TEXTUALIDADE E ARTICULAÇÃO: SENTIDOS PRODUZIDOS PELA CONJUNÇÃO OU
CAROLINA DE PAULA MACHADO
UFSCar (Uehposol)
carolinapmac@yahoo.com.br
Resumo: O presente artigo tem como objetivo discutir a articulação realizada a partir da conjunção ou considerando a textualidade e o acontecimento da enunciação. Para tanto, pautamo-nos nos linguistas Eduardo Guimarães e Luiz Francisco Dias que discutem esta questão a partir da Semântica Histórica da Enunciação.
Palavras-chave: semântica; articulação; textualidade; acontecimento da enunciação.
Abstract: The present article aims to discuss the articulation made either from the conjunction or taking into consideration the textuality and the enunciation happening. Thus, we guided our work on the linguistics Eduardo Guimarães and Luiz Francisco Dias who base their discussion upon the historic semantics of enunciation.
Keywords: semantics; articulation; textuality; enunciation happening
Considerando que o sentido é uma construção linguística que se constitui no acontecimento enunciativo do enunciado que integra um texto, sendo, portanto, resultado da história e do social, tivemos por objetivo analisar a designação da palavra preconceito em diversas obras que tratavam da formação social brasileira
1. Na obra Casa-Grande e Senzala (1933) de Gilberto Freyre, observamos as palavras que reescreviam a palavra preconceito, ou seja, que a rediziam ao mesmo tempo que atribuiam-lhe outros significados, e as articulações dessa palavra com outras palavras, o que também produz uma relação de sentido na medida em que a textualidade é produzida.
Ao realizar esta análise, pautando-nos na teoria da Semântica do Acontecimento, uma semântica não formal mas materialista histórica, deparamo-nos com palavras articuladas entre si pela conjunção ou sobre a qual vamos nos deter neste artigo a partir de duas questões: 1) a constituição de sentidos e 2) a textualidade por ela realizada.
1 Este trabalho foi desenvolvido em nossa tese de doutorado intitulada “Política e sentidos da palavra preconceito: uma história no pensamento social brasileiro na primeira metade do século XX, defendida em 2011 no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp sob orientação do professor
Frente a este articulador, a dificuldade foi compreender, na análise em questão, qual a relação de sentido que a conjunção estabelecia uma vez que ela pode realizar mais de uma ao contribuir para a textualidade do texto.
Não pretendemos aqui fazer uma análise exaustiva do funcionamento da conjunção ou, ou seja, não pretendemos esgotar o assunto. Nosso intuito é o de tratar desta articulação na materialidade textual relacionada ao domínio enunciativo observando assim alguns de seus funcionamentos para compreender a polissemia por ela produzida a partir do funcionamento enunciativo dos enunciados.
Segundo Dias (2003),
Podemos afirmar que a articulação na língua é contraída no confronto entre uma história das enunciações da língua e uma atualidade do uso.
A história das enunciações proporciona a estabilização de lugares e esses lugares são essenciais para a configuração das unidades da língua. E qualquer expressão que viermos a proferir tem, necessariamente, de se organizar a partir desse arcabouço de lugares.
A explicitação ou não da articulação entre as unidades sofre, de um lado, a coerção dos lugares sintáticos e, de outro, as necessidades constituídas na constituição da textualidade. (p. 63)
O olhar enunciativo permite-nos, assim, explicar como e por que a conjunção ou, uma palavra gramatical, funciona de forma polissêmica pois não nos restringimos ao funcionamento sintático mas relacionamos os lugares sintáticos à história de enunciações das palavras ou expressões que ocupam esses lugares. Desse modo, nossa preocupação é pensar a estrutura da língua em relação à enunciação.
1. A conjunção ou articulando orações
Guimarães (1987) realiza um importante estudo sobre as conjunções considerando que estas são “elementos de fundamental importância na organização textual” (2007, p.35). Tanto aspectos gramaticais como aspectos semânticos são abordados no estudo das conjunções realizado por ele, assim como a orientação argumentativa que as conjunções estabelecem no texto.
Ao constatar que as gramáticas escolares reproduzem uma classificação “vazia”
das conjunções em coordenadas e subordinadas sem haver um maior aprofundamento das relações que as conjunções estabelecem na organização textual, ele realiza uma análise detalhada das conjunções para melhor caracterizar seu funcionamento ao ligar orações partindo da teoria da Semântica da Enunciação.
Na sua análise da conjunção ou, o autor observa a articulação entre orações e atenta para o fato de que esta conjunção pode aparecer reduplicada: ou...ou, como pode aparecer sem esta reduplicação.
No caso da conjunção ou sem a reduplicação, as orações que esta conjunção
articula não apresentam dependência entre si, e a conjunção distingue o tema e o
comentário, marcando o comentário. Neste caso, o autor conclui que esta conjunção faz
parte de um grupo de conjunções do tipo coordenação, que seria o segundo grupo formado pelas conjunções e, além disso, mas PA
2, ou.
Guimarães pauta-se em Charles Bally (1965) que considera que as orações podem se relacionar de três formas distintas. A primeira forma seria a da coordenação em que a segunda oração tem a primeira oração como tema; além disso, as orações não são dependentes uma da outra. A segunda forma seria a da segmentação, nesse caso, a primeira oração é tema da segunda mas as orações relacionadas não são independentes.
Por fim a terceira forma é a subordinação em que não se consegue diferenciar o tema do comentário e há uma relação de dependência entre as orações.
O estudo acima exposto foca-se na articulação entre orações, de maneira que se observa a conjunção como operador argumentativo e desse modo produzindo uma relação de sentido, ou seja, a conjunção dentro de relações argumentativas entre orações, apresentando sempre polifonia na organização textual.
Nas gramáticas tradicionais, as conjunções são classificadas em coordenativas e subordinativas. Segundo Cunha e Cintra (1985), elas
são os vocábulos gramaticais que servem para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração. As conjunções que relacionam termos ou orações de idêntica função gramatical têm o nome de coordenativas. (...) Denominam-se subordinativas as conjunções que ligam duas orações, uma das quais determina ou completa o sentido da outras (p.565).
A explicação da gramática tradicional para as conjunções coordenativas limita- se à sua função gramatical de “relacionar” duas orações ou dois termos, sem mencionar seu papel argumentativo, e quando menciona o aspecto semântico o faz de forma bem pontual e resumida, como apenas mais uma classificação.
2. A conjunção ou na constituição da textualidade e dos sentidos
Nossa questão, entretanto, se coloca em outro nível, isto é, quando a conjunção ou articula palavras ou expressões, e não apenas duas orações em uma frase. Neste caso, consideramos a maneira como Guimarães, mais recentemente, teoriza a constituição da textualidade produzindo-se assim as relações de sentidos. Sua preocupação diz respeito à maneira como os sentidos de uma palavra se constituem dentro de um enunciado que integra um texto observando dois processos que dão a textualidade ao texto, a reescritura e a articulação. A análise dos sentidos a partir destes dois procedimentos leva à elaboração do domínio semântico de determinação (DSD) de uma palavra em um texto o que representa a sua designação.
2 Nos estudos argumentativos focados na conjunção mas realizados por Anscombre e Ducrot (1977) e Ducrot e Vogt (1980), tal como cita Guimarães(2001) distinguem-se dois tipos de mas: o mas SN e o mas PA. O primeiro “tem uma função opositiva, mas não argumentativa”(Guimarães, 2001, p.61) e “aparece sempre depois de um enunciado negativo, com uma função de correção de algo suposta ou realmente dito antes.(Idem, p. 61) e esta negação é a chamada negação polêmica. Já o mas PA é o que estabelece a orientação argumentativa. A entidade semântica nomeada pela sigla SN deve-se ao fato de que esse mas pode ser traduzido, em espanhol, por sino e em alemão por sondern. Já a sigla PA nomeia a entidade semântica que pode ser traduzida por pero em espanhol e por aber em alemão. (Ducrot, 1978, p.110)
Trata-se, então, de observar como uma palavra determina outra palavra produzindo-se uma relação de sentido entre elas a partir da palavra que as articula, no caso, a conjunção ou. A articulação “diz respeito às relações próprias das contiguidades locais. De como o funcionamento de certas formas afetam outras que elas não redizem”
(Guimarães, 2007, p. 88).
Dias (2003) também tratou da articulação considerando a dimensão enunciativa.
Segundo ele, a sintaxe permite observar através dela um dos fundamentos da língua, a articulação. No entanto, a gramática é apenas uma das formas de estudar a língua e o faz a partir de sua organicidade. A língua comporta uma dimensão orgânica, isto é, possui unidades que se articulam formando núcleos, mas essa articulação não depende apenas da estrutura orgânica, ou seja, “a articulação de uma unidade com outra unidade muitas vezes não está presente na estrutura” (Dias, 2003, p.59). Para tanto, ele elenca três formas de articulação.
A primeira forma é através de um elemento articulador. Como exemplo, ele dá a seguinte expressão:
1) Casa de madeira
A preposição de articula entre as unidades “casa” e “madeira” que são dois substantivos.
A segunda forma de articulação se dá através da alteração em uma das unidades.
Exemplos:
2) Eu cantei/ Você cantou
Essas duas formas de articulação podem ser observadas no próprio plano da organicidade da sentença, ou seja, podemos localizá-las nas terminações dos verbos, isto é, nos morfemas em negrito que estabelecem a concordância com os pronomes Eu e Você.
Por fim, ele descreve a terceira forma de articulação que é mais complexa porque não se pode detectar um elemento articulador no corpo da sentença. Os exemplos dados por Dias são os senguintes:
3) Eu amei Maria.
Como se pode entender, segundo o autor, a relação entre amei e Maria? Essas palavras fazem parte também do processo de articulação. Quando se diz “Eu amei”, espera-se que se diga a quem amou, então “Maria” entra para completar o sentido do verbo, havendo então uma relação de dependência.
Vejamos o exemplo seguinte:
4) L1 - Pedro gostou muito de Maria. E você?
L2 - Mais do que isso. Eu amei.
Neste caso, temos dois enunciados na forma de um diálogo. No segundo caso,
no enunciado de L2, mais especificamente em “Eu amei.”, não há elemento articulador,
não há também uma flexão para marcar a relação entre as unidades, somente uma das unidades está presente no corpo da sentença: Eu amei Ø
3.
Em L2, segundo Dias, pode-se recuperar a outra unidade que mantém a articulação com o verbo “amei”, trata-se do substantivo “Maria”. Mas essa unidade é recuperada na sentença de outro locutor, L1. Ou seja, é preciso levar em consideração a enunciação e recuperar o complemento num enunciado anterior, nesse caso, é a textualidade que fornece o objeto, a ocupação do lugar sintático está no nível da enunciação.
A gramática diz que há uma elipse, isto é, “Maria” não aparece materialmente no enunciado de L2. No entanto, o complemento pode ser recuperado no lugar do objeto pela relação com outro enunciado, relação entre enunciados que não seria considerada pela gramática tradicional já que esta analisa apenas frases isoladas.
Ainda, considerando essa questão, Dias traz mais alguns exemplos interessantes dos quais reproduzimos apenas um:
5) Só quem ama conhece a Deus.
Neste caso não, segundo o autor, diferentemente do exemplo anterior, não seria possível recuperar o objeto do verbo amar de um enunciado anterior uma vez que este exemplo é um provérbio tirado de uma lista de vários provérbios que não apresentam relação entre si, ou seja, não fazem parte de um mesmo texto, são frases isoladas. Nesse caso, é preciso recorrer à história de enunciações do verbo amar, assim como no exemplo anterior, que teria preparado o lugar sintático do seu complemento. Segundo ele, aqui o verbo amar na enunciação proverbial da sentença oferece uma condição de uso generalizante para o verbo. O uso generalizante faz com que não haja uma representação através de palavras que ocupe o lugar sintático de complemento do verbo.
Dias nos oferece um quadro bastante preciso dos tipos de articulação possíveis e mostra com muita clareza a necessidade de relacionar a estrutura sintática no caso dos exemplos 4 e 5 com a enunciação para preencher o lugar sintático.
Para nós, no entanto, seja qual for o tipo de articulação, ela sempre depende da enunciação para estabelecer o sentido do enunciado, das palavras ou expressões articuladas. Mesmo havendo um elemento articulador presente, e a ocupação dos lugares sintáticos na materialidade textual, a enunciação necessariamente deve ser levada em consideração para a constituição semântica das palavras, nos enunciados no texto. Foi isso que observamos no funcionamento da conjunção ou nos recortes que analisamos do livro Casa-Grande e Senzala.
Desse modo, perguntamos quais efeitos de sentido a conjunção ou produz ao articular duas palavras ou duas expressões?
3 O símbolo Ø representa a falta, a ausência do complemento.
3. A conjunção ou nos instrumentos de gramatização
Primeiramente, vejamos o que uma gramática tradicional explica desta conjunção. Segundo Cunha e Cintra (1985), as conjunções coordenativas podem ser divididas em: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
A conjunção ou, repetida ou não, é classificada como “alternativa”. Segundo os autores, as alternativas “ligam dois termos ou orações de sentido distinto que, ao cumprir-se um fato, o outro não se cumpre” (p. 566).
Já o Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa Eletrônico (2009), nos oferece uma definição um pouco mais abrangente do funcionamento da conjunção ou que não se restringe ao sentido de algo como alternativa, isto é, um sentido é excluído por outro sentido.
A conjunção ou, segundo Houaiss, “serve para ligar palavras ou orações, indicando:
1.1 alternância ou exclusão
Ex.: aceitam doações de gêneros alimentícios ou cobram ingresso 1.2 dúvida, incerteza
Ex.: não sei se vou a Londres ou Lisboa
1.3 ênfase antes de cada termo ou frase da alternativa Ex.: ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil 1.4 uma outra maneira de dizer algo; isto é
Ex.: Héracles, entre os gregos, ou Hércules para os romanos”
Desse modo, além do sentido de alternância, isto é, “cumprindo-se um fato o outro não se cumpre”, temos também os sentidos de dúvida, de ênfase, e o de “uma outra maneira de se dizer algo”, que podemos considerar como sendo a sinonímia, o que contradiz o que foi dito na gramática que diz que os termos ligados pela conjunção devem ser de “sentido distinto”.
Esta definição nos indica a amplitude semântica da conjunção ou que não se restringe à ideia de alternativa trazida pela gramática. Mas como então saber a qual desses sentidos a conjunção ou remete ao articular palavras ou expressões no texto?
4. Análise: a relação do texto com a enunciação
Tendo em vista o que afirma o dicionário sobre o que a conjunção ou indica, vejamos então o seguinte recorte retirado da obra Casa Grande e Senzala:
As crônicas não indicam nenhuma discriminação ou segregação
inspirada por preconceito de cor ou de raça contra os índios; o regime
que os padres adotaram parece ter sido o de fraternal mistura dos
alunos. O colégio estabelecido por Nóbrega na Bahia dá Varnhagen
como frequentado por filhos de colonos, meninos órfãos vindos de
Lisboa e piás da terra. (Freyre, 1933, pp. 223-224)
Como então interpretar a relação de sentido que a conjunção ou estabelece entre as palavras discriminação e segregação e entre as expressões preconceito de cor e preconceito de raça?
Pensando nas acepções do Dicionário Houaiss para a conjunção, pelo menos quatro possibilidades poderiam ser levadas em consideração:
a) a de alternância ou exclusão;
b) de dúvida ou incerteza;
c) de ênfase antes de cada termo;
d) uma outra maneira de dizer algo (isto é).
Excluímos a terceira possibilidade, alternativa c), a de ênfase, pois esta exige que a conjunção apareça duas vezes (ou... ou) para cada caso, o que não acontece no excerto tomado como exemplo.
Assim, das possibilidades apontadas, nos restam as seguintes: alternância ou exclusão, incerteza ou dúvida e a de que seria uma outra maneira de dizer o mesmo o que estamos considerando como uma relação semântica de sinonímia.
Mas como saber qual dessas relações semânticas é a estabelecida no exemplo que estamos analisando?
Como o objetivo foi o de analisar a designação da palavra preconceito em nossa tese de doutorado, além da articulação das palavras e expressões em relação a ela, recorremos às reescrituras dessa palavra na obra Casa Grande e Senzala na constituição dos sentidos para tentar compreender melhor qual relação semântica a conjunção estabelece.
A designação é compreendida aqui como sendo “a significação de um nome, mas não enquanto algo abstrato. Seria a significação linguística (simbólica) remetida ao real, exposta ao real, ou seja, enquanto uma relação tomada na história” (Guimarães, 2002, p. 09).
Já a “a reescrituração é o procedimento pelo qual a enunciação de um texto rediz insistentemente o que já foi dito fazendo interpretar uma forma como diferente de si.
Este procedimento atribui (predica) algo ao reescriturado” (Guimarães, 2007,p. 84) e, assim como o procedimento de articulação, também é responsável pela textualidade.
Preconceito, no acontecimento enunciativo do recorte do livro Casa- Grande e Senzala, é reescrito por repetição articulado a ‘de cor’ que o especifica. A expressão preconceito de cor, por sua vez está articulada pela conjunção ou por de raça e preconceito é reescrito por elipse. Discriminação aparece articulada pela conjunção ou à segregação.
Embora o locutor-cientista, como enunciador universal, diga que as crônicas não
indicam discriminação ou segregação inspirada por preconceito, podemos considerar
que esse enunciado tem como elemento de sentido o seguinte enunciado pressuposto:
E- Existe o preconceito inspirado por segregação ou discriminação
E o enunciador assume esta posição de afirmar a existência do preconceito.
Observamos então que discriminação e segregação predicam preconceito de cor e preconceito de raça através do verbo inspirar.
Temos assim a articulação com a conjunção ou que pode tanto significar uma alternância e, nesse caso, temos dois tipos distintos de preconceitos, de cor e de raça que se alternam, e o mesmo ocorre para segregação e discriminação que seriam duas formas diferentes de exclusão que se alternam.
Assim, teríamos o seguinte Domínio Semântico de Determinação (DSD)
4: segregar
┴
Discriminar ┤ Preconceito ┤de cor ┴
de raça
Isso também pode ser interpretado como uma relação de sinonímia, em que preconceito de cor e preconceito de raça estão funcionando no acontecimento enunciativo como duas expressões sinônimas, que podem ser substituídas uma pela outra, assim como as palavras segregação e discriminação. Nesse caso, teríamos o seguinte DSD:
segregar − discriminar ┴
Preconceito ┤de cor − de raça Além dessas duas possibilidades, ainda pode-se considerar que há dúvida, isto é, incerteza quanto ao tipo de preconceito. Não se sabe se é um preconceito de raça ou de cor; e se o preconceito é inspirado por discriminação ou por segregação. Assim, nesse caso, não desfizemos as expressões nominais articuladas pela conjunção ou e as representamos pelo seguinte DSD:
segregar ou discriminar ┴
Preconceito ┤de cor ou de raça
4 O Domínio semântico de determinação (DSD) é a representação da designação da palavra analisada, isto é, das relações de sentidos que determinam a palavra analisada em um acontecimento enunciativo. O