;

b) c e r t i d ã o do registo, r e q u e r i d a pelo r é u , de seu nascimento em Campinas, na data r e f e r i d a n a a l i n e a a n t e r i o r ;

c) c e r t i d ã o do Gabinete de I n v e s t i g a ç õ e s da P o - l í c i a de São P a u l o , da q u a l consta u m p r o n t u á r i o , pelo q u a l se v e r i f i c a que o r é u é n a t u r a l de Iloms, n a S í r i a , onde nasceu aos 17 de agosto de 1899 ou 1898;

d) documento c o m p r o b a t ó r i o de h a v e r o r é u sido e x c l u í d o do alistamento pelo fundamento de ser es- ., trangeiro. , "

JII —r Recebida ia d e n ú n c i a , c o r r e u o rprocesso os termos regulares. Citado p a r a apresentar defesa, o

denunciado f o i r é v é l ; mas, no prazo da dilnção p r o - l a t ó r i a ofereceu a l e g a ç õ e s , tendentes a e x c l u i r a p r o - c e d ê n c i a da d e n ú n c i a , e que s ã o estas, em r e s u m o :

que a c e r t i d ã o do p r o n t u á r i o , do qual Se v ê que . êle, denunciado, d e c l a r o u n a p o l í c i a ser n a t u r a l da

S í r i a , n ã o p ô d e s u p r i r documento autentico que i n - v a l i d e a fé que se deve a t r i b u i r ao do registo de nas- cimento, do q u a l consta que êle, denunciado, nasceu no B r a s i l , cidade de Campinas, Estado de São P a u l o ;

que a d e c l a r a ç ã o feita, de que nasceu e m Homs, na S í r i a , n ã o tem v a l o r p r o b a t ó r i o , p o r q u ê a fez o de- n u n c i a d o em estado de p e r t u r b a ç ã o , e conhecendo pouco a l i n g u a portuguesa por haver passado muito tempo n a S í r i a , e a fez n a t u r a l m e n t e por haver ido em tenra idade p a r a a S í r i a , quando falecidos seus pais, p a r a c o m p a n h i a de parentes;

que n a S í r i a ê l e , denunciado, embora a tivesse p r o c u r a d o , n ã o conseguiu c e r t i d ã o do registu do seu n a s c i m e n t o , o que m a i s p r o v a que l á n ã o nasceu.

I V — D e p o i s de preenchidas as formalidades l e - gais, submetido o r é u a j u l g a m e n t o , f o i condenado no g r a u m é d i o do a r t . 107, § 2° do Código E l e i t o r a l . No prazo legal, o r é u apelou p a r a este T . S . , tendo a r r a - zoado o r e c u r s o e m p r i m e i r a i n s t â n c i a .

V — Nesta s u p e r i o r i n s t â n c i a , o E x m o . Sr. doutor P r o c u r a d o r G e r a l deu seu parecer opinando p e l a c o n - f i r m a ç ã o da d e c i s ã o do T r i b u n a l a quo.

O que tudo v i s t o e devidamente examinado, V I — N ã o e s t á p r o v a d a a e x i s t ê n c i a do c r i m e i m p u t a d o ao r é u , apelante, e pelo q u a l foi condenado pelo T r i b u n a l Regional de S ã o P a u l o . D o i s fatos ele- mentares c o m p õ e m o delito a u t u a d o :

1°, a d e c l a r a ç ã o , pelo apelante, da cidadania b r a - s i l e i r a p a r a se a l i s t a r ; 2O, o fato de haver o apelante nascido n a S í r i a ;

resultando dos dois a c o n f i g u r a ç ã o do c r i m e elei- t o r a l p r e v i s t o no a r t . 107, § 2*, do Código E l e i t o r a l que se i n s c r e v e : "fazer falsa declaração para Hm elei-

torais, pena: multa de 5 0 0 | 0 0 0 a 5:000$000, conver- sível em prisão celular.

V I I — Ora, si dos documento^, que i n s t r u í r a m a d e n ú n c i a , e s t á provado aquele p r i m e i r o elemento — o da d e c l a r a ç ã o de c i d a d a n i a b r a s i l e i r a — o mesmo n ã o se p ô d e j u l g a r do segundo, p o r q u ê n ã o e s t á p r o - vado que o apelante tenha nascido em p a í s estran- geiro, disto resultando a falsidade da d e c l a r a ç ã o i n - c r i m i n a d a . .

V I I I — D e u m ú n i c o g ê n e r o de p r o v a l a n ç o u m ã o a d e n ú n c i a p a r a m o s t r a r que o apelante nasceu n a S í r i a — a d o c u m e n t a l — , e esta concretizada, n u m ú n i c o documento — a c e r t i d ã o de f l s . 10. Nenhuma o u t r a p e ç a p r o b a t ó r i a e x i b i u a a c u s a ç ã o em todo o c o r r e r do processo; n e n h u m a testemunha foi i n q u i - r i d a ; q u a l q u e r outro documento n ã o v e i o corroborar a f o r ç a probante do ú n i c o exibido pela d e n ú n c i a . De sorte que o j u i z o da c r i m i n a l i d a d e do apelante h á de

Referências

Documentos relacionados

[r]

La entrada de aire para la combustión en el lugar de instalación no debe estar cerrada durante el funcionamiento de la estufa.. Es absolutamente necesario introducir en los

El procedimiento correcto de encendido, el uso de cantidades y tipos de combustibles adecuados, la correcta colocación del regulador de aire secundario, el suficiente tiro de

Não se apoie sobre as portas pois as dobradiças podem se desregular e desalinhar a porta, prejudicando a vedação do refrigerador e comprometendo o seu

Para obter mais detalhes, consulte o Backup do banco de dados do vault de arquivos. Abra a caixa de diálogo Servidor de arquivamento do SOLIDWORKS Enterprise PDM com uma das

Em caso de participação neste evento, representando equipes de participantes ou prestadores de serviços e/ou qualquer mídia ou veículo, declaro ter pleno conhecimento, e que aceito

"ex-officio" dos juizes de direito, dos juizes municipais, dos promotores dc Justiça, dos demais funcionários e au- xiliares do Juizo, bem como dos cole- tores e escrivães

11) — E m segundo lugar, porque, quando assim não fosse principio geral do Direito Civil consolidado pelo art. 125 do Código Civil, como se vê do mesmo, excetua a disposição