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Proteção de Máquinas e Equipamentos

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Academic year: 2021

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Unidade 2

Livro Didático Digital

Daniele Melo de Oliveira

Proteção de Máquinas e Equipamentos

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Gerente Editorial

CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico

TIAGO DA ROCHA Autora

DANIELE MELO DE OLIVEIRA

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A AUTORA

Daniele Melo de Oliveira

Olá. Meu nome é Daniele Melo de Oliveira. Sou formada em Administração de Empresas, possuo especializações nas áreas de Gestão de Negócios Empresariais, Gestão Educacional, Logística Empresarial e da Qualidade, e sou mestre em Ciência, Tecnologia e Sociedade pelo Instituto Federal do Paraná. Atualmente, sou docente na Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar o seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder te ajudar nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

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ICONOGRÁFICOS

Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO:

para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência;

DEFINIÇÃO:

houver necessidade de se apresentar um novo conceito;

NOTA:

quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento;

IMPORTANTE:

as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você;

EXPLICANDO MELHOR:

algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;

VOCÊ SABIA?

curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;

SAIBA MAIS:

textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento;

REFLITA:

se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre;

ACESSE:

se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;

RESUMINDO:

quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens;

ATIVIDADES:

quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada;

TESTANDO:

quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas;

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SUMÁRIO

Sistemas de segurança ... 12

Dispositivos de parada de emergência ... 21

Meios de acesso permanentes ...30

Componentes pressurizados ...38

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LIVRO DIDÁTICO DIGITAL

UNIDADE

02

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INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), você já parou para pensar que a maioria dos produtos consumidos diariamente nos diversos segmentos, tais como alimentação, vestuário, cosmetologia e farmacêutica, e diversos aparelhos tecnológicos, como os eletrodomésticos, necessitam de processos industriais? Isso mesmo! Para que eles cheguem até às nossas mãos, as indústrias precisam de pessoas capacitadas para manusear máquinas e equipamentos.

No entanto, o uso incorreto dessas máquinas e equipamentos industriais pode levar a ocorrência de acidentes de trabalho, que, além de provocarem sequelas à sociedade como um todo, atrasam a produção e a entrega de produtos e serviços aos clientes, ou seja, nós, os consumidores comuns.

Os acidentes de trabalho mexem com toda a estrutura social, pois são as pessoas economicamente incapacitadas que mais precisam recorrer aos recursos e auxílios da previdência social. Além disso, há a necessidade de as empresas substituí-los por tempo indeterminado.

Visando legalizar e padronizar as formas de trabalho, manutenção, locomoção e manuseio de máquinas e equipamentos industriais, a NR-12 é o instrumento estabelecido pelo Ministério do Trabalho a ser seguido, sem, contudo, descartar a aplicação de normas internacionais, manuais de operação e normas complementares. Tudo isso, a fim de se garantir a máxima segurança possível nos ambientes de trabalho.

Nesta unidade, abordaremos os principais tópicos sobre o sistema de segurança, os dispositivos de parada de emergência, os meios de acesso permanente e os componentes pressurizados de máquinas e equipamentos de acordo com a NR-12. Preparado(a) para embarcar em mais essa jornada rumo ao conhecimento? Continue conosco! Vamos lá!

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OBJETIVOS

Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos:

1. Compreender e implementar os sistemas de segurança segundo as Normas Regulamentadoras da ABNT;

2. Entender o funcionamento dos dispositivos de parada de emergência, diagnosticando deficiências e pontos de atenção quanto aos melhoramentos em seu sistema de segurança e procedimentos de manutenção de acordo com as Normas Regulamentadoras da ABNT;

3. Identificar elementos de risco e as técnicas de sinalização e proteção individual e coletiva em meios de acesso permanentes, como elevadores, rampas, passarelas, plataformas e escadas de degraus, à luz das Normas Regulamentadoras da ABNT;

4. Avaliar os riscos e aplicar técnicas e procedimentos de proteção individual e coletiva em componentes pressurizados de acordo com as Normas Regulamentadoras da ABNT.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?

Ao trabalho!

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Sistemas de segurança

INTRODUÇÃO:

Caro(a) aluno(a), você já parou para pensar que o crescimento populacional, em todo o mundo, foi acompanhado do crescimento do consumo de bens técnicos e tecnológicos, acelerando, consequentemente, os meios de produção, os quais passam a contar cada vez mais com máquinas e equipamentos de grande porte? Essa estratégia fez-se necessária em praticamente todos os segmentos produtivos, uma vez que, dessa forma, seria possível suprir as diversas demandas do mercado consumidor.

Todas essas mudanças vêm acontecendo sem que percebêssemos a dimensão dos processos que envolvem os ambientes produtivos.

Com ênfase na saúde e na segurança dos trabalhadores, as Normas Regulamentadoras, como a NR-12, vem ao encontro das diretrizes do Ministério do Trabalho, estipulando “regras” a serem seguidas, como uma espécie de “instruções de trabalho”. Nesse cenário, a palavra “regras” se equivale a “leis”, visto que, se não obedecidas as diretrizes das Normas Regulamentadoras, a empresa está sujeita a penalidades, tais como advertências, notificações e multas.

Dependendo do grau de infração e/ou da ocorrência de acidentes de trabalho, por exemplo, a empresa pode até mesmo vir a ser interditada, ou seja, impedida de continuar produzindo. No que se refere às “instruções de trabalho”, as Normas Regulamentadoras têm, acima de tudo, um caráter educativo e instrutivo, ou seja, prezam pela educação no trabalho. São muitas as informações iniciais, não é mesmo? No entanto, não se preocupe! Ao término deste capítulo, você terá compreendido a importância dos sistemas de segurança e dos dispositivos de parada de

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emergência que envolvem as máquinas e os equipamentos utilizados nos ambientes industriais.

Vamos falar um pouco sobre segurança? Você conhece a ABNT? A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica em todo o país, propagando a educação por meio de informações sobre os sistemas de segurança nos ambientes industriais.

A ABNT, também conhecida como Fórum Nacional de Normalização, é uma entidade privada sem fins lucrativos. Ela foi fundada em 1940 para implementar a normalização técnica em todo o país.

Apesar de a ABNT não ser uma lei, ela deve ser rigorosamente seguida e aplicada pelas empresas, independentemente do seu ramo de atuação, complementando as leis e as Normas Regulamentadoras de segurança vigentes junto ao Ministério do Trabalho, visando à normalização.

Na área de segurança do trabalho, “normalização” é sinônimo de soluções padronizadas para as atividades que envolvem produtos e serviços. O objetivo é atingir graus de qualidade satisfatórios nas atividades-fim, no cumprimento de padrões pré-estabelecidos. No que se refere às máquinas e aos equipamentos, a NR-12 dispõe do item 12.5 para abordar o tema “segurança”. Esse é considerado um dos capítulos de maior importância aos engenheiros, técnicos e gestores de projetos voltados à segurança. Assim, neste capítulo, abordaremos os principais itens desse segmento da norma. Iniciemos os nossos estudos!

Para começarmos as nossas discussões, trabalharemos o tema

“zonas de perigo” de máquinas e equipamentos. Você conhece esses termos? A importância da segurança nos ambientes industriais é um fator de extrema importância para a produção e é passível de mudanças nas estruturas, no layout e, inclusive, nas Normas Regulamentadoras, se necessário, para que haja maior segurança nos ambientes industriais.

A última versão da norma, por exemplo, substituiu a palavra

”garantam” por “assegurem” a proteção e a saúde dos trabalhadores no manuseio de máquinas e equipamentos. Isso se deu, porque não há um sistema com 100% de eficácia em segurança, ou seja, por mais que haja

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cuidados, projetos eficazes e o cumprimento integral da norma, acidentes podem ocorrer.

Para ajudar nesse processo, as placas de sinalização são elementos auxiliares dos mecanismos de segurança e são bastante aplicáveis nas zonas de perigo de máquinas e equipamentos que fazem parte dos ambientes industriais. Cada empresa deverá adequar as suas placas de acordo com o seu ramo de produção. A figura a seguir exemplifica um modelo de placa de segurança que pode ser aplicado nos ambientes industriais, sinalizando, advertindo e, principalmente, educando os colaboradores:

Figura 1 – Placa de segurança

Fonte: Pixabay

Nesse sentido:

As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivos de segurança interligados, que resguardem proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores. (BRASIL, 2019, p. 10)

Ao interpretarmos o item 12.5.1 apresentado, é possível afirmar que deve haver dispositivos de segurança fixos e/ou móveis em todo

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o entorno de máquinas e equipamentos industriais. Além disso, devem possuir, preferencialmente, sistemas interligados, tendo em vista que os mecanismos de interligação proporcionam ações mais rápidas de segurança em situações de urgência aos sistemas de acionamento e parada de emergência.

No entanto, você pode estar se perguntando: “o que é essa zona de perigo?” Segundo o glossário do Anexo IV da NR-12, a zona de perigo é “qualquer zona dentro ou ao redor de uma máquina ou equipamento, onde uma pessoa possa ficar exposta a risco de lesão ou danos à saúde”

(BRASIL, 2019, p. 53).

Observe a figura a seguir: ela representa uma lesão em um trabalhador. Infelizmente, são inúmeras as lesões físicas, principalmente em membros superiores. Além disso, há a possibilidade de ocorrência de acidentes graves de trabalho causados pelo uso incorreto ou inseguro de máquinas e equipamentos.

Figura 2 – Lesões trabalhistas

Fonte: Pixabay

Exemplo: Uma zona de perigo pode estar presente em correias e em polias de um motor industrial.

O quadro a seguir exemplifica outras situações de zona de perigo e de exposição à riscos que um operador pode estar submetido em

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equipamentos utilizados com frequência em ambientes de construção civil e de indústria madeireira, de metal e mecânica.

Quadro 1 – Máquina versus zona de perigo

Fonte: Elaborado pela autora.

É importante ressaltar a importância da sinalização de segurança nas zonas de perigo, pois o manuseio incorreto ou inseguro de grande parte das máquinas industriais pode ocasionar lesões graves à saúde do trabalhador, entre elas, mutilações e cortes, principalmente dos membros

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superiores. As cores de segurança seguem as diretrizes da ABNT NBR 7195, enquanto os instrumentos de sinalização são regidos pela ABNT NBR 13434.

Os principais riscos mecânicos à saúde do trabalhador pelo manuseio incorreto ou inseguro de máquinas e equipamentos são:

De esmagamento.

De corte.

De cisalhamento (acidente provocado pela ação de forças paralelas).

De enroscamento.

De arrasto.

A figura a seguir é um exemplo de sinalização de zonas de perigo de máquinas e equipamentos:

Figura 3 – Sinalização de zonas de perigo

Fonte: Pixabay

IMPORTANTE:

Profissionais mal capacitados e a falta de acesso aos manuais e procedimentos também são inclusos na categoria de zonas de perigo pela NR-12.

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Outro material bastante utilizado nos ambientes industriais são as malhas de acesso às máquinas e equipamentos, também conhecidas como grades. Nesse sentido, a NR-12 apresenta indicações de segurança para a alocação desse material e delimita uma distância entre as malhas, ao afirmar que, quando “utilizadas proteções que restringem o acesso do corpo ou parte dele, devem ser observadas as distâncias mínimas conforme normas técnicas oficiais ou normas internacionais aplicáveis”

(BRASIL, 2019, p. 10).

A figura a seguir ilustra uma malha utilizada em máquinas nos ambientes industriais:

Figura 4 – Malha usada em máquinas

Fonte: Pixabay

Já o quadro a seguir apresenta a distância de acesso para cada tipo de malha de acordo com a NR-12:

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Quadro 2 – Distância entre malhas

Fonte: Brasil, 2019 (Adaptado).

Atente-se às descrições expressas no item 12.5.2 da NR-12, principalmente em relação ao termo que ressalta a presença de um profissional tecnicamente habilitado em situações que dificultem a burla.

Contudo, você se lembra o que é burla? A burla, nos ambientes industriais, é sinônimo de um ato ilícito, errôneo e, em algumas situações, até mesmo fraudulento, por parte do operador.

Exemplo: Nos ambientes industriais, infelizmente, é muito comum que profissionais cometam a burla ao acionarem propositalmente máquinas e equipamentos de forma errada, a fim de diminuírem o tempo de execução de processos.

Diante disso, os sistemas de segurança devem existir nos ambientes industriais, pois os riscos nesses ambientes de trabalho expõem os funcionários e podem causar danos irreversíveis à saúde.

De acordo com a NR-12:

Os sistemas de segurança devem ser selecionados e instalados de modo a atender aos seguintes requisitos:

a) ter categoria de segurança conforme apreciação de riscos prevista nas normas técnicas oficiais;

b) estar sob a responsabilidade técnica de profissional legalmente habilitado;

c) possuir conformidade técnica com o sistema de comando a que são integrados;

d) instalação de modo que dificulte a sua burla;

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e) manterem-se sob vigilância automática, ou seja, monitoramento, se indicado pela apreciação de risco, de acordo com a categoria de segurança requerida, exceto para dispositivos de segurança exclusivamente mecânicos;

f) paralisação dos movimentos perigosos e demais riscos quando ocorrerem falhas ou situações anormais de trabalho.

(BRASIL, 2019, p. 10)

Os sistemas de segurança podem ser ampliados, ou seja, podem ser aplicadas outras diretrizes além das que constam nas Normas Regulamentadoras, em conformidade com as necessidades de empregadores e empregados, a fim de se promover e preservar a saúde.

RESUMINDO:

Vamos resumir o que aprendemos até agora? Estudamos a importância da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) como o órgão responsável pela normalização técnica em todo o país e basilar para as Normas Regulamentadoras de segurança. Também compreendemos a importância da delimitação das zonas de perigo, com o objetivo de se garantir uma maior segurança aos operadores durante a aplicação de malhas e a manipulação de máquinas e equipamentos nos ambientes industriais. A seguir, trabalharemos os dispositivos de parada e emergência. Continue conosco!

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Dispositivos de parada de emergência

INTRODUÇÃO:

Caro(a) aluno(a), estamos iniciando um dos capítulos mais importantes da NR-12 e que trata dos dispositivos de parada de emergência. Essa relevância se deve ao fato de que a segurança em todo o ambiente industrial só ocorrerá se o operador estiver extremamente preparado em relação às ações que deve tomar, dentro de padrões de segurança, para acionar o momento correto de parada de uma máquina, zelando pelo patrimônio físico da empresa e, sobretudo, pela segurança do operador. Muitos acidentes acontecem em pátios industriais devido à má preparação dos operadores quanto ao manuseio de máquinas, principalmente dos dispositivos que envolvem a sua parada de forma eficaz.

Quando nos movimentamos nos centros urbanos e, principalmente, quando estamos viajando de carro, há diversas placas de sinalização nos indicando informações e situações de alerta e perigo, não é mesmo?

Observe a figura a seguir: as informações e alertas quanto à segurança e à parada de máquinas também devem existir nos ambientes industriais:

Figura 5 – Informações e alertas

Fonte: Pixabay

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Já sabemos que a saúde e a segurança no trabalho são muito importantes. Para que haja a garantia desses elementos, as Normas Regulamentadoras apresentam diretrizes a serem seguidas e, sobretudo, informações necessárias para as práticas de trabalho. Nesse sentido, dedicaremos esse capítulo para a interpretação da NR-12 em relação aos dispositivos de parada de emergência.

Os dispositivos de parada de emergência fazem parte do item de número seis da NR-12, de acordo com o que é descrito na Portaria nº 916 de 30 de julho de 2019. Esse capítulo e itens da norma são muito importantes para o desenvolvimento de projetos industriais e para a segurança do operador de máquinas no desenvolvimento de seus trabalhos quando a produção estiver em operação.

IMPORTANTE:

Um termo bastante utilizado nas indústrias no momento em que há operações industriais é o de que a produção está

“rodando”, ou seja, que ela está acontecendo.

Os instrumentos de parada de emergência são utilizados para impedir que sejam realizados movimentos perigosos com o equipamento e que possam causar acidentes de trabalho. Dessa forma, o profissional deve estar preparado para interromper situações anormais que venham a ocorrer e coloquem em risco tanto a integridade física dos colaboradores quanto a estrutura do ambiente físico de trabalho, das próprias máquinas operadoras e das peças.

Observe a figura a seguir: ela é uma representação da importância das atividades realizadas pelos operadores que, muitas vezes, interagem com os diversos sistemas de máquinas. Essas atividades sempre devem ser realizadas com segurança:

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Figura 6 – Operador de máquinas

Fonte: Pixabay

A maioria dos acidentes de trabalho ocorre pela falta ou pela deficiência de algum material fundamental para a execução das tarefas diárias.

Acidentes, por definição, ocorrem de forma não programada e podem ser ocasionados pelo uso incorreto de máquinas, devido à negligência ou à falta de preparação técnica de um ou mais colaboradores. A ocorrência de acidentes provoca danos pessoais, materiais e administrativos.

Observe o quadro a seguir, que diferencia os acidentes dos danos, ambos maléficos tanto para a organização empresarial quanto para as pessoas:

Quadro 3 – Acidentes versus danos

Fonte: Elaborado pela autora.

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Ficou perceptível o quanto os acidentes e os danos são maléficos tanto para as empresas quanto para as pessoas que interagem com ela?

Diante disso, é de fundamental importância a realização de estudos que permeiam a saúde e a segurança do trabalho e suas respectivas leis e normas.

Nos ambientes industriais, a representação dos riscos por meio de sinais e de cores é de fundamental importância para a prevenção de acidentes. A sinalização de segurança é tratada pela NR-26 em conjunto com o Ministério do Trabalho, a fim de identificar as situações e as áreas de risco. Além disso, auxiliam a identificação dos equipamentos e dos botões para o acionamento da parada de emergência.

IMPORTANTE:

Informações mais detalhadas sobre as cores de segurança a serem utilizadas nos ambientes industriais podem ser consultadas na ABNT NBR 7195 - Cores; na ABNT NBR 13434 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico; e na ABNT NBR 7500 – Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais.

“As máquinas devem ser equipadas com um ou mais dispositivos de parada de emergência, por meio dos quais possam ser evitadas situações de perigo latentes e existentes” (BRASIL, 2019, p. 13). Em outras palavras, todas as máquinas devem ter, no mínimo, um dispositivo de parada de emergência para o acionamento, se necessário.

Além do mais, os botões de emergência devem ser diferentes dos botões de acionamento e de partida da máquina, pois os “dispositivos de parada de emergência não devem ser utilizados como dispositivos de partida ou de acionamento” (BRASIL, 2019, p. 13). Eles devem ser, preferencialmente, luminosos, para que informem a situação de perigo.

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Essa informação é muito importante para a equipe de engenharia de projetos e de treinamento e desenvolvimento de operadores de máquinas.

Observe a figura a seguir, que indica um botão luminoso. Nas indústrias, as cores mais utilizadas são azul, vermelho, amarelo e verde.

Figura 7 – Iluminação para o sistema de acionamento

Fonte: Pixabay

De acordo com a NR-26, o corpo de máquinas deve ser pintado de branco, preto ou verde.

IMPORTANTE:

Os dispositivos de parada de uma máquina devem se sobrepor a qualquer outra peça ou componente, visando à segurança. Eles não substituem os sistemas de segurança móveis ou fixos.

Instrumentos, tais como botões, cabos ou barras, também podem ser utilizados como mecanismos de acionamento de emergência em

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máquinas, desde que possam ser manuseados com segurança pelos operadores.

Assim como estudamos na unidade anterior, as normas podem se complementar, ou seja, um gestor de projetos pode utilizar quantas normas julgar necessário, a fim de garantir a segurança e o uso eficiente de máquinas. Nesse ínterim, a NBR 13759 é mais um exemplo, já que dispõe sobre a segurança de máquinas, os equipamentos de parada de emergência – no que tange aos aspectos funcionais – e os princípios para projeto. Seu objetivo é o de complementar a NR-12 em relação à segurança para máquinas e equipamentos.

Um operador deve estar muito atento às funções dos botões das máquinas com as quais trabalha. Empresas organizadas tecnicamente e comprometidas com a segurança investem em treinamentos contínuos acerca de todos os aspectos dos manuais das máquinas que fazem parte do seu processo industrial. O item 12.6.1.1 da NR-12 dispõe que os

“dispositivos de parada de emergência não devem ser utilizados como dispositivos de partida ou de acionamento” (BRASIL, 2019, p. 13). Em outras palavras, defende-se que as máquinas devem ter botões ou dispositivos diferentes para o funcionamento e a parada de emergência. Esse é mais um mecanismo de segurança nos processos industriais e, segundo Chiavenato (1999, p. 283), ”a decisão ocorre sempre que existem duas ou mais alternativas ou formas diferentes de se fazer algo”.

O esquema presente na figura a seguir representa a existência de diferenças entre um dispositivo de funcionamento e um de parada de emergência:

Figura 8 – Dispositivo de funcionamento versus dispositivo de parada de emergência

Fonte: Elaborado pela autora.

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Exemplos de outros dispositivos de parada de emergência: Para a detecção de sinais, também são utilizadas, nas indústrias, cortinas de luz de segurança, barreiras ópticas, botões de emergência e botões de acionamento bimanual. Já para a avaliação e o monitoramento dos sinais de segurança nas máquinas, são muito utilizados alguns materiais, tais como os relés. Por fim, para as operações de manobras de sistemas com segurança, são muito utilizados pelas indústrias os contadores e o disjuntor-motor.

Os sistemas de informação são cada vez mais utilizados nos ambientes industriais para a intercomunicação entre os setores sobre as situações de risco, principalmente. Em muitas empresas em que há um sistema automatizado de controle de segurança nas máquinas, são utilizadas cortinas de luz com um plano de operação interligado em cada máquina. Esse sistema favorece o manuseio dos operadores de máquinas em situações de risco, ao enviar um aviso de luz local ou ao encaminhar essa situação de risco para uma central de monitoramento da empresa.

Esse sistema é bastante utilizado nos setores de metal e mecânica.

A figura a seguir apresenta ilustrativamente um sistema interligado:

Figura 9 – Sistema interligado

Fonte: Pixabay

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A função da cortina de luz é a de detectar o movimento do operador, procedendo, se necessário, com o desarme da máquina.

Apesar da implementação de sistemas e de normas de segurança, a NR-12 não abrange todas as situações de máquinas industriais. Sobre a temática, a NR-12 não se aplica, nas situações de dispositivos de parada de emergência, às máquinas “autopropelidas” e às “máquinas e equipamentos nas quais o dispositivo de parada de emergência não possibilita a redução do risco” (BRASIL, 2019, p. 13).

Em relação às máquinas e aos equipamentos em que o dispositivo de emergência não permite uma diminuição de risco, ressalta-se o cuidado na avaliação do risco e o fato de que devem ser consideradas cautelosamente as situações particulares nos projetos. De acordo com a NR-12, as máquinas autopropelidas ou automotrizes são aquelas que possuem deslocamento terrestre, com sistema de propulsão próprio, carregam um ou mais motores e não precisam de tração humana ou animal para se locomoverem.

A NR-12 também define que os dispositivos de parada e emergência devem estar dispostos no ambiente industrial em um local de fácil visualização para o acionamento, inclusive, por pessoas terceiras ao processo, caso necessário. Imagine-se em uma situação de emergência em que o operador não possui espaço para manobrar e acionar os dispositivos necessários ou que haja obstáculos no caminho que o impeçam de agir corretamente em prol da segurança: a situação ficará grave, não é mesmo?

Nesse sentido:

Os dispositivos de parada de emergência devem ser posicionados em locais de fácil acesso e visualização pelos operadores em seus postos de trabalho e por outras pessoas, e mantidos permanentemente desobstruídos. (BRASIL, 2019, p. 13)

Portanto, os botões de acionamento de emergência devem estar em um local visível e de fácil acesso, preferencialmente, utilizando-se do

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estudo de cores para que a ação de parada das máquinas e equipamentos ocorra de forma rápida e segura.

RESUMINDO:

Vamos recapitular os estudos deste capítulo? Compreendemos que os dispositivos de parada de emergência são instrumentos de segurança imprescindíveis nos ambientes industriais. Eles devem estar em um local visível e de fácil acesso para o uso dos operadores tecnicamente qualificados.

Todavia, em situações de emergência, uma terceira pessoa que necessariamente não seja inerente ao processo industrial pode proceder com a ação de parada de máquinas, pois o objetivo principal desses mecanismos é o de que os acidentes de trabalho sejam evitados. A seguir, estudaremos os meios de acesso permanentes nos ambientes industriais. Continue conosco!

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Meios de acesso permanentes

INTRODUÇÃO:

Caro(a) aluno(a), você sabia que, para que um produto industrializado chegue até às suas mãos, é necessária uma execução segura de operadores para o manuseio de máquinas e equipamentos? Assim, os pontos de operação devem ter instrumentos de acesso, tais como rampas, escadas, degraus, plataformas, entre outros elementos devidamente fixados, a fim de facilitar a movimentação dos operadores para que os processos industriais ocorram de forma segura e eficiente.

A seguir, detalharemos essas regras em consonância com a NR-12. Iniciemos os nossos estudos!

Quando passamos em frente à uma indústria, é difícil imaginarmos quantos processos são realizados dentro dela, não é mesmo? Indústrias de pequeno, médio e grande porte são constituídas de ativos intelectuais – as pessoas – e de ativos imobilizados – as máquinas e os equipamentos.

No entanto, para que as operações e os processos que ocorrem sejam seguros, as Normas Regulamentadoras vem ao encontro das empresas e estipulam as diretrizes que devem ser seguidas, principalmente no que se refere aos meios de acesso permanentes.

Tal fato pode ser comprovado no item nº 1 do Anexo III da NR-12, que dispõe que:

As máquinas e equipamentos devem possuir acessos fixados e seguros a todos os seus pontos de operação, abastecimento, inserção de matérias-primas e retirada de produtos trabalhados, preparação, manutenção e intervenção constante. (BRASIL, 2019, p. 30)

Observe a figura a seguir e imagine tudo o que há dentro de um ambiente industrial:

(31)

Figura 10 – Indústria

Fonte: Pixabay

Você sabe o que são os acessos permanentes? Segundo a NR-12, são:

Elevadores.

Rampas.

Passarelas.

Plataformas ou escadas.

Escadas com degraus.

Para proporcionar um ambiente de produção mais seguro, as áreas de acesso aos arranjos físicos industriais devem ter mecanismos fixos de segurança, proporcionando apoio para o deslocamento de pessoas, máquinas e equipamentos industriais, de forma que as operações industriais sejam ainda mais produtivas e seguras.

Além disso, sempre que necessário, os meios de acesso devem ter a delimitação de áreas com faixas pintadas de acordo com a NBR 7195, visando uma maior segurança e a prevenção de acidentes de trabalho.

Observe o quadro a seguir:

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Quadro 4 – Cores de segurança

Fonte: ABNT, 1995 (Adaptado)

É válido ressaltar que a “indicação dos riscos por meio de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes”

(ABNT, 1995, p. 1). Além do mais, para cada uma das cores apresentadas no quadro, podem ser aplicadas cores de contraste, a fim de “se melhorar a visibilidade da sinalização” (ABNT, 1995, p. 3).

Quadro 5 – Cores de contraste

Fonte: ABNT, 1995 (Adaptado).

“As cores de contraste também podem ser usadas na forma de listas ou quadrados, para destacar a visibilidade, porém a sua área não pode ultrapassar 50% da área total” (ABNT, 1995, p. 3).

No desenvolvimento de projetos industriais, a delimitação do espaço de máquinas e a construção de meios de acesso permanentes

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devem ser planejadas, a fim de proporcionar a movimentação de materiais (como as matérias-primas), de produtos desenvolvidos no ambiente, de colaboradores, de máquinas e de equipamentos.

A NR-12 estípula que:

As passarelas, plataformas, rampas e escadas de degraus devem propiciar condições seguras de trabalho, circulação, movimentação e manuseio de materiais e:

a) ser dimensionadas, construídas e fixadas de modo seguro e resistente, de forma a suportar os esforços solicitantes e movimentação segura do trabalhador;

b) ter pisos e degraus constituídos de materiais ou revestimentos antiderrapantes;

c) ser mantidas desobstruídas;

d) ser localizadas e instaladas de modo a prevenir riscos de queda, escorregamento, tropeçamento e dispêndio excessivo de esforços físicos pelos trabalhadores ao utilizá-las. (BRASIL, 2019, p. 31)

Em muitos ambientes de trabalho, os riscos de acidentes são decorrentes das falhas de projetos que envolvem a alocação incorreta de máquinas e equipamentos. Além disso, pode haver a aplicação incorreta ou até mesmo a inexistência de meios de acesso permanentes.

IMPORTANTE:

Os materiais para a construção dos meios de acesso permanentes devem ser de boa qualidade. Se forem utilizadas madeiras, o material não pode apresentar nós ou quaisquer tipos de rachadura que comprometam a resistência dos meios de acesso, assim como é preconizado:

A madeira a ser usada para construção de escadas, rampas e passarelas deve ser de boa qualidade, sem apresentar nós

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e rachaduras que comprometam sua resistência, estar seca, sendo proibido o uso de pintura que encubra imperfeições.

(BRASIL, 2020, p. 40)

Observe a figura a seguir: os projetos industriais devem ser desenvolvidos com foco na saúde e na segurança do trabalho:

Figura 11 – Projetos industriais

Fonte: Pixabay

E as áreas de circulação, como ficam? O item 12.2.1 da NR-12 estabelece que, nos “ locais de instalação de máquinas e equipamentos, as áreas de circulação devem ser devidamente demarcadas em conformidade com as normas técnicas oficiais” (BRASIL, 2019, p. 4).

Para proporcionar um ambiente seguro, as organizações podem utilizar instrumentos móveis de demarcação, tais como cones, balizas, cintas, sistemas de placas, guarda corpo, entre outros sistemas de segurança. Esses instrumentos, na maioria das vezes, têm aplicação transitória, ou seja, visam suprir uma necessidade momentânea de interdição de área por situação de perigo, manutenção, carga e descarga.

Pisos defeituosos são exemplos de condições inseguras no ambiente de trabalho.

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Em relação às rampas, escadas e passarelas, elas devem seguir as diretrizes da NR-18, que defende as condições e o meio ambiente de trabalho. Assim, essa norma objetiva a implementação de medidas de segurança por sistemas preventivos com base nos projetos de arranjo físico industrial voltados à construção civil.

As escadas, nos ambientes industriais, devem ser estrategicamente planejadas em consonância com as Normas Regulamentadoras vigentes, a fim de proporcionar segurança aos operadores de produção e aos demais usuários. Observe a figura a seguir:

Figura 12 – Escadas

Fonte: Pixabay

Para proporcionar maior segurança, podem ser aplicadas telas de segurança entre os vãos das escadas.

As escadas e as rampas de uso coletivo, de acordo com a NR- 18, além de serem construídas com materiais sólidos, devem possuir corrimões e rodapés, proporcionando maior apoio e segurança ao deslocamento dos colaboradores, principalmente em situações de desequilíbrio físico. Para cada lance de 9,00 m de escada, deve haver um patamar intermediário para descanso do operador, o qual também deve ser protegido por guarda corpo e rodapé.

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Não só, mas, de acordo com a NR-18:

Havendo a necessidade de transposição de pisos nos ambientes industriais com diferença de nível superior a 0,40 m, deve haver escadas e rampas adequadas.

Havendo a necessidade de construção de rampas provisórias, elas devem ser fixadas no piso com uma inclinação não superior a 30º.

Sobre a temática, a NR-12 sustenta que:

As rampas com inclinação entre 10º (dez) e 20º (vinte) graus em relação ao plano horizontal devem possuir peças transversais horizontais fixadas de modo seguro, para impedir escorregamento, distanciadas entre si 0,40 m (quarenta centímetros) em toda sua extensão quando o piso não for antiderrapante. (BRASIL, 2019, p. 122)

A figura a seguir exemplifica a necessidade de cálculos para a construção de rampas e escadas nos ambientes de trabalho, a fim de se obter uma maior segurança aos usuários e operadores dos ambientes.

Figura 13 – Cálculos das inclinações

Fonte: Pixabay

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Quanto às proibições na construção de rampas, a NR-12 defende que é “proibida a construção de rampas com inclinação superior a 20º (vinte) graus em relação ao piso” (BRASIL, 2019, p. 32).

Quanto maior for a inclinação das rampas, maior será o grau de dificuldade do operador em locomover materiais. Por outro lado, quanto menor for o ângulo de inclinação, a rampa se torna mais comprida.

Portanto, assim como cada máquina e cada equipamento possui as suas características técnicas específicas, o arranjo físico deve dispor de elementos fixos de apoio, ou seja, de acesso permanente, proporcionando maior segurança ao operador e às pessoas que estão próximas aos locais de trabalho.

RESUMINDO:

Neste capítulo, estudamos a importância dos projetos industriais que contemplam os meios de acesso permanente distribuídos como pontos de apoio aos operadores de máquinas e de equipamentos no arranjo industrial. A seguir, conheceremos ainda mais os componentes pressurizados.

Continue conosco!

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Componentes pressurizados

INTRODUÇÃO:

Caro(a) aluno(a), você sabia que, nos ambientes industriais, muitas máquinas utilizadas nos diversos processos possuem componentes pressurizados, tais como mangueiras, tubulações e ambientes de pressão, os quais devem ser minuciosamente tratados desde os projetos até as ações de manutenção corretiva e preventiva, pois os riscos de acidentes de trabalho são iminentes? Isso mesmo! Diante disso, a NR-12 trata especificamente desse assunto. Conheçamos!

Todos nós queremos trabalhar com segurança, não é mesmo?

Almejamos constantemente sair de casa e voltar “sãos e salvos”, assim como diz o ditado popular, ou seja, seguros. Para isso, no Brasil, o Ministério do Trabalho se preocupa com a temática e determina que as Normas Regulamentadoras apresentem definições e orientações a serem tratadas com prioridade pelas empresas para a promoção da segurança do trabalho. Nos ambientes industriais, os componentes pressurizados são tratados especificamente pelo item de nº 7 da NR-12.

Você sabe o que exatamente os componentes pressurizados abrangem? Eles compõem os equipamentos e as tubulações que, em solo, trabalham com uma pressão diferente da pressão atmosférica.

Diversas máquinas industriais utilizam esses componentes, entre elas, podemos citar os compressores de ar, os sistemas de água pressurizada, a prensa enfardadeira (utilizada para a compactação de papel, plásticos, ferro e metais) e os sistemas de vácuo e ar comprimido (utilizados em hospitais).

A figura a seguir representa um compressor de ar. No mercado industrial, existem vários modelos comercializados de acordo com a necessidade de aplicação técnica:

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Figura 14 – Compressor de ar

Fonte: Pixabay

Devido ao grau de risco, todas as máquinas que possuem componentes pressurizados devem seguir o item de nº 7 da NR-12.

Lembre-se de que risco é tudo aquilo que pode causar um acidente. Ainda que haja riscos ocultos, na maioria das situações, os riscos são visíveis e podem ser facilmente resolvidos. Em outras palavras, a segurança deve estar acima de tudo e, para isso, as empresas devem agir de forma preventiva.

Festi (2003, p. 76) explica que a “prevenção é uma ação de evitar ou diminuir os riscos profissionais através de um conjunto de medidas tomadas no licenciamento e em todas as fases de atividade do estabelecimento ou do serviço”.

São considerados componentes pressurizados, as mangueiras, as tubulações, os reservatórios hidráulicos e pneumáticos.

Todavia, é importante ressaltar que, quando são desenvolvidos projetos de máquinas, devem ser adotadas medidas de segurança principalmente relativas às mangueiras e aos demais materiais que constituem a máquina, visando à saúde e à segurança do trabalhador.

Nesse sentido, uma estratégia bastante utilizada pelos engenheiros de segurança e projetos é o uso de molas de proteção para as mangueiras.

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Alguns modelos são constituídos de tecido, a fim de diminuir a abrasão por contato com materiais que entrem em contato com as mangueiras.

Também são bastante utilizados os sistemas de proteção contra o chicoteamento de mangueiras por meio de malhas de aço. Em alguns casos, a mangueira se mantém fixada por parafusos em algum tipo de base fixa, visando uma maior segurança.

Observe a figura a seguir, que ilustra as mangueiras de uso industrial em máquinas e equipamentos:

Figura 15 – Mangueiras industriais

Fonte: Pixabay

O item 12.7.2 da NR-12 dispõe que:

As mangueiras, tubulações e demais componentes pressurizados devem ser localizados ou protegidos de tal forma que uma situação de ruptura destes componentes e vazamentos de fluidos não possa ocasionar acidentes de trabalho. (BRASIL, 2019, p. 15)

Entende-se por acidente de trabalho “o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho pelos segurados” e provoca “lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda ou ainda redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho” (PIZA, 1997, p. 7).

Vale ressaltar que todos os componentes adicionais de segurança utilizados em mangueiras visam impedir o seu rompimento, pois, uma

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vez liberado os materiais que passam pelas mangueiras, pode haver contaminações químicas dos operadores e o consequente acidente de trabalho. Também pode ocorrer uma explosão do material, colocando em risco a estrutura física da empresa. A figura a seguir remete a uma explosão:

IMPORTANTE:

O uso de pressão inadequada em mangueiras pode ocasionar explosões no ambiente industrial, gerando acidentes de trabalho. Uma situação hipotética é a de que os operadores podem ser lançados ao chão, devido ao impacto da explosão, assim como também pode ocorrer a quebra de vidros e demais avarias dos materiais de trabalho, além de danos na estrutura física.

Ainda que as Normas Regulamentadoras objetivem inicialmente a educação dos colaboradores, muitos deles praticam atos inseguros. O Ministério do Trabalho entende o ato inseguro como a ação consciente ou inconsciente da pessoa física ou até mesmo jurídica que expõe a si mesmo e as demais pessoas ao seu entorno a situações de risco, além de poder danificar o ambiente de trabalho, máquinas e equipamentos.

Nos ambientes industriais é bastante recorrente os atos imprudentes dos operadores de produção, os quais, muitas vezes, utilizam o dedo de uma das mãos para controlar a vazão de ar que sai das máquinas. Esse ato é extremamente perigoso, pois pode causar lesões na pele, rupturas e até mesmo amputações, devido à pressão gerada pelo equipamento.

Outro ato inseguro que ocasiona muitos acidentes de trabalho é o uso de ar comprimido para a limpeza do uniforme.

Recomenda-se que o gestor industrial encaminhe os colaboradores que praticam tais atos inseguros aos programas de reciclagem em segurança, em conformidade com as Normas Regulamentadoras.

Lembre-se de que os atos inseguros, tais como os citados, são passíveis

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de aplicação de advertência disciplinar por escrito ao colaborador e podem, inclusive, ocasionar a demissão.

O item 12.7.3 da NR-12 também defende que “as mangueiras utilizadas nos sistemas pressurizados devem possuir indicação da pressão máxima de trabalho admissível especificada pelo fabricante” (BRASIL, 2019, p. 15). Desse modo, todas as mangueiras que serão utilizadas nas máquinas devem ter a especificação da pressão máxima admitida para a execução de trabalho. Essas informações mudam de acordo com o fabricante e a empresa que está utilizando esses materiais deve estar atenta ao cumprimento das normativas, garantindo a segurança do ambiente de trabalho.

Caso o excedente de pressão nas mangueiras, as máquinas devem ter dispositivos ou mecanismos que acionem o desligamento. Sendo assim:

Os sistemas pressurizados das máquinas devem possuir meios ou dispositivos destinados a garantir que:

a) a pressão máxima de trabalho admissível nos circuitos não possa ser excedida;

b) quedas de pressão progressivas ou bruscas e perdas de vácuo não possam gerar perigo. (BRASIL, 2019, p. 15)

IMPORTANTE:

Cada tipo de mangueira industrial possui uma aplicação específica. As informações devem ser repassadas pelo fabricante e a sua aplicação deve ser monitorada pela empresa que usa esse material. A não aplicação de especificação de pressão no corpo das mangueiras é passível de fiscalização, multa e advertência legal.

A NR-12 trata especificamente das situações de segurança em relação ao uso de fontes de energia utilizadas pela máquina e no uso de

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produtos químicos. Leia o que os itens 12.7.5 e 12.7.6 da referida norma preconizam:

Quando as fontes de energia da máquina forem isoladas, a pressão residual dos reservatórios e de depósitos similares, como os acumuladores hidropneumáticos, não pode gerar risco de acidentes. (BRASIL, 2019, p. 15)

Os recipientes contendo gases comprimidos utilizados em máquinas e equipamentos devem permanecer em perfeito estado de conservação e funcionamento e ser armazenados em depósitos bem ventilados, protegidos contra quedas, calor e impactos acidentais. (BRASIL, 2019, p. 15)

Sugere-se a utilização de uma ficha de informação técnica para o uso de produtos químicos, a fim de se obter uma manipulação mais segura do ambiente de armazenagem.

Além disso, é recomendável o uso de cores para comunicar os operadores quanto aos riscos dos ambientes, máquinas e equipamentos de trabalho, objetivando minimizar as possibilidades de acidentes. Nas atividades de montagem e desmontagem de pneumáticos das rodas das máquinas e equipamentos não estacionários que ofereçam riscos de acidentes, devem ser observadas as seguintes condições:

a) os pneumáticos devem ser completamente despressurizados, removendo o núcleo da válvula de calibragem antes da desmontagem e de qualquer intervenção que possa acarretar acidentes; e

b) o enchimento de pneumáticos só poderá ser executado dentro de dispositivo de clausura ou gaiola adequadamente dimensionada, até que seja alcançada uma pressão suficiente para forçar o talão sobre o aro e criar uma vedação pneumática.

(BRASIL, 2019, p. 15)

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Exemplo: Uma central de gás GLP deve, além de ser construída com paredes de concreto, possuir: muros de divisa, local específico para extintores, aberturas laterais junto ao piso e ao teto, placas de sinalização advertindo sobre o risco de produtos inflamáveis e de proibido fumar, além de outras estruturas que o gestor de riscos julgar necessário. Nas roletadeiras de pneus, as quais têm a função de unir uma banda pré- moldada à carcaça de um pneu, são utilizadas placas e pedais de controle como mecanismos de segurança para o operador, de forma a evitar a ruptura de materiais.

Observe as especificações de força e de pressão para ressaltar a segurança aos operadores de máquina e demais pessoas que interagem com o ambiente:

Para fins de aplicação desta NR, consideram-se seguras, não suficientes para provocar danos à integridade física dos trabalhadores, a limitação da força das partes móveis até 150 N (cento e cinquenta Newtons), da pressão de contato até 50 N/cm2 (cinquenta Newtons por centímetro quadrado) e da energia até 10 J (dez Joules), exceto nos casos em que haja previsão de outros valores em normas técnicas oficiais específicas. (BRASIL, 2019, p. 15)

A NBR ISO 4414 trata da transmissão pneumática de potência: regras gerais e requisitos de segurança para sistemas e seus componentes.

Por fim:

Em sistemas pneumáticos e hidráulicos que utilizam dois ou mais estágios com diferentes pressões como medida de proteção, a força exercida no percurso inicial ou circuito de segurança - aproximação -, a pressão de contato e a energia devem respeitar os limites estabelecidos no subitem 12.7.8, exceto nos casos em que haja previsão de outros valores em normas técnicas oficiais específicas. (BRASIL, 2019, p. 15)

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RESUMINDO:

Gostou do que lhe apresentamos neste capítulo? Foram muitas informações técnicas, não é mesmo? Abordamos o tema “componentes pressurizados”, o qual é muito utilizado nas indústrias e nos ambientes hospitalares. Além disso, contatamos que os aspectos de segurança das máquinas e de equipamentos que possuem mecanismos de pressurização devem obrigatoriamente seguir as normas de manuseio e segurança da NR-12, pois um vazamento de material que passa por uma mangueira, por exemplo, pode causar danos graves ao operador durante a execução do seu trabalho.

Caso haja dúvidas, não deixe de retomar o seu material e, principalmente, de consultar a legislação, especificamente a NR-12. Lembre-se de que as normas são passíveis de mudanças legais para o melhor atendimento dos aspectos de segurança. Nos revemos na Unidade III!

Quer se aprofundar na temática trabalhada? Recomendamos o acesso às seguintes fontes de consulta e aprofundamento:

Assista ao vídeo: “Prensa enfardadeira Ability Modelo PAV 250”. Nele, você poderá visualizar a operação de uma prensa enfardadeira.

Disponível em: https://bit.ly/3dRGe5d.

Assista ao vídeo: “Portal SMS – Segurança, Meio ambiente e Saúde”. Nele, você saberá os números mais recentes de acidentes de trabalho no Brasil, com base no ano de 2019.

O material também apresenta um estudo sobre as séries históricas de acidentes de trabalho das últimas cinco décadas.

Disponível em: https://bit.ly/3jvi0iI.

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RESUMINDO (continuação):

Leia o artigo: “A evolução da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil: Dedini e Romi entre 1920 e 1960”.

Nesse material, você analisará a evolução das máquinas e dos equipamentos no Brasil com base no desenvolvimento de duas grandes indústrias: Dedini e Romi, as quais iniciaram as suas atividades produtivas como pequenas oficinas.

Disponível em: https://bit.ly/2TjIWqL.

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REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7195. Cores para segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 1995.

BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Portaria nº 916, de 30 de julho de 2019. Altera a redação da Norma Regulamentadora nº 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 16, 31 jul.

2019.

BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Portaria nº 3.733, de 10 de fevereiro de 2020. Aprova a nova redação da Norma Regulamentadora nº 18 - Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 21, 11 fev. 2020.

CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

FESTI, A. V. Melhorando a Atividade. Revista Proteção, ano 17, dez.

2003.

MARSON, M. D. A evolução da indústria de máquinas equipamentos no Brasil: Dedini e Romi, entre 1920 e 1960. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 24, n. 3, p. 685-710, 2014.

PIZA, F. de T. Informações básicas sobre saúde e segurança no trabalho. São Paulo: CIPA, 1997.

PRENSA ENFARDADEIRA ABILITY MODELO PAV 250. [S.l.: s.n.], 2017.

1 vídeo (1 min). Publicado pelo canal Wilson Ability. Disponível em: https://

www.youtube.com/watch?reload=9&v=6yDyIempfZI. Acesso em: 11 out.

2020.

ÚLTIMAS ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL E NOS SEUS ESTADOS. [S.l.: s.n.], 2019. 1 vídeo (11 min). Publicado pelo canal Portal SMS. Disponível em: https://www.youtube.com/

watch?v=JYk5EISLjrY. Acesso em: 11 out. 2020.

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Daniele Melo de Oliveira

equipamentos

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