• Nenhum resultado encontrado

A divergˆ encia e o rotacional de B

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "A divergˆ encia e o rotacional de B"

Copied!
22
0
0

Texto

(1)

NH2802–Fundamentos da Eletrodinˆ amica

Prof. Jos´e Kenichi Mizukoshi

Aula 4 (vers˜ao 20/11/2013)

(2)

A divergˆ encia e o rotacional de B

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

(3)

Aplica¸ c˜ oes da lei de Amp` ere

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

A forma diferencial da lei de Amp`ere ´e dada pela equa¸c˜ao

∇ × B = µ0J

Por outro lado, a forma integral ´e I

B · dl = µ0Iinc

Qual o sentido que se deve percorrer a espira am- periana e qual a conven¸c˜ao para a corrente posi- tiva?

Espira amperiana

Superf´ıcie

Conven¸c˜ao: utiliza-se a regra da m˜ao direita; se os quatro dedos da

m˜ao direita indicarem o sentido a ser percorrido na espira amperiana, o polegar indica o sentido da corrente positiva.

Conforme visto, o Teorema de Stokes leva uma das equa¸c˜oes acima `a outra.

(4)

Aplica¸ c˜ oes da lei de Amp` ere

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Aula 4 4 / 22

Ex. 1 Encontre o campo magn´etico de uma superf´ıcie infinita com densidade de corrente uniforme K = Kxˆ fluindo no plano xy, conforme mostra a figura ao lado.

Solu¸c˜ao Para se aplicar a lei de Amp`ere, ´e preciso

conhecer previamente a dire¸c˜ao e o sentido de B. Espiraamperiana

Folha de corrente

Para encontrar a dire¸c˜ao e o sentido de B, vamos imaginar que a corrente superficial seja formada por um n´umero muito grande de fios dispostos em paralelo, conduzindo correntes el´etricas iguais.

Na figura ao lado, ilustramos os campos magn´eticos dos fios 1, 2 e 3 no ponto P. Ob- serve que a componente z do campo magn´etico gerado pelo fio 1 cancela a do fio 2, de forma que a resultante est´a na dire¸c˜ao y, apontando para `a esquerda nos pontos acima do plano e para `a di- reita abaixo do plano.

P

Planoxy

1 2 3

B2

B3

B1

(5)

Aplica¸ c˜ oes da lei de Amp` ere

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Como o plano ´e infinito, o campo magn´etico horizontal, na dire¸c˜ao y dever´a ser constante. Sendo assim, escolhemos como espira amperiana um retˆangulo de largura l e altuta h no plano yz. Pela lei de Amp`ere,

I

B · dl = µ0Iinc onde H

´e dividido em quatro trechos: dois na dire¸c˜ao y e dois na dire¸c˜ao z.

Na dire¸c˜ao z, a integral d´a zero, pois B ⊥ dl, enquanto que na dire¸c˜ao y, cada lado d´a R

B · dl = Bl. Por outro lado, Iinc =

Z

Kdl = Kl

Temos portanto que

B =

µ0K/2 ˆy (z < 0)

−µ0K/2 ˆy (z > 0)

(6)

Aplica¸ c˜ oes da lei de Amp` ere

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Aula 4 6 / 22

Ex. 2 Uma bobina toroidal consiste de um anel circular, ou donut, envolto por um fio longo. O enrolamento ´e uniforme e apertado o suficiente de tal forma que cada volta possa ser considerada como uma espira. Calcule o campo magn´etico em toda a regi˜ao do espa¸co.

Solu¸c˜ao Para aplicar a lei de Amp`ere, ´e preciso primeiro encontrar as linhas de campo geradas pelo tor´oide.

Vamos utilizar a lei de Biot-Savart para mostrar que as linhas de campo s˜ao circulares, tanto dentro como fora da bobina. Pode-se mostrar que a forma da se¸c˜ao transversal n˜ao ´e importante. Na figura acima, mostramos uma se¸c˜ao transversal retangular.

(7)

Aplica¸ c˜ oes da lei de Amp` ere

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

De acordo com a lei de Biot-Savart, o campo magn´etico devido ao elemento de corrente em r ´e

dB = µ0

I × (r − r)

|r − r|3 dl

Por simplicidade, vamos tomar r no plano xz, tal que r = x xˆ + z ˆz, enquanto que

r = s cos φ xˆ + s senφ yˆ + z ˆz

rr

Logo,

r − r = (x − s cosφ) ˆx − s sen φ yˆ + (z − z) ˆz

Observe que a corrente na espira em roxo n˜ao possui componente na dire¸c˜ao de φ: I = Is ˆs + Iz zˆ, que em coordenadas cartesianas,

I = Is cos φ + Is senφ yˆ + Iz ˆz

(8)

Aplica¸ c˜ oes da lei de Amp` ere

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Aula 4 8 / 22

Temos portanto que

I × (r − r) = [ sen φ(Is(z − z) + sIz)] ˆx

+ [Iz(x − s cosφ) − Is cosφ(z − z)] ˆy + [−Isxsen φ] ˆz

Para um ponto r′′ simetricamente aposto a r, com φ′′ = −φ, o elemento de corrente produz um campo magn´etico cuja dire¸c˜ao e sentido s˜ao dados por I × (r − r′′), que ´e igual ao lado direito da Eq. acima, s´o que com

senφ → − senφ.

Conclus˜ao: somando as duas contribui¸c˜oes infinitesimais, as componentes resultantes nas dire¸c˜oes xˆ e ˆz se cancelam. Nesta posi¸c˜ao r, o campo vai

apontar na dire¸c˜ao yˆ. Para r qualquer, o campo vai apontar na dire¸c˜ao φ, ouˆ seja, o campo ´e circular, com o seu m´odulo sendo constante.

(9)

Aplica¸ c˜ oes da lei de Amp` ere

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Sabendo-se que o campo ´e circular, tanto fora como dentro da bobina, escolhemos como espira amperiana um c´ırculo de raio s, em torno do seu eixo. Assim, a lei de Amp`ere fica (lembrando que B ´e constante)

I

B · dl

| {z }

= Bdl

= B I

dl = B2πs = µ0Iinc

Se a espira amperiana estiver no interior do tor´oide, Iinc = N I, onde N

´e o n´umero de espiras (voltas). Caso contr´ario, Iinc = 0.

Portanto,

B =





µ0N I

2πs φ,ˆ no interior da bobina 0, fora da bobina

(10)

Potencial Vetor Magn´ etico

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

(11)

O potencial vetor

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Na eletrost´atica, ∇ × E = 0 e pelo fato de que para qualquer fun¸c˜ao f,

∇ × (∇f) = 0, podemos introduzir o potencial escalar, V , tal que E = −∇V

Conforme visto, a lei de Gauss para o magnetismo ´e dada por ∇ · B = 0

(Aula 3, p´ag. 22). Como para qualquer vetor A, ∇ ·(∇ × A), introduzimos o potencial vetor A na magnetost´atica, de forma que

B = ∇ × A

Em termos do potencial escalar, a lei de Amp`ere fica

∇ × B = ∇ × (∇ × A) = ∇(∇ · A) − ∇2A = µ0J

onde utilizamos a identidade vetorial ∇ × (∇ × A) = ∇(∇ · A) − ∇2A.

(12)

O potencial vetor

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Aula 4 12 / 22

Observa-se que o potencial escalar n˜ao ´e univocamente determinado. De fato, ao inv´es do potencial original V0, se tivermos V = V0 + α,

E = −∇V = −∇V0 − ∇α,

a quantidade f´ısica E n˜ao ´e alterada se α for escolhida tal que ∇α = 0.

De forma an´aloga, ser´a que temos a liberdade em tomar ∇ · A = 0 sem alterar o campo f´ısico B?

Vamos supor que ao campo vetorial original A0 possamos adicionar um termo ∇λ. Neste caso,

∇ · A = ∇ · A0 + ∇2λ.

Para que ∇ · A = 0, a fun¸c˜ao λ deve satisfazer a equa¸c˜ao

2λ = −∇ · A0

que ´e a equa¸c˜ao de Poisson.

(13)

O potencial vetor

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

A equa¸c˜ao acima ´e matematicamente an´aloga `a equa¸c˜ao de Poisson na eletrost´atica:

2V = −ρ/ǫ0

cuja “solu¸c˜ao”, quando ρ vai a zero no infinito, ´e da forma

V = 1 4πǫ0

Z ρ

|r − r| dτ

De forma an´aloga, se ∇ · A0 → 0 no infinito, λ = 1

Z ∇ · A0

|r − r| dτ

Como na eletrost´atica, quando se tem uma distribui¸c˜ao de cargas e.g.

num fio infinito e ainda assim conseguimos definir V , ∇ · A0 → 0 no infinito n˜ao ´e um requisito fundamental.

(14)

O potencial vetor

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Aula 4 14 / 22

Com a imposi¸c˜ao ∇ · A = 0, a lei de Amp`ere se torna

2A = −µ0J

Ou seja, cada componente do campo vetorial A obedece a equa¸c˜ao de Poisson.

Assumindo-se que J vai a zero no infinito, a solu¸c˜ao ´e dada por

A = 1 4πǫ0

Z J(r)

|r − r| dτ

Para correntes linear e de superf´ıcie, temos

A = µ0

Z I(r)

|r − r| dl e A = µ0

Z K(r)

|r − r| da, respectivamente.

(15)

O potencial vetor – exemplos

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Ex. 3 Uma casca esf´erica de raio R, carregada com uma densidade de carga σ uniforme, ´e colocada para girar com velocidade angular ω. Encontre o potencial vetor que ela produz no ponto r, mostrado na figura ao lado.

Solu¸c˜ao Primeiramente, vamos estabelecer o sistema de coorde- nadas. Seria natural escolher o eixo polar (z) com ω. No entanto, a integra¸c˜ao ser´a mais f´acil se o eixo z estiver alinhado com r e ω estiver no plano xz, conforme mostra a figura abaixo.

|rr|

Como se trata de uma distribui¸c˜ao superficial de cargas, o potencial vetor ´e dado por

A(r) = µ0

Z K(r)

|r − r| da onde K = σv, |r − r| = √

R2 + r2 − 2Rr cosθ e da = R2 sen θ.

(16)

O potencial vetor – exemplos

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Aula 4 16 / 22

A velocidade do ponto r ´e dada por v = ω × r, onde ω = ω[sen ψ xˆ + cosψ ˆz]

r = R[ senθ cosφ xˆ + sen θ senφyˆ + cosθ ˆz] Portanto,

v = Rω[−(cosψ sen θ senφ) ˆx + (cos ψ senθ cos φ − senψ cos θ) ˆy + ( sen ψ senθ sen φ) ˆz]

Para obter A, verifica-se que o ´unico termo do integrando dependente de φ vem de v. Observando que

Z 2π 0

senφ =

Z 2π 0

cosφ = 0,

o ´unico termo de v que sobrevive `a integra¸c˜ao ´e o segundo termo da componente y.

(17)

O potencial vetor – exemplos

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Obtemos, assim A(r) = −µ0

4πσR2 sen ψ

Z π

0

cos θ sen θ

√R2 + r2 − 2Rr cos θ

| {z }

I

Z 2π

0

A integral I pode ser calculada fazendo-se w ≡ cos θ. Segue que dw = −senθ e portanto,

I =

Z −1

1

−w

√R2 + r2 − 2Rrw dw = −R2 + r2 + Rrw 3R2r2

pR2 + r2 − 2Rrw

1

−1

= − 1 3R2r2

h(R2 + r2 + Rr)|R − r| − (R2 + r2 − Rr)(R + r)i

onde utilizamos a integra¸c˜ao por partes para resolver a integral.

Se r < R (ponto dentro da esfera), I = 2r/3R2, enquanto que para r > R (ponto fora da esfera), I = 2R/3r2.

(18)

O potencial vetor – exemplos

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Aula 4 18 / 22

Observe que

ω × r = −ωr senψ yˆ Logo,

A(r) =





µ0

3 (ω × r) (r < R) µ0R4σ

3r3 (ω × r) (r > R)

Para uma rota¸c˜ao em torno do eixo z (primeira figura da P´ag. 15), ω = ω ˆz e r ´e fun¸c˜ao de r, θ e φ. O potencial vetor fica

A(r, θ, φ) =





µ0Rωσ

3 r senθ φˆ (r < R) µ0R4ωσ

3

senθ

r2 φˆ (r > R)

(19)

O potencial vetor – exemplos

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Lembrando que em coordenadas esf´ericas o rotacional de A ´e

∇ × A = 1 r sen θ

∂θ(sen θAφ) − ∂Aθ

∂φ

ˆr + 1 r

1 senθ

∂Ar

∂φ − ∂

∂r(rAφ)

θ+ˆ + 1

r

∂r(rAθ) − ∂Ar

∂θ

φˆ,

o campo magn´etico em toda a regi˜ao do espa¸co ´e

B =





0Rωσ

3 (cosθ ˆr − sen θ θˆ) (r < R) µ0R4ωσ

3

1

r3(2 cosθ ˆr + senθ θˆ) (r > R)

Em particular, lembrando que θˆ = ∂ˆr/∂θ, (cosθ ˆr − senθ θ) = ˆˆ z = ˆω, o campo magn´etico no interior da esfera ´e B = 2µ0σRω/3 e portanto

uniforme.

(20)

O potencial vetor – exemplos

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Aula 4 20 / 22

Ex. 4 Encontre o potencial vetor de um solen´oide com n voltas por unidade de comprimento, raio R e corrente I.

Solu¸c˜ao Como a corrente se estende at´e o infinito, n˜ao podemos usar a pen´ultima Eq. da P´ag. 14. ´E preciso um outro meio para encontramos o potencial vetor do sistema.

Note que

I

C

A · dl = Z

(∇ × A) · da = Z

S

B · da = ΦB,

onde ΦB ´e o fluxo do campo magn´etico atrav´es de uma superf´ıcie aberta S delimitada pelo caminho C. Observe a similaridade de H

C A · dl = ΦB, com a forma integral da lei de Amp`ere.

Com a observa¸c˜ao acima e sabendo que o campo magn´etico no interior do solen´oide possui m´odulo B = µ0nI e dire¸c˜ao longitudinal, enquanto que fora

´e zero, podemos inferir que o potencial vetor ´e circular.

(21)

O potencial vetor – exemplos

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

A figura ao lado mostra o solen´oide visto de cima. Para s < R (interior do solen´oide), temos que

I

C

A · dl = A(2πs) = Z

S

B · da = µ0nI(πs2) Portanto,

A = µ0nI

2 s φˆ

I

B

R

A

dl

espira amperianaC s

Para s > R, a integral de linha continua sendo A(2πs), enquanto que o fluxo d´a µ0nI(πR2), j´a que o campo magn´etico fora do solen´oide ´e zero. Logo,

A = µ0nI 2

R2 s φˆ

Pode-se mostrar que ∇ × A produz corretamente B e que ∇ · A = 0 (utilize o rotacional e o divergente em coordenadas cil´ındricas).

(22)

Referˆ encias

A divergˆencia e o rotacional de B Potencial Vetor Magn´etico

Aula 4 22 / 22

David J. Griffiths, Introduction to Electrodynamics, Third Edition, Prentice Hall, 1999.

Referências

Documentos relacionados

[r]

5)Ligar o plugue na tomada elétrica. O café deverá parar de escorrer da cafeteira automaticamente. Mas o tempo para esta operação não poderá exceder 30 segundos. Atenção:

Como irá trabalhar com JavaServer Faces voltado para um container compatível com a tecnologia Java EE 5, você deverá baixar a versão JSF 1.2, a utilizada nesse tutorial.. Ao baixar

Com o objetivo de compreender como se efetivou a participação das educadoras - Maria Zuíla e Silva Moraes; Minerva Diaz de Sá Barreto - na criação dos diversos

Para tanto, o IASB exige que sejam divulgadas as seguintes variações nos passivos decorrentes de atividades de financiamento: (i) alterações de fluxos de caixa de atividades

O emprego de um estimador robusto em variável que apresente valores discrepantes produz resultados adequados à avaliação e medição da variabilidade espacial de atributos de uma

DATA: 17/out PERÍODO: MATUTINO ( ) VESPERTINO ( X ) NOTURNO ( ) LOCAL: Bloco XXIB - sala 11. Horário Nº Trabalho Título do trabalho

3259 21 Animação e dinamização de actividades lúdico-expressivas - expressão musical 50 3260 22 Animação e dinamização de actividades lúdico-expressivas -